pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Ciclo, aprovação automática: a outra renúncia de ensinar.
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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Ciclo, aprovação automática: a outra renúncia de ensinar.

Ciclo, aprovação automática: a outra renúncia de ensinar

Por Maria José Rocha
A implantação dos ciclos, no Distrito Federal, é uma proposta que está na contramão da história, exatamente no momento em que a presidente Dilma lança um programa de alfabetização na idade certa, que clama urgência para e pela aprendizagem.
Os gestores do DF retomam uma proposta de resultados questionáveis no âmbito da educação, dando margem às postergações nas aprendizagens e até admite promoção automática, independentemente da aprendizagem do aluno. Tomam a consequência (a reprovação) como causa, que é não aprendizagem.
Tomar a reprovação como causa do fracasso é como responsabilizar um defunto por não caber no caixão. Além disso, a solução de não reprovar o aluno é como cortar os pés do defunto para caber no caixão, ao invés de comprar um caixão próprio para o tamanho do defunto. Isso, para dizer que reprovar é uma prática tão macabra quanto à aprovação independentemente do que o aluno aprendeu.
A reprovação é uma renúncia ao ensino. As duas práticas radicalmente opostas, reprovar e aprovar, se encontram em um só ponto: a renúncia de ensinar. Escola e não aprendizagem são um encontro inimaginável.
O problema central do aluno é não aprender na escola. A reprovação é apenas uma das suas consequências. A polarização entre reprovação e aprovação pode se constituir numa manobra diversionista, que interessa, neste momento, principalmente aos que não querem a busca desafiadora da solução para os baixos níveis de aprendizagem.
Os resultados dos ciclos, em alguns estados, são desoladores. Os professores acuados, nos lugares que implantaram os ciclos, pelas palavras de ordem de falsa inclusão, e não menos acuados pelos resultados muito negativos das avaliações, terminam aceitando a contragosto. E, assim, continuam os professores, pais e alunos amargando o mais doloroso problema dos alunos, que é não aprender na escola. Parabéns a todos os que, lucidamente, se opõem aos ciclos, que nada mais são do que uma disfarçada renúncia de ensinar.
Maria José Rocha é Mestre em Educação, vencedora do Prêmio Nacional de Educação Darcy Ribeiro de 2010 e ex-deputada estadual pela Bahia de 1991 a 1999.
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