terça-feira, 5 de setembro de 2023
segunda-feira, 4 de setembro de 2023
Editorial: Como ficam as verbas para o IBAMA no orçamento?
Existem algumas áreas onde o terceiro Governo Lula não tem a permissão de cometer equívocos. É preciso ficar muito atento a essas questões cruciais. Tudo que o Governo Lula não deseja e não pode conceber é ser nivelado aos mesmos problemas relacionados ao desgoverno anterior. Poderíamos passar o resto do dia por aqui enumerando esses pontos nevrálgicos, mas isso cansaria os diletos leitores que nos brindam com a leitura dessas postagens. Aliás, os eleitores de Lula - radicais ou não - devem ter uma ideia formada sobre o que estamos tentando invocar.
Com relação os militares, por exemplo, para o bem de ambos os lados - a caserna e a política - o melhor a fazer, conforme comentamos mais cedo, é a adoção de uma postura estritamente republicana, que os devolvam às suas funções de natureza essencialmente militar. Cair na armadilha dos "generais de Lula" seria um grave equívoco. Um outro ponto diz respeito às questões ambientais, onde as rédeas já foram afrouxadas no que concerne à exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. O Centrão está certo que vencerá essa queda de braços com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
Até recentemente, o Ministério da Justiça anunciou uma série de ações na região do Rio Amazonas, onde algo estimado em trezentos e duas balsas ou pontos de exploração de ouro ilegal em terras indígenas foram destruídos. Nessas narativas, sempre aparece em evidência o papel da Polícia Federal, consorciado com o IBAMA, em ações conjuntas. Agora há pouco, infelizmente, obtivemos a informação de que existem pessoas divulgando a informação de que o IBAMA poderia ter seus recursos bloqueados, impedindo suas operações, o que seria algo desastroso, mais ou menos, na linha dos torniquetes assediativos aplicados a esses órgãos, bem ao estilo do desgoverno anterior. Esperamos que seja apenas um mal-entendido ou uma fake news. Eis aqui uma área nevrálgica onde Lula não pode nem pensar em cometer algum deslize.
Editorial: O sumiço das fitas.
Em suas memórias, o ex-presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, lamentou profundamente não ter destruído as fitas comprometedoras sobre as tessituras, algumas delas tramadas na interior da Casa Branca, com o objetivo de gravar ilegalmente os planos dos seus opositotes, o Partido Democrata, num caso de espionagem ilegal que que ficou conhecido como o Escândalo Watergate. As fitas foram requisitadas - sem cortes ou edições - pela Suprema Corte Americana. O resto é História. Todos conhecem o desfecho.
Nos dias de hoje, enquanto os Estados Unidos estão dispostos a colaborarem com os membros da CPMI dos Atos Antidemocráticos do dia 08 de janeiro, por aqui as fitas estão simplesmente sumindo. As fitas que estão chegando àquela comissão não estão contribuindo em nada para o andamento dos trabalhos de investigações ou indiciamentos de responsáveis por eventuais delitos concernentes ao fulcro do teor da CPMI, ou seja, aqueles que direta ou indiretamente estão envolvidos nas tramas golpistas contra as instituições democráticas do país.
Primeiro foram as polêmicas fitas solicitadas ao Ministério da Justiça. Agora, é o GSI que informa não haver registro da visita do hacker Walter Delgatti ao Ministério da Defesa. Segundo alguns informes, o ex-ajudante de ordens estaria colaborando bastante com a Polícia Federal. Exista a possibildade de ele ter presenciado, em algum momento, o encontro do hacker no Ministério da Defesa. Assim, ele poderia confirmar ou não o encontro do hacker com a alta cúpula do governo anterior.
Editorial: Cada qual no seu quadrado, Lula.
O terceiro Governo Lula enfrenta inúmeros dilemas. Alguns deles se impõem e não poderiam serem evitados, como esta tarefa hercúlea de preservar as condições mínimas de governabilidade, cedendo aos achaques do Centrão. Por outro lado, é preocupante a estratégia de se estabelecer relações de proximidades demasiadas com os militares. Isso não é bom para nenhum governo, como, aliás, também não seria de bom alvitre para os militares esse envolvimento orgânico com a política. A situação ideal seria eles voltarem para caserna, cuidarem de seus afazeres específicos e deixaram a política de lado. O ônus de terem integrado o Governo Bolsonaro foi pesado demais. Mesmo em se tratando de questões pontuais, maculou a imagem da instituição, como evidencia uma pesquisa encomendada recentemente.
