pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Editorial: A medida saneadora do ministro Flávio Dino sobre as famigeradas emendas secretas.


A licenciosidade na liberação e uso dessas emendas parlamentares se tornaram um duto temerário sobre o emprego correto das verbas públicas, algo que atenta, inclusive, contra os princípios republicanos e democráticos, como já sugeriu a Ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal. Mesmo com tal advertência, desde então, os congressistas nada fizeram para impor um mínimo de transparência e regras claras sobre o emprego das verbas liberadas por essas emendas pelos parlamentares. Gradativamente, o Executivo foi perdendo controle sobre tal processo, permitindo que o parlamento tivesse autonomia sobre elas, fomentando uma espécie de semipresidencialismo ou parlamentarismo de coação. 

A medida adotada pelo Ministro Flávio Dino, então, se traduz numa medida essencialmente saneadora, de zelo pelo emprego dos impostos recolhidos de cada cidadão brasileiro. Merece o reconhecimento de nossa sociedade, embora tenha o efeito de produzir novas indisposições entre os Três Poderes da República. Corrupção nunca foi grande novidade no país, mas nos últimos meses o quadro parece ter se agravado. É Ministro de Estado sendo indiciado, governadores indiciados, com pedido de afastamento do cargo, AGU ou TCU sustando procedimentos licitatórios suspeitos e coisas assim. 

Neste sentido o mínimo que se poderia ser feito é o que está sendo proposto pelo Ministro Flávio Dino, ou seja, critérios federativos para liberação e, principalmente, rastreio do emprego do dinheiro público liberado. Ponto para o Ministro Flávio Dino que, com a decisão, impõe medidas republicanas no emprego das combalidas verbas públicas, não raro, vítima de alguns espertinhos. 

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Charge! Cláudio Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 1 de agosto de 2024

Editorial: Melhora a avaliação da governadora Raquel Lyra, segundo pesquisa da Quaest.



Os pesquisadores do Instituto Quaest estiveram aqui em Pernambuco para aferir o humor dos pernambucanos em relação à governadora Raquel Lyra(PSDB-PE). Raquel teve um começo difícil, em razão de uma série de problemas. Os problemas são de tal monta que não vamos reproduzi-los por aqui. Ensina os nordestinos que isso só traz azar. Bom mesmo é empurrar a bola para frente e aproveitar os bons ventos. O Palácio do Campo das Princesas está comemorando os números apresentados pelo Instituto Quaest. 53% dos pernambucanos aprovam a gestão da tucana. 

Ocorreram grandes investimentos em publicidade institucional, mas não há publicidade institucional que consiga melhorar a imagem de um governo que esteja muito ruim. A governadora tem marcado alguns pontos positivos em termos de políticas públicas e a isso se atribui a melhoria dos seus índices de popularidade. Há algumas áreas nevrálgicas, como a segurança pública, um gargalo que ainda preocupa. Pernambuco é o terceiro Estado mais violento do país, atras apenas do Amapá e da Bahia. No último final de semana foram registrados 35 homicídio no Estado. São índices apenas comparáveis ao período anterior à implantação do Pacto pela Vida, quando Gino César ainda era vivo e acordava os pernambucanos com esses números pavorosos. 

A governadora tem um projeto de reeleição em 2026. Se o prefeito João Campos pode se permitir algum suspense sobre o assunto, no caso de Raquel isso não é possível. Sua permanência no ninho tucano é outro grande dilema. Os dirigentes da legenda fazem de tudo para mantê-la no ninho, mas os tucanos não querem nem ouvir falar de boas relações com o  Palácio do Planalto. A primeira batalha política a ser travada diz respeito às eleições municipais de 2024, onde o Campo das Princesas aposta todas as fichas para, se não vencer as eleições, criar um monte de obstáculos ao atual gestor, João Campos, do PSB. 

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Editorial: A incrível "resiliência eleitoral" de Michelle Bolsonaro como representante do bolsonarismo.



A ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, demonstra uma resiliência eleitoral significativa quando testada como opção do bolsonarismo para as eleições presidenciais de 2026. Se as eleições fossem hoje, Lula derrotaria qualquer herdeiro do espólio político e eleitoral do ex-presidente Bolsonaro. Mas, entre os nomes que se apresentam como prováveis candidatos do bolsonarismo àquelas eleições, Michelle Bolsonaro, por enquanto, seria a melhor alternativa eleitoral. A resistência ao seu nome vem de alguns setores do PL, além de integrantes da própria família Bolsonaro, que desejam uma candidatura mais modesta para ela, quem sabe ao Senado pelo Distrito Federal. 

Há outros nomes sendo trabalhado, principalmente o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos. Tarcísio, inclusive, está a um passo de ingressar no PL e adota uma diretriz de políticas públicas que o coloca claramente como um antípoda ao Governo Lula, como as privatizações, por exemplo. A última delas foi o colosso da SABESP, empresa saneada, lucrativa, bem gerida, que jamais deveria entrar nessa onda de privatizações, sobretudo depois das experiências desastrosas de outros países, que estão reestatizando empresas de saneamento.  

