pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Editorial: Bolsonaristas contra bolsonaristas.



Nos últimos dias passaram a circular na imprensa posicionamentos de notórios bolsonaristas contra o empresário Pablo Marçal. Esta cizânia entre bolsonaristas é apontada por um consultor do Instituto AtlasIntel como um dos motivos que podem explicar a ascensão do coach na última pesquisa realizada sobre as intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo, onde ele pontua com 16,3%, conforme levantamento do próprio Instituto. Vamos fazer uma afirmação por aqui. Os métodos utilizados na campanha pelo coach o aproximam irremediavelmente do bolsonarismo. Mais ainda: Se o prefeito Ricardo Nunes depender do voto bolsonarista para renovar o contrato de locação com o Edifício Matarazzo, estará encrencado, conforme sugerem o momento difícil que ele experimenta nas últimas pesquisas. 

Como diria Steve Bannon, em entrevista recente,  num exercício de futurologia, quando faz referência ao fato de que sentiríamos saudades de Donald Trump,  o coach pode ser algo mais radical do que o bolsonarismo tradicional. Ele é a incorporação da negação da política em última instância. Uma espécie de pós-bolsonarismo. Segundo alguns analistas observam, não sem alguma razão, os planos do rapaz vão muito além do Edifício Matarazzo. Marçal passou a ser um bolsonarista que incomoda o bolsonarismo, mas será inútil os bolsonaristas lançarem uma cruzada contra ele.

Recentemente, o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar que ele estava mentindo. Eduardo Bolsonaro, no dia de ontem, criticou a sua ausência num programa de um canal de um notório bolsonarista. A estratégia do coach, segundo se presume, seria eximir-se das perguntas embaraçosas sobre os corredores da capital federal. Nem ele se arriscaria a tanto. Para mais análise sobre as eleições em São Paulo, assinem o nosso perfil da Privacy por aqui.   

Editorial: Afinal, quem são os nossos "Gargantas Profundas".

Crédito da foto: The New York Times. 


Os leitores mais atentos já devem ter percebido que passamos a evitar tratar de determinados assuntos por aqui. A julgar como procedentes o que anda sendo revelado pelos nossos gargantas profundas tupiniquins, todo o cuidado ainda é pouco. Tempos bicudos esses que o país atravessa. São fake news, factoides, denunciações caluniosas, insegurança jurídica, tudo junto e misturado. O desregramento jurídico tornou-se a regra. Não espanta que até ator pornô tenha sido inserido nesses enredos nebulosos. É tudo por fora, ao arrepio do Estado Democrático de Direito. 

Na década de 70, nos Estados Unidos, uma desavença em torno da indicação do diretor do FBI, derrubou o presidente Richard Nixon. O garganta profunda Mark Felt, então preterido por Nixon para assumir a chefia do órgão, expôs a dois repórteres do The Washington Post, o enredo das ilegalidades do comitê de reeleição de Nixon, que usava agentes públicos para realizarem atividades ilegais de escuta no Partido Democrata, o que ficaria conhecido como o Escândalo Watergate. 

No Brasil estão à procura do nosso "Garganta Profunda". Algo sugere, no entanto, que nós não temos um, mas vários gargantas profundas. No curso da Operação Lava Jato, por exemplo, há um cidadão que já admitiu ter sido usado com tal finalidade, ou seja, colher informações ilegais dos implicados que estavam sendo investigados. Fala-se até numa festa da cueca. Mais informações sobre os escaninhos da política nacional, assine o nosso perfil por aqui.   

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Editorial: Atlas\Intel divulga primeira pesquisa após o debate da Band.



Finalmente, a primeira pesquisa após o tumultuado debate organizado pela Rede Bandeirantes entre os candidatos que concorrem à Prefeitura da Cidade de São Paulo. Para este editor, nenhuma surpresa com os números apresentados, uma vez que, por mais de um momento, antecipamos por aqui que teríamos mudanças na dinâmica competitiva entre os concorrentes à cadeira do Edifício Matarazzo. Guilherme Boulos(PSOL-SP)segue na liderança, mas Marçal (PRTB-SP) encostou em Ricardo Nunes(MDB-SP), sendo o candidato que mais avançou desde a última pesquisa realizada pelo Instituto. 

Evidente que o estilo Marçal de fazer a antipolítica produziria seus efeitos danosos no processo eleitoral paulista, impondo a necessidade de os candidatos que realmente disputam o apoio do eleitorado, atendendo os requisitos de melhor condição ou preparo, conduta ilibada e o melhor programa para gerir a maior metrópoles do país repensem imediatamente as suas estratégias de campanha concedia no escopo da política. Com a entrada de Pablo Marçal na disputa, infelizmente, não é apenas isso que está em jogo. 

É isso ou a economia da atenção irá colonizar a política. Ninguém com um perfil melhor do que Pablo Marçal para fazer este serviço. Já temos um exemplo bem pertinho, aqui na Argentina. O Instituto Atlas\Intel ouviu 1.803 pessoas, entre os dias 15 e 20 de agosto, e a pesquisa está registrada no TSE\SP sob o protocolo SP-02504\2024. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Para uma análise mais detalhada deste pesquisa, recomendamos aos leitores de assessores assinarem o nosso perfil da Plataforma Privacy por aqui. Eis os números. 