Como a relação entre civis e militares no país nunca foi uma questão definitivamente pacificada, a nossa presunção é que o cálculo estabelecido pelo governo é no sentido de evitar complicadores institucionais. Não vamos usar a palavra "golpe" para não melindrar. Apostamos na hipótese de ele está apenas prospectando o terreno, esperando o momento mais adequado para estabelecer essa distância regulamentar, que se impõe como absolutamente necessária. O governo anterior tinha objetivos claríssimos para alguns setores militares, suscetíveis às rupturas institucionais, como a cada dia fica mais evidente.
Talvez possamos aqui mexer num vespeiro, mas um bom teste será a resposta do Governo a um pleito de melhoria salarial da caserna. Os militares tiveram recomposições salariais regulares durente o Governo Bolsonaro, mesmo nas circunstâncias especiais do período mais crítico da pandemia, quando os demais servidores públicos foram ao sacrifício. Antes de mais nada, o Governo Lula precisa corrigir as injustiças contra algumas categorias de servidores do Poder Executivo, que chegaram a amargar sete anos sem reajustes, com perdas que chegaram a quase 60%.
domingo, 3 de setembro de 2023
Editorial: Elmano de Freitas determina que mausoléu de Castelo Branco seja retirado do Palácio da Abolição.
As homenagens a atores que estiveram no epicentro dos porões da Ditadura Militar instaurada no país com o Golpe-Civil Miltar de 1964 vêm produzindo grandes polêmicas. Não podemos afirmar aqui que se trata, tão somente, das indisposições inerentes entre bolsonaristas e petistas. Por vezes, essa indisposição ocorre entre uma esquerda, digamos assim mais "moderada", e uma esquerda mais autêntica ou dita "radical", como ocorreu recentemente em Pernambuco, quando se criou um confronto em torno da mudança do nome de um auditório do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco, que presta homenagem a um dos expoentes da Ditatura Militar, Carlos Maciel.
O homenageado, na condição de interventor do Movimento de Cultura Popular, esteve organicamente vinculado às tessituras antidemocráticas, antirrepublicanas, revanchistas e persecutórias que culminaram com a demissão do educador Paulo Freire da Instituição. Não deixa de ser curiosa essa convivência, uma vez que, hegemonicamente, o Centro de Educação seguiria uma orientação político\ideológica identificada com o pensamento do educador pernambucano, exaltando-o em diversos momentos. Há, até, um núcleo de estudos dedicado ao conjunto da obra do educador, que produziu reflexões importantíssimas no campo da educação, que não se limitaram unicamente ao país, alcançado o conjunto do continente latino-americano.
No Ceará, o governador Elmano de Freitas, determinou que o mausoléo Castelo Branco, um emblemático representante da Ditaduta Militar, fosse retirado do Palácio da Abolição, sede do Governo do Estado. Para lá, deve ser transferido, nas palavras do próprio governador, os restos mortais daqueles que lutaram contra a instituiçaõ da escravidão no estado, a exemplo Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar. Ponto para Elmano de Freitas. Antes mesmo da assinatura da Lei Áurea, em razão de atitudes corajosas como a tomada por Francisco José do Nascimento - que se recusou a fazer o trajeto de jangada dos escravizados que o estado transferia para outras unidades da federação - o Ceará tornou-se um porto seguro para os escravizados que fugiam do cativeiro. Muitos deles saíram de Pernambuco, clandestinamente, em excursões ou fugas organizadas pelo Clube do Cupim.
Editorial: Reestatiza a Eletrobras, Lula.
A proposta vem em cumprimento a um receituário básico dos pilares das políticas neoliberais, que orientam as tomadas de decisões visando sempre os interesse do capital. Como praticamente todos os processos de prvatizações do governo anterior, também o da Eletrobras está repleto de problemas. um verdadeio desastre para o país, nas palavras do ex-candidato presidencial Ciro Gomes. Maior irresponsabilidade ainda, segundo Ciro, seria o Governo Lula não retomar as rédeas da situação e reestatitizar imediatamente a companhia.
Os problemas já foram apontados pelo próprio Lula, que mostrou a imoralidade da remuneração concedida aos integrantes do conselho da companhia. A reestatização, certamente, produziria alguns problema jurídicos, assim como a possibilidade de criar arestas junto ao mercado. Haveria, inevitavelmente, algum ônu político, mas, possivelmente menor do que os desgastes de eventuais apagões recorrentes, em razão de desinvestimentos. Por outro lado, essas narrativas de que o capital gere melhor do que o Estado estão caindo por terra. Nos processos de privatizações, há dois entes que, de fato, tiram vantagem: o capital privado e os agentes públicos com eles mancumunados, auferindo vantagens através de expedientes fraudulentos, a começar pelas avaliações de preços abaixo do valor real das empresas. É curioso como essas empresas sempre são vendidas por valores abaixo do preço de mercado calculado.
