Até recentemente, o Tribunal de Contas da União sustou uma licitação de R$ 480 milhões de reais para os trabalhos da COP30, que se realiza no Pará. O contrato firmado com o Governo Federal está eivado de possíveis irregularidades. Na realidade, para sermos mais precisos, houve uma dispensa de licitação, o que é ainda mais sério. Isso nos fez recordar as graves denúncias de desvio de recursos públicos que ocorreram em relação a outros grandes eventos, a exemplo da Olimpíada do Rio de Janeiro ou a Copa do Mundo, um verdadeiro sumidouro de recursos públicos para finalidades não necessariamente republicanas, trazendo como resultado elefantes brancos deficitários e obras paralisadas e nunca concluídas. À época da Copa do Mundo, houve um grande interesse de entes federados - sem qualquer tradição futebolística - em reformarem seus estádios de futebol. Um dos casos mais emblemáticos foi o do Mané Garrincha, em Brasília.
Na realidade, esses megas eventos possuem, igualmente, aliado aos interesses políticos em jogo, um lado sombrio, ou seja, se configuram como dutos de desvios de recursos públicos. A sensação que temos neste momento é que a corrupção, que nunca deixou de existir no país, ultimamente vem mostrando sua face cruel, espraiando-se por todos os quadrantes. Até os mensaleiros estão de volta à ribalta ou ao local dos crimes cometidos. Organismos como a Transparência Internacional também já teriam constatado este fenômeno recidivo, desta vez com o agravante do perdão concedido a réus confesso, que fazem suas lives semanais com cara de deboche.
É como se a corrupção estivesse se espraiando por todos os recantos, desde a capital federal aos entes federados, passando pelos municípios. Aqui no Estado, por exemplo, fala-se de livros que estariam sendo comprados por preços superfaturados, a valores que chegam a R$ 1600 reais a unidade, segundo um site conhecido. Evitamos aqui dá nomes aos bois, mas antecipamos que não se trata de um contrato do Governo do Estado, mas de um município. A gente sabe que livro no país é algo caro, em alguns casos proibitivo, sobretudo em razão da pouca leitura dos brasileiros, mas, daí a este sobrepreço vai uma distância enorme.
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