pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Quem vai pagar o pato da FIESP?
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segunda-feira, 18 de julho de 2016

Editorial: Quem vai pagar o pato da FIESP?




Há um amigo que sempre faz questão de afirmar que vivemos, hoje, sob um Estado de Exceção Permanente, mas ainda não perdemos a esperança de que a ordem democrática, no momento tão fragilizada, seja restabelecida. Como o raciocínio do companheiro não se resume ao Brasil, até mesmo um golpe militar nos moldes da década de 60 foi tentado na Turquia. Felizmente, sem muito sucesso. Quem imaginava que isso pudesse ser retomado pelos atores que não tem muito compromisso com as instituições democráticas? Todo o "figurino" de um golpe tradicional estavam presentes ali, exceto o apoio da população civil, que saiu às ruas em defesa da democracia. 

Esse clima de "tencionamento" é provocado por inúmeros fatores,sobretudo o choque de civilizações, que divide ocidentais e muçulmanos, cujo radicalismo, liderado pelo Estado Islâmico, vem ceifando a vida de milhares de inocentes em todos os quadrantes, em guerras e atentados terroristas. Argélia e Turquia são países que, em razão da sua composição étnica, são, naturalmente, mais vulneráveis aos confrontos de geração, como diria o cientista político americano, Samuel Huntington. Talvez por isso o mundo tenha olhado com tanta cautela a retomada do poder pelas forças legalistas do presidente Recep Tayyip Erdogan. Por incrível que possa parecer, ainda existe coisa pior do que uma Ditadura Militar: um Estado Teocrático, que é uma possibilidade não muito distante daqueles países.

Mas, de volta ao Brasil, também parece ser uma realidade que vivemos sob um Estado de Exceção, conforme já discutimos aqui pelo blog algumas vezes. Se preferirem, um clima de muita instabilidade política e econômica, onde as liberdades coletivas e o Estado Democrático de Direito ficam temporariamente em banho maria. Um outro fato que também costumamos discutir por aqui diz respeito ao combustível que moveu a engrenagem que afastou ilegitimamente a presidente Dilma Rousseff do exercício do seu mandato. Do ponto de vista geopolítico, fala-se num rearranjo de forças no continente sul americano, onde o Brasil representa um papel preponderante. Do ponto de vista econômico, os interesses internacionais parecem mirar em nossa soberania sobre a exploração do Pré-Sal, hoje já comprometida. Isso se tomarmos como referência um olhar de fora para dentro do país.

No contexto interno, alguns atores emblemáticos que estiveram diretamente envolvidos nessas urdiduras, mesmo que involuntariamente, acabaram revelando algumas dessas intenções, como um mecanismo para poupar alguns peixes graúdos de caírem na rede da Operação Lava Jato, a despeito de seu caráter de seletividade. Mas é que as coisas nem sempre saem conforme o esperado, apesar daquele juiz interromper os delatores com um "isso não interessa", sempre que eles envolvem os tucanos. Outros atores convergiram para este movimento pelos mais distintos motivos, até mesmo levado por uma falsa onda "anti-corrupção", liderada por gente mais suja do que pau de galinheiro. Este fato hoje, inclusive, abre uma dissidência até mesmo entre os "coxinhas" minimamente mais consequentes, quem sabe se sentido "lesados". 

No dia de hoje, 18, as redes sociais, sobretudo o microblog Twitter estão estampando aquilo que poderia se constituir numa outra motivação de um ator que preside uma instituição, a FIESP, apontada como envolvida diretamente nessa conspiração de golpe parlamentar. O diretor da FIESP , Laodse de Abreu Duarte, deve algo em torno de 7 bilhões aos cofres públicos, na condição de pessoa física. Trata-se da pessoa física que mais deve à união. A pergunta mais óbvia, neste momento, é quem vai pagar este pato da FIESP, da plutocracia paulista, desde sempre favorável às urdiduras golpistas? 

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