Infelizmente, o que está ocorrendo na Venezuela seria perfeitamente previsível. A oposição denuncia um suposto sequestro de um dos líderes da oposição ao presidente Nicolás Maduro, Freddy Superlano. Já foram registradas as mortes de quatro pessoas que participavam dos protestos contra as eleições de domingo. O Governo Lula, por razões óbvias, se mostra prudente em relação ao assunto, mas dirigentes do PT e de movimentos sociais como o MST já demonstraram acatamento do resultado de um pleito eivado de questionamentos. A oposição já empurra o Governo Lula entre aqueles que endossam a suposta vitória de Nicolás Maduro nas urnas, com aqueles ingredientes conhecidos. Dirigentes do PT já forneceram a munição que eles desejavam.
Nicolás Maduro já recomendou aos países que não reconhecem o resultado da eleição para retirarem suas representações diplomáticas do país. Infelizmente, a Venezuela entrou numa espiral perigosa, onde, certamente, os protestos tendem a se ampliarem, assim como a repressão a tais movimentos, intensificando a atuação das forças policiais do Estado. Para completar o enredo, Nicolás Maduro já recebeu o apoio dos seus principais apoiadores, inclusive no campo militar, como é o caso da Rússia, do Irã, da China. É uma encrenca das pesadas, daí se entender as conversas entre Lula e Joe Biden.
No caso da Venezuela, ou se é a favor ou se é contra, assumindo o ônus político daí decorrente. Ou o Brasil assume uma posição em defesa da democracia e se coloca contra o que está ocorrendo naquele país ou endossa o suposto resultado das urnas, que apontou a vitória de Nicolás Maduro. Não há meio termo. A ginástica diplomática do Governo Lula não irá produzir bons resultados, como, aliás, já está cabalmente demonstrado.
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