No dia de ontem, 30, a Polícia Federal indiciou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, por suspeita de corrupção passiva e peculato. Hoje, 31, a mesma Polícia Federal recomendou o seu afastamento do cargo. A máquina pública do Estado do Rio de Janeiro, ao longo dos anos, entrou num estágio irreversível de corrupção, de onde sugere que não mais sairá. Trata-se de uma máquina bichada, onde o ator político só entra se fizer alguns acordos prévios, comprometendo irremediavelmente a lisura na condução dos negócios públicos. Sugere-se que talvez não haja mais solução para o problema, a julgar pelo andar da carruagem política. O Rio de Janeiro já vive um processo de mexicanização.
A ladroagem tornou-se a regra, independentemente das ideologias políticas. É um Estado que precisa ser reconstruído, republicanizado. Não é uma tarefa simples, como se sabe. 60% do território da capital já é controlado por grupos de traficantes ou milicianos, inviabilizando o fazer política sem a intersecção, de alguma forma, com esses grupos que atuam no Estado. Recentemente fomos informados de que os neotraficantes evangélicos estariam proibindo a realização de missas da Igreja Católica em suas áreas de atuação. No dia de ontem, o Jornal Nacional exibiu as velhas cenas das malas ou mochilas cheias de dinheiro.
Não sei se os leitores já observaram, mas as malas ou mochilas carregadas de dinheiro de propina, como já ocorreu no passado recente, não provam absolutamente nada. É impressionante. O rapaz entra num recinto com uma mochila praticamente vazia e sai com uma mochila abarrotada de grana. Em Salvador encontraram um apartamento com malas cheias de dinheiro em espécie e o proprietário do imóvel escapou ileso. Imaginem se algum dia isso ocorresse na residência de um pobre mortal, de um cidadão comum.
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