Guilherme Boulos(PSOL) - 28,05%

Ricardo Nunes( MDB) - 21,8%

Pablo Marçal (PRTB) - 16,3%

Tabata Amaral(PSB) - 12%

José Luiz Datena(PSDB) - 9,5%

Marina Helena (Novo) - 4, 3%


Editorial: A antipolítica de Pablo Marçal.



A postura do empresário Pablo Marçal no primeiro debate programado pela Rede Bandeirantes de Televisão levou três dos principais concorrentes à Prefeitura de São Paulo a desistirem de participar do debate seguinte, desta vez organizado pela revista Veja. Salvo melhor juízo, por quatro vezes a Justiça Eleitoral concedeu direito de respostas nas redes sociais do empresário, depois das acusações contra o deputado federal Guilherme Boulos, do PSOL. Nada mudou deste então na estratégia adotada por Pablo Marçal, conforme havíamos previsto por aqui. Inclusive durante o debate da Veja o empresário chegou a insinuar que teria novas revelações a fazer sobre o candidato Guilherme Boulos. 

De imediato, Marçal produz um estrago tremendo na política, ao afugentar os concorrentes de um dos principais fóruns de discussões e propostas para o enfrentamento dos problemas da pólis. Marçal faz uma espécie de antipolítica e os candidatos que ainda fazem politica terão que se desdobrarem em estratégias para não permitirem esse tipo de comportamento caracterizado pela fuga do confronto, o que só ampliam as possibilidades de êxito do empresário, uma vez que ainda não temos um eleitorado suficientemente esclarecidos para repelir esses tipos de antipolíticos. A ausência não deixou de ser explorada por Pablo Marçal.  

Veja-se o caso da Argentina, por exemplo, veja-se o caso dos Estados Unidos. E, por falar nos Estados Unidos, numa entrevista recente,  o guru Steve Bannon observou que ainda vamos sentir saudades do Donald Trump, ou seja, o que vem por aí é muito pior no contexto das tessituras engendradas pela extrema-direita, alicerçada na economia da atenção, algo que está destruindo completamente a política. Um espectro perigoso ronda a pólis. Em Santa Catarina já existe até caricatura de Javier Milei disputando vaga na câmara de vereadores. No último debate da Veja, Pablo insinuou que os candidatos ausentes teriam participado de um jantar num restaurante, com o propósito de ajustarem a não participação no debate. Não houve o jantar. Datena, inclusive, confirmou que deixou de comparecer por orientação do seu marqueteiro. Pensando bem, está na hora de ocorrer esse jantar.  O cardápio? Como salvar a política. 

Para um maior aprofundamento sobre os rumos das próximas eleições municipais, assinem o nosso perfil da Plataforma Privacy, que pode ser acessado por aqui. Neste semana iniciamos uma série sobre o que se espera de um prefeito. 

Charge! Pedro Vinicio via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 20 de agosto de 2024

Editorial: Ausências de Boulos, Nunes e Datena prejudicam debate da Veja.



A princípio, as ausências dos candidatos Ricardo Nunes(MDB-SP), José Luiz Datena(PSDB-SP) e Guilherme Boulos(PSOL-SP) foi apresentada como algo articulado em conjunto, ou seja, um acerto entre as assessorias desses postulantes à Prefeitura de São Paulo, motivada, sobretudo, em razão dos contratempos ocorridos durante o debate promovido pela Rede Bandeirantes. Os candidatos acima, apesar de terem assinado um documento informando que estariam presentes, deixaram de comparecer ao debate promovido pela revista Veja, a Escola de Superior de Propaganda e Marketing e o Instituto Paraná Pesquisas. O debate foi realizado assim mesmo, com as presenças de Tabata Amaral(PSB-SP), Pablo Marçal(PRTB-SP) e Marina Helena(Novo). 

A ausência de Datena, Boulos e Nunes prejudicaram sensivelmente um debate tão bem-organizado por aquele tradicional veículo de comunicação e, mais importante, impediu que o eleitor pudesse aprofundar suas análises sobre os candidatos que concorrem à cadeira do Edifício Matarazzo. Um desrespeito com o eleitorado, algo a ser muito bem repensado pelas assessorias dos candidatos. Não é porque um candidato não se comporta de forma civilizada durante esses encontros que os demais devem desistir participar dos mesmos. Há coisas bem mais sérias em jogo.  

Numa entrevista, logo após o debate da Veja, o apresentador José Luiz Datena informou que deixou de comparecer não por uma combinação com os demais candidatos, mas por recomendação do seu marqueteiro de campanha, que deverá indicar agora aqueles debates aos quais ele pode comparecer. Uma pena que as eleições para a principal metrópoles do país tenha chegado a este ponto. Pelo andar da carruagem política, vamos ter um eleição marcada por um nível que não seria o ideal. 

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Editorial: Vamos ter os próximos debates apenas com Marçal?