Lá pelas bandas de Goiás está se criando uma outra alternativa, mas esta se vincula muito mais ao projeto partidário do União Brasil. Ronaldo Caiado, inclusive, faz questão de se posicionar com reticências ao bolsonarismo mais radical. O plano de Bolsonaro e dos bolsonaristas mais entusiasmado é que o próprio capitão possa assumir a condição de candidato à reeleição em 2026. Estão trabalhando com esta hipótese, considerando, sobretudo, uma via parlamentar para habilitá-lo. Caso isso não se concretize, vão ter que assumir o ônus de contrariar a alternativa ditada pelo eleitorado bolsonarista, ou seja, rifar Michelle Bolsonaro. 

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Editorial: Resolve o problema mostrar as atas da votação na Venezuela?



Uma charge do grande cartunista Laerte, publicada na Folha de São Paulo do dia de hoje, 01, reproduzida aqui pelo blog, nos remete a uma questão das mais delicadas. Quando, finalmente, as atas eleitorais das eleições presidenciais da Venezuela são apresentadas, possivelmente confirmando a vitória de Nicolás Maduro, a população as ignora, mantendo os protestos de rua, que estão cada vez mais se intensificando naquele país, inclusive com o registro de mortes. A Venezuela, depois das eleições do último domingo, entrou num impasse gigantesco. Parte da população, talvez a maioria, a julgar pelas manifestações de rua, não aceitará a vitória de Nicolás Maduro e isso é ponto pacificado. País que há algum tempo enfrenta uma renitente instabilidade política, a vitória de Gonzáles representaria alguma esperança para parcela da população. Era uma válvula de escape social que foi novamente frustrada. 

Com a apresentação das atas, talvez sejam aparadas algumas arestas diplomáticas com alguns países, inclusive o Brasil, mas é só. Nada muito além disso, uma vez que, motivada por fatores sociais e econômicos, bem explorados politicamente pela oposição, a população diz um ensurdecedor não ao presidente Nicolás Maduro. Segurar essa ondas de protestos poderá produzir um custo altíssimo, como, aliás, já vem se verificando. Maduro conta com o apoio dos militares, conforme pronunciamento recente do Ministro da Defesa. São Forças Armadas formadas no escopo da ideologia política do chavismo. Por enquanto, aparentemente, uma vez que aventuras golpistas por ali são recorrentes, não se evidenciam defecções.

O contorcionismo diplomático do Governo Lula em torno do assunto, inevitavelmente, não deixaria de produzir seus efeitos políticos junto à oposição, que já protocola pedidos para ouvir nossas autoridades diplomáticas sobre o assunto. Os analistas políticos já concluíram que o presidente Lula, apesar de não admitir, endossaria a nota dos dirigentes do PT, que acataram a vitória de Nicolás Maduro nas eleições venezuelanas do último domingo. 

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Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 31 de julho de 2024

Editorial: 47% aprovam o Governo Lula.



Pesquisa realizada pelo PoderData, divulgada no dia de hoje, 31, aponta que 47% dos brasileiros aprovam o Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto 43% desaprovam. Embora esses índices indiquem um empate técnico, pelo menos numericamente, o Planalto pode comemorar uma tendência de queda de popularidade que estava sendo observada nos últimos meses. Alguns analistas sugerem que não haveria motivos para grandes festejos. Tais oscilações se dariam por inúmeros fatores, alguns dos quais inconsistente ao longo do tempo. 

Há problemas na condução da política econômica, na articulação política, no meio ambiente, na segurança pública e, mais recentemente, no campo da política externa, onde o PT tem uma opinião que, pelo menos publicamente, não seria um posicionamento endossado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nos referimos aqui às eleições recentes na Venezuela, eivada de dúvidas sobre a sua lisura, mas já endossadas por setores da legenda. Recentemente, o presidente Lula fez um pronunciamento em cadeia nacional sobre uma espécie de prestação de conta de um ano e meio de governo. Apresentou alguns indicadores pouco convincentes sobre o avanço civilizatório em relação ao Governo anterior. 

Neste caso, para confirmar ou não tal tendência de melhoria em seus índices de popularidade é necessário aguardamos novas pesquisas daqui para a frente. O Instituto Quaest já havia verificado que os evangélicos estariam mais tolerantes com o presidente Lula. Afinal, as Sagradas Escrituras recomendam o perdão. Aqui bastaria uma fala infeliz para o presidente ser condenado novamente a arder nas labaredas do inferno. 

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Editorial: Polícia Federal pede afastamento do governador Cláudio Castro por suspeita de corrupção.

 


No dia de ontem, 30, a Polícia Federal indiciou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, por suspeita de corrupção passiva e peculato. Hoje, 31, a mesma Polícia Federal recomendou o seu afastamento do cargo. A máquina pública do Estado do Rio de Janeiro, ao longo dos anos, entrou num estágio irreversível de corrupção, de onde sugere que não mais sairá. Trata-se de uma máquina bichada, onde o ator político só entra se fizer alguns acordos prévios, comprometendo irremediavelmente a lisura na condução dos negócios públicos. Sugere-se que talvez não haja mais solução para o problema, a julgar pelo andar da carruagem política. O Rio de Janeiro já vive um processo de mexicanização. 

