pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 7 de maio de 2024

Editorial: O recrudescimento da violência no Estado de Pernambuco.



Em termos de violência, o país enfrenta um momento bastante delicado, não sendo privilégio de Pernambuco o aumento sensível dos índices de violência. Por alguns momentos, já discutimos por aqui a implantação ou consolidação do SUSP - Sistema Único de Segurança Pública - que seria uma espécie de SUS da Segurança Pública. Díficil implantar um sistema nacional desse porte, quando alguns entes federados estão advogando a autonomia para decidirem, por exemplo, sobre o uso de câmaras nos uniformes dos policiais ou mesmo sobre a autonomia no que concerne a aquisição de armas pelos cidadãos e cidadãs. Iniciativas dessa natureza partem, sobretudo, de Estados governados pela oposição. 

Infelizmente, nós não temos uma oposição propositiva, republicana, conciliadora, aberta à construção de consensos. A audiência concedida pelo Ministro da Justiça à Câmara dos Deputados, atendendo a um pedido da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, trata-se de um legado que deve ser guardado como um exemplo de como deve se comportar um gestor público nessas ocasiões. O ministro Ricardo Lewandowski enfrentou a bancada da bala completamente desarmado. Aliás, armado com polidez, espírito público, urbanidade, humildade, procurando colher sugestões e informações que pudessem ser revertidas em benefício da população como um todo. 

Seria muito bom se a recíproca fosse verdadeira. Infelizmente, a resposta é não. Um bom exemplo das dificuldades em ajustar eventuais consensos é a PEC da Saidinha, onde a oposição aguarda o momento de derrubar o veto do presidente Lula. O veto se deu sob uma parte ínfima do projeto inicial, talvez 2%. 98% foi sancionado pelo presidente. Estamos diante de uma oposição que resolveu assistir o Governo Lula sangrar em praça pública. Abandonando a lógica das convicções, cara ao partido, o presidente Lula, diante das circunstâncias extremamente adversas, adotou uma postura de concessões e conciliações. Nem assim está conseguindo bons resultados. 

Sabe-se, por exemplo, que ele precisou cortar na própria pele, no afã de evitar arestas ainda maiores com o Legislativo. A Ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, é totalmente contra o projeto da Saidinha, consoante um debate interno com entidades representativas dos direitos humanos. O Ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, também se mostrou contra, advogando que a medida favorece o crime organizado. A rigor, Lula ignorou seus próprios auxiliares. Assim tem sido, igualmente, em relação a outros temas polêmicos.

No dia de hoje, 07, foi divulgado um número oficial sobre os crimes violentos letais intencionais no Estado de Pernambuco, no mês de abril, onde o índice supera os registrados no mesmo mês, no ano de 2018. Com 324 mortes, trata-se de o pior abril desde 2018. Já estão se tornando rotineiras essas quebras de recordes de violência, o que faz do Estado um forte candidato a liderar o ranking nacional de violência. A morte do jovem Gean Carlos, de 20 anos, ferido a faca, depois de um assalto a ônibus na Conde da Boa Vista, infelizmente, torna-se um símbolo dessa situação deplorável em que o Estado se encontra.  

Editorial: A tragédia que se aproxima de Porto Alegre.

 


Alguns trechos da capital do Rio Grande do Sul já estão em processo de inundação e os níveis de água no Rio Guaíba não param de subir, antecipando uma eventual tragédia anunciada para a capital e região metropolitica, sobretudo se considerarmos as previsões de mais chuvas para o Estado. Na TV Brasil, o presidente Lula lamentou que muitas fake news estejam sendo espalhadas sobre a tragédia das inundações que se abatem sobre os irmãos gaúchos. Profundamente lamentnável que isso esteja ocorrendo, assim como os registros de roubos a pessoas e residências, em período noturno, como já teria sido detectado, por bandidos usando embarcações. 

Em meio à tormenta, vale a reflexão de um arguto jornalista, em sua coluna do UOL, sobre dois pontos fundamentais: O primeiro deles diz respeito ao negacionismo acerca do aquecimento global, que tem uma razão direta com essas tragédias que estão ocorrendo em todo o mundo. Um outro ponto diz respeito aos investimentos em obras preventivas contra as inundações, investimentos que caíram drasticamente durante a atual gestão do município de Porto Alegre. Não temos os dados precisos, mas, pelo andar da carruagem política, o atual gestor do Recife, João Campos(PSB-PE) tem feito o dever de casa. 

Recentemente, nas redes sociais, ele aparece junto a uma áreas de encosta, onde será realizada uma das maiores obras de contenção da capital pernambucana. É uma obra de engenharia complexa, que exigirá muita competência técnica e bastante recursos dos cofres públicos. Aqui precisamos admitir que sua gestão não tem medido esforços neste sentido, numa escolha de prioridades que superaram até obras mais vistosas, sobretudo numa ano de eleições, o que dá a medida da sensibilidade e espírito público do gestor.    

Editorial: Executiva do PT adia decisão sobre João Pessoa. Recife também?

 


Ainda não temos informações mais precisas sobre as deliberações da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores acerca das próximas eleições municipais do Recife. A Executiva Nacional se reuniu ontem, de forma remota, onde essas questões, em tese, deveriam ser dirimidas. Sobre as eleições em João Pessoa, a Executiva Nacional resolveu adiar a decisão sobre como o partido irá se posicionar naquelas eleições apenas para o final do mês de Maio, no Encontro Nacional, colocando o Diretório Municipal, dirigido por Marcus Túlio, num verdadeiro impasse, pois o adiamento, por si só, já prejudica a legenda naquelas eleições, uma vez interfere diretamente sobre as táticas e estratégias a serem adotadas. Neste sentido, até a definição por uma candidatura própria fica prejudicada, avalia Marcus Túlio. 