Situação bastante complicada, se entendermos como verídicas as informações que estão circulando pelas redes sociais. O que se especula é que candidatos como Ricardo Nunes(MDB-SP), José Luiz Datena(PSTU-SP) e Guilherme Boulos(PSOL-SP) analisam a possibilidade de não mais comparecerem aos próximos debates, em razão do comportamento beligerante do candidato Pablo Marçal, do PRTB. Antes, já tínhamos a informação relativa ao candidato Guilherme Boulos, massacrado no primeiro desses debates, organizado pela Band, depois que o empresário andou exibindo em seu rosto uma carteira de trabalho, atitude que alcançou ampla repercussão nas redes sociais. 

Quem perde com isso é a nossa democracia. Onde já se viu alguém ser eleito sem discutir suas propostas com a população, ser confrontado, de forma respeitosa e republicana, ou mostrar que tem capacidade e espírito público para ocupar o cargo? Fica realmente complicado. Esses debates já chegaram aos formatos atuais exatamente para permitir que eles ocorram dentro de parâmetros civilizados, evitando, tanto quanto possível, tais descalabros entre os concorrentes. Por outro lado, seria uma missão impossível tentar demover o candidato Marçal desse comportamento. É o estilo dele. Algo que estimula seus séquitos de apoiadores nas redes sociais. 

Estamos diante de um impasse. O país enfrentou um retrocesso civilizatório nos últimos anos, algo que nos levam a concluir que as clivagens do eleitorado não vão no sentido de repelir tais atitudes. Marçal ganhou disparado nas redes sociais depois das provocações e presumimos que continue bem nas próximas pesquisas de intenções de voto. Este é o dano dos quatro anos de governo de tendência autoritária, de extrema-direita, que flerta com o fascismo e atiçou a ira contra seus opositores através desses expedientes, que foram simplesmente banalizados. 

Eleições 2024 - O que esperamos de um bom prefeito.



Conforme prometemos aos leitores, a partir de hoje, dia 19, estaremos levantando essas e outras discussões pelo nosso perfil da plataforma Privacy, que pode ser acessado por aqui. Elencamos uma série de pré-requisitos que devem nortear a escolha dos candidatos a prefeito pelos eleitores. Consoante o atendimento desses pré-requisitos, afunilam-se a margem de escolha dos gestores das cidades. Um dos requisitos diz respeito ao cumprimento daquilo que ele promete em campanha, como uma forma de compromisso firmado entre os candidatos e os eleitores. Neste caso, os leitores estarão nos perguntando: e se o candidato não possui experiência na gestão da polis? Ora, ele precisará demonstrar essa sua capacidade fazendo alguns deveres de casa básico, credenciando-se para tal, com o domínio de conhecimento sobre os problemas da cidade, assim como propostas para solucioná-los. 

Esses assuntos serão discutidos sistematicamente pelo nosso perfil na plataforma, de maneira mais densa, permitindo que tratemos pelo blog questões de caráter mais jornalístico. As recomendações que trataremos durante essas discussões se aplicam a todos os candidatos que concorrem à prefeito em todo o país. Aqui em Pernambuco, o Jornal do Commércio tomou uma iniciativa das mais importantes, ao levantar vários problemas da cidade, onde se presume que o próximo gestor possa demonstrar sua capacidade em lidar com tais problemas. O eleitor pode avaliar suas capacidades durante os debates que estarão sendo programados ou pela propaganda gratuita pelo rádio e a televisão. É assim que se exercita a democracia. 

Dando importância às propostas dos programa de governo dos candidatos - e sendo democrático com todos os participantes - um dia antes da campanha, o jornal publicou a proposta de todos os candidatos, inclusive aquela de partidos sem grande representatividade parlamentar, como é o Partido da Causa Operária. da UP, do Novo e do PSTU. Candidatos e assessores, assinem o nosso perfil e vamos discutir essas questões por ali. 

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 18 de agosto de 2024

Editorial: A interpretação do "sincericídio" de Jair Bolsonaro.

 


Na semana que passou correram rumores de que o candidato Ricardo Nunes(MDB-SP) estaria preocupado com os elogios proferidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o seu rival na disputa pela Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, do PRTB. Na mesma entrevista, o ex-presidente teria dito que Ricardo Nunes não seria o seu candidato dos sonhos, o que levou muita gente a interpretar que ele poderia desembarcar do apoio ao atual gestor da cidade para apoiar o empresário Marçal. Tudo uma questão de interpretação. 

Ricardo Nunes talvez nunca tenha sido, de fato, o candidato dos sonhos do ex-presidente, o que não significa dizer que, diante da frente montada pelo prefeito, que inclui o seu PL, ele deixaria de apoiá-lo. Marçal negou que tivesse mantido uma conversa com o ex-presidente, no que foi cabalmente desmentindo por Bolsonaro, durante a entrevista concedida à CNN. Ainda nesta entrevista, Bolsonaro fez elogios à postura de Marçal como candidato, que também não significa concluir que pretenda apoiá-lo. Mais uma situação onde as narrativas podem ser distorcidas, mediante alguns interesses em jogo. 

Com as barbas ralas de molho, o prefeito Ricardo Nunes, por dúvidas das vias, conversou com o governador Tarcísio de Freitas no sentido de envolver de imediato o ex-presidente em sua campanha, possivelmente antes do previsto. Outro fator que preocupa é a predisposição do eleitorado bolsonarista em fazer o "M". 

Editorial: Boulos cai na armadilha de Marçal e reavalia ida aos próximos debates.



