Em certa medida, o julgamento de Bolsonaro já começou. Com a aceitação da denúncia encaminhada pela PGR, algo tido como certo, ele se torna réu e vai ao julgamento efetivo. Neste momento, está sendo apreciada a denúncia da PGR, aqui incluso, além de Jair Bolsonaro, oito pessoas que formavam o núcleo crucial da tentativa de golpe, conforme denominação da própria PGR. Deste grupo, apenas Bolsonaro esteve presente à sessão do STF, coordenado por integrantes da primeira turma, acompanhado de alguns aliados, a exemplo do deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Luciano Zucco.
Agora há pouco ficamos sabendo que a oposição resolveu, como protesto, obstruir a pauta legislativa, com exceção apenas para a Comissão de Segurança Pública, a comissão da Bancada da Bala. Tivemos alguns cantratempos com partidários do ex-presidente e do advogado de um dos implicados, Filipe Martins, o desembargador Sebastião Coelho, que também tentou adentrar o recinto, mas foram impedidos, em razão das formalidades que não foram cumpridas. Há alguns meses escrevemos um editorial acerca dos eventuais danos da prisão desse núcleo golpista, com ramificações políticas e militares nada desprezáveis. Seria algo inédito no país encarcerar atores com tal plumagem. Algo como um teste da saúde de nossas instituições democráticas.
Os militares envolvidos se queixam que estão sendo abandonado pelos pares, o que se constitui num indício de que a cúpula militar talvez tenha lavado as suas mãos, a exemplo de Pôncio Pilatos. Tribunais militares tem manifestado apoio às ações do STF, o que se constitui num outro indicador de que a sorte dos envolvidos pode ter sido lançada. São indícios ainda insuficientes, mas vamos ver como está a solidez de nossas instituições democráticas.
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