Com o tempo vem a experiência e,com ela, a prudência necessária para não incorrermos em equívocos. Pelo menos em relação aos erros cometidos em decorrência dos arroubos da juventude. Isso vale para os atores políticos,em particular, assim como em relação a alguns temas polêmicos ou controversos. Fizemos muitos elogios por aqui acerca das prévias, processo adotado pelo tucanato, para a escolha do candidato que disputará, pelo partido, as próximas eleições presidenciais. São Paulo, o seu ninho mais emplumado, foi devidamente preparado para o evento, que antes contaria com quatro disputantes,mas, no final, ficou resumido a apenas três deles: o governador do Estado de São Paulo, João Dória(PSDB-SP),o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio(PSDB-AM) e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RS). Tasso Jereisatti, senador pelo Estado do Ceará, desistiu da disputa e passou a fazer campanha em favor do governador gaúcho.
Antes dos debates iniciais, os candidatos, principalmente João Dória e Eduardo Leite, realizaram um périplo pelos estados da federação, estabelecendo um diálogo com os correligionários, em busca de apoio dos diretórios naquelas eleições preliminares. Conforme já comentamos em outro editorial, o debate foi morno, aguado e circunscrito à experiência dos governadores com as suas administrações locais, o que, em tese poderia ser replicado no plano nacional, mas não necessariamente de forma tão orgânica, como os ajustes fiscais introduzidos no Rio Grando do Sul pelo governador Eduardo Leite. Dória, como se sabe, é o homem da vacina, o que não deixa de ser um trunfo.
Mas os problemas não se restringiram apenas a performance dos candidatos no debate organizado. Logo em seguida, de parte a parte, surgiram comentários desabonadores da conduta dos candidatos durante a disputa. Hoje há, claramente, um clima de animosidade entre os postulantes, o que indica que os métodos utilizados podem não ter agradado a ambos. De Dubai,onde mantém um esccritório de representação do Governo de São Paulo, João Doria fez críticas ao oponente, que esboçou seus questionamentos acerca do controverso processo de novas filiações de prefeitos e vices, que passaram a ter direito a voto e engrossar as fileiras de apoaiadores do paulista, segundo ele, fora do prazo legal permitido.
Se comprovada, a acusação é grave e compromete toda a lisura do processo, maculando irremediavelmente seu protagonismo, concebido com as melhores intenções possíveis, até mesmo como estratéria para melhor posicionar o candidato tucano escolhido no escopo da terceira via. Filho das prévias, como se diz, João Dória enfrenta um adversário de fibra, com apoios explícitos de tucanos do bico fino, mas permanece como favorito. Difícil dizer quem tem razão nesta contenda, se Dória - que criticou duramente o fato de o gaúcho por dúvidas quanto à lisura do processo de filiações - ou Eduardo Leite, que expôs a público o problema. Vamos aguardar um pronunciamento do diretório nacional da legenda.
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