Seria um desserviço a ausência de um candidato ao debate, sempre que facultado este espaço pelos organizadores. Num pleito como o de São Paulo, se o candidato é Guilherme Boulos(PSOL-SP), então, a ausência toma ares de irresponsabilidade com a população da capital que, dentro de parâmetros republicanos, precisa conhecer as propostas dos candidatos para os destinos da pólis. Recentemente, andou circulando a informação de que Lula teria aconselhado Boulos sobre como se comportar em relação ao candidato Pablo Marçal (PRTB-SP). Possivelmente os conselhos foram no sentido de que o psolista não deveria ter cedido às provocações do adversário, algo que rendeu bastante nas redes sociais. 

Aliás, a repercussão sobre a carteira de trabalho nas redes sociais atendia essencialmente à estratégia elaborada por Marçal. Deu certo, embora não se conheça, até o momento, o tamanho do estrago produzido. Difícil não reagir a determinadas provocações. Lula, inclusive, não seria o melhor conselheiro neste sentido. É bastante lembrarmos o seu nervosismo com as provocações do padre Kelmon num dos últimos debates presidenciais. A essa altura do campeonato, depois de avaliar o desgaste produzido, o staff de campanha de Boulos deve estar se perguntando o que o coach Marçal deve está planejando para o próximo debate.

A informação de que Boulos cogita sobre tal possibilidade de não comparecer aos próximos debates está na coluna Radar, da revista Veja, assinada pelo jornalista Robson Bonin. É pouco provável que o candidato Pablo Marçal mude sua estratégia, que tem na repercussão nas redes sociais um dos seus principais alicerces. Aliás, se Pablo Marçal for bem-sucedido nessa estratégia, seria um bom momento para analistas se debruçarem sobre o real papel das redes sociais numa campanha política. A julgar pelas sondagens do Datafolha, avaliando as tendências de voto através de uma estratificação do eleitorado, Pablo Marçal começa a preocupar os concorrentes.  

Alan Delon - Bertrand Daullet

 


Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 17 de agosto de 2024

Editorial: Foi dada a largada para as eleições municipais deste ano.



Com regras bem estabelecidas pela Justiça Eleitoral, que mais uma vez deve ser rígida no que concerne à sua observância ou cumprimento, foi dada a largada da próxima eleição municipal de 2024. No dia de ontem já foi possível observar uma intensa movimentação de candidatos por todo o país e, desta vez, sem se descuidar das redes sociais, que se torna um espaço estratégico no processo eleitoral. Uma de nossas postagens tratando deste assunto aqui pelo blog tornou-se a mais lida pelo público. Alguns cientistas políticos abominam a ideia de que uma eleição possa ser decidida pela força do engajamento do candidato nas redes sociais. 

Num raciocínio republicano, seria até salutar que eles tivessem total razão em torno do assunto. Como alguém pode ser eleito através de fake news ou factoides gerados pelas redes sociais, sem que apresente algum programa de governo consistente ou tenha seriedade e credibilidade em suas intenções, observadas pelo eleitor através de outros filtros, digamos assim? Nas eleições presidenciais de 2016 as redes sociais cumpriram um papel crucial para a eleição de Jair Bolsonaro. Nessas eleições, um candidato que concorre a prefeito da maior metrópoles brasileira, aposta todas as suas fichas no engajamento das redes sociais.

Fato é que seus principais oponentes estão sensivelmente preocupados com a sua ascensão nas pesquisas de intenção de voto. Nenhuma pesquisa foi publicada depois dos últimos debates, mas o DataFolha andou prospectando o comportamento dos chamados "nichos"  eleitorais, ou seja, como votam os evangélico, o rico, o pobre, as mulheres, etc. Essa estratificação da tendência de voto dos eleitores sugere ter preocupado a assessoria dos principais concorrentes ao pleito.  Um deles já está sugerindo que Bolsonaro entre desde já na campanha, sobretudo depois de seus elogios ao candidato Pablo Marçal, aquele de maior engajamento nas redes sociais. 

 

Editorial: Câmara aprova PEC que limita decisões monocráticas do STF.



Estamos aqui diante de uma queda de braços entre os Três Poderes, algo com potencial de produzir consequências preocupantes para o país. O STF endossou, por unanimidade, uma medida do Ministro Flávio Dino que impõe limites às emendas impositivas e às chamadas emendas PIX. Logo em seguida, a Câmara dos Deputados aprovou uma PEC que impõe limites às medidas monocráticas tomadas pela Suprema Corte. A margem de manobra do Legislativo não se encerra por aí. Não sabemos se esta PEC trata especificamente deste assunto, mas os rumores são no sentido de que a autonomia em relação a essas emendas sejam preservadas a despeito das decisões tomadas pelo STF. Ou seja, haveria mais PEC's a serem desengavetadas. 

Diante de uma fala de Lula advogando que seria insensato que o Executivo perdesse suas prerrogativas no tocante ao Orçamento da União, sugerem os parlamentares a possibilidade de haver aqui uma articulação entre o Executivo e o Judiciário. Faz algum tempo que estamos diante de uma engenharia política esquizofrênica. Desarticulado, sem base de sustentação confortável e lidando com uma oposição sensivelmente hostil, o Executivo se arranja como pode. Os expedientes do presidencialismo de coalizão, historicamente precários, já não dão conta do momento político difícil que o país atravessa. Há quem diga que, diante do descalabro do momento atual, o modelo de governança anterior, tão criticado, até deixou saudades. 