Pelo andar da carruagem política, é bem provável que o PT tenha tomada a mesma decisão em relação ao Recife, onde o imblóglio é de igual monta, uma vez que setores da legenda ainda alimentam a expectativa improvável de indicarem a vaga de vice na composição da chapa encabeçada pelo prefeito João Campos(PSB-PE), que concorre à reeleição. O mais provável é o PT apoiar o projeto de reeleição do prefeito, uma vez que não há outra alternativa viável no horizonte, mesmo sem indicar o vice. 

Em João Pessoa, a indicação de uma candidatura própria, a despeito de o processo das prévias ter sido abortado, é algo que permanece nos planos da legenda. Haveriam dois nomes que pleiteiam a indicação. Os Deputados Estaduais Luciano Cartaxo  e Cida Ramos, ambos filiados ao partido. As dificuldades enfrentadas pelo PT para as próximas eleições municipais não se resumem a essas duas praças, o que talvez explique o adiamento da tomada de algumas decisões. 

Você precisa ler também: 

Executiva do PT deve resolver o impasse em João Pessoa.

A batalha de São Bernardo. 

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 6 de maio de 2024

Editorial: As "derrapagens verbais" do presidente Lula.



Nos últimos meses o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cometeu muitas derrapagens verbais, em alguns casos até em cerimônias oficiais, onde chegou a chamar a atenção dos seus auxiliares em público, por vezes injustamente, como foi o caso do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não faz outra coisa depois de assumir o ministério, senão conversar e tentar colocar as finanças públicas em ordem ou dentro dos limites da responsabilidade fiscal. Neste caso, o fogo amigo contra o ministro talvez seja até mais danoso do que as bordoadas que ele recebe dos adversários do Governo. 

Como se sabe, há gente dentro do Governo que deseja estuporar, como se diz aqui fora. O mais curioso é que houve um desses sites, onde uma jornalista chegou a fazer um levantamento dessas derrapagens verbais, encontrando mais de uma centena de casos. Depois do primeiro de Maio, que deve representar uma multa aplicada pelo TSE, agora é a vez de mais uma infelicidade do presidente, ao afirmar que não é Grêmio ou Internacional, numa alusão à necessidade de união entre os gaúchos, que são conhecidos pela rivalidade entre os dois clubes de futebol.

Em muitos casos são as circunstâncias políticas que estão em jogo e elas não podem ser desconsideradas. Lula deve ter tido a melhor das intenções com a afirmação acima, tentanto ratificar, inclusive, o desarme ideológico de estar colocando todo o aparato do Governo Federal a serviço de um governo de oposição. Mas, assim como o site teve a preocupação em contar essas "derrapagens verbais", os bolsonaristas estão de plantão permanente, atentos a qualquer deslize, nesses tempos bicudos de polarização política. A lógica das convicções, neste caso, circunstancialmente, dever ser adaptadas às conveniências políticas do momento. Peca-se pela sinceridade.   

Editorial: Executiva Nacional do PT se reúne hoje para decidir os rumos do partido no Recife e em João Pessoa.

 



Neste momento, a Executiva Nacional do PT está reunida, através do sistema remoto, para decidir sobre os rumos que a legenda tomará em algumas cidades do país, inclusive Recife e João Pessoa. Ainda no dia de ontem, publicamos por aqui, uma matéria sobre o posicionamento estratégico do PT concernente à cidade de São Bernardo do Campo, onde vencer as eleições naquela cidade tornou-se uma questão de honra para o partido, de uma forma mais geral, e para o presidente Lula em particular. São Bernardo é o berço do PT e hoje está em mãos de tucanos, alinhado ao governador Tarcísio de Freitas, um arquiinimigo da legenda. 

O esforço será enomre, e o morubixaba petista irá se empemhar pessoalmente naquelas  eleições, tentando preservar os nacos que ainda restam do chamado cinturão vermelho no Estado. O PT está meio que perdido em alguns casos, nesta cidade, por exemplo, onde uma derrota poderá trazer um peso simbólico nada agradável a legenda, principalmente pelo fato de a mesma está sendo nacionalizada. Do outro lado da rinha política, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em processo de filiação ao PL e provável ator ungido do campo conservador para as próximas eleições presidenciais, também deseja obter algumas conquistas importantes no Estado, como a cidade de Guarujá. A batalha é renhida. 

No Recife, a Executiva Nacional deve deliberar pelo apoio ao nome do atual gestor socialista, João Campos, independentemente de ocupar a vaga de vice na chapa. O PT não tem outra alternativa melhor por aqui. Em João Pessoa o processo é mais complicada, uma vez que as prévias foram abortadas e hoje eles terão que decidir entre os deputados estaduais Luciano Cartaxo e Cida Ramos. Outra opção seria acompanhar o governador socialista, João Azevêdo, que já disse que apoiará o projeto de reeleição do prefeito Cícero Lucena, do Progressistas, partido tido como "aliado" do Governo.   

Editorial: Tarcísio de Freitas e a semente do radicalismo bolsonarista.



O jornal Folha de São Paulo, em uma de suas edições deste final de semana, dedicou uma longa matéria ao governador Tarcísio de Freitas, onde tenta estabelecer uma espécie de diagnóstico ideológico do governador paulista, consoante os arranjos políticos, já em jogo, visando as eleições presidenciais de 2026. Como o espaço foi bastante generoso, o jornal remonta a trajetória política do governador, sobretudo enfatizando o perfil ideológico com o qual ele apresentou-se ao eleitorado paulista naquele momento específico, ou seja, um perfil técnico, de tocador de obras, alinhado com o bolsonarismo, mas evitando assumir posicionamentos radicais. Bolsonarista sim, mas nem tanto, de maneira que não afugentasse o eleitor de perfil menos radical. 