A ladroagem tornou-se a regra, independentemente das ideologias políticas. É um Estado que precisa ser reconstruído, republicanizado. Não é uma tarefa simples, como se sabe. 60% do território da capital já é controlado por grupos de traficantes ou milicianos, inviabilizando o fazer política sem a intersecção, de alguma forma, com esses grupos que atuam no Estado. Recentemente fomos informados de que os neotraficantes evangélicos estariam proibindo a realização de missas da Igreja Católica em suas áreas de atuação. No dia de ontem, o Jornal Nacional exibiu as velhas cenas das malas ou mochilas cheias de dinheiro. 

Não sei se os leitores já observaram, mas as malas ou mochilas carregadas de dinheiro de propina, como já ocorreu no passado recente, não provam absolutamente nada. É impressionante. O rapaz entra num recinto com uma mochila praticamente vazia e sai com uma mochila abarrotada de grana. Em Salvador encontraram um apartamento com malas cheias de dinheiro em espécie e o proprietário do imóvel escapou ileso. Imaginem se algum dia isso ocorresse na residência de um pobre mortal, de um cidadão comum.  

Editorial: Se Lula não vê nada de mais, nós vemos de menos.



Se Lula não vê nada de mais nas eleições da Venezuela, nós vemos de menos. A História nos ensinou sobre a necessidade de tomar alguns cuidados com as ações da oposição na Venezuela, quase sempre insufladas pelos interesses geopolíticos do Tio Sam no continente.  Desta vez, no entanto, é preciso admitir que as mobilizações de rua que estão ocorrendo naquele país são reflexos de uma grande insatisfação da sociedade venezuelana contra o governo de Nicolás Maduro. É o ápice de uma crise política e econômica que se instaurou no país há algum tempo. Não existe democracia onde o outro lado não pode vencer uma eleição. É mais ou menos o que pode estar ocorrendo naquele país. 

Há menos transparência do que o necessário acerca do resultado das eleições presidenciais do último domingo. Muitas instituições públicas daquele país já estão contaminada pelo chavismo, o que somente ampliam as dúvidas sobre a lisura do pleito. Deixaram de ser instituições de Estado já faz algum tempo. Aliás, o Estado ali é o chavismo. O Governo do PT faz um contorcionismo diplomático dos diabos para se posicionar em relação às eleições naquele país. Celso Amorim, Assessor Especial da Presidência para Assuntos Internacionais, pondera que é necessário aguardar a divulgação das atas, prometidas até a sexta-feira. 

Por outro lado, dirigentes da legenda e do MST já se manifestaram em apoio a Nicolás Maduro, produzindo um frisson entre setores do partido e do Governo Lula. No dia de ontem, Lula manteve uma conversa com o presidente Norte-Americano, Joe Biden, onde trataram da situação naquele país, literalmente conflagrado. Sugere-se que o chavismo tenha chegado a um fim melancólico, a julgar pelas mobilizações de rua, que estão longe de arrefecer. Há um impasse político de consequências preocupantes para a população. 

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 30 de julho de 2024

Editorial: Venezuela conflagrada.

 



Infelizmente, o que está ocorrendo na Venezuela seria perfeitamente previsível. A oposição denuncia um suposto sequestro de um dos líderes da oposição ao presidente Nicolás Maduro, Freddy Superlano. Já foram registradas as mortes de quatro pessoas que participavam dos protestos contra as eleições de domingo. O Governo Lula, por razões óbvias, se mostra prudente em relação ao assunto, mas dirigentes do PT e de movimentos sociais como o MST já demonstraram acatamento do resultado de um pleito eivado de questionamentos. A oposição já empurra o Governo Lula entre aqueles que endossam a suposta vitória de Nicolás Maduro nas urnas, com aqueles ingredientes conhecidos. Dirigentes do PT já forneceram a munição que eles desejavam. 

Nicolás Maduro já recomendou aos países que não reconhecem o resultado da eleição para retirarem suas representações diplomáticas do país. Infelizmente, a Venezuela entrou numa espiral perigosa, onde, certamente, os protestos tendem a se ampliarem, assim como a repressão a tais movimentos, intensificando a atuação das forças policiais do Estado. Para completar o enredo, Nicolás Maduro já recebeu o apoio dos seus principais apoiadores, inclusive no campo militar, como é o caso da Rússia, do Irã, da China. É uma encrenca das pesadas, daí se entender as conversas entre Lula e Joe Biden. 

No caso da Venezuela, ou se é a favor ou se é contra, assumindo o ônus político daí decorrente. Ou o Brasil assume uma posição em defesa da democracia e se coloca contra o que está ocorrendo naquele país ou endossa o suposto resultado das urnas, que apontou a vitória de Nicolás Maduro. Não há meio termo. A ginástica diplomática do Governo Lula não irá produzir bons resultados, como, aliás, já está cabalmente demonstrado. 

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Editorial: Governo e oposição agendam mobilizações de rua para o mesmo dia na Venezuela.



As últimas informações dão conta de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve um diálogo recente com o presidente norte-americano, Joe Biden, onde esteve em pauta a situação da Venezuela. Alguns países já reconheceram o resultado do pleito, divulgado pelas autoridades eleitorais daquele país, mas pairam inúmeras dúvidas sobre o resultado anunciado, uma vez que se fala em sabotagem, as atas não são divulgadas e coisas assim. A oposição não tem dúvidas, mas a certeza de que venceram as eleições e estão sendo garfados. 