Admitir tal hipótese seria uma blasfêmia entre os cientistas políticos, mas estes estão na academia. No corpo a corpo da realpolitik as coisas são bem diferentes. Por enquanto, os petardos da reação estão sendo lançado para a Corte. A essa altura do campeonato, o Governo Lula já deve estar com as barbas de molho, avaliando as consequências de ter cutucado o diabo com vara curta.  

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Editorial: "Efeito Marçal" preocupa equipe de Ricardo Nunes.



Por enquanto, o candidato Pablo Marçal(PRTB-SP), tem focado suas baterias contra o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que já chegou ao limite com as provocações do empresário. Possivelmente nenhum candidato se sente completamente seguro em enfrentar um candidato que usa de um estratagema novo, agressivo, debochado, alicerçado em seu suporte nas redes sociais, quase sem propostas ou com proposições mirabolantes para gerir os destinos dos paulistenses, como a construção de um edifício que seria o mais alto do mundo - sabe-se lá com que utilidade - ou mesmo a adoção dos teleféricos para o transporte de trabalhadores para os seus locais de trabalho, como ocorre em algumas cidades colombianas. 

No último debate organizado pelo jornal O  Estadão e pelo Portal Terra, de forma deselegante, ele passou todo o tempo praticamente esfregando uma carteira de trabalho no rosto do candidato do PSOL. Isso, longe de levar à reflexão e indignação dos eleitores, apenas ampliou seus escores nas redes sociais, que passaram a reproduzir a cena de forma orquestrada, indicado que ele sabe como mobilizá-las.  Dizem que até o ex-presidente Jair Bolsonaro andou elogiando o empresário, o  que passou a preocupar o staff político do candidato do MDB, Ricardo Nunes. Pesquisas recentes sugerem que Pablo Marçal pode crescer junto ao eleitorado bolsonarista. 

O prefeito, que concorre à reeleição, andou conversando com o governador Tarcísio de Freitas e com o deputado federal Nikolas Ferreira, em encontro no Palácio Bandeirantes, sede do Governo de São Paulo, onde ficou ajustado que o capitão pode entrar na campanha mais cedo do que se esperava, assim como o Nikolas Ferreira. Segundo informações das coxias, o deputado afirmou que pode ajudar, mas teria se recusado a gravar algum vídeo com tal finalidade. 

Editorial: Congresso entra com recurso contra medida de Flávio Dino.



Não há perspectivas de trégua entre os Três Poderes da República. Ao contrário, as rusgas entre eles se tornaram rotineiras a partir de um determinado momento, sem que se vislumbre algum aplainamento no curto prazo. No dia de ontem, após longas discussões em torno de medida recente do STF sobre as chamadas emendas impositivas - ou PIX, se os leitores preferirem - vetando tais liberações até que sejam estipuladas normas sobre a sua prestação de contas, o presidente Lula se posicionou sobre o assunto, argumentando que considera razoável que o Executivo não perca sua prerrogativa de gerir os recursos do orçamento da União. 

Agora é o Legislativo que, praticamente uníssono, se volta contra a medida através de um recursos ao próprio STF, que deve ser analisado pelo pleno da Suprema Corte. Já seria previsível que a medida do Ministro Flávio Dino produzisse uma espécie de tsunami corporativo no Legislativo. Dificilmente vamos construir algum consenso por aqui, conforme enfatizamos no texto de ontem. Medida das mais salutares, que visa o mínimo de transparência sobre o uso dos recursos públicos, a medida do Ministro Flávio Dino produziu a ira, num ambiente onde o que talvez menos importa sejam as questões de natureza republicanas.

Seja lá qual for o resultado dessa queda de braços, a medida tomada pelo Ministro Flávio Dino visa proteger o interesse público e, como tal, deve merecer o reconhecimento da sociedade brasileira. O Legislativo, antes de se pautar pela tese da eventual extrapolação de poderes, deveria mesmo e orientar suas ações pelos princípios que norteiam o serviço público, publicidade dos seus atos e transparência entre eles. 

Editorial: Os equívocos diplomáticos de Lula em relação à Venezuela.



Há algumas situações na vida para as quais não existem conserto. É como você afirmar algo e, logo em seguida, dizer que não foi bem aquilo que você quis dizer. O estrago já foi feito. O Governo Lula, ou o presidente Lula em particular, perdeu o timing em relação à situação das eleições na Venezuela. O dano não é pequeno quando se avalia, por exemplo, que Lula "salvou" a democracia brasileira da sanha autoritária e anticivilizatória do bolsonairsmo nas eleições presidenciais passadas. Defender eleições livres, limpas, com regras e resultados respeitadas é o mínimo que ele deveria fazer, conforme ele sempre se posicionou em relação às eleições brasileiras. Quem perde, enrola as bandeiras e espera a nova rodada do jogo, onde a saudável alternância do poder dita as cartas.   