Mesmo esboçando alguma resistência inicial, hoje se tem como certo, que, se depender do mainstream, ele é o nome do campo conservador, de direira e extrema-direita para as eleições presidenciais de 2026. O jornal aponta a manifestação bolsonarista da Av. Paulista como o marco decisivo para o governador abraçar o bolsonarismo de perfil mais nítido e sua agenda de costumes, focada num nacionalismo cristão, traduzido no lema "Deus, Pátria,  Família e Liberdade', bem ao estilo do orbanismo, numa referência a Victor Orbán, o modelo de inspiração política que orienta o bolsonarismo brasileiro.

As eleições municipais deste ano, principalmente na capital de São Paulo, de fato, começa a esboçar o cenário que se antecipa às eleições presidenciais de 2026, sobretudo em razão dos atores políticos que medirão força no pleito. A composição desta frente ampla que sustenta a candidatura do atual prefeito, Ricardo Nunes, de fato sinaliza para 2026, conforme esses atores admitem. Aliás, nem precisavam admitir, pois isso está claríssimo. Durante a Agrishow o ex-presidente afirmou que havia plantado sementes. Elas já estão brotando. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


domingo, 5 de maio de 2024

Editorial: A batalha de São Bernardo.

Charge publicada no Jornal da Cidade, sem identificação do autor


Conhecedor das dificuldades eleitorais que enfrenta em diversas praças do país, o PT resolveu adotar uma estratégia que consiste, num primeiro momento, apoiar candidaturas viáveis eleitoralmente de partidos aliados, assumindo a condição de coadjuvante, como ocorre no Rio de Janeiro, em São Paulo e, possivelmente, ocorrerá em Recife. Outra perspectiva dessa mesma estratégia é conseguir alguns troféus em cidades importantes pelo seu simbolismo e estratégicas para o projeto Lula 2026, como é o caso de São Paulo e, a julgar pelo andar da carruagem política, São Bernardo dos Campos, no interior paulista, uma cidade com a qual o morubixaba petista mantém relações afetivas. Até o título de eleitor de Lula é desta cidade. São Bernardo, na realidade, é o berço do partido e ali deve se travar uma luta sangrenta entre petistas e bolsonaristas. 

Ali o PT apostará todas as suas fichas na candidatura do Deputado Estadual Luiz Fernando Teixeira, irmão do Ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, um empresário evangélico, um candidato com um perfil que pode atrair um eleitorado menos radical para a legenda. O candidato do atual gestor, o tucano Orlando Morando, que já cumpre dois mandatos, embora ainda não definido, terá o apoio do governador Tarcísio de Freitas, o que significa dizer que a renhida polarização política também vai estar presente por ali, nacionalizando a disputa. 

Até recentemente, quando esteve presente nas comemorações do Dia do Trabalho, em São Paulo, Lula cometeu o deslize de pedir votos para o candidato Guilherme Boulos, do PSOL, ato que deve suscitar uma admoestação do TSE. A fala não teria sido combinada com o staff do candidato, que contará com dificuldades enormes pela frente, dada a musculatura dos apoios políticos do adversário, com duas máquinas em mãos, a municipal e a estadual. Ainda é cedo para tirarmos tais conclusões, mas a sua virada recente nas pesquisas de intenção de voto pode representar uma tendência. 

Não é só o PT que está de olho em plantar as sementes para colher os frutos em 2026. Os bolsonaristas também não pensam noutra coisa, quem sabe, até, num projeto pilotado pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, caso consiga reverter sua inelegibilidade através das instâncias políticas, uma vez que, juridicamente, isso seria bastante improvável. Mas, caso o capitão não entre no jogo como candidato - já que a sua condição de cabo eleitoral já está sendo explorada pelo país afora - os nomes que podem ser acionados incluem o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. 

Assim, deixar as bases paulistas bem adubadas para o seu projeto político nacional implicariam em vencer as próximas eleições municipais em cidades estratégicas, inclusive no chamado cinturão vermelho, ou seja, cidades de grandes colégios eleitorais, controladas pelo PT ou por seus aliados. Derrotar o PT em seu berço histórico produziria um simbolismo dos mais significativos para as forças do campo conservador. De acordo com o jornalista Ricardo Chapola, que produziu uma longa matéria na revista Veja tratando dessa batalha por São Bernardo, Lula se empenhará pessoalmente naquelas eleições. É uma questão de honra para o petista recuperar a cidade.  


sábado, 4 de maio de 2024

Editorial: A aposta política de Jair Bolsonaro para 2026.



Para o ex-presidente Jair Bolsonaro não há salvação fora da política. Sua situação jurídica é bastante encrencada, senão irreversível. A revista Veja trouxe uma excelente matéria tratando deste assunto, assinada pela jornalista Marcela Mattos, que esclarece os pressupostos em que se sustentam os bolsonaristas para ainda acreditarem sobre a possibilidade de o ex-presidente habilitar-se às urnas antes dos prazos determinados pela Justiça Eleitoral, que se estendem até 2030. 

O entusiasmo do ex-presidente nessas manifestações públicas em apoio aos seus correligionários, é o de quem, de fato, acredita em tal possibilidade, embora os reservas já estejam ensaindo um momento de entrada em campo. No momento, os mais habilitados a substitui-lo em campo são os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Progressistas), e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado(UB-GO), com certa prevalência do governador paulista, que já vem sendo "trabalhado' pelos setores mais conservadores.   

Segundo a matéria, as articulações dos bolsonaristas se concentram no campo político, mais precisamente na Senado Federal, onde o senador Davi Alcolumbre já teria recebido uma pauta de reivindicações com uma proposta de anistia aos envolvidos na tentativa de golpe do 08 de janeiro, assim como a derrubada da inelegibilidade, como já ocorrera em tempos idos, envolvendo outros encrencados. Tempo de eleições é fogo. Hoje os líderes dessas Casas se movimentam muito mais orientados pela preservação de seus cargos - ou a conquista deles, através dos seus indicados, como é o caso de Arthur Lira - do que qualquer outra coisa.  

