E o Eduardo Cunha chorou. O fato ocorreu no dia de ontem, após a sua renúncia ao cargo de Presidente da Câmara dos Deputados. De acordo com os sempre bem-humorados internautas, foi um ato típico dos dramalhões mexicanos, essas novelas retransmitidas por aqui, através da TV do Sílvio Santos. Uma palavra que, segundo ele mesmo, não fazia parte do seu dicionário, passou a fazer depois das contingências impostas por uma conjuntura política extremamente desfavorável. Era a renúncia ou a cassação. Com a renúncia, a raposa ainda pode aguardar pelos próximos lances do jogo, previamente acordado com os operadores do golpe institucional que se instaurou no país, do qual ele foi um dos artífices.
O clamor popular contra o Deputado Eduardo Cunha é enorme. Já dissemos isso aqui e voltamos a repetir, o que fazer com Cunha é algo que preocupa bastante os conspiradores. Ontem, o que mais se via pelas redes sociais eram pessoas afirmando-se insatisfeitas com a "renúncia" e exigindo a sua "prisão". É uma "equação política" difícil de resolver, até mesmo para os especialistas em ardis. O percurso a seguir já seria previsível: a preservação do mandato de Deputado Federal, talvez com uma punição de afastamento por alguns meses; e os processos que correm contra ele julgados pelo senhor Gilmar Mendes, uma vez que não se exige a participação do colegiado daquela corte, formando pelos 11 ministros, uma vez que ele já não é o presidente do poder legislativo.
Felizmente, algumas dessas urdiduras costuradas nas coxias dos golpistas não saem conforme o figurino. As vezes é preciso, como diria o saudoso Mané Garrincha, combinar com o adversário, que, pontualmente, vem esboçando uma resistência cívica ao golpe contra a presidente afastada Dilma Rousseff. O senhor ministro da Justiça, por exemplo, depois da repercussão negativa à nomeação do general Sebastião Robero Peternelli, para presidir a Funai, voltou atrás e revogou a nomeação que havia sido acertada com os apoiadores do PSC, numa típica cobrança do butim. O militar estava entre aqueles que apoiaram o golpe civil-militar de 1964. Ocorreu uma forte mobilização das comunidades indigenistas. Embora pontuais, essas pequenas vitória contra os golpistas, no final, podem representar um esboço de resistência importante.
Ontem, publicamos aqui pelo blog um artigo do professor da UFPE e cientista político Michel Zaidan Filho. O artigo, entre outras questões, enfatiza a celeridade do desmonte das políticas sociais redistributivas de renda deste governo interino, numa velocidade alarmante, para atender aos interesses dos que o apoiaram. Os golpistas agem com o mesmo entusiasmo de moscas varejeiras em carne podre. Como afirmamos logo no início deste governo interino, parece existir no ministério uma concorrência macabra entre eles, para ver quem apresenta melhores "resultados" ao chefe e sua trupe de apoiadores.
Já nos parágrafos finais do seu texto, o professor Zaidan volta à província para discutir os desmandos governamentais que estão ocorrendo no Estado de Pernambuco. Estamos preparando um dossiê ou uma espécie de accountability da gestão socialista. Muito em breve a publicaremos por aqui, mas o professor Michel, em seu artigo, já nos oferece um precioso "aperitivo".
Já nos parágrafos finais do seu texto, o professor Zaidan volta à província para discutir os desmandos governamentais que estão ocorrendo no Estado de Pernambuco. Estamos preparando um dossiê ou uma espécie de accountability da gestão socialista. Muito em breve a publicaremos por aqui, mas o professor Michel, em seu artigo, já nos oferece um precioso "aperitivo".
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