pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Horror pernambucano.
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segunda-feira, 24 de abril de 2017

Editorial: Horror pernambucano.


Resultado de imagem para violência em pernambuco

As autoridades de segurança pública do Estado deveriam ficar atentas a um editorial publicado, no dia de hoje,24, pelo jornal Folha de São Paulo, acerca do grave problema da violência em Pernambuco. Pedimos a licença jornalística ao jornal da família Frias para reproduzir o mesmo título do editorial neste blog. Durante o final de semana, nos dedicamos a escrever um longo texto  sobre a gestão atual do Estado, onde construímos uma espécie de triple dos problemas enfrentados. Caso medidas não sejam tomadas a tempo, esses problemas poderão representar uma inexorável ducha fria no projeto de reeleição do senhor Paulo Câmara. O artigo faz parte de nossa série sobre as eleições estaduais de 2018 e logo será publicado aqui no blog. Para simplificarmos, é o seu triângulo das bermudas, ou seja, aqueles pontos vulnerabilíssimos, em relação aos quais nem mesmo uma boa assessoria de marketing institucional poderia fazer alguma coisa, caso os dados concretos não surjam no horizonte. Em suas entrelinhas, por exemplo, o editorial da Folha de São Paulo insinua claramente que o êxito do PPV devia-se ao envolvimento pessoal do ex-governador Eduardo Campos àquela política de segurança. Estabelece-se aqui, a princípio, um confronto de gestão, embora a Folha não necessariamente morresse de amores pelo ex-governador.

O editorial da Folha é duro, é contundente. Vai direto ao ponto. O único refresco talvez seja mesmo para o fato que aponta que o recrudescimento da violência não seja uma questão isolada do Estado de Pernambuco, mas um problema regional, como se pode observar mais recentemente no Estado do Ceará, onde estão sendo registrados atos de vandalismo contra o patrimônio público, por orientação de lideranças de facções criminosas insatisfeitas com as medidas adotadas pelo aparelho de Estado. Como sempre informo, há alguns indicadores sociais, políticos e econômicos que se constituem em variáveis sobre as quais o gestor estadual não detém controle. Instabilidade política, crise econômica, desemprego estrutural são algumas delas. Por outro lado, é difícil entender ou admitir como o Estado de Pernambuco retroagiu tanto neste quesito - algo em torno de uma década - desde aqueles tempos em que o PPV conseguiu seus primeiros bons resultados, retirando o Estado do assombroso ranking de o terceiro mais violento do país, que ocupava até o ano de 2006. O PPV é de meados de 2017. 

O PPV era uma política de segurança bem-concebida, bem planejada, bem-executada e, até certo ponto, bem-gerenciada, embora os famoso conselho gestor nunca tenha sido de fato implantado, como apontou José Luiz Ratton. Com segurança pública não se brinca ou se improvisa e nenhum Estado conseguiu reduzir os índices de violência sem um bom planejamento estatal. A Polícia do Estado não vai gostar da afirmação que vamos fazer, mas antes do PPV, um trabalho de conclusão de curso, os chamados TTCs, realizado por uma aluna de arquitetura do CAC-UFPE, - onde também realizamos parte de nossos estudos - causou um grande alvoroço na área de segurança pública. E vocês sabem qual foi a grande proeza do trabalho dessa jovem? Ela conseguiu localizar, identificar e caracterizar a tipologia de delitos das ruas mais violentas do Recife. Creio quem antes que este trabalho alcançasse grande repercussão, as ações de segurança pública do Estado talvez não descesse a esses detalhes, que se mostrariam fundamentais nas ações do PPV, que passou a identificar essas zonas nevrálgicas, adotando medidas eficazes de monitoramento, com metas de redução da criminalidade daquela área.  

Consoante o sociólogo José Luiz Ratton, uma espécie de sistematizador dos seminários do PPV, o pacto acabou. Hoje li num jornal local que, equacionada as questões salariais tanto na Polícia Civil quando na Polícia Militar, há uma estimativa de um grande investimento em equipamentos, pessoal e viaturas. Aqui pelo blog, torcemos sempre que os agentes públicos possam encontrar os mecanismos de redução desses índices, que nos tornam, todos, independentemente das posições políticas, mais vulneráveis. Aqui não vale a máxima adotada por alguns setores da oposição, que parecem apostar no quanto pior melhor. No entanto, algumas medidas precisam ser adotadas imediatamente, pois os números apresentados pelo editorialista da Folha são aterradores: Nos três primeiros meses deste ano foram registrados 1.522 homicídios, o que representa um aumento de 44% em relação ao ano passado. Em 2016, Pernambuco contabilizou 4.480 assassinatos, 48 casos por 100 mil habitantes. Eram 28 em 2014. A média nacional é 26.

2 comentários:

  1. Será muito dificil Paulo Camara reverter o quadro da segurança no estado, não respeita o funcionalismo, não investe com consciência, exige muito e não da contrapartida, se ele não se reeleger pernambuco está salvo.

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  2. Bom dia,
    Nossos agradecimentos pela leitura e comentários ao texto. Em termos de segurança pública há, de fato, um "gargalo' talvez ainda não devidamente diagnosticado, cujas ações do aparelho de Estado tem se tornado inócuas no sentido de diminuir esses índices. Um forte abraço do editor.

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