Há alguns dias ando refletindo sobre o papel das mulheres na política pernambucana. Este assunto, naturalmente, mereceria um estudo mais aprofundado, possivelmente a partir de um projeto de pesquisa muito bem estruturado, o que foge aos propósitos deste blog. Mas, pontualmente, podemos fazer algumas considerações a este respeito, sobretudo em razão da nossa possível acuidade em observar os acontecimentos da política pernambucana, desde algum tempo, não sem os reveses inerentes àqueles que ousam criticar algumas práticas do "fazer" político provinciano.
Confesso que talvez tenha chegado o momento "delas", se considerarmos fatores como liderança política, gestão da máquina, fiscalização das contas públicas, inserção nos movimentos sociais, políticas públicas voltadas para os mais fragilizados socialmente, ativismo político, entre outros indicadores. Assim como no plano nacional, o eleitorado demonstra estar saturado de uma mesmice que tem se mostrado danosa aos interesses republicanos. Aqui na província há indícios de uma espécie de decadência do "macho" na política. Ou, mais precisamente, das práticas desses "machos" na condução dos negócios de Estado.
Por outro lado, as mulheres da política pernambucana estão realizando um trabalho excepcional, seja nos executivos municipais, seja nas casas legislativas - o que as habilitariam para uma experiência no Executivo Estadual, como é o caso da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra(PSDB-PE), da Deputada Federal, Marília Arraes(PT-PE), da Deputada Estadual Priscila Krause(DEM-PE). Há, inclusive, um bom trânsito e um diálogo político profícuo entre elas, com alguns analistas até apontando, quem sabe, a formação de uma chapa feminina raiz, ou seja, formada por duas mulheres. Uma na cabeça de chapa e outra como vice-candidata ao Governo do Estado nas eleições de 2022.
Não guardo afinidades ideológicas com Priscila Krause, mas reconheço o seu papel como uma grande parlamentar do Estado. Faz política de forma republicana, com sensibilidade social e respeito pela coisa pública. Agora mesmo está exigindo um posicionamento do Governo do Estado em relação a um servidor que teria, segundo investigação conduzida pela Polícia Federal, transgredido as boas regras exigidas na gestão dos negócios de Estado.
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