Editorial: Grande mídia levanta a bola de Aécio Neves.
Setores da grande mídia não escondem sua indisposição com o Governo Lula. Talvez tenham encontrado, nesse ensaio de retorno de Aécio Neves à ribalta, um oportunidade de dar vazão a essa notória indisposição. O político mineiro vem ocupando esses espaço, ora com matérias jornalísticas, ora concedendo entrevistas. Na última delas, informou que o seu partido, o PSDB, irá fazer uma oposição cerrada ao Governo Lula. Em suas palavras, acabou o nem nem nem. É pouco provável que deputado federal volte a ocupar aquele protagonismo que já ocupou na política brasileira, quando perdeu uma eleição apertada para a ex-presidente Dilma Rousseff.
Todos nós conhecemos o enredo macabro que se sucedeu logo em seguida, conduzindo o país para este estágio de instabilidade política, de consequências danosas para as nossas instituições democráticas, que tentam, até hoje, restituir o tecido do respeito às regras do jogo e da observância aos princípios da Carta Constitucional. Ficamos aqui tentando imaginar qual seria a plataforma ou raia que o político mineiro predente ocupar na política brasileira, depois de um longo período de refregas. Nao seria supreendente, pelo seu perfil, que ele tentasse ocupar, quem sabe, um eventual vácuo bolsonarista.
A raposa mineira culpa o ex-governador João Dória pelo esfacelamento do PSDB o que, convenhamos, trata-se de uma grande injustiça. Não há um único responsável por esse debacle tucano. São múltiplos os fatores. Ficamos aqui apenas imaginando como se comportará essa nova geração tucana diante das investidas da velha raposa. Essa nova geração ainda teria uma chance de estabelecer algum diálogo propositivo com a população, sobretudo em razão do histórico. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, por exemplo. Quanto a Aécio Neves...
sábado, 2 de setembro de 2023
Editorial: O destino inevitável do Tenente-coronel Mauro Cid.
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Crédito: Cristiano Mariz, agência O Globo |
Editorial: O nó górdio da minirreforma administrativa ou a armadilha da governabilidade.

O núcleio político e ideológico do PT, por outro lado, não gostou nenhum pouco do assédio do grupo sobre ministérios estratégicos, como o de Desenvolvimebto Social. Os socialistas, por sua vez, também não ficaram nada satisfeitos em entregar o Ministério de Portos e Aeroportos, além de rachar o da Indústria e Comércio com os Progressistas, ao se desmembrar a Secretaria de Micro e Pequenas Empresas, transformada num ministério sem pé nem cabeça, apenas e unicamente para arranjar uma solução política que acomodasse os novos inquilinos.
Agora já se anuncia que a reforma terá um novo adiamento, diante dos acontecimentos do dia de ontem, onde um inquilino da Esplanada dos Ministérios, indicado ao cargo por um partido integrante do Centrão, recebeu a visita da Polícia Federal e encontra-se encrencado até a medula, uma vez que suas práticas irregulares já se tornaram corriqueiras. É um quantomais!(assim mesmo). Rapaz, que dilema complicado este enfrentado pelo Governo Lula.
Em nome da governabilidade, precisa abrir espaço no Governo para este grupo, quando se sabe que, não necessariamente, eles se guiam pelos bons princípios da administração pública. Depois, se sente constrangido em tomar medidas mais radicais para não desagradá-los e enfrentar problemas com pautas importantes do governo, que precisam de aprovação do Legislativo. Se não tomar tais medidas, por outro lado, pode ser acusado de leniência ou até mesmo conivencia.
Editorial: Avaliação de Tarcísio de Freitas despenca em São Paulo.
Há um grupo de bolsonaristas mais radicais para quem a ocorrência de atitudes anticivilitórias dos seus líderes não muda em nada o seu comportamento. Pelo contrário, pode até mesmo servir de incentivo ao endeusamento dessas lideranças, aclamadas como mito, como é o caso de um ex-presidente da República. Por outro lado, possivelmente existiriam aqueles simpatizantes apenas, mais suscetível de mudarem a opinião sobre os seus líderes, consoante discordem de suas atitudes. Em pouco espaço de tempo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cometeu algumas atitudes ou se envolveu em polêmicas que poderiam mudar a opinião desse grupo de apoiadores menos radicais.