Editorial: Bandidos explodem agência do Banco do Brasil na terra de José Lins do Rego.



Ser um Estado com altos índices de insegurança pública, no Brasil, tornou-se uma rotina entre os entes federados. Ontem estávamos discutindo por aqui o número expressivo de diligências de órgãos como a Polícia Federal, para fazer cumprir mandados de buscas e apreensões no Estado da Paraíba, onde, assim como em todo o país, observa-se um recrudescimento das operações do crime organizado. As operações da PF, assim como o Ministério Público, juntamente com a força-tarefa do GAECO, são realizadas em todo o Estado, inclusive em cidades do interior, onde acusa-se, se nos perimitem a obervação, altos índices de irregularidades nas contas públicas. 

Não há uma semana sequer onde não sejam registradas  ocorrências de alguma prefeitura municipal envolvida em licitações suspeitas. Na madrugada de ontem para hoje,dia 04, os bandidos explodiram uma agência do Banco do Brasil localizada numa cidade localizada na região do Vale do Paraíba, a cidade de Pilar, terra do escritor José Lins do Rego, autor do  eterno Menino de Engenho e outras obras consagradas da literatura regional brasiliera.

Um momento difícil que o país atravessa, onde o Governo não consegue avançar num entendimento conciliatório com a oposição, em nome do interesse público. São observados apenas pontos de divergências, onde ninguém se entende. Um bom exemplo disso é a proposta indecente de que os entes federados possam ter autonomia para deliberarem sobre o uso de câmaras nos fardamentos dos policiais em atuação, assim como sobre a aquisições de  armas.  

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 3 de maio de 2024

Editorial: Polícia Federal realiza nova operação em João Pessoa.



Neste momento, a Polícia Federal realiza uma nova operação no Estado da Paraíba, precisamente em João Pessoa, algo que já está se tornando rotina daquele órgão no Estado. Desta vez, com o apoio da Polícia Militar, estão sendo cumpridos 7 mandados de prisões preventivas e 11 de busca e apreensões em órgãos públicos municipais. Essa simbioso entre crime organizado e poder público está cada vez mais complicada no país. Não estamos aqui tratando de um caso específico daquela unidade da federação, uma vez que o fenômeno ocorre em todos os quadrantes do país, quem sabe até com menor escala na Paraíba, daí a necessidade dessa justificativa. 

A coisa é cada vez mais "entranhada' e sobretudo diversificado o mix de envolvimento entre o crime organizado e o Poder Público. Em São Paulo se sabe que eles possuíam empresa de transporte com CNPJ, contratos legais de licitação celebrados com o poder público, como ficou comprovado no curso da Operação Fim de Linha. No interior paulista, a inteligência da Polícia Civil suspeita da existência de uma quadrilha, formada por agentes públicos, que extorquiam o cidadão comum dentro de uma delegacia especializada.  

Essa última operação da Polícia Federal naquela Estado diz respeito a uma relação perigosa exercida por traficantes de drogas, que atuavam de dentro dos presídios, com agentes públicos, onde uma dessas lideranças cobrou espaço na máquina para apadrinhados seus, mediante a permissão para agentes públicos atuarem em áreas sobre o controle do tráfico de drogas. Até a secretária-executiva da prefeitura de João Pessoa, segundo matéria do site ClickPB, teria recebido um desses telefonemas. Durma com uma bronca dessas, como diria o Josley Cardinot. 

Editorial: O PT se precipitou ao escolher Marta Suplicy como vice de Boulos?



A pré-campanha do Deputado Federal Guilherme Boulos à Prefeiuta da Cidade de São Paulo, vai ficar marcada por essa derrapagem inicial cometida pelo seu padrinho, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu votos para o afilhado durante evento comemorativo ao Dia do Trabalho. Hoje, um desses grandes jornais paulistas está cobrando que o TSE aplique uma punição severa contra o ato, que até o Planalto admite que infringe as normas. Sabe-se que o TSE ordenou que o vídeo com a fala do presiente fosse retirado do ar imediatamente. 

Prevê-se a aplicação de uma multa, mas há quem advogue que as transgressões também envolveriam o financiamento do evento, o que resultaria em outras implicações. De qualquer forma, o estrago já está feito. No dia ontem, ouvimos uma entrevista de um dos membros do Instituto Paraná Pesquisas, que fez várias ponderações sobre a chapa Boulos\Marta, assim como as razões da arrancada do candidato Ricardo Nunes neste momento da pré-campanha. Ele chamou a atenção para o fato de ter sido imposto o nome de Marta Suplicy sem qualquer articulação de apoios mais efetivos, o que, certamente, está ocorrendo em relação à demora de o prefeito Ricardo Nunes, bater o martelo em relação ao assunto. 

Se considerarmos, por exemplo que Ricardo Nunes já teria "descartado' qualquer possibilidade de a escolha recair sobre o seu auxiliar Aldo Rebelo, por ele ter se filiado ao MDB, o mesmo partido do prefeito, entende-se a sua preocupação sobre o fato de que o escolhido, de fato, possa agregar valor à chapa e, consequentemente, à disputa. Recentemente, Nunes declarou que tem, ao menos, dez nomes na agulha, aguardando o melhor momento de escolher um deles. Até um bolsonarista raiz está nesta lista de espera.

Pelo andar da carruagem política, Marta Suplicy foi escolhida pelo morubixaba petista antes mesmo de Boulos, dado o grau de atropelos. A princípio, Marta foi pensada para se contrapor às críticas à ausência de experiência administrativa de Guilherme Boulos, mas, a rigor, o aspecto ideológico parece não ter sido devidamente avaliado. Marta não se constituirá em nenhum escudo para proteger Boulos dos inevitáveis ataques de "radicalismo", algo que deverá ser bastante explorado na campanha.

