sábado, 28 de setembro de 2024
sexta-feira, 27 de setembro de 2024
Editorial: Que cadeirada cara, Marçal!
A experiência vai nos ensinando a se posicionar sobre determinados assuntos. Alguns deles, por mais interessantes que sejam, deixamos de lado para não melindrar as corporações. A questão não é apenas ideológica, pois essa gente sequer está preocupada com este tema. O grande problema é mexer em vespeiros corporativos, núcleos de interesses de caráter não republicano, alguns encastelados no aparelho de Estado, quase sempre agindo de forma ilegal, em conluio com os de fora. Lamento que os leitores tenham que fazer um esforço maior para entender o que estamos, na realidade, tentando dizer.
Ontem o GAECO do Rio de Janeiro desbaratou uma quadrilha de milicianos que recebiam apoios de integrantes da Polícia Militar. Um deles com a patente de coronel, conhecido entre esses milicianos como "painho". Aqui na província, a sugestão de um nome ligado aos militares de perfil golpista para assumir uma provável secretaria de segurança pública municipal na eventualidade de um dos postulantes chegar ao Palácio Capibaribe. Dizem que na época da vigência da ditatura militar o grande cronista, Sérgio Porto, também conhecido como Stanislaw Ponte Preta, não largava seu caderninho de anotações nem quando ia à praia com a família. O objetivo era o de anotar aqueles assuntos que merecessem uma de suas crônicas, que se tornariam famosas.
Hoje acreditamos que ele teria dificuldades, na realidade, em selecionar estes assuntos, dada a profusão com que eles ocorrem. Soubemos agora que o candidato do PRTB à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, acionou a justiça para processar o apresentador José Luiz Datena pela cadeirada sofrida no debate da TV Cultura. Pede uma indenização de cem mil reais. Que cadeirada cara, Datena!!!
Editorial: Primeiro turno definido em São Paulo?
De acordo com as últimas pesquisas e pelo andar da carruagem política, tudo levar a crer que o cientista político Antônio Lavareda estava certo em seu prognóstico quanto a um primeiro turno já definido na quadra paulista, envolvendo os nomes de Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Ontem o Instituto Datafolha divulgou mais uma pesquisa de intenção de voto onde esta tendência parece se consolidar. Ainda teremos mais três debates até o dia 06 de outubro, mas, a julgar pelas taxas de rejeição ao nome de Pablo Marçal, não haverá condições de mudança deste cenário. Nem com novas cadeiradas. No que concerne a um segundo turno entre Nunes e Boulos, algumas ponderações precisam ser feitas.
Nada menos do que 32% dos eleitores ainda admitem mudar de voto, o que significa concluir pelas incertezas inerentes às últimas horas que antecedem ao dia 06 de outubro. Todas as simulações até este momento indicam uma vitória de Ricardo Nunes, confirmando-se uma tendência antiga do eleitorado paulista em refenderam nas urnas nomes com perfis menos radicais. Exceções existem, mas o passado de Guilherme Boulos como ativista de movimentos sociais será magistralmente explorado pelos marqueteiros do adversário. O mais curioso é que a estratégia de atrair o eleitorado periférico e empobrecido para as hostes do socialista Boulos sugere-se que também não foi bem-sucedida. Lá no inicio da campanha um cientista político chegou a sugerir que talvez tivesse sido mais importante para Boulos atrair a Farias Lima para a sua chapa. Quem sabe ele não tivesse razão? Ficou uma chapa esquerda demais.
Esta é uma das campanhas mais equilibradas na quadra paulista. O PT não vai bem em todo o país, mas uma vitória em São Paulo faria toda a diferença. Ali o partido aposta todas as suas fichas na tentativa de infligir uma derrota ao bolsonarismo, identificado com a candidatura de Ricardo Nunes. A espiral de baixarias, desencadeadas desde o início da campanha, permanece produzindo seus efeitos abomináveis, a despeito dos apelos e das medidas adotadas pelo TSE. Profundamente lamentável esses vídeos que estão sendo disseminados envolvendo a candidata Tabata Amaral.
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
Editorial: Assédio eleitoral.
Ao longo dos anos, o edifício democrático vem sendo corroído sistematicamente. No dia de ontem, na condição de Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a Ministra Cármen Lúcia recomendou aos órgãos competentes da república que adotassem medidas efetivas para impedir que o processo democrático fugisse ao escopo de um procedimento republicano e civilizado, onde o eleitor tivesse plena liberdade em sufragar o seu voto, sem os constrangimentos que alguns postulantes tentam infligir, como o de tumultuar os debates, aliciar eleitores ou obrigá-los a votar neste ou naquele nome que não corresponda à sua vontade. É o mínimo que se espera numa eleição dentro de uma quadra democrática.