Há a questão dos livros didáticos com erros grosseiros, ao ponto de inventarem praia na capital ou mesmo retirarem os créditos da assinatura da Lei Áurea da Princesa Isabel; o pedido de explicações de uma ministra do Supremo Tribunal Federal para que ele justifique a homenagem a um notório representante dos porões da Ditadura Militar instaurada no país com o Golpe Civil-Militar de 1964. Pior que isso, a chacina do Guarujá, onde foram mortas 20 pessoas, durante operação da Polícia Militar do Estado, em represária à morte de um policial da Rota.
Uma pesquisa qualitativa seria importante para entender o que levou a população do estado a cravar um escore de 30% de avaliação entre bom e ótimo na última pesquisa do Instituto Datafolha. Tarcísio de Freitas teve um decréscimo deste índice, da ordem de 10 pontos percentuais, em relação à pesquisa anterior realizada pelo mesmo instituto, ou seja, sua avaliação positiva despencou. Não seria improvável a existência de outros indicadores -apenas passíveis de ser inferidos numa pesquisa qualitativa - mas, certamente, os fatos citados acima devem ter dado sua contribuição para esta queda de avaliação.
sexta-feira, 1 de setembro de 2023
Editorial: Canta, passarinho.
Nunca gostamos muito da ideia de manter pássaros presos em gaiolas. Isso desde criança, quando o hábito era comum entre a meninada da vila. Mas, numa ocasião, jpa adulto, este editor foi presenteado por um amigo com um canário belga, um desses pássamos que podem ser mantidos em cativeiro, consoante a legislação a respeito. Acabamos aceitando o presente. O passarinho cantva feito um louco, nas primeiras horas da manhã, acordando o pesssoal do prédio, que se incomodavam, mas acabaram se rendendo à beleza do seu canto. Jiló, maxixe, folhas de alface ou sementes de pimentão eram suficientes para ele liberar a cantoria por um longo período.
O canto era tão lindo que, mesmo cedinho- perturbando o sono sagrado moradores aos domingos - ninguém se queixou ao síndico. Não sabemos se os pássaros se que resolveram cantar no viveiro da Polícia Federal, em Brasília, possuem o mesmo dom de encantamento. Sim, os pássaros, no plural mesmo. Ontem falamos de uma saíra militar isolada, mas a imprensa dá conta de que, à exceção dos cardeais, os canários da terra resolveram cantar. Ainda não foi divulgado o alcance desses cantos, mas já se sabe, por exemplo, que eles podem comprometer os cardeias, que se mantiveram em silêncio no dia de ontem.
O Governo dos Estados Unidos, através do FBI, estaria colaborando com as investigações do Governo Brasileiro. Presume-se que o FBI possua informações importantes sobre o rolo das joias doadas pelo governo da Arábia Saudita, que chegaram irregularmente ao país, foram transferidas irregularmente para aquele país, comercializadas e depois recompradas. Não vejo outro termo mais emblemático para tratar o assunto que não "rolo".
Editorial: Operação da Polícia Federal descobre um duto de desvio de dinheiro público na CODEVASF.
Hoje, primeiro de setembro, a Polícia Federal realiza uma grande operação na CODEVASF - Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - onde há indícios já comprovados de desvios de verbas públicas, apropriadas indevidamente por agentes privados, mancumunados com agentes públicos. Esta operação seria um desdobramento de uma operação anterior, movida com o mesmo propósito. O moído é grande e teria começado ainda no governo anterior. Se os leitores nos permitem a comparação, a companhia, infelizmente, foi transformada numa espécie de "boca do caixa", por onde escoava o dinheito de nossas impostos, beneficiando agentes públicos inescrupulosos.
O enredo é grostesco. Se juntamos os fios soltos dessas maracutaias, elas respingam na antesala do Palácio do Planalto, como transpareceu numa das últimas audiências da CPMI dos Atos Antidemocráticos, onde um auxiliar direto do governo anterior admitiu transações financeiras com uma madeireira que, estranhmente - ou não? - movimentava dinheiro de licitações com o órgão federal. Depois de encerrado esse processo, temos quase certeza que a PF deverá incluir em suas espertises investigativas alguns fatos novos sobre a tecnologia de desvios de verbas públicas.
Nós, pobres mortais, por outro lado, infelizmente, vamos pagar um preço muito alto em nome dessa tal governabilidade. O ministro e familiares envolvidos já estiveram encrencado antes e o Governo precisou mantê-lo no cargo para evitar embaraços com o partido que o havia indicado ao ministério. Vamos ver como o Governo Lula irá agir desta vez, posto que a minirreforma sequer foi conluída.
Editorial: No 07 de setembro: #FiqueEmCasa. Será?
