O Governo dos Estados Unidos faz questão de anunciar que serão adotadas novas medidas contra o Brasil, após o desfecho do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Por enquanto, Lula surfa nas ondas favoráveis do enfrentamento do tarifaço e da bandeira da soberania, ora defendida em artigos assinados em jornais americanos, ora em campanhas de publicidade institucional maciças, veiculadas pela televisão. São campanhas simples, sem grandes apelos midiáticos, protagonizadas por gente do povão, mas é tudo o que o Governo Lula 3 precisa para melhorar seus índices de popularidade. A correlação de forças entre os Estados Unidos e o Brasil é bastante desigual e, numa situação como esta, convém ficar atento às consequências. O sujeito pode não aguentar o tranco. (Ou seria o Trump?).
Mesmo com os recursos liberados para se contrapor aos efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos; abertura de negociações comerciais ampliadas junto aos companheiros do BRICS; fala-se em problemas específicos junto àqueles setores que continuam enfrentando dificuldades com seus produtos de exportações para o Tio Sam. De todo modo, como bem observou o ex-presidente Michel Temer - possivelmente nenhum pouco satisfeito com esta situação - o tarifaço colocou Lula no jogo político novamente. Ainda estamos tratando aqui de um processo lento, mas constante, o que sugere motivos para as comemorações no Planalto. Sabe-se lá por enquanto tempo, uma vez que novas imposições de sanções poderão afetar negativamente a nossa economia, produzindo complicadores de médio prazo, justamente no momento em que Lula talvez já esteja nos palanques pedindo votos para a sua reeleição.
Sidônio Palmeira, que até então quebrava a cabeça para encontrar aquela peça que pudesse tirar o petista das cordas, de onde menos esperava-se, surgiu o mote do soberanês, o dialeto do petista para 2026. Sempre atento aos movimentos da política nacional, o ex-presidente Michel Temer acredita que a viabilidade de um projeto de anistia apenas seria possível a partir de um acordo entre os poderes Legislativo e Judiciário, o que, convenhamos, esta cada vez mais distante.

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