Primeiro, vamos conceder os créditos devidos. Quem usou essa expressão - com tendência a "pegar" - foi o jornalista Josias de Souza, em sua coluna do portal UOL, numa análise sobre a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em pronunciamento no dia de ontem, 06, alusivo às comemorações do 7 de setembro. Segundo o jornalista, por orientação do seu marqueteiro, Sidônio Palmeira, Lula abusou do dialeto do soberanês. Na realidade, a oposição está ditando as diretrizes da estratégia de comunicação institucional do Governo Lula 3 neste momento. Em seus discursos, como agora, em Brasília, Lula tem insistido em bater nesta tecla. Nas propagandas do Governo, veiculados pela TV, o soberanês tornou-se o idioma ou o dialeto do Governo Lula 3.
Na próxima semana teremos o resultado do julgamento do núcleo crucial da tentativa de golpe de Estado, entre os quais o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ninguém aposta na possibilidade de absolvição, embora possa haver divergências entre a Primeira Turma do Supremo, assim como as ponderações necessárias em termo de penas aplicados a alguns dos envolvidos. Não haverá anulação da delação premiada, tampouco o argumento da defesa sobre as dificuldades de acesso aos autos do processo surtirá algum efeito. No Congresso, o lobby pesado exercido pela Oposição no sentido de viabilizar o PL da Anistia, que, segundo alguns analistas, prevê uma licenciosidade golpista e a reabilitação do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda para 2026.
A única coisa que o STF pondera é sobre a eventual revisão das penas aplicadas aos implicados no badernaço do 08 de janeiro, em Brasília. Não é anistiando golpistas que teremos a pacificação tão apregoada pelos bolsonaristas. O que teremos, na realidade, é uma licenciosidade golpista. É preciso entender, no entanto, que os bons exemplos da aplicação das penalidades previstas ainda não são suficientes para impedir novas tentativas de golpe. Isso passaria por outras ações, entre quais a pedagogia dos valores da democracia, que deve constar da formação dos militares.

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