Seria muita insensatez, mas os radicais bolsonaristas já riscaram essa palavra do seu dicionário há algum tempo. Próceres bolsonarista estão divulgando uma campanha do tipo #fiqueEmCasa. Mas nunca se sabe. Pode ser simplesmente um blefe. Os embates entre petistas e bolsonaristas se tornaram recorrentes. Parece até cenário de guerra. Nenhum arrefecimento, mesmo com a derrota de Jair Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais. Iremos nesse diapasão pelos próximos anos. Vão longe os tempos em que o 07 de setemobro era apenas uma data de feriado, onde os país levavam os filhos para acompanharem a parada militar.
No período crítico da pandemia, o #FiqueEmCasa era uma campnha em favor da quarentena imposta pela pandemia. E olha que os bolsonaristas não gostavam nenhum pouco da ideia, adeptos da permissividade que são. Até campanhas contra a vacinação da população chegou a ser defendida por esses grupos.
Editorial: Boulos lidera em São Paulo, de acordo com pesquisa Datafolha.
Há um ano das eleições municipais de 2024, já estão surgindo algumas pesquisas de intenção de voto, antecipando cenários para o pleito. A última delas, realizada pelo Instituto Datafolha, traz os escores dos candidatos que deverão disputar a Prefeitura de São Paulo. O deputado federal Guilherme Boulos, que deverá concorrer à eleição numa aliança do seu partido como o PT, lidera as intenções de voto, seguido pelo atual prefeito, Ricardo Nunes, do MDB. Na pelotão seguinte, Tábata Amaral, do PSB, e o deputado federal Kim Kataguiri, do União Brasil. Curiosamente, não aparece o nome do ex-ministro do Meio Ambiente do Governo Bolsonaro, Ricardo Salles, que, segundo dizem, ainda não teria desistindo completamente de seu projeto.
Como antecipamos, o processo ainda está em sua fase de decantação, sendo prematuro fazer alguma projeção para outubro de 2023. Guilherme Boulos, por exemplo, tem uma taxa de rejeição maior do que a de Ricardo Nunes, que deve jogar pesado nas eleiçoes, uma vez que prospecta apoio do centro para a direita do espectro político. Tudo levar a crer que tenhamos um clássico, uma eleição, para variar, sensivelmente polarizada entre a centro-esquerda - representada pela candidatura de Boulos - e um nome com o apoio da direita bolsonarista, que poderá vir a ser Ricardo Nunes.
O PL de Valdemar da Costa Neto sinalizou a possibilidade de apoio ao nome de Ricardo Nunes. O prefeito abriu espaço no seu secretariado para abrigar nomes da legenda. Outro apoio que Ricardo Nunes busca a todo custo é o do governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos. Embora lidere, Boulos ostenta a maior taxa de rejeição entre os candidatos, o que significa que dizer que suas possibilidades de crescimento são limitadas. Mesmo com o capital político em baixa, segundo o próprio Valdemar da Costa Neto, o PL seguirá a orientação do ex-presidente Jair Bolsonaro, que demonstra simpatias pelo nome de Ricardo Nunes. Simpatia que chegou a ser classificada por Ricardo Salles como uma traição. Os números:
Boulos 32%
Nunes 24%
Tabata 11%
Kataguiri 8%
Editorial: Depoimento do general Gonçalves Dias. Uma avaliação.
No dia de ontem, 31\08, o general Gonçalves Dias, em depoimento na CPMI dos Atos Antidemocrátios, teve a excepcional oportunidade de esclarecer o seu real papel em relação aos episódios do dia 08 de janeiro, quando ainda chefiava o GSI do Governo Lula. Nada do que o possamos dizer por aqui no que concerne a uma avaliação positiva de sua fala mudará a opinião dos opositores do Governo Lula. Eles são muitos, estridentes, dentro e fora do parlamento. Possuem uma opinião consolidada e não aceitam os argumentos dos inimigos, mesmo quando bem-embasados. É este o clima que se vivemos hoje no país.
Na nossa opnião ficou tudo devidamente esclarecido. Pode ter havido falhas, mas o general não pode ser responsabilizado por elas. Era preciso de trocado, de imediato, algumas peças bichadas do aparato de inteligência e segurança, mas não havia tempo hábil. Ele estava apenas há alguns dias no cargo. Querer envolvê-lo na trama da farsa golpista é de uma insensatez descomunal, mas é essa a tese defendida pelos parlamentares de oposição, que encaminharam até mesmo um pedido de prisão do general à Procuradoria-Geral da República. Por essa concepção esdrúxula, a tentativa de golpe de Estado seria uma armação do governo para justificar, no momento seguinte, a sanha persecutória contra os bolsonaristas.
