pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Para onde caminhamos com esta direita?
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domingo, 9 de abril de 2017

Editorial: Para onde caminhamos com esta direita?




Talvez com o tempo - e certamente com muito estudo, atividade à qual estamos nos dedicando com afinco - possamos, quem sabe, entender o que está acontecendo com a sociedade brasileira, em particular com a nossa juventude. Estudos sobre modelos de comportamento de indivíduos ou grupos talvez nos auxiliem a entender um pouco o que se passa neste momento de ebulição política, onde ideias conservadoras de direita -e até radicais - voltam a dar o tom do cenário político. Li um excelente texto da professora Roberta Transpadini sobre o assunto, onde ela remonta as condições que suscitaram a ascendência de líderes populares na América Latina, a exemplo de Evo Morales, na Bolívia, Lula, no Brasil, Hugo Chaves, na Venezuela, Mojica, no Paraguai, Rafael Correia, no Equador, assim como Fernando Lugo, no Paraguai. Este fato, sugere Transpadini, longe de constituir-se numa oportunidade que essas forças teriam para criar as condições para governos de longo prazo, por equívocos, permitiu-se a reagimentação das forças conservadoras de direita, que usam todos os expedientes possíveis para retomarem o controle político do continente. Do golpe à eleições diretas, como ocorreu na Argentina. 

Na Venezuela, o Governo de Nicolau Maduro está sendo solenemente "solapado" por forças políticas internas, com apoio externo, com o propósito de retomarem o controle político do país. Na país aplica-se um torniquete que envolve várias "frentes" de combate ao Governo Maduro, inclusive com um processo de "desabastecimento" intencional. "Desestabilização política" é a melhor definição para o que ocorre hoje na Venezuela. Esses momentos são os mais "férteis" para a eclosão do ovo da serpente fascista, carregado de intolerância, racismo, violência, preconceito e, naturalmente, muita mediocridade. Não encontro outro adjetivo para definir alguns comportamento ou "posições" assumidas por integrantes de movimentos como o MBL, o Vem Para a Rua ou Revoltados Online, mais precisamente um dos seus líderes, o vereador Fernando Holiday. Não faz muito tempo, ele propôs que o dia da Consciência Negra, quando se faz uma homenagem ao líder negro Zumbi do Palmares, fosse extinto. Agora, ele vem com a proposta de impor, à força, o programa da Escola Sem Partido nas escolas públicas de São Paulo, fiscalizando, pessoalmente,  o cotidiano de sala de aula, reeditando a sociedade de vigilância abordada pelo filósofo francês Michel Foucault.  

Essa turma jogou o país num grande atoleiro político, comprometendo, sensivelmente o nosso já fragilizado sistema político. Suas últimas mobilizações de rua se constituíram num rotundo fracasso de público, mesmo com aqueles apelos de sempre, ou seja, realizadas num domingo, na orla, certamente com umas cervejinhas geladas. A pouca consistência dessa gente é revelada nos mínimos detalhes, a começar pelos erros grosseiros que cometem nos cartazes que expõem ao público. Creio que, nesta último mobilização eles ficaram literalmente sem agenda, ou com uma agenda difusa, defendendo lugares comuns entre os brasileiros - tod@s - com o mínimo de decência: o combate à corrupção no país. De preferência, senhores, a começar pelos agentes políticos que foram guindados ao poder nesta onda, que eles apoiaram, quando o objetivo era apear o PT do poder. 

O cartunista Quinho Ravelli, em razão de uma charge sobre o Deputado Federal Jair Bolsonaro(PSC-RJ) foi duramente atacado pelas redes sociais. Observou que os torpedos dirigidos a ele pelo partidários deste cidadão eram desprovidos de qualquer argumento. Diante disso, resolvemos não publicar um texto que havíamos escrito endereçado aos nossos detratadores pelas redes sociais, em razão de um editorial escrito sobre o mesmo deputado, onde criticávamos alguns dos seus, digamos assim, "pronunciamentos públicos". Uma pena mesmo que nossa juventude, que deveria estar nas ruas defendendo as instituições democráticas e o Estado Democrático de Direito se deixe levar por essas "ondas", movidas pelo rancor de classe, pela intolerância, a serviço dos mais vis interesses. 

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