Tijolinho: João Lyra, a raposa política do Agreste

 

Mesmo as mais habilidosas raposas políticas encontram dificuldades para gerenciar o jogo de interesses e ambições pessoais dos grupos políticos sob seu comando. Possivelmente em razão deste fato, o ex-governador Eduardo Campos resolveu prestigiar seu grupo de assessores técnicos, alçando-os à ocupação de cargos no Executivo, conforme foi o caso de Geraldo Júlio(PSB-PE) e Paulo Câmara(PSB-PE), ambos cumprindo dois mandatos políticos. Um no Executivo Estadual, o outro na Prefeitura da Cidade do Recife. João Lyra, que pertencia ao grupo político do ex-governador, já ocupou o Palácio do Campo das Princesas por um período, pretendia continuar no cargo, sendo indicado pelo padrinho político como concorrente nas eleições que se sucederiam. Os arranjos políticos, naquele momento, indicaram outros rumos, gerando uma indisposição entre ambos. 

Neste sentido, como haviam eleições municipais naquele mesmo ano, o Palácio do Campo das Princesas jogou todas as fichas na eleição dos adversários da família Lyra na Princesa do Agreste. O páreo foi duro, mas João Lyra(PSDB-PE), com a sua habilidade política inegável, conseguiu torna-se uma peça estratégica na eleição da herdeira Raquel Lyra(PSDB-PE), que hoje desponta na liderança pela corrida sucessória ao Palácio do Campo das Princesas, nas eleições estaduais de 2022. Ele é uma espécie de padrinho político da filha. A acompanha em todos os eventos políticos importantes, como mais recentemente, nas cidades de Garanhuns e Recife, onde a prefeita deu o start de sua campanha, ao lado dos possíveis aliados. 

A eleição de Raquel Lyra para a Prefeitura de Caruaru foi um duro teste para a família Lyra, que, como disse, enfrentou os rigores da máquina estadual, que tinha como uma questão de honra derrotá-los. Mesmo diante de tantas adversidades, os Lyra superaram esses obstáculos e estão informando que continuam no péreo, desta vez para um embate maior, ou seja, conquistar a cadeira de governadora do Estado para a herdeira do clã. Não substimem essa capacidade de resiliência e luta, sobretudo se ela tem como identidade uma raposa política com a experiência de um João Lyra Neto.