UM PERSONAGEM À PROCURA DE UM AUTOR
Por Carlos Chagas
Qual a leitura da informação de que Eduardo Campos participará ao Lula ser candidato nas eleições de 2014? Estaria preparando-se para 2018? Nesse caso, repetiria a aventura de Ciro Gomes, que por açodamento perdeu duas disputas. Ou estaria inspirado na aventura que deu certo, de Fernando Collor?
Tanto faz, mas a verdade é que mesmo presidindo o Partido Socialista, o governador de Pernambuco pouca ou nenhuma semelhança tem com o avô, Miguel Arraes. Como parece fora de propósito a encenação de uma disputa presidencial entre netos, já que o avô de Aécio Neves era Tancredo Neves, fica em aberto desvendar a charada envolta nesse enigma incrustado de mistério.
Porque só por milagre Eduardo Campos bateria Dilma Rousseff ou seu reserva de luxo, o próprio Lula. É claro que em pouco menos de dois anos tudo pode mudar, ou seja, a atual presidente perder popularidade, a crise econômica entrar em campo ou o PT implodir. São hipóteses remotas, porém.
Fica a indagação: estaria pretendendo o quê, esse novo candidato a candidato? Sabe que perderá a cômoda situação de aliado do governo atual, com duas vagas no ministério e poder de influência no Congresso. Não ignora, também, ser desconhecido fora dos limites do Nordeste. Carece de um perfil político além da evidência de bom administrador. Seria presidente em nome do que? Transformações sociais profundas não é o caso, nem de reformista pode ser rotulado, quanto mais de revolucionário. Aspirante a parceiro do empresariado? O lugar já se encontra ocupado. Porta-voz das massas camponesas ou operárias também não dá, outros chegaram na frente.
Numa palavra, com todo o respeito, trata-se de um personagem à procura de um autor...
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