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A derrapagem verbal de Lula. 

Governo Lula reconhece erro em evento. 

P.S.: Do Contexto Político: Esta postagem está tendo uma grande repercussão, o que nos contingencia a emitir algumas explicações por aqui: a) Embora Marta tenha dado uma guinada conservadora, deixando o PT, filiando-se o MDB e tornando-se Secretária de Relações Internacionais do próprio Governo Ricardo Nunes, não há hipótese de ela vir a se tornar uma espécie de representante da Faria Lima na chapa do psolista. Os petardos lançados pelo adversário sobre os eventuais radicalismo de Guilherme Boulos não serão aparados pela presença de Marta Suplicy na chapa; b) Conclui-se que o convite formulado a ela pelo morubixaba petista deveu-se, naturalmente, à sua experiência administrativa - algo ausente na trajetória política de Guilherme Boulos - assim como a sua penetração em algumas zonas específicas da capital paulista, onde, eventualmente, ela possa agregar potencial eleitoral à chapa. c) Em todo caso, estamos diante de uma chapa do tipo puro-sangue, numa eleição crucial e estratégica para o Planalto. Para os analistas políticos, o risco é muito alto e esta essa composição poderia ter sido melhor avaliada.        

Editorial: Eduardo Paes segura a "onda' bolsonarista no Rio de Janeiro?



No dia de ontem, publicamos por aqui o resultado da mais recente pesquisa de intenções de voto para a Prefeitura do Rio de Janeiro, nas eleições de 2024, levantamento realizado pelo Instituo Paraná Pesquisas, onde o atual gestor, Eduardo Paes, que concorre à reeleição naquelas eleições, abre uma larga dianteira sobre o seu principal oponente, o Deputado Federal Alexandre Ramagem, um ilustre representante da fina-flor do bolsonarismo carioca. Este não tem nem como disfarçar suas ligações orgânicas com o bolsonarismo. 

A pré-campanha de Eduardo Paes, que conta com o apoio do Planalto, vai de vento em popa, aguardando-se para os próximos meses a oficalização do candidato que concorrerá à vice em sua chapa, que deverá ser mesmo uma chapa puro-sangue, abrigando dois nomes do PSD. Um internauta nos chamou a atenção sobre um fato que realmente faz muito sentido. É preciso ponderar sobre os atuais índices obtidos poelo candidato que representa o bolsonarismo naquelas eleições, que aparece com apenas 13,6% das intenções de voto, ante os 46,1% obtidos por Eduardo Paes. 

O internauta estava observando que o então candidato ao Governo do Estado nas eleições de 2022, Marcelo Freixo,do PSOL, liderou as pesquisas por um bom tempo, sendo ultrapassado pelo bolsonarista Cláudio Castro(PL-RJ) na reta final da campanha. Tal ponderação faz muito sentido. Afinal, estamos no reduto mais emplumado do bolsonarismo. A candidatura de Ramagem deve crescer até o final das eleições, aquecida por essa estufa. 

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Eduardo Paes lidera com folga no Rio.

Editorial: O vice de João Campos no Recife não será do PT. É ponto pacificado.



O Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de passagem aqui pela Veneza brasileira, onde cumpriu agenda oficial da Presidência da República, aproveitou o ensejo para reforçar um nome do PT na composição da chapa do prefeito João Campos, do PSB, que disputa a reeleição.  Desde o início das negociações entre as duas legendas, o PT reinvidica indicar um nome a vice na chapa do socialista, tendo, inclusive indicado alguns nomes da legenda para o cargo, como é o caso do assessor especial do ministério comandado por Padilha, o médico Mozart Salles, além de Carlos Vera. Em sua fala, o ministro leventa a bola do assessor. 

Conforme observou um jornalista local, o ministro sugere estar desatualizado no tocante ao assunto, pois o prefeito já teria deixado claro, tanto para o presidente Lula, quanto para a deputada Gleisi Hoffmann, que preside nacionalmente o partido, que o nome escolhido para a vice não será da legenda. Assim como ocorre no Rio de Janeiro, as eleiçoes de 2024 no Recife é apenas uma transição para as eleições de 2026, quando o atual gestor deverá disputar o Palácio do Campo das Princesas, no caso do Recife, independentemente de condições favoráveis ou não. 

Assim, ele precisa ter a confiança necessária sobre quem deverá deixar em sua cadeira no Palácio Capibaribe. Quatro dos seus principais assessores estão sendo preparados para a missão, todos já devidamente filiados aos partidos de sua base de sustentação, sendo a sua secretária de infraestrutura, Marília Dantas, a mais cotada atualmente. 

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PT desiste do vice no Rio de Janeiro.   

Editorial: Governo Lula reconhece erros no primeiro de Maio.


É preciso analisar essa situação com bastante ponderação, sem açodamentos, procurando, de fato, encontrar as motivações reais pelas quais os últimos eventos em apoio ou organizados pelo Governo estão sendo esvaziados. Em "série", como o próprio Planalto admite. Esse negócio de ficar apontando o culpado A ou B pelo malogro do evento "X" (Ops!), certamente, não ajudará muito, uma vez que, além de fugir dos problemas reais, pelo andar da carruagem política, convém preparar uma lista com os nomes dos novos culpados. 

 público não está acompanhando os eventos do Governo nem dentro do conforto dos seus lares, como ocorre com as lives, que foram temporareamente suspensas. Imagina se iriam se submeter às intempéries das ruas para fazê-lo. Salvo melhor juízo, até pancadaria ocorreu entre militantes e um integrante do MBL, durante o evento. Eles vão ali para provocarem e, por vezes, as pessoas caem nessas provocações, como ocorreu com o Deputado Federal Glauber Braga. 

