pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Eduardo Campos: Afinal, ele esteve com Delgado ou com o Planalto na última eleição da Câmara dos Deputados?
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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Eduardo Campos: Afinal, ele esteve com Delgado ou com o Planalto na última eleição da Câmara dos Deputados?



 
Qual o real papel exercido pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para o excelente desempenho do deputado Júlio Delgado(PSB-MG) na última eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, vencida por Henrique Eduardo Alves(PMBD-RN)? Concorrendo sem o apoio do Planalto, Delgado obteve 167 votos, por muito pouco não levando a disputa para um segundo turno. É bem verdade que Henrique Eduardo enfrentou alguns problemas internos – dentro do próprio PMDB -, mas, em todo caso, o desempenho de Júlio Delgado surpreendeu. Todos os prognósticos apontavam para uma vitória mais tranquila de Henrique Eduardo Alves. A enxurrada de dossiês que apontavam alguns desvios de conduta em sua longa vida pública, também não justificaram os votos dados a Delgado, uma vez que parâmetros éticos nunca foram o forte de nosso parlamento. O desempenho de Delgado conjuga-se a uma bem-sucedida estratégia de atuação, embora seja difícil definir o papel de alguns atores nessa engrenagem, inclusive o papel do governador pernambucano. Comenta-se que o senador Aécio Neves (PSDB) empenhou-se pessoalmente na busca de votos para o deputado Delgado, mas nada além de sua discreta e insossa atuação, atitude criticada pelos próprios companheiros de partido, que cobram posições mais firmes do tucano. Ao contrário do mineiro, o pernambucano atua como um trator. Aciona a infantaria, dispara telefonemas, afaga a dissidência, monta um quartel-general com atuação  24 horas no Campo das Princesas. Por razões óbvias, nesse caso específico, precisava manter-se discreto. Afinal, pertence à base aliada do Planalto, que tinha compromissos com a eleição de Henrique Alves. Sabidamente, Dilma Rousseff não digere muito bem Henrique Alves. No início, ele criou alguns problemas para o Planalto. Acordos costurados com o PMDB, entretanto, forneceram a vaselina necessária para o entendimento. É precipitado afirmar que ela teria feito "corpo mole" ou dado ordens para a coisa “correr solta”, estimulando candidatos como Delgado. Neste sentido, qualquer que seja o papel do governador de Pernambuco – mesmo que discreto – certamente mereceu uma apreciação crítica do Planalto. Os cronistas da política brasileira se dividem sobre o assunto. Alguns exaltam que a votação obtida por Júlio Delgado é mais uma vitória do “Moleque” dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco, em mais uma atitude provocativa, ele que é pretendente ao Palácio do Planalto. Outros cronistas asseveram que um empenho pessoal do governador poderia ter levado a eleição para um segundo turno. Assim como em outros momentos de sua vida pública, Eduardo tem se comportado como uma esfinge, permitindo-se várias interpretações. Certamente não abandonou o companheiro de partido, medindo seu prestígio no parlamento, dando mais uma demonstração de força ao Planalto, que já se encontra com ele atravessado na traquéia.  

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