O título deste editorial seria "Lula fecha a boca do jacaré", numa alusão a um jargão utilizado entre os pesquisadores para se referirem ao fato de que os índices de aprovação e de desaprovação de um governante estão se encontrando. Na realidade, os índices negativos e positivos seriam mais apropriados. Ninguém iria entender, muito menos o SEO recomendaria a busca de um editorial com este título. Na realidade, estamos tratando aqui da última pesquisa sobre a aprovação do Governo Lula 3, realizada pelo Instituto IPESP, que aponta que os índices de aprovação do petista, pela primeira vez, depois de um longo e doloroso inverno, supera os números negativos, ou seja, enquanto 50% dos entrevistados o aprovam, 48% da população continua desaprovação o seu Governo.
Conforme já expusemos num momento anterior, há vários fatores que podem estar contribuindo para a melhoria desses índices, a exemplo do aumento da oferta de empregos formais, assim como o refresco das gôndolas dos supermercados. O Governo aposta todas as fichas na exaltação do sentimento de soberania nacional, enfatizado depois das indisposições com o Governo dos Estados Unidos. Hoje, o idioma da comunicação institucional é o soberanês. Comenta-se, à boca miúda, que Lula talvez não estivesse assim tão entusiasmada em razão da tal química a qual se refere o presidente Donald Trump. A indisposição diplomática colocou Lula no jogo novamente, conforme observou o ex-presidente Michel Temer.
A ancoragem do aumento desses índices de popularidade ainda é sustentada em fatores frágeis. A tal "química" e a abertura da possibilidade de um diálogo com os Estados Unidos sobre as tarifas aplicadas aos produtos de exportação brasileiros foi algo festejada por inúmeros produtores nacionais, com a corda no pescoço em razão das dificuldades que estão enfrentando. A médio e longo prazo melhor seria a retomada desse diálogo e um ajuste republicano nos padrões de relações econômicas entre os dois países. Alguém já andou afirmando que essa tal química é só balela. Na realidade, vem chumbo grosso por aí, minimizando os efeitos do soberanês.

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