O assédio eleitoral, no passado, já teve outros nomes como o voto de cabresto ou voto de curral, onde os coronéis interioranos literalmente prendiam o seu rebanho de eleitores, contingenciando-os a votarem nos seus apaniguados indicados. Na semana passada ocorreu uma grande operação da Polícia Federal na Paraíba, onde ficou constatado o aliciamento de eleitores, culminando com a prisão de uma das pessoas envolvidas. A justiça daquele estado, inclusive, resolveu manter a sua prisão. A cidadã já exerce mandato como vereadora de João Pessoa.
Hoje, dia 26, na cidade de São Bento, outra mega operação denominada de COACTUM, foi realizada na cidade de São Bento, Sertão do Estado, onde foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, motivada pela compra de voto e aliciamento violento contra eleitores. Há rumores de rachadinhas, onde funcionários poderiam estar sendo obrigados a reservar parte dos seus salários para alimentar determinados esquemas, daí o nome COACTUM, designando algo compulsório. Sugere-se que a operação tenha sido realizada em escala nacional, pois também foram registradas ocorrências no estado do Rio Grande do Sul. Duas pessoas foram presas na Paraíba e até uma metralhadora foi apreendida.
Editorial: Eleição na Câmara dos Deputados não é para amadores.
A eleição para a Presidência da Câmara dos Deputados, definitivamente, não é um jogo para amadores. As artimanhas, as armadilhas, as barganhas, os blefes, as escaramuças estão na ordem do dia. Dependendo dos arranjos internos, de uma hora para para outra azarões como Hugo Mota, do Progressistas da Paraíba, despontam como francos favoritos ao cargo, desbancando nomes até então mais azeitados, como era o caso de Elmar Nascimento, do União Brasil da Bahia. Conhecedores da dinâmica do jogo, os caciques das legendas com voto negociam à exaustão, procurando obter os melhores dividendos. Lira, que hoje se inclina para apoiar o nome de Hugo Mota, já anda cobrando do governo um posicionamento mais objetivo.
O PL tem a maior bancada e negocia questões nevrálgicas, como uma anistia aos envolvidos no 08 de janeiro, assim como a restituição dos direitos políticos do capitão. Mesmo sem muitas chances, o PSD de Kassab mantém a candidatura de Antônio Brito, quem sabe com o propósito de barganhar um melhor posicionamento num eventual segundo turno daquelas eleições. O Governo não tem esses votos todos, mas contar com eles ajuda bastante num jogo tão intrincado, como é aquela eleição. Assim, Elmar Nascimento, depois de tomar um susto do azarão, saiu de sua zona de conforto e resolveu se movimentar, procurando o governo para negociar o apoio.
Nos escaninhos da política sugere-se que o que estaria em jogo é um eventual apoio - imaginem - a um provável projeto de reeleição de Lula em 2026. Aqui temos que admitir. Os caras sabem negociar. As espumas que se formaram com as batidas da água do mar sobre as pedras dizem exatamente o contrário, ou seja, que o União Brasil deve apoiar um nome do partido às eleições presidenciais de 2026. Até outubro de 2026 as nuvens políticas terão mudado sensivelmente.
quarta-feira, 25 de setembro de 2024
Editorial: Beneficiários do Bolsa Família estuporam 3 bilhões em jogos bets.
Alguém já afirmou que este país não pode ser levado muito sério. A cada dia ficamos mais convencidos disso. Outro dia um governador foi execrado nas redes sociais ao afirmar que considerava preocupante o fato de uma parcela cada vez mais significativa da sociedade, principalmente em regiões como o Nordeste, tivesse como única fonte de renda o Bolsa Família. Em inúmeras cidades brasileiras o montante de beneficiários, de fato, ultrapassam aqueles trabalhadores que estão efetivamente inseridos, de alguma forma, no processo produtivo. Sugere-se que tenha sido esta a preocupação do governador, embora ele tivesse pecado ao estabelecer parâmetros comparativos regionais nessa discussão.
