No ambiente de instabilidade institucional em que o país se encontra, não surpreende que os atores, de lado a lado, estejam atentos, com os olhos bem abertos, para não perder de vista os movimentos dos adversários. Os bolsonaristas se mobilizam em torno da pauta da anistia, utilizando-se de todos os recursos disponíveis, seja os institucionais, seja através das manifestações de rua ou pelas redes sociais. Até mesmo os advogados dos indiciados pela tentativa de golpe de Estado de 08 de janeiro admitem que a batalha jurídica está perdida. No dia de ontem, um desses grandes jornais ouvindo as considerações dos ilustres defensores, usou uma expressão bastante emblemática, atribuída a um deles: Estamos lascados.
Por outro lado, depois de um enorme esforço realizado pela Polícia Federal, pelo Poder Judiciário, pela PGR seria inconcebível que o Legislativo simplesmente passasse uma borracha nisso tudo e decretasse uma anistia. Se, quando da viagem de Lula ao Japão, acompanhado dos velhos dirigentes e os novos empossados nas Casas Legislativas, suscitou-se entre os bolsonaristas a possibilidade de a carne não ter sido o único ingrediente das negociações, hoje, dia, 27, em artigo do jornalista Josias de Souza, disponibilizado no portal UOL, ele aborda exatamente como os ministros da Suprema Corte estão se preparando para uma eventual aprovação do projeto pelos bolsonaristas na Câmara Federal.
Hoje, 27, o deputado federal Lindbergh Farias manifestou sua preocupação em torno do avanço do projeto, que exige apenas maioria simples para a aprovação, e conta com uma grande mobilização dos bolsonaristas. No entendimento da Corte, mesmo que isso ocorra, a matéria é constitucional e não está prevista na Constituição Federal, cujo guardião é o STF. Isso significa dizer que a mobilização política dos bolsonaristas pode não dá em nada. Desta vez, pelo andar da carruagem política, os conspiradores contra as nossas instituições democráticas terão um ônus pesado pela frente. Isso é pedagógico. Trata-se de uma falácia a afirmação de que tem alguém sendo punido por uma pichação com um batom. Salvo algumas exceções já observadas - caso de vendedores ou pedintes - todos os que estavam ali sabiam muito bem contra quem estavam atentando. O que ocorre hoje é um grande arrependimento dessa gente, uma vez que o intento golpista não foi bem-sucedido. Felizmente.
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