A Venezuela se meteu num enrosco político nebuloso, construído através de violações sistemáticas das regras do jogo democrático. Até mesmo antes das eleições o Estado já dizia quem poderia delas participar, sob argumentos duvidosos ou estapafúrdios, sem uma motivação legal consistente, como foi o caso da candidata de oposição Maria Colina Machado que foi, de fato, quem venceu as últimas eleições presidenciais naquele país. Diante da repercussão negativa dos trôpegos posicionamentos sobre o assunto, Lula, no dia de ontem, admitiu que o presidente Nicolás Maduro precisa dar explicações mais convincentes sobre as eleições no país. 

O presidente Lula chegou a propor uma nova eleição no país, algo que desagradou enormemente quem sugere que foi eleito e pretende continuar governando o país, Nicolás Maduro,  assim como os opositores, como é o caso de Edmundo Gonzáles, que já teve o reconhecimento de alguns países como tendo vencido aquelas eleições. Gonzáles, inclusive, irá se proclamar presidente da Venezuela. Como Maduro não negocia a entrega do poder aos opositores, é quase certo que os problemas se agravem naquele país. Infelizmente. 

Charge! Cláudio Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Editorial: Um espectro comunista ronda a Prefeitura da Cidade do Recife.



No Recife, alguns candidatos à Prefeitura da Cidade do Recife emitem algumas pistas acerca de como vão se posicionar em relação ao principal concorrente entre eles, o atual gestor, João Campos(PSB-PE), que ocupa hoje uma condição privilegiada nas pesquisas de intenção de voto, podendo liquidar a fatura ainda no primeiro turno daquelas eleições. João Campos concorre à reeleição, mas sugere-se que o seu grande projeto político é habilitar-se, uma  vez eleito, às eleições de 2026, onde disputaria o Governo do Estado, possivelmente com a atual governadora, Raquel Lyra(PSDB-PE), que deve tentar a reeleição.  

Assim, deixaria na Prefeitura do Recife o seu vice, Victor Marques, um ator político ainda pouco conhecido dos recifenses. Ao apagar das luzes do prazo de desincompatibilização estipulado pela Justiça Eleitoral, Victor Marques filiou-se ao PCdoB, partido que passou por uma decomposição ideológica gigantesca nos últimos anos. O comunismo do partido ficou apenas na sigla. Quem ainda se mantém fiel aos princípios do Marxismo\Leninismo é o PCB, o antigo Partidão. Curioso como, uma vez anunciado, começaram a surgir uma série de especulações em torno do nome do rapaz. Teria competência técnica e política para tocar o Recife na ausência de João Campos? Estaríamos diante de uma ameaça comunista, como sugerem os bolsonaristas?

A estratégia do prefeito no sentido de indicar sua filiação ao PCdoB teve como propósito inseri-lo no contexto da federação que reúne, além do PSB, o PV, o PT e o PCdoB. Uma engenharia política complicada, uma vez que o rapaz não é aquele militante comunista genuíno, tampouco sugere-se que os comunistas tomarão conta da Prefeitura da Cidade do Recife na ausência de João Campos.  Em princípio, são infundadas as advertências dos bolsonaristas em relação ao assunto, sugerindo o temor de um espectro comunista rondando o Palácio Capibaribe. 

Uma conversa afiada sobre as próximas eleições municipais do Recife.


Em 2012, quando nos dirigíamos para o trabalho, acompanhávamos o esforço de campanha do então candidato Geraldo Júlio(PSB-PE), um técnico escolhido pelo ex-governador Eduardo Campos para concretizar o seu projeto de ocupar o Palácio Capibaribe, fortaleza até então sob o controle do PT. Com grande expertise técnica, Geraldo era um neófito na política, mas pesquisas qualitativas realizadas pelos próprios socialistas indicavam que, naquele momento, os recifenses desejavam alguém com perfil de gerente para a cidade. Um técnico caía como uma luva, pois também atendia às desconfianças do ex-governador em relação ao seu staff político. 

Salvo melhor juízo, no dia anterior ocorrera um debate onde o candidato havia se saído muito bem. Ao voltarmos para casa, nós, que acompanhávamos aquelas eleições através de postagens regulares aqui pelo blog, publicamos um artigo que alcançou grande repercussão, pois antecipávamos a vitória do candidato socialista sobre o seu oponente do PT. O artigo tinha o título de 50 tons de amarelo, a cor dos socialistas. Num dos comentários, alguém sugeriu que só havia faltado no artigo colocar 40 ao invés de 50, uma vez que 40 era o número dos socialistas. 

Nas últimas eleições para o Governo do Estado, onde havia uma disputa acirrada entre as candidatas Marília Arraes e Raquel Lyra, ponderamos, sempre através desses artigos, o exato momento em que a eleição de Marília Arraes estava irremediavelmente comprometida. Isso ocorreu quando a candidata, talvez num gesto político cuja dimensão não havia sido avaliada corretamente, resolve reaproximar-se dos socialistas, grupo político que os eleitores já haviam dado demonstração de que não gostariam que continuassem à frente do Palácio do Campo das Princesas. Desta vez, o artigo recebeu o título de "E Marília vacilou". 