Os países que reconheceram a vitória de Nicolás Maduro são ditaduras republiquetas ou democracias iliberais, a exemplo da Rússia. Relações econômicas e militares estão entre os incentivos para reconhecimento da suposta vitória de Nicolás Maduro. A Venezuela entrou num círculo perigosíssimo. O país está mergulhado numa crise política e econômica sem precedentes. Para completar o enredo, tanto o governo quanto a oposição agendaram manifestações de rua para o dia de hoje, 30. Sabe-se lá o que poderá ocorrer, num clima de acirradas indisposições entre ambos os lados. 

Num país cindido, de profunda instabilidade política, qualquer que fosse o resultado das urnas, teríamos sérios problemas pela frente. O Brasil não é, necessariamente, um grande exemplo para aquele país. Por aqui até golpe de Estado foi tentado recentemente, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro perdeu as últimas eleições presidenciais. Felizmente tal círculo autoritário, pelo menos temporariamente, foi interrompido no país.  

Editorial: Pesquisa Quaest mostra empate técnico entre Nunes, Boulos e Datena.



São Paulo promete uma das disputas mais acirradas dessas próximas eleições municipais. A última pesquisa do Instituto Quaest, encomendada pelo Genial Investimentos, naquela praça mostra um empate técnico entre os candidatos Ricardo Nunes(MDB), atual gestor que concorre à reeleição, Guilherme Boulos(PSOL), que conta com o apoio do Palácio do Planalto, e  José Luiz Datena, recentemente oficializado como candidato tucano ao pleito. Apesar das indisposições internas com alguns setores do partido na capital, José Luiz Datena se constitui, hoje, na grande aposta dos tucanos para retomarem o controle sobre o seu ninho mais emplumado. 

Nesta última pesquisa o empate é quase numérico mesmo, uma vez que Nunes pontua com 20% das intenções de voto, enquanto Datena e Boulos aparecem com 19% das intenções de voto. É curioso fazer essas continhas, pois, numa pesquisa recente, surgiram hipóteses sobre como as escolhas dos vices podem favorecer ou não os titulares. Marta Suplicy, por exemplo, poderia contribuir para ampliar os votos de Guilherme Boulos em algumas zonas eleitorais da capital. Por outro lado, o coronel Mello, vice de Ricardo Nunes, contaria com resistências em algumas áreas da periferia da capital, possivelmente em razão de sua identificação com forças militares. 

Os pesquisadores do Instituto Quaest entrevistaram 1002 pessoas entre os dias 25 e 28 de julho. A pesquisa está registrada sob o número: TSE\SP 06142\2024. Eis os escores: 

Ricardo Nunes( MDB) - 20%

Guilherme Boulos(PSOL) - 19%

José Luiz Datena(PSDB) - 19%

Pablo Marçal (PRTB) - 12%

Tabata Amaral(PSB) - 12%

Kim Kataguiri(UB) - 3%

Marina Helena (Novo) - 3%

Altino(PSTU) - 1%

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 29 de julho de 2024

Editorial: As incongruências do discurso de Lula.



Não vamos aqui entrar nas nuances, mas ocorreram algumas incongruências no discurso proferido no dia de ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há controvérsias acerca do número de pessoas que passam fome no país, assim como os indicadores econômicos, passando pelas ações ambientais, que, até o momento, deixam a desejar. Pelo andar da carruagem política, além das contradições internas, o discurso ainda soou eleitoreiro, conforme sugere os tucanos, que estão entrando com uma ação contra o discurso do presidente no TSE. 

A despeito das fragilidades, os tucanos pleiteiam o lançamento de uma candidatura presidencial em 2026. As preferencias recaem sobre o ex-senador Aécio Neves(PSDB-MG). Sugere-se, neste caso, que o presidente apenas tenha lido o discurso preparado por seu assessores. Aliás, esses ghost writers já foram mais criteriosos no passado. Até quando não fala de improviso, o presidente Lula tem cometidos algumas derrapagens, neste caso, em particular, por imprecisões. É preciso muita calma nessas horas. 

O assessor do Ministério das Relações Exteriores, Celso Amorim, por exemplo, preferiu aguardar um pouco mais antes de se pronunciar ou reconhecer a vitória de Nicolás Maduro na Venezuela. Sabe-se que aquelas eleições estão eivadas de dúvidas sobre o resultado final apresentado.  Por enquanto, apenas o MST e algumas ditaduras latino-americanas já reconheceram o resultado das eleições de ontem. 

Editorial: A batalha da Princesa do Agreste.



Os pesquisadores do Instituto Simplex\CBN estiveram em Caruaru, conhecida como Princesa do Agreste, para aferir as tendências de voto dos munícipes em relação às próximas eleições municipais de outubro. Reduto político da atual governadora do Estado, Raquel Lyra(PSDB-PE), aquela cidade do Agreste tornou-se sensivelmente estratégica para os seus projetos políticos. É praticamente certo que ela se candidate à reeleição nas eleições estaduais de 2026. Neste caso, poderá bater chapa com o jovem prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE), caso o seu caminho político esteja devidamente pavimentado como agora, onde ele desponta em condições de liquidar a fatura pela reeleição à Prefeitura do Recife ainda no primeiro turno. 

