pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 5 de julho de 2024

Editorial: Planalto reforça o time de Boulos em São Paulo.


Hoje, dia 05, deve sair mais uma pesquisa sobre a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desta vez quem saiu à campo foram os pesquisadores da IPEC, antigo IBOPE, para observar a quantas andam o humor dos brasileiros e brasileiras sobre o Governo Lula 3. O Governo não vai muito bem e a pesquisa deve refletir essa má fase. A julgar pelos preços dos alimentos nas prateleiras dos supermercados, a tendência de avaliação é negativa. No mais, vamos aguardar os resultados, que devem ser logo divulgados, afinal, ninguém tem bola de cristal.

A luz amarela parece ter acendido também em relação às eleições em São Paulo, onde o candidato do Planalto, Guilherme Boulos, mesmo que ainda numericamente, tem aparecido um pouco abaixo do seu principal competidor, Ricardo Nunes, que hoje já não pode esconder o apoio explícito do bolsonarismo. Como aquelas eleições é uma espécie de prova dos noves entre Governo e Oposição, principalmente a de matriz bolsonarista, o Planalto aposta todas as suas fichas para derrotar o prefeito Ricardo Nunes. 

Assim, escalou o ex-dirigente da legenda e hoje deputado federal Rui Falcão para reforçar a campanha do companheiro Boulos. A pré-campanha entrou numa fase complicada, onde até os eventos oficiais do Governo Federal naquela praça estão sendo solenemente ignorados pelo atual prefeito e o governador Tarcísio de Freitas. Ontem ficamos sabendo sobre a existência de fake news que estão sendo disseminadas por um dos concorrentes contra a deputada federal Tabata Amaral, que também concorre ao pleito. Preparem o estômago para enojarse com as mentiras e o cérebro para fazer as escolhas sensata. 

quinta-feira, 4 de julho de 2024

João Campos, pré-candidato à reeleição no Recife, não diz se ficará 4 an...

Vamos aprofundar essas discussões?



Através do nosso perfil da plataforma Privacy, que pode ser assinado por aqui, o leitor encontrará um aprofundamento dessas discussões diárias que estabelecemos através do blog. Assinem, recomendem aos amigos, deixem seus comentários. 

- A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro em dois inquéritos. Um deles em razão dos rolos envolvendo as joias doadas pelo Governo da Arábia Saudada ao Brasil, e um outro em função da adulteração ou falsificação de cartões de vacinação, com as implicações conhecidas acerca da falsificação de um documento público. Quais são os desdobramentos jurídicos e políticos desses indiciamentos?

- Assim como ocorre em São Bernardo, cidade de São Paulo, berço do PT, hoje administrado pelos tucanos, onde se tornou uma questão de honra retomar a cidade para o controle da legenda, sugere-se que o mesmo fenômeno possa está ocorrendo em Jaboatão dos Guararapes, aqui em Pernambuco, onde até a Direção Nacional do PT lança suas atenções para retirar a cidade das mãos da gestão bolsonarista. Jaboatão é o segundo colégio eleitoral de Pernambuco e já conta com três gestões sucessivas do PL. A batalha promete. as armas estão afiadas. Veja mais informações a esse respeito em nosso perfil. 

- Qual o real tamanho do bolsonarismo no Estado? Esta é uma pergunta que se faz depois da talvez inesperada perfomance obtida pelo então candidato ao Senado Federal nas eleições passadas, Gilson Machado, hoje candidato à Prefeitura da Cidade do Recife. Nas eleições de 2020, na ausência de uma candidatura que representasse, de fato, as forças conservadoras, o eleitor bolsonarista, sem opção, votou no socialista João Campos para prefeito do Recife. Hoje, com uma candidatura bolsonarista raiz, esses mesmos eleitores sufragariam o nome de Gilson Machado? 