O artigo fazia alusão ao livro "E o Outro Vacilou", do executivo Roger Enrico,  que aborda  a disputa de mercado entre a Coca-Cola e a Pepsi-Cola em solo americano. Executivo da Coca-Cola, por uma dessas motivações esquisitas, resolveu alterar o sabor da tradicional Coca-Cola, permitindo à Pepsi alcançar expressiva fatia do mercado de refrigerante nos Estados Unidos. Hoje, como se sabe, naquele país,  a disputa é lata a lata. Temos acompanhado com lupa o que está ocorrendo nas eleições municipais em todo o país. 

Em São Paulo, por exemplo, preocupa-nos o padrão de agressividade e xingamentos entre os candidatos que concorrem à cadeira do Edifício Matarazzo. Até o momento, quase não se conhece suas propostas. Isso está beirando à irresponsabilidade por parte de alguns dos postulantes. Aqui no Recife, algumas questões passaram a incomodar os candidatos, expressas em situações como o abandono do centro; as inúmeras áreas ainda vulneráveis às intempéries da natureza; os níveis de pobreza da população, que colocam o Recife como a segunda cidade mais desigual do país;   o agravante problema da violência, onde a Prefeitura pode colaborar, mas depende de sua articulação com o Estado e com o Governo Federa; a questão da mobilidade urbana, entre outras. Será que essas questões poderiam ofuscar o filtro de uma aprovação da ordem de 69% da população? 

A partir da próxima segunda-feira, 19, as discussões sobre o tema eleições municipais ficarão concentradas em nosso perfil da Plataforma Privacy, que pode ser assinado por aqui, onde os leitores e leitoras terão um panorama sobre o que ocorre no tocante a este assunto, em praças como Recife, São Paulo e João Pessoa. Não deixe de assinar e interagir conosco a respeito de mais uma eleição crucial para os rumos de nossa democracia, que cada vez mais perde espaço para o rolo compressor de uma extrema-direita disposta a ganhar mentes e corações através de uma bem elaborada estratégia de comunicação.  


Editorial: Ministro Flávio Dino suspende todas as emendas impositivas até a criação de regras sobre o assunto.


Como as relações entre os Três Poderes não andam boas, quando um dos poderes toma uma medida, quase sempre essas medidas são encaradas como uma provocação ou uma queda de braços. Depois da decisão do Ministro Flávio, do STF, suspendendo as emendas impositivas até que sejam criadas regras sobre sua concessão e monitoramento do emprego dos recursos liberados, armou-se uma contenda no Poder Legislativo. Para essa gente, bom mesmo é que tais emendas fiquem como estão, liberadas sem critérios e gastas mediante as conveniências de ocasião de cada parlamentar contemplado. Havia um parlamentar da Paraíba, sabe-se lá em que circunstâncias, liberando emendas para cidades da região serrana do Estado do Ceará. 

Existem algumas questões onde não se consegue avançar. Esta é uma delas. Outro bom exemplo é a tão aguardada reforma política, que não ocorrerá nunca, porque isso significaria cortar na pele dos próprios parlamentares, mexer em interesses corporativos arraigados. A oposição chegou a insinuar sobre as digitais do Palácio do Planalto na decisão do Supremo Tribunal Federal. Foi necessário o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, vir a público desmentir tal hipótese. O Presidente da Câmara dos Deputados, segundo os escaninhos da política na capital federal, encontra-se enfurecido.

Mais uma vez voltamos a enaltecer a medida saneadora adotada pelo Ministro Flávio Dino. Todo gasto público precisa atender a um requisito primário, o da transparência. Como é que o pagador de impostos é proibido de tomar conhecimento sobre o que está sendo feito com o dinheiro do seu suor? E, por falar em retaliação, acabamos de ser informados que o Congresso sustou uma emenda que previa repasse de recursos para o STF. 

Editorial: Enfim, um debate para conhecermos Marina Helena.



No primeiro debate organizado pela Rede Bandeirantes, apesar dos protestos, a candidata do Partido Novo à Prefeitura de São Paulo, Marina Helena, não foi convidada. O juiz que julgou o caso considerou procedentes as alegações da emissora paulista sobre a representatividade parlamentar da legenda, que não atendia aos requisitos estipulados pela própria Justiça Eleitoral. Mesmo assim, a observância rígida às questões de ordem legal, deixou muita gente indignada com a ausência da candidata durante o primeiro de debate. No dia de ontem, 15, o jornal O Estado de São Paulo, juntamente com o Portal Terra e as Faculdades FAAP, realizaram, em conjunto, o segundo debate entre os candidatos que concorrem à cadeira do Edifício Matarazzo, desta vez com a presença da candidata do Novo. 

Uma primeira observação é que ficou nítida a preocupação da candidata em se apresentar ao eleitorado, possivelmente em razão de ser ainda pouco conhecida. Marina é economista, tem mestrado e expertise em políticas públicas, é  servidora pública federal e tem proposta para gerir os destinos da cidade. Seu perfil vai do centro para direita do espectro político. Não esconde suas simpatias pelo bolsonarismo. Houve um momento em que ela chegou a defender a gestão de Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia. Pelo andar da carruagem política, a campanha pela Prefeitura de São Paulo será marcada pela ênfase nas agressões pessoais entre os postulantes e menos pelo debate que, de fato, importa à pólis.  