Pois bem. Agora vem uma noticia ainda mais chocante. No mês de agosto o Governo teria liberado algo em torno de 20 bilhões com o programa, beneficiando milhares de pessoas por todo o Brasil. Como as regiões Norte e Nordeste do país são as mais fragilizadas socialmente, naturalmente, um número expressivo desses beneficiários se concentram nestas regiões. Cruzando os dados desses beneficiários, o Governo descobriu através do Banco Central, algo preocupante. Nada menos do que 3 bilhões desses recursos foram estuporados pelos beneficiários em jogos bets, ou seja, o tigrinho levou a sua parte. São transações financeiras realizadas através do Pix.
Os beneficiários passam por um cadastro rigoroso, sistematicamente acompanhado, sempre com o intuito de evitar os tradicionais desvios de finalidade. Não há como responsabilizar o Governo pelas atitudes equivocadas dos beneficiários, mas não há, igualmente, como deixar conceber a necessidade da adoção de medidas que possam minimizar este uso irregular dos recursos públicos, destinados a atender necessidades elementares da população.
Editorial: Ministra Cármen Lúcia aciona órgãos da república para manterem níveis civilizados de campanha.
A Ministra do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, acionou órgãos da república, como a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e os Tribunais Regionais no sentido de apurarem abusos, desvios de finalidades, assim como garantir a integridade civilizatória, republicana e democrática nessas eleições municipais. A medida vem no bojo dos últimos episódios observados durante os debates dos candidatos em São Paulo, onde as agressões verbais e físicas se tornaram recorrentes. Diante desses e outros fatos, tais medidas se tornaram absolutamente necessárias.
Em despacho contundente em defesa das instituições democráticas e do eleitorado - que não sintoniza sua tv numa eleição para acompanhar luta de ringue durante um debate eleitoral - a Ministra, que preside o TSE, não abdica de apontar possíveis sanções aos descumpridores das normas, sugerindo, segundo alguns observadores, a disposição, em última análise, da adoção de medidas radicais, como a inelegibilidade. Na realidade, embora absolutamente oportunas, essas brigas e agressões se constituem na ponta do iceberg, naquilo onde a Polícia Federal, o Ministério Público e os Tribunais Regionais podem intervir de forma eficiente, evitando ou inibindo tais ocorrências.
Nossa grande preocupação é que o edifício democrático está sendo corroído sistematicamente, através da ocupação de espaços públicos pelo crime organizado, por grupos milicianos, que, em casos mais graves, permitem apenas que determinados atores possam externar suas ideias e propostas para a população. No Rio de Janeiro, por exemplo, já não se faz política sem algum padrão de interlocução com grupos milicianos, fenômeno que, infelizmente, já se verifica em outras praças do país. No Guarujá uma candidata sofreu um atentado recentemente, em circunstâncias que podem ser enquadradas nesta discussão acima. Outro fator que está minando o edifício democrático são os chamados "cortes", alimentados pela economia da atenção, desvirtuando o eleitorado da real discussão sobre os destinos da pólis. Brigas e agressões integram este arsenal pernicioso para os interesses da democracia. Elas são provocados por alguns candidatos, segundo sugere-se, para a produção dos "cortes".
Editorial: Amanhã será divulgada mais uma rodada de pesquisas do Datafolha.
Amanhã, 26, deverá ser divulgada mais uma rodada de pesquisas do Instituto Datafolha, envolvendo a disputa de capitais por todo o país. A expertise adquirida pelo Instituto ao longo dos anos, conferiram ao órgão a condição de referenciar ou não os escores apresentados pelos demais institutos. Daí a grande expectativa em torno dos números que serão apresentados pelo Instituto. Conforme antecipamos no dia de ontem, 25, a dinâmica competitiva do pleito apresentou mudanças importantes em algumas capitais, a exemplo do Recife, Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro. Em, São Paulo, por exemplo, há uma gangorra entre os candidatos Guilherme Boulos(PSOL) e Ricardo Nunes(MDB), que se revezam na dianteira, conforme o instituto que realiza a pesquisa.
Em todo caso, naquela praça, o consenso dos números indicam hoje uma segundo turno entre os dois, uma vez que o candidato Pablo Marçal(PRTB) sugere que estacionou na casa dos 20% das intenções de voto. Ainda se pode falar em empate técnico entre os três postulantes, sobretudo se considerarmos os índices de margem de erro dos institutos, mas, reiteradamente, Boulos e Nunes lideram o pelotão, o que deve significar alguma coisa, já que tem sido assim entre os vários institutos. Em alguns casos, como Salvador e Macapá, a toalha já foi jogada pelos adversários. Bruno Reis e Dr. Furlan já encomendaram o terno da posse.