- A Comissão de Mortos de Desaparecidos foi recriado em condições institucionais sensivelmente adversas. Quais seriam as suas consequências ou limites atuando num contexto de um ambiente político como este?  

Editorial: Governo Lula recria Comissão dos Mortos e Desaparecidos.



O Diário Oficial da União, em sua edição de hoje, traz aquilo que poderia ser uma grande notícia para os segmentos mais progressistas da sociedade brasileira, principalmente aquelas famílias que perderam seus entes amados durante o período de obscurantismo que o país atravessou depois do golpe Civil-Militar de 1964. Louvável aqui reconhecer o esforços que devem ter sido empreendidos por pessoas íntegras e sérias que integram o Governo Lula, a exemplo do Ministro dos Direitos Humanos, o sociólogo e professor, Sílvio Almeida, que, desde o momento em que assumiu o cargo, manifestou interesse na reabertura dessa comissão de mortos e desaparecidos, cujo trabalho havia sido interrompido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Infelizmente, devo aqui manifestar nosso pessimismo em torno deste assunto, principalmente em razão da conjuntura política que o país atravessa, quando tivemos exemplos recentes de que a disposição de dissecar essa verdades ficam comprometidas pelos constrangimentos institucionais impostos. Até recentemente, o então Ministro da Justiça, senhor Flávio Dino, hoje no STF, voltou encantado com uma experiência chilena, que havia erguido uma instituição museológica para enaltecer a memória dos jovens desaparecidos durante a sangrenta ditadura militar ocorrida naquela país. 

Salvo melhor juízo, além de uma exposição programada para ser realizada em Brasília, proposta do próprio Ministério dos Direitos Humanos, Flávio Dino teria sugerido que o Brasil criasse uma instituição do gênero, no que foi desaconselhado, durante o período alusivo aos 60 anos de aniversário do golpe de 1964. Paralelamente à criação dessa comissão, fala-se abertamente na concessão de anistia àqueles que, mais recentemente, voltaram a tramar contra as nossas instituições da democracia. 

Editorial: O xadrez político das eleições municipais do Recife em 2024: Quantos são os votos bolsonaristas de João Campos?



O candidato do PL às eleições municipais do Recife, o ex-Ministro do Turismo no Governo Bolsonaro, Gilson Machado, em recente sabatina da UOL\Folha, tocou num assunto que suscita, de fato, a necessidade de uma ponderação. Em sua primeira experiência nas urnas, o candidato foi muito bem votado no estado, atingindo a marca de mais de um milhão de votos como candidato ao Senado Federal nas eleições de 2022. Como ele mesmo afirma durante a sabatina, se houvessem duas vagas, ele estaria dentro. 

Não surpreende essa votação do candidato, uma vez que, como já havíamos discutido por aqui em outras ocasiões, o bolsonarismo ou a direita estão bem consolidados no estado. Neste momento, o candidato ocupa a segunda posição na disputa, o que também não surpreende, tendo em vista a sua capilaridade política, aliada à permeabilidade do bolsonarismo local. Gilson já pontua acima dos 20%, ficando em segundo lugar na disputa. 

Quando essas primeiras pesquisas de intenção de voto vieram a público, comentamos, numa dessas postagens, que seu staff político, muito provavelmente, estaria de olho no quantitativo de votos conservadores do Recife, declaradamente bolsonarista e não necessariamente bolsonarista. É neste meio de campo que ele irá atuar, ou seja, do centro para a direita, uma vez que ninguém gosta de ser identificado com a extrema direita. Possivelmente nem o Gilson. 

Durante a entrevista, Gilson Machado levanta uma questão interessante: Nas eleições de 2020 os bolsonaristas recifenses votaram em João Campos, uma vez que faltava alternativa a votarem num candidato, de fato, identificado com o bolsonarismo. O raciocínio procede. Um eleitor de perfil mais conservador ou bolsonarista, muito provavelmente, não votaria em Marília Arraes. Durante aquelas eleições, o prefeito João Campos, fazia questão de demarcar esses espaços, apresentando-se, até mesmo, como um antipetista. Até material apócrifo foi espalhado na cidade, identificando o PT com a má condução dos negócios públicos. 