O drama da Cracolândia voltou a ocupar as atenções dos candidatos nos momentos em que as propostas para a gestão da cidade estiveram na pauta das discussões. A violência, segundo pesquisas realizadas, é o tema que mais preocupa os paulistenses nessas eleições. Neste aspecto é bastante conhecida a agenda da direita sobre o tema, que prima pela radicalização das penas e tolerância zero contra os criminosos. Marina vai neste mesmo raciocínio. Mesmo que haja discordâncias de ponto de vista, é salutar que um candidato se apresenta ao eleitorado com o seu programa de governo. Pode-se concluir que a candidata fez o dever de casa. Esteve bem durante o debate. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Editorial: Candidato petista encosta em bolsonarista em nova pesquisa de intenções de voto para a Prefeitura de Fortaleza.



Não há dúvidas de que as indisposições entre os políticos do campo progressista, na ausência de um termo mais apropriado, pode favorecer o campo conservador na disputa pela Prefeitura de Fortaleza nas próximas eleições municipais. Na realidade, a direita está bastante arregimentada desde algum tempo, esperando apenas o momento certo de dá o bote na administração municipal. O capitão Wagner, filiado ao União Brasil, identificado com o bolsonarismo, continua liderando a disputa, mas a nova pesquisa do Instituto Real Time Big Data aponta uma alavancada do candidato do PT, Evandro Leitão(PT-CE), em empate técnico com o capitão que já esteve bem mais confortável na dianteira das pesquisas de intenção de voto. 

Wagner, além da disputar com candidato à esquerda do espectro político, ainda conta com o assédio de outros representantes dos estratos conservadores do eleitorado, a exemplo do deputado federal André Fernandes, do PL, evangélico e bolsonarista, além do senador Eduardo Girão, do Novo, outro bolsonarista assumido. A rigor, o avanço de Evandro não surpreende, se considerarmos que ele conta com o apoio efetivo das máquinas estadual e federal, inclusive do Ministro da Educação, Camilo Santana, que deixou o Governo do Ceará com altos índices de popularidade. 

Ciro, que hoje não quer conversa com o PT nem para tomar uma cajuína com pastel de camarão, aposta suas fichas no atual, gestor, José Sarto, que ainda está no jogo, mas, por algum motivo, vem perdendo seus índices, pois já esteve melhor posicionado na disputa. A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 12 de agosto, ouviu mil eleitores, e está registrada na Justiça Eleitoral sob o número CE- 06888\2024. Eis os números: 

Capitão Wagner (UB)  24%

Evandro Leitão(PT) 21%

André Fernandes(PL) 15%

José Sarto ( PDT) 15%

Eduardo Girão(Novo) 3%

Para uma análise mais aprofundada sobre as próximas eleições municipais naquele Estado e nos demais entes federados, assine o nosso perfil da Privacy. Por ali, mostramos tudo. Sem trocadilhos. Nos ajudem nesse debate republicano.   

Editorial: Polícia Federal realiza operação que apura suposto esquema de corrupção no Tribunal de Justiça do Maranhão.



Nesses tempos bicudos que o país está vivendo, todo o cuidado ainda é pouco. Já deixamos aqui uma sugestão para algum pesquisador do assunto observar o quanto o torniquete político\jurídico está interferindo nas falas ou textos escritos por jornalistas, escritores e outros formadores de opinião. Há alguns anos atrás convivi com uma amiga professora que fez uma pesquisa interessantíssima sobre como os meios de comunicação se referiam a alguns fatos durante a censura imposta pela ditadura militar implantada no país após o golpe civil-militar de 1964. A pesquisa foi realizada aqui na província, num primeiro momento, o que envolveu os principais jornais impressos, e, depois, havia planos de um doutorado, onde a pesquisa seria realizada nos arquivos da Folha de São Paulo. Atitudes ilícitas ou ilegais se transformaram em "fora dos ritos". Ninguém quer se comprometer. 

Alguns assuntos são tão polêmicos que resolvemos deixar de abordá-los por aqui. Nossas instituições estão irremediavelmente comprometidas por interesses escusos, atropelando processos humanitários ou republicanos, de reconhecimento dos direitos humanos mais elementares. O rolo compressor do projeto autoritário e fascista continua produzindo seus estragos, inclusive envolvendo segmentos de nossa "esquerda" nesta camisa de força. Aliás, nossa esquerda autêntica foi sequestrada por uma esquerda de corte neoliberal, por mais paradoxal que isso possa parecer. Os caras nem escondem mais que estão fazendo esse jogo nojento. 

Mas, voltemos ao Maranhão, terra de grandes oligarquias políticas. No dia de h0je, 14, a Polícia Federal realiza uma mega operação no Tribunal de Justiça do Estado, envolvendo 55 mandatos de buscas e apreensões, por suspeita de um grande esquema de corrupção, integrado por desembargadores e juízes, onde venda de sentenças estariam sendo negociadas mediante vantagens pecuniárias. Circula nas redes sociais as imagens de grandes quantias em dinheiro, além de joias. 

Para aprofundarmos essas discussões, assine o nosso perfil da Privacy, onde desnudamos, sem filtro e sem sacanagens, este e outros temas do cenário político brasileiro.