Esse clima beligerante, decorrente da polarização política entre Lulistas e Bolsonarista não tem sido nada interessante para o país. É um polo tentando destruir o outro, conforme advertia o sociólogo jamaicano Stuart Hall. A construção de consensos tornou-se uma tarefa hercúlea. A própria condução dos trabalhos na CPMI dimensionam o tamanho do problema. Por muito pouco, o moderado deputado Arthur Maia, que dirige os trabalhos, não expsulsou um bolsonarista do plenário, atitude indesejável e extremada, mas que está se tornando inevitável. As advertências tem sido recorrentes. Praticamente em todas as sessões o deputado encontra uma maneira de tumultuar o andamento dos trabalhos, sempre com o intuito de atrapalhar a exposição de parlamentares governistas.
quinta-feira, 31 de agosto de 2023
Editorial: Uma sessão tumultuada na CPMI dos Atos Antidemocráticos.
Editorial: Um 07 de setembro em casa.
Na última reunião da comissão dos atos antidemocráticos, o senador oposicionista, Magno Malta, deixou escapar uma possibilidade: Um sete de setembro em casa. Os bolsonaristas, que costumavam usar a data para organizarem grandes manifestações por todo país - inclusive com um caráter golpista - desta vez parece que resolveram protestar de outra forma, ou seja, ficar em casa. Seria uma maneira de protestar contra os militares. Este parece ser o entendimento do grupo, uma vez que eles consideram que os militares deixaram de cumprir a sua missão.
Essa missão, graças aos militares legalistas, não foi cumprida, optando-se pelo respeito e defesa dos preceitos constitucionais. Infelizmente, haveria, sim, militares mancumunados com as tessituras golpistas, conforme depois seria comprovado. Há, inclusive, alguns deles presos, depois do arrolamento de provas robustas de comprovação de suas responsabilidades, apoios e conivência com essas manobras de caráter antidemocrático.
Editorial: O dilema do prisioneiro do bolsonarismo está para cooperação ou traição?
Em princípio, pelo andar da carrugem política, a tendência do resultado do jogo do dilema do prisioneiro do bolsonarismo poderá ser mesmo a cooperação, ou seja, ninguém abre o bico, obrigando a Polícia Federal a se arranjar com as provas colhidas até o momento para o indiciamento dos réus. 08 deles estão sendo ouvidos no dia de hoje, em depoimentos simultâneos. Entre eles, o ex-presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, Mauro Cid, Wassef. Neste caso em particular, as investigações da PF se referem ao rolo das joias doadas pelo Governo da Arábia Saudita.
A tendência do resultado do jogo poderia ser este, a considerar pelo que setores da imprensa andou informando, ou seja, que haveria um pacto de silêncio celebrado entre eles. Por outro lado, um dos passarinhos resolveu cantar, embora por estrofes, sem dar conta de toda a melodia. Já é um começo. Nestes casos, a pressão psicológica é muito grande e, gradativamente, as resistência vão sendo vencidas. É muito pouco provável que algum dele não venha a trair o grupo, com o intuito de auferir alguma vantagem.
Os brasileiros estão aguardando, ansiosamente, o desfecho deste caso nebuloso, envolvendo o rolo dessas joias. A começar pela generosidade do Governo da Arábia Saudita em oferecer essas joias ao Governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Trata-se de um enredo que envolve irregularidades em todas etapas, como já afirmamos por aqui.
Editorial: É hoje! General Gonçalves Dias em audiência na CPMI dos Atos Antidemocráticos.
Está agendado para logo mais a sessão da CPMI dos Atos Antidemocráticos, que contará com a presença do general Gonçalves Dias, ex-chefe do GSI do Governo Lula, na condição de dpoente. Segundo um site de política, a oposição teria feito até uma reunião prévia, com o propósito de definir a estratégia da condução dos trabalhos. Como se sabe, o clima é de bastante hostilidade. Os oposicionistas defendem a narrativa que o que ocorreu em 08 de janeiro, em Brasília, foi uma armação do Governo Lula. A sessão promete ser quente, uma vez que o general deverá ser, literalmente, "massacrado' pela oposição.
Urbano, educado, republicano, disciplinado, homem de muitas batalhas, duvido muito que o general recorrerá ao expediente ou ao direito de permanecer em silêncio. Como já não tem sido fácil a condução dos trabalhos, o elegante deputado Arthur Maia terá que usar de toda a sua habilidade e diplomacia para gerenciar as farpas entre Governo e Oposição. Certamente, estamos diante de uma das sessões mais importantes da comissão. Para complicar ainda mais o meio de campo, a CPMI solicitou cópia de vídeos ao Ministério da Justiça e foram atendidos apenas em parte. O Ministério da Justiça enviou duas fitas, depois de um longo pucha-encolhe, o que desagradou profundamente a oposição. Até parlamentares governistas se posicionaram contra a atitude do Ministério da Justiça, como foi o caso do senador Omar Aziz.