Ao assumir o Palácio Capibaribe, relutou em aceitar se recompor com aquela agremiação política, cedendo apenas pelas contingências que se impunham de celebrar acordos que pudessem acomodar aliados socialistas na máquina federal, assim como viabilizar a sua gestão com recursos do Governo Federal. 

Editorial: A Batalha dos Guararapes nas eleições de 2024\2026.

 


É curioso como em Jaboatão dos Guararapes está se montando um palco de disputas das mais renhidas entre os principais forças políticas do Estado de Pernambuco. Na realidade, se observarmos bem, há razões de sobre para isso. Ali se concentra o segundo maior colégio eleitoral do estado, tornando o município, na região metropolitana do Recife, um dos integrantes do chamado Triângulo das Bermudas, um conjunto de três cidades que, pelo potencial dos seus colégios eleitorais e influências políticas que irradiam em suas microrregiões, podem decidir uma eleição majoritária. 

Nos últimos anos, a cidade configurou-se como um reduto bolsonarista, tornando-se uma questão de honra para as forças petistas retomarem o controle administrativo da cidade. Quando Anderson Ferreira afastou-se do cargo de prefeito depois do segundo mandato, para candidatar-se ao Governo do Estado, deixou a gestão nas mãos do seu vice, Mano Medeiros, filiado ao PL, que concorre à reeleição, e lidera, até este momento, as pesquisas de intenção de voto. 

Naquela praça, o PT apoia o nome do ex-prefeito da cidade, Elias Gomes(PT-PE), que vem recebendo todo o apoio político necessário das correntes estaduais e federais da legenda. Apesar da liderança de Mano Medeiros neste momento, a batalha promete ser uma das mais renhidas do Estado. O prefeito João Campos(PSB-PE) já afirmou que se integrará à campanha do petista. A governadora ainda não demarcou uma posição, movida por alguns dilemas: como apoiar o nome de um bolsonarista, partido com o qual ela sugere está se afastando? Como apoiar, igualmente, o nome de um candidato que conta com a simpatia do atual gestor do Recife, João Campos, com o qual poderá bater chapa nas eleições estaduais de 2026? 

Agora, surgiu mais complicador, conforme noticiado na coluna do jornalista Cláudio Humberto. o deputado federal Eduardo da Fonte(PP-PE) que integra a base de sustentação do Governo Raquel Lyra(PSDB-PE), praticamente exige o apoio da governadora à candidata do partido naquelas eleições, a deputada federal Clarissa Tércio. Do contrário, lança um nome para disputar as eleições do Recife, embolando ainda mais o jogo no campo do Palácio do Campo das Princesas, que conta com um candidato, Daniel Coelho, que ainda não desponta como competitivo. O danado é que Clarissa Tércio é mais bolsonarista do que Mano Medeiros.  

Editorial: Polícia Federal indicia o ex-presidente Jair Bolsonaro em dois inquéritos.



A Polícia Federal resolveu indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro em dois inquéritos. Um deles sobre a possível negociação irregular de joias que teriam sido presenteados pelo Governo da Arábia Saudita ao Governo Brasileiro, e um outro envolvendo a eventual falsificação de cartão de vacinação. A Polícia Federal realiza um trabalho que merece ser elogiado pela sociedade brasileira, seja pelo seu profissionalismo, rigor técnico, seja por sua condução enquanto um órgão de Estado, orientado por diretrizes republicanas.  

O Governo de Jair Bolsonaro, em alguns casos, pautou-se por uma agenda de perfil pouco condizente na condução dos negócios públicos. Ocorreram muitas lambanças, para usarmos um termo mais popular. Um dos indícios mais grotescos desse mal exemplo está relacionado às farras com  os cartões corporativos, usados indiscriminadamente para todos os fins, segundo apontamentos dos órgãos de fiscalização e controle. Neste período ocorreu uma verdadeira pane republicana, de consequências danosas para o país. 