É preciso assentar a poeira, ter a humildade necessária e reavaliar as estratégias daqui frente, uma vez diagnisticado os reais problems deste apagão de público, que pode ser momentâneo, como reflexo deste momento delicado que o Governo está enfrentando. Os 97 milhões previstos, segundo foi divulgado pela imprensa, para a comunicação digital, por exemplo, poderiam ter sido melhor empregado neste diagnóstico. Desta vez ainda houve a derrapagem da infração eleitoral, que deverá ser punida pelo TSE.  

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 2 de maio de 2024

Editorial: Eduardo Paes caminha para a reeleição no Rio de Janeiro, aponta Paraná Pesquisas.



Mesmo com uma folgada dianteira sobre o candidato do bolsonarismo no Rio de Janeiro, O Deputado Federal Alexandre Ramagem(PL-RJ), ainda estamos longe de afirmar que o atual gestor da cidade, Eduardo Paes, encontra-se com a sua reeleição assegurada. Vamos aqui repetir um mantra sempre atual: Pesquisa é uma fotografia do momento. Aqui em Pernambuco, pricisamente no Recife, um jornalista da CNN fez uma analogia curiosa com a neve do prefeito João Campos, logo depois que o prefeito apresentou altos índices de intenção de voto numa pesquisa recente realizada pelo Instituto AtlasIntel\CNN

Ele afirmou que a "neve" não derrete. Fazia referência ao cabelo pintado pelo prefeito durante as festividades de carnaval. Alguém do PT logo sugeriu que isso iria depender muito do "aquecimento", numa clara referência aos momentos de "esquentes" da campanha. O Rio de Janeiro é o reduto tradicional do bolsonarismo. O capitão já esteve por lá apoiando seu pupilo, mas a situação permanece favorável, neste momento, ao atual gestor, Eduardo Paes, que lidera, com folga relativa, todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até esta fase da pré-campanha. Na pesquisa do Paraná Pesquisas, divulgada no dia de hoje, Eduardo Paes aparece com 46,1% da intenções de voto, enquanto o delegado Ramagem crava apenas 13,6%. 

A despeito do apoio irrestrito do Palácio do Planalto, Eduardo Paes resistiu até o PT perder as esperanças de indicar o nome na chapa que concorre à reeleição. O nome ainda não foi sacramentado, mas sabe-se que teremos uma chapa puro-sangue, ou seja, formada exclusivamente pelo PSD. A estratégia de Eduardo Paes tende a se repetir no Recife, onde quatro nomes do secretariado do prefeito João Campos aguardam a unção. 

Você precisa ler também: 

PT desiste de indicar vice de Eduardo Paes. 

Editorial: Afinal, quantos são os bilhões da PEC do Quinquênio?



O líder do Governo no Senado Federal, Senador Randolfe Rodrigues(sem partido), agendou uma conversa na apertada agenda do Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco(PSD-MG). Para Pacheco houve uma precipitação do Governo em recorrer ao STF acerca da desoneração da folha, algo que ainda estava em processo de discussão na Casa. O ato foi considerado uma afronta, entre outras tantas recorrentes entre os Três Poderes da República. Isso não pode terminar bem. 

Uma outra questão sobre a qual o Presidente do Senado se mostra irredutível diz respeito à famigerada PEC do Quinquênio, um penduricalho que só faz aumentar as graves distorções entre os servidores públicos federais, estaduais e municipais. Concebida, a princípio apenas para os juízes, o trenzinho da alegria foi incorporando outras categorias de servidores, gerando ônus igualmente preocupante para Estados e Municípios, algo que não estaria sendo devidamente dimensionado. 

O Governo Federal fala sobre um ônus pesado para as contas públicas, algo em torno de 80 bilhões, apenas no âmbito federal. Curiosamente, Pacheco, ao se referir ao assunto, apresenta números bem inferiores, algo em torno de R$ 3 bilhões de reais. Alguém, muito provavelmente, não fez os cálculos corretos sobre os bilhões do PEC do Quinquênio, algo que talvez possa ser esclarecido nesta reunião entre o líder do Governo e o Presidente da Câmara Alta.

Outro dia alguém estava alertando sobre o futuro político do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Especula-se que esteja entre os seus planos uma eventual candidatura ao Governo de Minas Gerais em 2026. Um cargo de ministro do TCU ou STF também poderia ser bem-vindos. Se a primeira opção estiver, de fato, em seus planos, convém analisar com cuidado os impactos dessa PEC sobre as contas estaduais. Minas já acumula uma dívida gigantesca com a União. 

Responsabilidade fiscal é também do Congresso.   

Editorial: Lula pede votos para Boulos, mas é Nunes quem avança na pesquisa do Paraná Pesquisas.



Segundo o Jornal O Globo, o Planalto teria recolhido as gravações das comemorações do Dia do Trabalhador, comemorado no dia de ontem, no estádio do Corinthians, em São Paulo, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ocasição do seu discurso, durante um determinado momento, pediu aos presentes que votassem no candidato do PSOL, Guilherme Boulos, que concorre à Prefeitura da Cidade de São Paulo, o que, dependendo da avaliação, pode ser considerado uma irregularidade no contexto das regras estabelecidas pela Justiça Eleitoral. De fato, os especialistas apontam para o cometimento de uma infração.  

As redes sociais bolsonaristas, naturalmente, estão "exigindo" uma tomada de posição do TSE. Coincidentemente, no dia de hoje, 2, o Instituto Paraná Pesquisas traz mais uma de suas pesquisas de intenção de voto naquela praça e no Rio de Janeiro, que comentaremos adiante. Em São Paulo, onde até então todas as demais pesquisas anteriores de intenção de voto assinalavam um rigoroso e intermitente empate técnico entre os dois principais competidores, Boulos e Nunes, desta vez há um deslocamento ascendente do prefeito Ricardo Nunes para além da margem de erro do Instituto.  