Existe,em duas das comissões mais importantes, a do 08 de janeiro e a do MST, a narrativa dos relatórios prontos. No caso da comissão do MST, a condução dos trabalhos permitem fazer alguma inferência neste sentido, uma vez que o relator é um notório opositor do Governo e, consequentemente, dos movimentos sociais. A dos Atos Antidemocráticos assumiu um espectro bem mais amplo e só não avançou para o rolo das joias por interferência do seu presidente. Deve produzir um relatório bem mais robusto, identificando atores e apontando desvios de conduta cívica, democrática e republicana, que atentatam contra os pilares de nossa democracia.
quarta-feira, 30 de agosto de 2023
Editorial: O julgamento de Moro.
Sempre tratamos todos por aqui com cortesia, urbanidade, dentro de um espírito democrático e republicano. Isso vale para os amigos, assim como para os desafetos ou adversários políticos. Sem distinção. Nosso jogo é no plano dos argumentos. Sempre nos pautamos pela defesa intransigente de causas ou princípios republicanos. O blog não recebe um centavo de ninguém, o que talvez seja até mesmo aconselhável, pois nos facultam uma liberdade maior para emitir nossas opiniões. Nosso compromisso é com a verdade, com a res publica, com a defesa inalienável dos pilares e das regras do jogo democrático.
Em vários momentos, em nossas postagens, o hoje senador Sérgio Moro(UB-PA) foi mencionado, mas sempre de forma cortez, respeitosa e republicana. Já comentamos, por exemplo, que ele cometeu vários erros de avaliação durante sua trajetória profissional. É possível até que ele concorde com este escriba. No nosso entendimento, melhor seria que ele terminasse seu trabalho como Juiz da Lava Jato, se mantivesse no Judiciário, dando suas aulas, curtindo sua família, com uma vida modesta, sem holofotes, mas com aquela paz espírito com qual todos nós sonhamos.
Os erros de avaliação cometidos, não raro, sãos suscetíveis de nos envolver em alguns enredos, sobre os quais possamos não ter um controle absoluto. Não foi uma boa escolha abandonar sua carreira de juiz, concursado, com emprego efetivo, para ir à capital federal assumir o Ministério da Justiça, sob a perspectiva, segundo dizem, de ser indicado para uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Por sua experiênca como magistrado, daria para antecipar os eventuais problemas com o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Depois de uma trajetória confusa, onde tentou até mesmo habilitar-se como candidato à Presidência da República, eis que ele acaba, no final, concorrendo a uma vaga de senador por seu estado natal, o Paraná, onde sagra-se vitorioso, mas existem alguns questionamentos sobre eventuais equívocos cometidos durante o processo eleitoral, o que pode provocar a perda do seu mandato. Até o final de novembro o seu julgamento deve ser concluído e existe quase uma unanimidade entre os juristas de que a possibilidade de uma penalidade que implique na cassação do seu mandato torna-se bastante provável. Pela capilaridade política conquistada, ele não ficaria ao relento, mas não deixa de ser complicado perder o mandato neste momento, tornando-o ainda mais vulnerável às inevitáveis hostilidades governistas.
Editorial: O passarinho resolveu cantar, mas é apenas uma estrofe. A melodia, no entanto, é longa.
Pelo que está sendo divulgado pela imprensa, a partir de informações oficiais, um dos passarinhos resolveu cantar,mas, ao que se sabe, é apenas uma estrofe, embora a melodia seja longa. Bastante seletivo, esse passarinho, nos surpreendeu até mesmo pela estrofe selecionada: as tratativas golpistas que culminaram com o 08 de janeiro. Ainda não vazaram os termos dessa confissão negociada com as autoridades policiais. Em todo caso, abre-se um precedente importante nas investigações sobre fatos nebulosos envolvendo o ancien régime.
Como já antecipamos, é um enredo que inspiraria os melhores escritores de séries policiais. A cada dia se descobre fatos novos e inusitados. O passarinho, mesmo na gaiola, ainda conseguiu movimentar alpiste para o exterior. Um dos principais envolvidos nessas transações de corte nada republicanos, fazia movimentação de dinheiro atraves da conta corrente do seu advogado. Existe a suspeita de que verbas desviadas dos cofres públicos através de transações ou licitaçãos fraudulentas, envolvendo órgãos públicos, foram parar em empresas de fachada até chegar nas mãos de beneficiários. Neste caso, a lavanderia era uma madereira.
