Ainda muito preocupado com os rumos que este país está tomando. Os atores relevantes - aqueles que, em razão dos cargos que ocupam, poderiam dar um bom exemplo - continuam emitindo suas declarações polêmicas, soltando notinhas, alimentando pretenções antidemocráticas. Agora nos chega a informação de que o vice-presidente, general Hamilton Mourão, acaba de anunciar que não colocará a faixa presidencial no presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Estaria arrumando as gavetas para a sua nova residência, vinculado ao seu novo cargo, o de Senador da República. Possivelmente, Lula terá que contar com o beneplácito de alguma autoridade do poder Judiário ou do Poder Legislativo, porque, como se sabe, o atual presidente, Jair Bolsonaro, anda de silêncio obsequioso, mas já deu todos os indicadores de que não se submeterá a tal missão.
Vamos consultar os manuais de História, mas não nos parece ter ocorrido algo semelhante na nossa trajetória republicana. Em todo caso, este editor pode estar cometendo algum equívoco. Na realidade a "solução' Mourão já teria sido pensada em razão da quase impossibilidade de o presidente Jair Bolsonaro cumprir tal formalidade. A derrota nas urnas fez muito mal ao presidente, que anda visivelmente abatido. Três atitudes fundamentais se esperava do presidente. Aceitar o resultado das urnas, cumprimentando pela vitória o presidente que assumirá a partir de primeiro de janeiro; Cumprir com denodo e cabeça erguida o restante do seu mandato; Repassar todas as informações possíveis à equipe de transição do futuro governo, dentro das boas práticas do serviço público.
Seria de tando bom alvitre, ainda, acalmar seus apoiadores por todo o Brasil, que estão lutando por causas "perdidas', como a de constestar o resultado de uma eleição limpa, transparente, com resultados homologados pela Justiça Eleitoral - o que já se configura num ato ilícito - e pedir uma intervenção militar num país de constituição democrática e republicana. No dia de ontem eles continuaram com tal escarceu, reclamando bastante da mídia, que não está embarcando nessa sandice. Felizmente.
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