A Venezuela passa por um momento de grande impasse político, principalmente depois das eleições presidenciais do último domingo. A vitória do presidente Nicolás Maduro está sendo divulgada pelos organizadores daquelas eleições, sob protestos velados dos opositores, que lançam dúvidas sobre a lisura do pleito. Edmundo Gonzáles e Maria Corina Machado afirmam abertamente que não concordam com o resultado das urnas. Na realidade, o dilema político, institucional e econômico da Venezuela já se prolonga há algum tempo. A tendência é o agravamento desta situação, seja qual for o resultado desta última eleição, quando se sabe que nenhum dos lados aceitará o resultado do jogo.
A incerteza é inerente ao processo democrático. Certeza absoluta geralmente é coisa de ditador. Não colocamos em dúvidas a lisura do pleito, longe disso, mas, a julgar pelas movimentações de rua em prol da oposição, pairam algumas dúvidas sobre o resultado, embora bastante equilibrado. Já houve um tempo que os Estados Unidos levantavam a bola de opositores ao chavismo na Venezuela. Eram opositores que, de fato, não inspiravam confiança. A pessoa se elege por um processo democrático e as primeiras providências seriam no sentido de desconstruí-lo. Isso também ocorreu no Brasil, depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff. O golpe de Estado estava entre as hipóteses pensados pelos yankees para afastar o desafeto político no continente.
Isso, longe de se constituir numa solução, produziria um dano irreversível às instituições democráticas daquele país. Se os Estados Unidos davam suporte a esses grupos, já seria suficiente para desconfiar dos reais interesses que estavam em jogo. Gonzáles e Corina Machado, a princípio, não se enquadram em tal figurino e seria de bom alvitre que o comandante Nicolás Maduro, em respeito às instituições daquele país, aceitasse os resultados das eleições. Maduro fez várias ilações sobre as eleições noutros países, inclusive no Brasil, criando um mal-estar com o STF.
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