Cremos que, em alguns aspectos, eles foram até inovadores, quanto se discute a tecnologia de desvios de recursos públicos conhecidas. A melodia completa pode está nos celulares apreendidos com o advogado. A polícia já antecipou que a melodia é encantadora, digna das melhores aves de nossa fauna, como a Saíra Militar. Juntamente com a Saíra-Sete-Cores, esta era a única ave que fazia a gurizada, dos tempos de infância, abandonar as brincadeiras no balde da levada para apreciar o seu canto e a sua beleza.
Editorial: Garimpo ilegal arde no Amazonas
Até recentemente, a Polícia Federal realizou a maior apreensão de ouro da década. Foram 111 quilos de ouro, avaliado em 34 milhões de reais, que estava sendo transportado num avião, a apreensão ocorreu no Estado de Goiás. Infelizmente, essas apreensões já se tornaram recorrentes, sobretudo na região Norte do país, em razão da extração do minérios, sobretudo em garimpos ilegais localizados em terras indígenas, produzindo todo tipo de desordem ambiental e humanitária, como poluição dos rios por metais pesados, prostituição de crianças indígenas, assassinatos e até mesmo criando dificuldade de agentes de Estado prestarem assistência às comunidades indígenas, provocando tragédias como a dos povos Yanomamis.
A questão é tão preocupante que alguns analistas observam que nem mesmo as Forças Armadas teriam um controle absoluto sobre alguns trechos da região, hoje controlados por grupos de traficantes armados. A política do governo anterior era uma política de terra arrasada - do tipo quanto pior melhor - pois, como se sabe, não havia compromisso algum com a preservação do meio ambiente, tampouco dos povos originários. A política aliás, era a de exterminino dos povos indígenas para a exploração das riquezas existentes no solo de suas reservas.
Com essa licenciosidade e permissividade, os garimpos ilegais proliferaram na região. Hoje, o Ministro Flávio Dino anunciou uma série de operações com o propósito romper com a herança de inércia e leniência do governo anterior, coibindo esses abusos. Vários garimpos ilegias ardem em fogo no Amazonas. O que se podemos dizer por aqui? Ponto para o senhor Flávio Dino.
Editorial: Essa nossa governabilidade é uma tragédia.
Continuaria algo pontual, para atender as expectativas no que concerne a algumas votações específicas, muito distante de uma aliança efetiva pela governabildade, pois o Governo Lula irá precisar de ampliar, em muito, a oferta do butim. Estamos praticamente no início do governo e tudo indica que iremos nesse diapasão até o final de de 2026. Ou não. De repente, as indisposições se ampliam e uma dos inúmeros processos de impeachment entram na ordem do dia. É assim que funciona.
O Legislativo, há alguns anos atrás, literalmente, fez a ex-presidente Dilma Rousseff sangrar até a morte, materializada pelo impeachment de 2016. Vamos usar aqui este termo para não incomodar alguns órgãos de imprensa, que insistem nas pedaladas fiscais. Acusaram até o presidente Lula de ter cometido pedalada moral, ao proclamar a inocência da ex-presidente.
Editorial: O desenho da minirreforma do Governo Lula.
A tão aguardada minirreforma do Governo Lula deve ser anunciada logo mais. A julgar pelas nuvesn cinzas, a imprensa cometeu apenas alguns equívocos pontuais ao antecipá-la. O ministério de Desenvolvimento Social será entregue aos Progressistas, ao passo em que os Republicanos devem assumir a pasta deixada pelo socialista Márcio França, que será convidado a assumir um ministério novo, o de Médias e Pequenas Empresas, que estava sob o guarda-chuva do Ministério da Indústria, comandado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Petista do núcleo duro, Wellington Dias não ficará na varanda, sob o sereno e a chuva, como ocorreu com o escritor Franz Kafka. Os Progressistas não levam o Bolsa Família, assim como outros programas sociais importentes para o PT, que ficarão sob a tutela de um novo ministério criado, sob medida, para acomodar Wellington Dias. Nas coxias, o comentário é que a reforma demorou bastante, entre outros motivos, em razão do lobby exercido pelo núcleo duro petista para não entregar o Desenvolvimento Social ao Centrão. Este ministério agrega o maior orçamento da Esplanada, daí ter atiçado a cobiça das raposas políticas do grupo.
Preparem os bolsos, porque a Caixa Econômica também foi entregue de porteira fechada ao Centrão. Trata-se de uma solução esdrúxula a criação de novos ministérios, apenas exercer esse papel de cooptação política. Não faz nenhum sentido emprestar o status de ministério à Secretaria de Micro e Pequenas Empresas. Outra questão diz respeito ao Porto de Santos, que os Republicanos desejam privatizar, agora sob a responsabilidade do pernambucano Sílvio Costa.