No Rio de Janeiro e no Recife ocorreram uma significativa reação dos candidatos bolsonaristas Alexandre Ramagem e Gilson Machado, de acordo com o Instituto Atlas\Intel. Conforme afirmamos no início, aguarda-se os dados do Instituto Datafolha para confirmar ou não esta tendência. Aqui no Recife, a reação de Gilson Machado é isolada, o que dificulta bastante na difícil missão de abalar a montanha. Os demais postulantes que concorrem como oposição a João Campos ou estacionaram ou caíram nos seus escores, a exemplo de Daniel Coelho. No Rio, se Ramagem continuar neste céu de brigadeiro nas pesquisas, poderemos ter um segundo turno.
terça-feira, 24 de setembro de 2024
Editorial: Bolsonaristas que reagem nesta reta final de campanha.
Embora tecnicamente empatado com o candidato Guilherme Boulos na disputa pala Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes, ao menos numericamente, na média, aparece à frente de psolista e é um dos nomes que deverão disputar o segundo turno na capital paulista. Suas perspectivas são boas na disputa do segundo turno, conforme aponta os próprios institutos de pesquisa. Nunes chegou a enfrentar um momento difícil na campanha, mas hoje está no jogo. Guilherme Boulos sabe que tem um trabalho hercúleo pela frente para superar o ponto de corte conservador, que sempre atrapalha as pretensões da esquerda em São Paulo.
No Rio de Janeiro, o delegado Alexandre Ramagem também viu a ampliação sensível dos seus índices na disputa pela capital. Uma reação nas duas últimas semanas. Se continuar crescendo nesses níveis, até mesmo uma improvável decisão em segundo turno passa a surgir no horizonte, revivendo o fantasma de eleições anteriores, onde candidaturas conservadoras mostram um fôlego incomum na reta final da campanha, jogando uma ducha fria em candidaturas mais identificadas com segmentos progressistas.
Em Fortaleza, o deputado federal André Fernandes comemora a ultrapassagem ao candidato Capitão Wagner na disputa pela prefeitura da capital. Já esteve em situação bem menos confortável no início da campanha. No Recife, Gilson Machado deve está comemorando seus índices, que se ampliaram bastante segundo o levantamento do Instituto Atlas\Intel, onde ele aparece com 20% das intenções de voto, embora ainda muito aquém de ameaçar a hegemonia do prefeito João Campos, que concorre à reeleição.
Na disputa pela prefeitura de Fortaleza, o Instituto Paraná Pesquisas aponta um empate triplo entre os candidatos André Fernandes(PL-CE), Capitão Wagner(UB-CE) e Evandro Leitão(PT-CE). Durante a campanha, naquela praça, observou-se alguns aspectos curiosos na dinâmica competitiva do pleito. As ascendência da candidatura do PL, representada pelo deputado André Fernandes, assim como a de Evandro Leitão, do PT, que esboça uma reação nesta reta final de campanha. Um outro dado curioso é o declínio do Capitão Wagner, que, durante muito tempo, liderou as pesquisas de intenções de voto, mas hoje cede este espaço para o jovem parlamentar André Fernandes. Ambos bebem na mesma fonte do bolsonarismo. Capitão Wagner tem uma identificação maior com o estamento militar, enquanto André Fernandes tem expressiva penetração junto ao eleitorado evangélico.
A esta altura do campeonato, existem algumas candidaturas que estão sendo solenemente abandonadas pelos partidos que as patrocinam, em razão da absoluta incapacidade de reação. O candidato do PT em Salvador é um desses exemplos. Bruno Reis, do União Brasil, atual gestor, deve ser reconduzido ao cargo sem maiores dificuldades. Em Fortaleza, a candidatura de Evandro Leitão emite sinais de que pode ir para o segundo turno, principalmente considerando-se a improbabilidade de uma disputa entre dois bolsonaristas. Há uma queixa dos petistas locais no sentido de pleitear um apoio mais efetivo das estrelas nacionais da legenda em prol do candidato Evandro.
