Uma análise pragmática da postura da presidente Dilma
Rousseff em relação ao PDT poderia revelar que ela cometeu alguns equívocos na
condução do processo, sobretudo em suas ações deliberadamente provocativas em
relação à raposa Carlos Lupi, como que subestimando suas manobras. Apesar do
desgaste, Lupi conhece como ninguém o azeite da máquina brizolista. A tentativa
de Dilma em fortalecer a ala ligada ao Ministro Brizola Neto – desafeto de Lupi
na agremiação – não foram suficiente para reequilibrar a correlação de forças
no partido, permitindo a Lupi margem de manobra que preocupa os palacianos.
Lupi segurou com mão-de-ferro os deputados a ele ligado, apesar da força da
caneta de Brizola Neto. Soma-se a esse fato, algumas intervenções no feudo brizolista
do Ministério do Trabalho, o que também contribuiu para descontentar alguns
setores. Agora, numa atitude de chantagem explícita, o partido manda alguns
recados ao Planalto, sinalizando que poderá não acompanhar a presidente em seu
projeto de reeleição, caso as coisas não sejam acomodadas, de preferência após
a leitura do Diário Oficial da União. Já faz algum tempo que o partido emite
sinais positivos em relação ao pernambucano Eduardo Campos, embora não recuse
as “cantadas” do PSDB, como uma secretaria no Governo Mineiro. Em razão de suas
ligações históricas com o partido, Dilma envolveu-se diretamente na política
interna da agremiação, o que se constitui num fato inusitado. Suas manobras,
entretanto, estão se revelando incapazes de solapar os ardis de Lupinho, seu
ex-Ministro do Trabalho, afastado sob denúncias de corrupção. Com um possível
anúncio de uma provável candidatura de Eduardo Campos, aumenta sensivelmente o
poder de barganha da máquina pedetista - aquela ala que não se sente
representada por Brizola Neto - e que poderá tomar um outro rumo em 2014.
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