Caso isso ocorra, sugere-se que ele entre de sola nas eleições da cidade de Caruaru, em apoio ao seu candidato, o ex-prefeito José Queiroz(PDT). O candidato apoiado pelo Palácio do Campo das Princesas, Rodrigo Pinheiro, do PSDB, lidera a pesquisa realizada pelo Instituto Simplex\CBN, mas empatado dentro da margem de erro do Instituto, que é de 4,55 p.p. O Instituto ouviu 400 pessoas, no dia 22 de julho. No Estado, já ocorre uma espécie de eleição dentro de outra, ou seja, em 2024 estão sendo dadas as cartas do que poderá ocorrer em 2026. Tanto o Palácio do Campo das Princesas quanto o Palácio Capibaribe, neste sentido, intensificam as suas articulações pelas diversas regiões e microrregiões do estado. 

Aduba-se as bases agora para colher os resultados em 2026. A pesquisa do Instituto Simplex\CBN está registrada sob o número TSE PE-04026\2024. Eis os números: 

Rodrigo Pinheiro(PSDB-PE)  21,6%

José Queiroz(PDT-PE)  15,8%

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo.

 


Editorial: Impasse nas eleições presidenciais da Venezuela.


A Venezuela passa por um momento de grande impasse político, principalmente depois das eleições presidenciais do último domingo. A vitória do presidente Nicolás Maduro está sendo divulgada pelos organizadores daquelas eleições, sob protestos velados dos opositores, que lançam dúvidas sobre a lisura do pleito. Edmundo Gonzáles e Maria Corina Machado afirmam abertamente que não concordam com o resultado das urnas. Na realidade, o dilema político, institucional e econômico da Venezuela já se prolonga há algum tempo. A tendência é o agravamento desta situação, seja qual for o resultado desta última eleição, quando se sabe que nenhum dos lados aceitará o resultado do jogo. 

A incerteza é inerente ao processo democrático. Certeza absoluta geralmente é coisa de ditador. Não colocamos em dúvidas a lisura do pleito, longe disso, mas, a julgar pelas movimentações de rua em prol da oposição, pairam algumas dúvidas sobre o resultado, embora bastante equilibrado. Já houve um tempo que os Estados Unidos levantavam a bola de opositores ao chavismo na Venezuela. Eram opositores que, de fato, não inspiravam confiança. A pessoa se elege por um processo democrático e as primeiras providências seriam no sentido de desconstruí-lo. Isso também ocorreu no Brasil, depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff. O golpe de Estado estava entre as hipóteses pensados pelos yankees para afastar o desafeto político no continente.  

Isso, longe de se constituir numa solução, produziria um dano irreversível às instituições democráticas daquele país. Se os Estados Unidos davam suporte a esses grupos, já seria suficiente para desconfiar dos reais interesses  que estavam em jogo. Gonzáles e Corina Machado, a princípio, não se enquadram em tal figurino e seria de bom alvitre que o comandante Nicolás Maduro, em respeito às instituições daquele país, aceitasse os resultados das eleições. Maduro fez várias ilações sobre as eleições noutros países, inclusive no Brasil, criando um mal-estar com o STF.  

domingo, 28 de julho de 2024

Editorial: Nada pacificado sobre o SUS da segurança pública.



Para os leitores que nos dão a honra de acompanhar este blog, nenhuma surpresa. Será muito difícil, se não improvável, construir um consenso entre Governo e Oposição em torno do tema da segurança pública. Isso chega a ser mais grave do que os próprios problemas enfrentados nesta área, uma vez que as divergências entre o Governo Federal e os entes federados não poderiam construir um bom encaminhamento de eventuais soluções para os greves problemas enfrentados. Agora fica mais claro porque este tal de SUSP, tratado como o SUS da segurança pública, não decola. 

O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por razões naturais, é um entusiasta do SUSP, por vezes apresentado como algo sobre o qual estaria se construindo algum consenso em torno do assunto. O andar da carruagem política indica exatamente o contrário, desde questão simples, como as recomendações para a utilização de câmaras nos uniformes de policiais em operação, até em relação às questões de natureza mais complexa. A agenda do Governo é uma agenda distinta da Oposição. 

Essa questão é tão séria que, mesmo numa eleição municipal, como a programada para 6 outubro, onde os assuntos do cotidiano do cidadão é que acaba ditando o seu voto, há uma penca de candidatos com propostas de armar a guarda municipal. Na Bahia, por exemplo, o segundo Estado mais violento do país, o candidato apoiado pelo PT, Geraldo Júnior, propõe criar uma Secretaria de Segurança Pública Municipal.  Curioso, uma vez que ele é o vice governador de um estado que não conseguiu encontrar uma solução para o problema, ostentando altíssimos índices de violência. No mínimo contraditório. 

Editorial: Lessa demonstra arrependimento depois da delação premiada.