Nesta pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas o candidato do PDT, José Sarto, atual gestor da cidade, pontua com 15,6% das intenções de voto. Sarto conta com o apoio irrestrito do ex-governador Ciro Gomes, cuja liderança e o capital político hoje pode não ser suficiente para alavancar uma candidatura. Ciro é um poço até aqui de mágoa com o PT, que, prioritariamente, seria, na sua concepção, o grande inimigo do cearense neste momento. Num eventual duelo de segundo turno entre petistas e bolsonaristas alguém tem dúvidas para onde ele caminha? Coisa das contingências políticas. A pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas foi realizada entre os dias 19 e 22 setembro e está registrada no TSE-CE sob o número 07574\2024. Eis os números:
André Fernandes(PL) - 25,3%
Evandro Leitão(PT) - 22,1%
Capitão Wagner(UB) - 20,8%
José Sarto(PDT) - 15,6%
Eduardo Girão(Novo) - 3,1%
Editorial: Marçal é expulso do debate da FlowNews.
Depois das novas confusões protagonizadas no debate de ontem, organizado pela FlowNews, onde assessores do candidato Pablo Marçal(PRTB) agrediram o marqueteiro do candidato Ricardo Nunes(MDB), no próximo domingo, 28, está programado o debate organizado pela Rede Record, onde se espera que os ânimos já tenham sido serenados ou arrefecidos. Na realidade, o problema já ocorreu no finalzinho do debate, onde o ex-coach havia se segurado ao limite. No momento das considerações finais, no entanto, apesar de advertido pelo moderador, ele se referiu de forma desrespeitosa contra Ricardo Nunes. Foi expulso do encontro, o que acarretou uma confusão generalizada entre seus assessores e o marqueteiro do prefeito, culminando com agressões físicas. Ao invés de programa de governo tivemos um Boletim de Ocorrência.
Logo após os problemas gerados durante o debate da Band, já havíamos previsto que a situação caminhava para um quadro irreversível de insultos e agressões durante a campanha. Curioso que, ao não atingir seus objetivos desta forma, o candidato Pablo Marçal dobra a aposta, entrando numa espiral complicada, uma vez que não conhece outra estratégia. Não tem proposta para debater com os concorrentes, de forma republicana e civilizada, os problemas e as soluções de uma metrópoles com a complexidade de São Paulo. Sugere-se que ele conceba a hipótese de, em sendo cada vez mais agressivo, tal atitude possa melhorar os seus índices, quando as últimas pesquisas mostram exatamente o contrário. Conforme resumiu o jornalista Josias de Souza, Marçal só faz "M", entendam os leitores como desejarem.
O debate transcorreu num clima bastante propositivo. Uma pena que, no final, tenha descampado para este episódio. Segundo algumas análises, tratou-se de um dos melhores debates até aqui organizado. Nunes esboçou a possibilidade de não comparecer, mas voltou atrás. O quadro ainda está rigorosamente indefino, sugerindo-se, na média, um segundo turno entre Guilherme Boulos e Ricardo Nunes. Para o cientista político Antônio Lavareda, o primeiro turno já está definido. A pesquisa do Atlas\Intel injetou um alento novo à candidatura de Boulos, pois ali ele aparece descolado de Ricardo Nunes, pontuando com 28% das intenções de voto.
segunda-feira, 23 de setembro de 2024
Editorial: Uma notícia boa para Boulos.
Hoje saiu mais uma pesquisa sobre a disputa eleitoral em São Paulo, a realizada pelo Instituto Atlas\Intel. Apresenta novidades em relação às pesquisas anteriores, cujos dados foram divulgados recentemente. Ou seja, a pesquisa divulgada no dia de hoje, 23, não apenas confirma um renitente empate técnico entre os candidatos Ricardo Nunes(MDB-SP), e Pablo Marçal(PRTB-SP), mas mostra um deslocamento do candidato Guilherme Boulos, do PSOL, que aparece com 28% das intenções de voto, escore acima da margem de erro do instituto, que trabalha com 3.3 percentuais. Marçal anda fazendo uma esforço hercúleo para recuperar terreno, depois que suas taxas de rejeição desmoronavam em razão de suas posturas durante a campanha.
Na realidade, o processo democrático agradece o lampejo de lucidez que tomou conta do eleitorado paulista, ao repelir, veementemente, atitudes não condizentes do candidato. A cada dia ele se atrapalha mais, ao afirmar que a campanha teve duas etapas e, somente agora, ele se propõe a apresentar propostas concretas para gerir a maior metrópoles do país. Pelo andar da carruagem política, um tarde demais. Apesar de um ligeiro escorrego durante a campanha, hoje, a situação mais confortável é a do psolista Guilherme Boulos, com vaga assegurada no segundo turno.