Nesta pesquisa, Ricardo Nunes aparece com 35,2%, enquanto o candidato psolista crava 29,8% das intenções de voto. É preciso aguardar as próximas pesquisas para se saber se isso significa, de fato, uma tendência, mas não deixa de ser algo a preocupar o Planalto, que joga todas as suas fichas naquela eleição, tida como fundamentalmente importante para os seus projetos de poder. Em sua fala, o líder petista, reforçando a estratégia da polarização, informou aos convivas e o público presente que estávamos diante de uma guerra. 

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Infelizmente, flopou. E desta vez nem precisaremos do apoio do rapaz da USP, para enfurecer os bolsonaristas com as suas estatísticas de público nos eventos organizados por eles. Desta vez o próprio morubixaba petista assumiu a condição de VAR no sentido de reclamar sobre a ausência de um público maior nos eventos organizados pelas centrais sindicais, durante as comemorações do Dia dos Trabalhadores, que ocorreu no estádio do Corinthians,que contou com a presença de alguns ministros de Estado, dirigentes do clube e do candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos.   

Mais uma vez, a capacidade de mobilização do Governo e dos seus apaoiadores se mostraram insuficientes para atrair uma multidão a uma concentração pública com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As broncas desta vez sobraram para Márcio Macêdo, Ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, que teria sido alertado pelo próprio Lula, durante a semana, sobre eventuais problemas relativos à presença de público ao evento. Para não entrar aqui nas elocubrações acerca das reais motivações sobre as causas da ausência de um público maior no evento, vamos nos limitar aqui àquelas respostas lacônicas de alguns políticos experientes quando perdem uma eleição: O adeversário ganhou porque teve mais votos do que eu. No caso específico, o evento fracassou porque não teve público. Pronto. 

Por razões óbvias, o presidente Lula tem demonstrado uma grande preocupação em relação ao assunto, sobretudo por estarmos num ano de eleições. Foram divulgadas recentemente as empresas que venceram uma licitação para a comunicação digital, numa licitação avaliada em R$ 97 milhões, algo que está sendo questionado pela oposição. O Governo já vem de um fracasso anterior nesta área, quando se decidiu abandonar as lives, por falta de audiência. Há sérias dúvidas se tais investimentos nesta área possa, de fato, reverter tal situação.   

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Editorial: O governador Tarcísio de Freitas é um moderado?

 


Alguns órgãos da grande imprensa estão fazendo um esforço teórico enorme para enquadrar, ideologicamente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP), praticamente ungido por alguns segmentos sociais conhecidos como o primeiro nome para a disputa presidencial de 2026. Em momentos assim, entende-se que esses órgãos tentem traçar um perfil menos radical - de preferência moderado, conciliador - do nome ungido pelo mainstream. Aliás, pessoalmente, o governador já afirmou que, naquelas eleições, talvez prefira mesmo renovar seu contrato de locação com o Palácio Bandeirantes por mais 04 anos. 

Interessante é que, por vezes, percebo algum grau de sinceridade nessas afirmações. Por outro lado, a centrífuga política conservadora que tenta empurrá-lo como um adversário natural do petismo naquelas eleições mói muito forte. Até recentemente, um dos órgãos de imprensa que integra essa engrenagem dedicou três longas páginas ao governador, já o credenciando como um potencial candidato ao pleito. Recentemente, ele esteve presente num jantar oferecido ao prefeito Ricardo Nunes, com a presença de atores dos mais influentes no cenário político nacional. 

Eles mesmos teriam admitido que, daquele PIB político, se poderiam emitir fumaças que sinalizariam para a sucessão presidencial de 2026. Esse conjunto de forças tenta apresentá-lo ao eleitor como um político de centro e moderado. Esqueceram de combinar, ao que tudo indica, com os chargistas Triscila Oliveira e Leandro Assis, autores da charge que ilustra este editorial, publicada no dia de hoje, primeiro de maio, no Jornal Folha de São Paulo. 

Editorial: O que, afinal, Haddad está lendo?



Acabamos de ler uma matéria onde uma conceituada jornalista chega à conclusão de que o Governo enfrenta uma burulhenta oposição interna, como se não bastassem as escaramuças e assédios da renhida oposição bolsonarista, incapaz de gestos civilizados em nome do interesse público e da governança do país. Os leitores mais atentos já perceberam que, gradativamente, o PT vem perdendo capilaridade e apoio político junto a segmentos sociais com os quais, historicamente, sempre esteve identificado, como mostramos por aqui. 

As reprimendas públicas, protagonizadas pelo próprio morubixaba petista, dirigidas aos seus assessores, pode ser considerado um termômetro desse estresse. O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - hoje, tornou-se, por razões óbvias, uma vez que detém a chave do cofre - o alvo preferencial desses pitos. Reclamações injustas, uma vez que o ministro é um dos poucos que prezam pelo equilíbrio fiscal num contexto de um governo caracterizado pela gastança irrefreada. 

O ministro já disse que os seus livros ficaram em São Paulo e tem conversado à exaustão com os parlamentares. É só o que ele tem feito no momento. Agora foi a vez do relator do orçamento deixar sua piada pronta, aconselhando o ministro a ler mais a Bíblia e menos Maquiavel. Fomos observar uma lista de livros indicados pelo ministro. Maquiavel não estava na lista. Ali aparecem Franz Kafka, George Orwell, Jorge Luis Borges, Machado de Assis, Vladimir Maiakovski, o que signifca que ele tem um excelente bom gosto.    

