
A partir de 2013, quando foram iniciados os assédios mais efetivos contra o ordenamento democrático no país, a partir das mobilizações denominadas de Jornadas de Junho, aprisionada por grupos de extrema direita, que conseguiram, de forma efetiva, colocar o bloco de direita nas ruas, gradativamente eles estão perdendo força. Difícil apontar aqui os motivos para este debacle, mas de fato isto está ocorrendo no país, mesmo sabendo do climão favorável aos grupos de direita neste momento histórico. Na realidade, também no Brasil, a direita ou extrema direita - eles abominam essa denominação - continua forte e competitiva. Nossa observação aqui diz respeito apenas às mobilizações de rua que, no passado recente, já foram mais prestigiadas pelas apoiadores.
Segundo dizem, o Palácio do Planalto lançou uma lupa sobre este último movimento da direita, por motivos óbvios. Há uma frente de batalha institucional no Congresso que articula votos para aprovar a anistia aos envolvidos nos atos de 08 de janeiro. O ex-presidente Jair Bolsonaro tem feito um corpo a corpo neste sentido, conversando com lideranças de partidos que integram o Centrão. O processo exige apenas uma maioria simples, o que facilitaria o trabalho da oposição. Se essas mobilizações ganham força nas ruas, isso poderia se refletir favoravelmente sobre as articulações institucionais.
Uma outra questão em jogo seria a programação de uma mobilização de artistas ligados aos movimentos de esquerda, que pretendem também se manifestarem contra a anistia, exigindo a punição aos envolvidos. Sem anistia. Como a esquerda encontra hoje enormes dificuldades de reunir seus apoiadores, uma mobilização de grande proporção organizada pela direita seria um escorregão logo de saída, suscitando o acanhamento do campo progressista.
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