A notícia ruim é que, até aqui, todas as projeções de segundo turno apresenta o gestor Ricardo Nunes como favorito. Ele derrotaria Guilherme Boulos, assim como Pablo Marçal, hoje uma hipótese menos provável. A candidata Tabata Amaral esboça uma reação nesta reta final da campanha, mas ainda muito distante de alcançar o pelotão da frente. Aparece com 11% das intenções de voto. O apresentador José Luiz Datena, também não tirou alguma vantagem da cadeirada, mantendo seus índices históricos. A situação de Datena está praticamente definida, mantendo-se agora o trabalho no sentido de assegurar votos para eleger eventuais vereadores tucanos. O instituto Atlas\Intel ouviu 2.218 eleitores, entre os dias 17 e 22 de setembro e está registrada no TSE\SP-03546\2024. Eis os números:
Guilherme Boulos(PSOL) - 28, 4%
Pablo Marçal (PRTB) - 20,9%
Ricardo Nunes(MDB) - 20,9%
Tabata Amaral(PSB) - 10,8%
José Luiz Datena(PSDB) - 6,9%
Marina Helena(Novo) - 3,8%
Editorial: Intensificam-se os conflitos entre Israel e o Hezbollah.
A escalada da guerra no Líbano é hoje uma das maiores preocupações da humanidade. Até recentemente, através de uma ação supostamente das forças de inteligência de Israel, vários pagers explodiram no Líbano, alguns dos quais na posse de pessoas sabidamente vinculadas ao grupo radical Hezbollah. Há o registro, no entanto, de mais de uma dezena de mortos, além de milhares de feridos graves, entre os quais crianças sem nenhuma vinculação ao grupo. Logo em seguida, através de bombardeio, Israel afirma ter eliminado fisicamente lideranças militares do grupo, produzindo baixas consideráveis na organização.
Em represália, o grupo Hezbollah acionou milhares de foguetes contra o território judeu, produzindo, sobretudo, danos materiais. É muito complicado este conflito estabelecido entre Israel e seus inimigos naquela região. Talvez sem solução, como chegou a sugerir o historiador britânico Eric Hobsbawm. Hoje, através de uma investida de Israel, estima-se mais de cem mortos em território libanês. Basta o indivíduo se posicionar contra a morte da população civil, que não tem nada a ver com o conflito entre o Estado Judeu e o grupo radical islâmico, para atrair a ira divina.
O jornal O Estado de São Paulo produziu uma excelente matéria sobre a atuação do serviço de inteligência de Israel, o Mossad. Especula-se que eles poderiam ter engendrado a operação responsável pela explosão dos pagers. Caso isso se confirme, o pessoal do Mossad está se tornando especialista neste assunto. Há alguns anos atrás, este atentado eles assumem, ocorreu o assassinato de um membro do Setembro Negro, em Paris, em circunstâncias semelhantes. O Setembro Negro, anos antes, durante a Olimpíada de Munique, na Alemanha, sequestraram e mataram atletas israelenses que participariam daquela competição esportiva. Os terroristas foram literalmente "caçados" pelo Mossad.
domingo, 22 de setembro de 2024
Editorial: João Campos vai ao debate da TV Jornal?
Há algum tempo, quando ainda esquentávamos os bancos universitário, era frequente a queixa dos professores quanto à dificuldade de levar os políticos para debaterem suas propostas de governo no circuito acadêmico. Exista, no entanto, uma raríssima exceção, um político de perfil conservador, que não vamos citá-lo por aqui, que sempre se dispunha a discutir com a rapaziada as suas propostas. O candidato João Campos deixou de comparecer recentemente ao debate promovido pela ADUFEPE, a associação que congrega os professores da UFPE. Todos os demais aspirantes ao Palácio Capibaribe compareçam ao evento, inclusive o bolsonarista Gilson Machado.
Não tivemos a oportunidade de acompanhar, mas, a rigor, o que se comenta é que o debate foi morno, sem grandes entusiasmos. A própria universidade passa por um momento difícil, mesmo diante de um governo de perfil progressista, que sempre se identificou com a comunidade acadêmica. Preocupa bastante algumas sinalizações emitidas pelo Governo Lula 3, mas não é este o momento para discuti-las. O conglomerado de comunicação do Sistema Jornal do Commércio está anunciando para o próximo dia primeiro o seu debate com os candidatos que concorrem à Prefeitura da Cidade do Recife.