O ex-militar Ronnie Lessa, preso pelo assassinato de Marielle Franco, confessou recentemente que se encontra arrependido de ter feito um acordo de deleção premiada. Sugere-se que o arrependimento se dá muito mais em relação a acordos que não estariam, segundo suas avaliações, sendo cumpridos. A cabeça e o corpo do ex-militar não estão bem, segundo ele mesmo confessa numa carta dirigida ao cunhado. Lessa foi transferido de presídio, conforme previa o acordo, mas existiria uma série de outros itens que não estariam sendo observados, como a transferência de sua família para São Paulo, assim como a permissão para encontros com a sua esposa. 

Em suas ponderações, a família dele não está segura. Lessa já se encontra naquela fase de balanço de vida. Certamente, o acordo fechado teve muito mais a ver com uma decisão do próprio ex-militar, movido pelos encargos de consciência pesada, como que para se livrar de um peso. Haveria, naturalmente, alguns ajustes relativos às condições sob as quais ele está cumprindo sua pena, sobretudo se considerarmos as circunstâncias do sistema prisional brasileiro. Lessa confessa o desejo de fazer um curso superior, dedicar-se à criação de peixes, coisas assim. É curioso como o teor de uma carta dirigida ao cunhado chegou ao conhecimento da imprensa. 

Há alguns limites inerentes a esses acordos de delação premiada. Possivelmente, se ouvirmos as considerações do outro lado, encontraríamos as eventuais divergências de posicionamentos sobre o assunto. A justiça sabe que se impõe todo o rigor republicano na punição dos executores e mandantes deste vil assassinato, conduzido por motivos  torpes. Não é bem o caso de Ronnie Lessa que confessa participação no crime, mas em relação aos eventuais mandantes, ninguém se conhece, ninguém tem nada a ver com o caso. 

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 26 de julho de 2024

Editorial: Cúpula tucana confirma candidatura de Datena antes da convenção partidária.



As alianças políticas celebradas neste momento da campanha das próximas eleições municipais estão dando o que falar. Pelo andar da carruagem política, é o sujo falando do mal lavado, pois ninguém fala com aquela convicção de quem pode cobrar alguma coisa do outro, muito menos pureza ou coerência ideológica. No momento, a cobrança da vez diz respeito à participação do ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, que andou participando de eventos com atores políticos ligados ao bolsonarismo, no Ceará, o seu reduto político. Em resposta, ele observou a participação de membros do União Brasil no Governo do PT. 

Em São Paulo, a confusão no ninho tucano não seria por razões ideológicas, mas fisiológicas. Os vereadores da legenda se sentiriam mais à vontade em apoiar o projeto de reeleição do atual gestor, Ricardo Nunes. Assim, talvez o partido reunisse melhores condições de reconduzir ou ampliar sua participação na Câmara Municipal. Não podemos tratá-los aqui como cucos no ninho tucano, porque o danado do pássaro parasita só põe um ovo, mas, a rigor, é basicamente isso o que está ocorrendo. Se dependesse desse grupo de vereadores, o apresentador tucano sequer seria admitido na legenda, muito menos homologado como candidato do partido. 

Estava sendo prevista uma rebelião durante a convenção, mas as raposas do partido, curtidas de décadas no exercício das manhas, inclusive na terra das Alterosas, apagaram o incêndio ou esvaziaram o recinto antes que ele ocorresse. Bateram o martelo sobre o assunto e o apresentador José Luiz Datena apresenta-se às urnas nas eleições de outubro como candidato do PSDB.   

Editorial: Uma aliança inusitada entre bolsonaristas e petistas em Olinda?



Os chamados partidos de esquerda no Brasil sofreram uma decomposição ideológica imensa nos últimos anos. Exceção apenas para o Partido da Causa Operária e talvez o PSTU, que ainda continua resistente ao processo de institucionalização política em alguns estados, mas já se apresenta com candidaturas disputando pleitos em diversas praças do país.  Um fenômeno eleitoral curioso é que esses partidos de extrema-esquerda estão ampliando seus coeficientes eleitorais nos últimos anos, o que se constitui em mais um incentivo para serem engolidos pela bacia semântica. Existe um deles que se apresenta como radical, mas, a rigor, seus críticos tem alguma razão quando apontam sua origem na esquerda caviar do Leblon. 

Aqui em Pernambuco, conforme comentamos no dia de ontem, existe uma espécie de esquerda pé na jaca, ou seja, um agrupamento de classe média vinculados a agremiações políticas de esquerda apenas para atenderem às suas conveniências de manterem suas boquinhas na máquina quando esses partidos estão no poder. Quando é a direita que ocupa esses espaços de poder, por razões de uma identificação social e de classe, eles também não perdem a boquinha. A clivagem aqui não é ideológica, mas orientada pela condição social que o indivíduo ocupa na pirâmide social, reproduzindo-se uma hierarquização histórica  e o controle do espaço público por nucleações familiares conhecidas e seus agregados, confirmando a tese do historiador Sérgio Buarque de Holanda, sobre a indistinção entre o público e o privado. Há até um grupo que se congrega em torno das pautas educativas, que reúne de macielistas a paulofreirianos, passando por aqueles que lutaram contra a ditadura militar no país.   

