Ao longo dos anos, o edifício democrático vem sendo corroído sistematicamente. No dia de ontem, na condição de Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, a Ministra Cármen Lúcia recomendou aos órgãos competentes da república que adotassem medidas efetivas para impedir que o processo democrático fugisse ao escopo de um procedimento republicano e civilizado, onde o eleitor tivesse plena liberdade em sufragar o seu voto, sem os constrangimentos que alguns postulantes tentam infligir, como o de tumultuar os debates, aliciar eleitores ou obrigá-los a votar neste ou naquele nome que não corresponda à sua vontade. É o mínimo que se espera numa eleição dentro de uma quadra democrática.
O assédio eleitoral, no passado, já teve outros nomes como o voto de cabresto ou voto de curral, onde os coronéis interioranos literalmente prendiam o seu rebanho de eleitores, contingenciando-os a votarem nos seus apaniguados indicados. Na semana passada ocorreu uma grande operação da Polícia Federal na Paraíba, onde ficou constatado o aliciamento de eleitores, culminando com a prisão de uma das pessoas envolvidas. A justiça daquele estado, inclusive, resolveu manter a sua prisão. A cidadã já exerce mandato como vereadora de João Pessoa.
Hoje, dia 26, na cidade de São Bento, outra mega operação denominada de COACTUM, foi realizada na cidade de São Bento, Sertão do Estado, onde foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão, motivada pela compra de voto e aliciamento violento contra eleitores. Há rumores de rachadinhas, onde funcionários poderiam estar sendo obrigados a reservar parte dos seus salários para alimentar determinados esquemas, daí o nome COACTUM, designando algo compulsório. Sugere-se que a operação tenha sido realizada em escala nacional, pois também foram registradas ocorrências no estado do Rio Grande do Sul. Duas pessoas foram presas na Paraíba e até uma metralhadora foi apreendida.
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