O socialista já informou que irá aos debates. Há alguns deles programados até o dia 06. Recife, pelo andar da carruagem política, não terá segundo turno. João Campos estabeleceu uma vantagem tão expressiva em relação aos seus concorrentes que não teria nada a perder em comparecer aos debates. É um compromisso com a democracia, que ele precisa honrar, dando um bom exemplo de respeito aos seus diletos eleitores.
sábado, 21 de setembro de 2024
Editorial: O incrível Dr. Furlan.
Esqueçam Bruno Reis, João Campos, assim como João Henrique Caldas, prefeito de Maceió, que disputa a reeleição, mas conhecido como JHC. O grande campeão de votos entre os aspirantes à gestão de uma capital no país deve ser mesmo o Dr. Furlan, do MDB, que disputa a gestão de Macapá, a capital do Amapá. Ele já chegou aos incríveis índices de 91% das intenções de voto. Hoje, segundo o Datafolha, ele caiu para 86%, mas, ainda assim, estamos tratando de um escore superior aos de Bruno Reis(UB-BA), João Campos(PSB-PE) e João Henrique Caldas(PL-AL).
Há um concorrente que até acabou abandonando a disputa, diante de tanto favoritismo do Dr. Furlan. O êxito do Dr. Furlan está associado a uma boa gestão da capital do estado do Amapá, um dos fatores mais importantes para credenciar os prefeitos a continuarem nos cargos, consoante levantamentos dos institutos de opinião. No início do ano, o senador do Rio Grande do Norte, Rogério Marinho, fez uma previsão onde apontava que o PT não elegeria nenhum prefeito de capital. De fato, suas previsões estão se confirmando. Temos nuvens cinzentas por aqui, mas não são de chuvas e sim de fuligem.
O quadro preocupa porque o capital político da legenda, inclusive em redutos tradicionais como o Nordeste, despenca a cada nova eleição. Há duas capitais onde o partido pode chegar lá, mas sempre a reboque, como é o caso do Rio de Janeiro, com Eduardo Paes, e o Recife, com João Campos. Adriana Accorsi chegou a liderar a disputa pela capital Goiânia, mas foi ultrapassada por Sandro Mabel, do União Brasil, que hoje lidera a disputa. O quadro na principal metrópoles do país, por outro lado, começa a se definir concretamente. Tudo indica que teremos um segundo turno entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Neste caso, a Faria Lima entra em campo para preservar seus quinhões.
sexta-feira, 20 de setembro de 2024
Editorial: Marçal muda de estratégia. Tarde demais!?
O debate do SBT\Terra, realizado no dia de hoje, 20, mostrou uma mudança substantiva de comportamento do empresário e candidato Pablo Marçal(PRTB-SP). O "sotaque" ele não perdeu, se permitindo o uso de algumas indiretas ou ironias, mas, a rigor, apresentou-se como um aspirante mais moderado, equilibrado, até discutindo propostas para a cidade. Diante da sequência de problemas apresentados durante os debates anteriores, o SBT endureceu as regras, tornando comportamentos inadequados passíveis de expulsão do candidato. Nem os apelidos foram tolerados, embora a tchutchuca do PCC aparecesse nos momentos finais do enfrentamento.
Marçal, diante dos números desfavoráveis e o aumento expressivo de sua rejeição, tentou, hipoteticamente, estipular dois momentos distintos da campanha. Aquele em que ele expôs a biografia dos seus concorrentes, e, a partir de agora, quando teremos apenas duas semanas para a votação de 06 de outubro. Definitivamente, faltou combinar com os eleitores, que repeliram o seu comportamento agressivo e beligerante. Estratégias equivocadas em campanha podem ser determinantes para o desempenho de um candidato. Alguns bons analistas sugerem que seu definhamento ou estagnação deverá ir ate as urnas, no dia 06. A eleição em São será definida entre Ricardo Nunes, do MDB, e Guilherme Boulos, do PSOL.
Pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas, no dia de hoje, 20, não sugere mudanças significativas, mas continua apontando um empate técnico entre ele, Boulos e Nunes, o que demonstra a resiliência do empresário. Vamos aguardar mais um pouco, mas a sua situação hoje não é das melhores. Há indicadores de saturação do eleitorado com o seu comportamento não condizente com um processo eleitoral minimamente civilizado.
Editorial: Por dentro das pesquisas de intenção de voto.
