O cenário político pernambucano passa por um momento de efervescência. Talvez, no inicio de 2026, possamos falar numa eventual decantação de tal processo, com as coisas mais definidas, principalmente em relação ao comando das agremiações ou federações políticas no estado, assim como a definição da formação das chapas que deverão disputar o Senado Federal, uma vez existe muitos candidatos para as chapas que se supõem sejam montadas para disputar o Palácio do Campo das Princesas. No artigo anterior anunciamos que o Presidente da Assembleia Legislativa do Estado, o deputado estadual Álvaro Porto, esteve em Brasília recentemente, onde havia se encontrado com o presidente do PSDB, Marconi Perillo, para tratar questões relativas ao comando do partido no estado. Álvaro, conforme informamos, mantém boas relações com o prefeito João Campos, que faz questão de retribuir a urbanidade do deputado.
O Podemos, que já integra a base de apoio ao Governo Raquel Lyra, deverá formar uma federação com o PSDB. Depois dos arranjos na máquina do estado, realizados pela governadora, sabe-se hoje que quatro deputados do Solidariedade deverão migrar para o Podemos. Pelo andar da carruagem política, sugere-se que a vice-governadora, Priscila Krause, sabia o que estava fazendo ao filiar-se ao PSDB. Talvez fique mesmo com a direção da legenda, como se especula, afastando as supostas pretensões de Álvaro Porto. Processo semelhante deverá ocorrer em relação à formação da federação PP e União Brasil, quando o Presidente Nacional do PP, Ciro Nogueira, já antecipou que o comando nos estados fica com quem tem a maioria dos representantes no parlamento, critério que deve ser adotado em todo o país.
Aqui em Pernambuco, vale dizer o deputado Eduardo da Fonte, desta vez apeando o clã dos Coelho, principalmente Miguel Coelho, que é aliado do prefeito João Campos, e disputa a indicação a uma das vagas ao Senado Federal na sua chapa apo Governo do Estado, em 2026. O curioso é que, com este movimento, a governadora matou dos coelhos com uma cajadada só. Consolidou o nome de Eduardo no seu staff, que talvez venha a compor uma das vagas ao Senado Federal, conforme se especula - além de criar embaraços para o representante da família Coelho. Miguel está tão entusiasmado com a eventual indicação que já andou tecendo algumas ponderações críticas aos atuais representantes do estado na Câmara Alta.
Em relação ao PL, os problemas não são menores, uma vez que Valdemar da Costa Neto, Presidente Nacional do PL, fecha com a família Ferreira aqui no estado, desconsiderando as pretensões do ex-ministro Gilson Machado, representante autêntico do bolsonarismo na província pernambucana. Com relações orgânicas com o capitão Jair Bolsonaro, existe a possibilidade de Gilson deixar o partido, que fica sob o comando dos Ferreira, abrindo brecha para as pretensões de Anderson Ferreira integrar a chapa do Campo das Princesas como candidato ao Senado Federal, assegurando, quem sabe, a presença do voto conservador ao seu palanque, fato já ocorrido em 2022, quando ela foi eleita governadora. O arranjo não é tão simples, em razão dos seus padrões de relações com o Palácio do Planalto, o que implica em fazer concessões ao PT local, num momento crucial, onde a eleição para o Senado Federal torna-se crucial para o Governo Lula barrar os objetivos dos bolsonaristas.
Os arranjos para a composição dessas chapas ao Senado Federal é uma obra de engenharia política complexa. São muitos nomes e poucas chapas. Mas política é isso mesmo. Se fosse perto, todo mundo ia; se fosse raso, ninguém se afogava; se fosse largo, tudo acomodava, como diria o cancioneiro popular. No comando do PSB nacional, o prefeito João Campos conquista um espaço mais robusto de negociações com o Palácio do Planalto, mas sabe-se, a priori, de suas relações com um eleitorado não necessariamente lulista e até antilulista, algo que foi fundamental em sua primeira eleição para o Palácio Capibaribe. Raquel também sabe disso.
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