Esses atores, embora professem, por vezes, narrativas discursivas de uma preocupação social como bandeira, estão, na realidade, muito mais preocupados em atenderem suas demandas individuais. Esta aqui uma das causas da degradação de uma conhecida agremiação política pernambucana, onde apenas uma burocracia partidária dita as regras, consoante tais interesses, abdicando dos projetos coletivos, que são mantidos apenas nas falácias discursivas.  Neste sentido, não chega a ser uma surpresa o que está ocorrendo em Olinda, quando o candidato do PT, Vinícius Castello, celebra uma aliança com o empresário bolsonarista Celso Muniz para concorrer à Prefeitura da Marim dos Caetés.  A cereja do bolo é que o empresário foi indicado pelo PCdoB. 

Editorial: Morreu o xilogravurista J. Borges.



Morreu, no dia de hoje, 26, o xilogravurista pernambucano J. Borges. Um momento de tristeza para os pernambucanos. Perdemos um artista de múltiplos talentos, com reconhecimento internacional de sua obra. Natural de Bezerros, Agreste do Estado, J. Borges teve uma infância de dificuldades, pouca instrução formal, com um começo simples, como vendedor de literatura de cordel nas feiras nordestinas. O talento para a xilogravura só viria algum tempo depois, em razão das dificuldades de encontrar alguém que pudesse ilustrar os seus cordéis. Fez alguns testes com tinta, deu certo. Ariano Suassuna se interessou pelo seu trabalho, projetando-o nacionalmente como o maior xilogravurista do país. 

Em visita ao Brasil, o escritor uruguaio, Eduardo Galeano, autor de As Veias Abertas da América Latina, numa exposição no Rio de Janeiro, se deparou com as obras do artista pernambucano e decidiu que o procuraria para ilustrar seu novo livro, As Palavras Andantes. Desde então, ambos estabeleceram uma profícua amizade, culminando com a presença do escritor ao seu ateliê, sempre repleto de estudantes. Não era raro encontrá-lo por ali, momento em que sempre se dispunha a atender os visitantes, em conversas que se prolongavam por horas.  Algumas de suas obras estão expostas em países como México e Estados Unidos. 

Os filhos de J.Borges acabaram seguindo o mesmo ofício do pai. Este editor chegou a visitar o ateliê do artistas por duas ocasiões, em ambas tendo o privilégio de ouvi-lo falar sobre a sua trajetória artística. J. Borges produziu mais de 300 livretos de literatura de cordel, sempre tratando de temas do imaginário social nordestino. Entre esses livretos, salvo melhor juízo, aquele de maior sucesso é A Chegada da Prostituta ao Céu. Em Pernambuco, suas obras se encontram expostas em museus como o Museu do Estado e o Museu do Homem do Nordeste, que possui também um expressivo acervo do artista em reserva técnica. 

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 25 de julho de 2024

Editorial: A polêmica em torno da demissão de um museólogo.



Há algum tempo este editor perdeu as ilusões em torno desta questão de "afinidades" ideológicas. Setores expressivos e influentes do PT, por exemplo, já estão à direita da esquerda brasileira. Aqui em Pernambuco, Recife em particular, existe uma espécie de esquerda pé na jaca, para quem os projetos pessoais  e os quinhões foram assegurados na burocracia da máquina pública e era isso apenas o que interessava. A picanha e o Whisky deles estão assegurados e isso é o quanto importa. Alguns deles continuaram servindo ao bolsonarismo em passado recente, sem quaisquer encargo de consciência ideológica pesado. Há um grupo ligado à área de educação que reúne desde macielistas renhidos até pseudo paulofreirianos, que se utilizam do nome do honrado educador pernambucano como escudo ético para se protegerem.   

Causa estranheza, portanto, uma série de manifestações em torno da demissão de um museólogo do cargo de confiança que ocupava, sob a alegação de ausência de afinidades políticas com o atual governo. Este museólogo é um dos atores mais respeitados em seu campo de atuação, atingindo, quem sabe, o topo da legitimação em sua área, para usarmos um raciocínio a a partir do sociólogo francês, Pierre Bourdieu. Méritos acadêmicos não lhes faltam. Inclusive, do ponto de vista pessoal, trata-se de um exemplo de superação e determinação. Afastá-lo sob o argumento de ausência de afinidades ideológicas, portanto, soa estranho, sobretudo se entendermos que, se adotássemos tal critério, cabeças bolsonaristas rolariam em Brasília. O Secretário-Executivo de um dos 39 ministérios foi Ministro Interino do Desenvolvimento Regional do Governo Bolsonaro. 

Pesa a seu favor o fato de ter ocupado cargo relevante em Brasília, por ocasião de um dos governos petistas, numa gestão que foi considerada uma verdadeira divisão de águas na área, ainda sob a batuta do cantor Gilberto Gil como Ministro da Cultura. Diante dos exemplos expostos acima, o que, afinal, significa essa tal de afinidades ideológicas ou políticas? Sugere-se que se fizermos alguma clivagem por aqui pode-se incorrer na possibilidade do cometimento de injustiças, que é o que parece que pode estar ocorrendo. 

Editorial: O périplo de Bolsonaro em Pernambuco.