Com o andamento da campanha, alguns dos grandes institutos de pesquisa passaram a mensurar as reações mais íntimas dos eleitores em relação aos seus candidatos. Índices de aprovação para aqueles que já administram a máquina; taxas de rejeição dos concorrentes, estratificação do eleitorado por renda, formação, zonas da cidade onde residem, religiosidade, entre outras características. A princípio, a preocupação maior dos eleitores seria a de observar os números finais, aqueles escores que indicam o percentual de votos dos candidatos, principalmente a performance daquele com o qual ele se identifica. Há até aquela indicação do voto útil, ou seja, o eleitor pode deixar de votar no seu preferido em razão de sua impossibilidade de chegar lá.
Os dados levantados por esses institutos, porém, agora são de fundamental importância para se concluir algo em torno do potencial de êxito do candidato X ou Y na disputa. Em São Paulo, por exemplo, observa-se o desmoronamento da candidatura de Pablo Marçal(PRTB-SP), sobretudo em razão do seu comportamento inadequado, rejeitado pelos eleitores. Há uma grande possibilidade dele não ir para o segundo turno, que deve ficar polarizado mesmo entre Guilherme Boulos(PSOL-SP) e Ricardo Nunes(MDB-SP). A eleição está equilibradíssima, mas, sob certos aspectos, o staff de campanha de Ricardo Nunes, ainda com base nesses percentuais estratificados, já pode comemorar a possibilidade concreta de reeleição. As avaliação de segundo turno sugerem que ele venceria com relativa facilidade em relação ao Guilherme Boulos, e daria uma lavagem em Marçal, caso ele ainda possa se recuperar, o que os números de rejeição não sugerem.
Aqui no Recife, com baixíssima rejeição e percentual de votos que atingem o índice de 77% de acordo com o último Datafolha, o prefeito João Campos já pode encomendar o terno da posse. A questão agora é saber quem atinge um percentual maior de votação. Se ele ou o candidato do União Brasil, em Salvador, Bruno Reis. Daniel Coelho, candidato que conta com o apoio do Palácio do Campo das Princesas, não decola. O bolsonarista Gilson Machado, amealha melhoras nos seus índices, mas muito aquém do suficiente para se tornar um candidato efetivamente competitivo. Ademais, ele possui uma taxa alta de rejeição, o que interdita seu avanço nas intenções de voto.
Editorial: "Translados", de Nicolás Gil Lavreda.
Enquanto os homens aram mais retraídos, as mulheres, embora reticentes no início, se mostravam bem mais à vontade em relatar os fatos. Estreou na argentina, em Buenos Aires, precisamente, o documentário "Translados", do cineasta Nicolás Gil Lavreda, que aborda os famosos voos da morte, um expediente utilizado pela ditadura daquele país para assassinarem seus opositores. Os voos da morte consistiam em dopar as vítimas e atirá-las ao mar ou ao Rio da Prata. Nicolás reuniu relatos de pessoas que sobreviveram; depoimentos de agentes de Estado que participaram ou que conheciam detalhes sobre essas atrocidades; além de documentos que puderam ser confirmados, como relatórios dos serviços de inteligência.
Um dos casos mais emblemáticos é o de um grupo de mulheres ligadas a Igreja Católica, que foram deduradas por um agente infiltrado. O agente foi condenado, assim como outros tantos militares e civis que estiveram envolvidos com violações graves dos direitos humanos naquele país. Durante a exibição, com casa cheia, as pessoas aplaudiram e se emocionaram com as cenas mostradas no documentário. Até recentemente foi produzido um outro documentário sobre um grupo de estudantes secundaristas desaparecidos e mortos depois de reclamarem sobre a concessão de um benefício de transporte público. É sempre bom que essas verdades venham à superfície através das câmaras desses jovens cineastas.
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
Editorial: Fogo não se apaga com saliva II
Existem alguns fatores ambientais que estão contribuindo para este desastre, principalmente em zonas como do estado de São Paulo, mas, a rigor, como reconhece o próprio presidente Lula, há um profundo despreparo nosso para lidar com uma emergência como a que estamos enfrentado. Para completar o enredo, quase todos os dias as forças policiais apontam indícios de ações coordenadas ou prendem marginais tocando fogo em áreas de mata. O fato é que o Brasil arde em chamas. Segundo alguns observadores, a Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, por não ter mais como explicar a situação, estaria sendo blindada pelo governo, restringindo ao máximo a concessões de entrevistas para tratar do tema nevrálgico.
Lula propôs a convocação dos entes federados para definir ações conjuntas, mas desistiu da ideia depois que, possivelmente, percebeu as inúmeras dificuldades de construção de algum consenso sobre o assunto.