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 30 de abril de 2024

Editorial: Ministério dos Direitos Humanos pretende reabrir a Comissão de Mortos e Desaparecidos. Haverá ambiente institucional para isso?

Crédito da foto: Matheus W. Alves. Futura\Press\Estadão. 

 

Tratando de um assunto tão nevrálgico, vamos começar por fazer justiça por aqui. Se a Comissão de Mortos e Desaparecidos não for reaberta não será pela falta de propósito ou empenho do Ministro dos Direitos Humanos, o sociólogo e filósofo Sílvio Almeida, que, assim que assumiu a pasta, manifestou seu interesse na reabertura desta comissão. A imprensa informa que o ministro já teria instituído um grupo de trabalho neste sentido, embora ainda não tenha recebido o sinal verde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

A questão que se coloca por aqui é sobre se encontraremos o ambiente institucional necessário para a reabertura de uma comissão como esta, quando, por exemplo, até alusões oficiais sobre os 60 anos do famigerado golpe Civil-Militar de 1964 foram proibidas. Tudo leva a crer que não, o que significa dizer que abriremos mais uma zona de conflito interno entre os atores que compõem o Governo Lula. Se o Governo já trava uma luta hercúlea com a Oposição e com a conjuntura adversa, não seria menor o fogo amigo entre os membros do próprio Governo. 

Hoje chegamos a fazer algumas ponderações por aqui sobre as zonas de insatisfações criadas pelo Governo Lula com as tradicionais bases de apoio do petismo ou dos governos de corte ou perfil progressistas como o dele. A lista só aumenta, na medida em que tratamos do assunto: Neste sentido, caso tal abertura da comissão seja revertida, as entidades da sociedade civil que reinvidicam o direito de saber o que houve com seus entes queridos que desapareceram nos porões ou estertores dos centros de tortura do regime militar no país. Essa comissão será um bom termômetro para avaliarmos os rumos do Governo Lula. 

Durante seu discurso na tribuna do Senado Federal o ex-ministro José Dirceu foi enfático ao observar que a abertura desta comissão é algo inegociável. Para a banda mais ideológica e não apenas pragmática do PT também. Para parcelas significativas da sociedade brasileira também. Os problemas são as circunstâncias de um Governo acuado, que anda pisando em ovos, com receios dos melindres, muito menos com os militares.   

 

Editorial: Movimento "Esgotei' denuncia poluição nas praias de João Pessoa e Região Metropolitana.

 


Na semana passada, a SUDEMA - Superintendência de Administração do Meio Ambiente da Paraíba - divulgou os trechos de praia propícios aos banhos na capital paraibana. Surpreendeu a este editor os poucos espaços que, de fato, reuniam as condições ideais para os banhistas, nas principais praias da capital, a exemplo de Tambaú, Cabo Branco e Manaíra. Agora, lendo um dos site locais, o ClicPB, nos deparamos com um manifesto do Movimento "Esgotei", denunciando a situação semlhante na praias de Intermares, que fica na cidade vizinha, a cidade de Cabedelo. 

É realmente lamentável que isso esteja ocorrendo, conforme enfatiza as lideranças do grupo, que promete uma manifestação para o dia 11, no Busto de Tamandaré, entre as praias de Cabo Branco e Tambaú. João Pessoa, que teve uma preocupação com o ordenamento da orla, não permitindo a construção de edifícios acima de quatro andares na primeira quadra, deveria, igualmente, manter as mesmas preocupações em relação ao tratamento dos esgotos da capital. Salvo melhor juízo, há um caso específico, num dos trechos da praia de Cabo Branco, que já se arrasta há anos.  

João pessoa hoje atrai milhares de turistas todos os meses, tornando-se uma das capitais mais cobiçadas do país. Não apenas para curtir um feriadão, passar as férias, mas até mesmo para se fixar na cidade, que ostenta boas condições de vida quando comparadas a outras capitais do país. Ausência de atitudes do poder público no sentido de evitar tais problemas, apenas depõem contra a sua condição de um dos points mais procurados pelos turistas no país e no exterior.   

Editorial: Notícia ruim às vésperas do Dia do Trabalhador: Desemprego cresce no trimestre.


Até recentemente o jornal francês Le Monde trouxe uma matéria tratando das condições difíceis dos indígenas brasileiros da região do Amazonas. A matéria vem na esteira do esboço, já observado, de insatisfações de grupos sociais ou instituições historicamente identificadas com o Partido dos Trabalhadores. São aqueles grupos ou estratos sociais mais orgânicos, a exemplo do MST, dos professores universitários, dos próprios indígenas, que sempre estiveram ao lado de segmentos políticos progressistas da sociedade. 

A despeito de alguns indicadores positivos, o Governo, na realidade não passa por um bom momento. Neste momento o céu do Planalto está nublado, repleto de nuvens carregados. As próximas refregas congressuais, algumas com derrotas preocupantes, produzirão seus desgastes econômicos, ideológicos e políticos inevitáveis. O problema pode ser agravado pelos próximas eleições municipais de outubro, quando se sabe que, nas principais capitais do país, o partido não se mostra competitivo. Um beco sem saída. À medida em que o PT é cobrado para, enquanto Governo, ampliar os canais de conciliação, o esgarçamento da polarização surge como o único discurso político possível na atual conjuntura. 

Às vésperas do Dia do Trabalhador, mais uma notícia ruim: O IBGE observa que o índice de desemprego subiu 7,9% no primeiro trimestre e atinge 8,7 milhões de pessoas. Na realidade, o Governo Lula foi encurralado pela oposição bolsonarista, que tem como única motivação inflingir derrotas sucessivas ao Governo. Não estamos tratando aqui de uma oposição responsável, responsiva, de algum espírito público, muito menos elevado. Estão com a faca nos dentes, aguardando o Governo sangrar e emitir seus últimos suspiros. Estamos no Brasil.