Os bolsonaristas pernambucanos aguardam, com grande expectativa, a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro em Pernambuco. A agenda é extensa, começando por Petrolina e finalizando com uma motociata, com concentração marcada para a Padaria Boa Viagem, uma espécie de quartel-general das manifestações  bolsonaristas no Recife. Gilson Machado, ex-Ministro do Turismo do Governo Bolsonaro, que disputa a Prefeitura do Recife, tem convenção marcada para o dia 4 de agosto, ocasião em que deverá ser anunciado o nome de uma mulher que integrará a sua chapa na condição de vice. 

Segundo o próprio Gilson Machado, a escolha envolve uma consulta prévia ao casal Bolsonaro. Neste caso, a escolha deverá recair sobre um nome que agregue valor à sua candidatura, ou seja, alguém que tenha identificação com nichos eleitorais e capilaridade política. Pelo andar da carruagem política, não seria improvável a escolha de uma mulher evangélica. O candidato considera que o eleitor recifense ainda não sabe que o Recife tem um candidato bolsonarista que disputa o Palácio Capibaribe. Não se sabe se ele chega a tais conclusões a partir de pesquisas realizadas ou apenas intuitivamente. 

Longe de arrefecer, o capitão tem intensificado a sua participação nessas manifestações de rua em apoio aos seus aliados nos estados. Em matéria no Jornal do Commércio, Gilson Machado pondera sobre o fato de o atual gestor, uma vez se desincompatibilizando do cargo, uma vez reeleito, entregar a prefeitura ao seu vice, Victor Marques, um comunista. Além dessa questão ideológica se encontrar bastante relativizada, a filiação de Victor ao PCdoB sugere ser meramente circunstancial. Ele está longe de ter o perfil de um Renildo Calheiros e ou de uma Luciana Santos, desde muito tempo envolvidos com o movimento estudantil. 


Editorial: A rebelião tucana contra a candidatura de Datena.



Ontem tratamos deste assunto por aqui, mas não imaginávamos que o fato fosse tão grave. Integrantes do PSDB paulista, que são contra a candidatura do apresentador José Luiz Datena à Prefeitura de São Paulo, poderiam tentar tumultuar a convenção que homologará o nome do apresentador como candidato à Prefeitura da Cidade de São Paulo. O grupo é liderado por Fernando Alfredo, que já foi presidente municipal da legenda e apoia o projeto de reeleição do prefeito Ricardo Nunes. Desde o início desse processo já se sabia que a esmagadora maioria dos vereadores da legenda endossavam o projeto de reeleição do prefeito. 

A necessidade de tirar a legenda do limbo político no plano nacional é que motivou seus dirigentes a tentarem um esforço para manter sua presença naquele que já foi o seu ninho mais emplumado: São Paulo. Filiado ao PSDB, Datena poderia ter sido o vice na chapa da socialista Tabata Amaral, mas as negociações não prosperaram. Sua boa performance nas primeiras pesquisas de intenção de voto sacramentaram a tendência de lançá-lo como candidato do partido. A resistências locais foram vencidas depois de uma intervenção no diretório municipal. Vencidas em termos, pelo que se presume.  

Apesar de contar com o apoio da cúpula da legenda, o apresentar emite indícios de insatisfação com a situação, considerando, inclusive a possibilidade de, mais uma vez, desistir de entrar na política. Acreditamos que ele será legitimado como candidato do partido, apesar da rebelião, mas não se espere o apoio desses vereadores ao seu projeto de tornar-se prefeito da cidade. 

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Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 24 de julho de 2024

Editorial: Chefe do Serviço Secreto Americano pede demissão do cargo.



Serviço Secreto é coisa muito séria. Todo cuidado é pouco. Que o diga Kimberly Cheatle, que acabou pedindo afastamento do cargo de chefe do Serviço Secreto Americano depois do episódio do atentado contra o candidato republicano Donald Trump, considerado o maior fracasso do Serviço Secreto Americano nos últimos anos. Na década de 70, informações fornecidas por um agente do FBI a dois jornalistas do The Washington Post culminaram com a renúncia do presidente Richard Nixon. Era a renúncia ou um impeachment humilhante. 

Dificilmente os jovens repórteres do jornal reuniriam as informações comprometedoras sem o auxílio do "Garganta Profunda", cuja identidade só foi revelada muito anos depois. Recentemente uma revista de circulação nacional aventou a hipótese de confecções de dossiês contra o Diretor-Geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Não raro, surgem na imprensa denúncias de eventuais medidas de retaliações nesses órgãos. A imprensa já se acostumou a tratar nossos órgãos de informações como a Abin de Bolsonaro ou a Abin de Lula, o que, convenhamos, não faz bem para os propósitos republicanos. 

Não vale mais a pena nos aprofundarmos neste assunto, uma vez que a equação é simples. No governo anterior foi feito o que não poderia ter sido feito, no governo atual deixou de ser feito aquilo que seria necessário ser feito. Nos Estados Unidos, a própria chefe do serviço secreto entendeu que ocorreram falhas na segurança do candidato Trump e pediu exoneração do cargo. O rapaz conseguiu burlar a segurança e Trump apenas não morreu por questão de sorte. Virou a cabeça no momento exato do disparo.