Como o trabalho realizada pela Polícia Federal é tecnicamente impecável, é praticamente certo que tenhamos os encaminhamentos de praxe, ampliando-se as encrencas jurídicas envolvendo o ex-presidente, que ainda se movimenta como se objetivasse disputar as eleições presidenciais de 2026, mesmo tendo sido declarado inelegível. 

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 3 de julho de 2024

Vamos aprofundar essas discussões?



No nosso perfil da Privacy, vamos aprofundar algumas dessas discussões aqui apresentadas pelo blog, como, por exemplo: 

- O que significou, em termos políticos, a presença de Lula aqui no Recife, ontem, dia 2, onde o morubixaba petista emite algumas pistas sobre como será o seu comportamento em relação aos dois palanques já montados no Estado para as eleições de 2026. Poderia ter sido mais moderado nos elogios ao prefeito João Campos(PSB)PE), sobretudo na presença da governadora Raquel Lyra(PSDB-PE), que sinaliza que falta muito pouco para trocar a plumagem tucana. Vermelho seria um pouco demais, mas um amarelo kassabiano já seria de bom tom e bem-vindo ao Governo Lula.  

- Em meia às turbulências econômicas, com o dólar em disparada, garantir o ovo e o frango na mesa dos brasileiros mais pobres já estaria de bom tamanho. Dezoito meses de governo depois, as circunstâncias não permitiram, ainda, que o brasileiros menos aquinhoados possam, de fato, ter acesso às carnes nobres como a picanha, que parece não ter passado de uma bravata de campanha. Será que ela volta em 2026? 

- O Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante uma entrevista,  deu uma declaração das mais sensatas e prudentes em relação ao famigerado leilão do arroz bichado. Dois servidores foram demitidos e o Governo ainda enfrenta as articulações em torno de uma CPI. Um desgaste político imenso, daí se entender que o melhor caminho é incentivar a produção do produto no país, abdicando dessa ideia estapafúrdia de importar o produto, que, na realidade, não bem recebida por ninguém.  

- Em breve o presidente Lula deverá está se reunindo com os governadores dos Estados para a apresentação do que está sendo convencionado chamar de PEC da Segurança, ou seja, talvez um SUSP renovado, o que deve suscitar um grande debate em torno do assunto, sobretudo em razão de algumas medidas polêmicas que voltam a ser pensadas para adoção no sistema prisional, como a proibição das visitas íntimas. Clique no Link, assine e vamos debater o país e o estado. Sem sacanagem!

 

Editorial: Uma PEC de Segurança Pública para o país.



Nos próximos dias o Ministro da Justiça, o ex-Ministro do STF, Ricardo Lewandowski, deve apresentar ao presidente Lula, possivelmente com a presença de todos os entes federados, um plano nacional de segurança pública, que já estaria sendo denominada de PEC da Segurança. Em tese já existiria o SUSP - que seria o SUS da segurança pública, conforme se refere a ele o próprio ministro - daí a nossa estranheza em relação a este novo plano de segurança pública. 

Sabe-se que o SUSP enfrentou algumas dificuldades de implementação, quem sabe seja por isso que está sendo apresentado esse novo plano. Em todo o país o quadro é sensivelmente preocupante. Uma operação realizada pela Polícia Militar, numa favela em São Paulo, no dia de hoje, já aponta 6 mortos. Em Pernambuco, apesar do montante de verbas anunciados para o Todos Pela Segurança, a Polícia Civil anuncia que entrará em greve de advertência, em razão de não construir um acordo com o Governo do Estado. Segundo os dirigentes do SINPOL - sindicato da categoria - Pernambuco é onde se paga o menor salário a um policial civil.  

As duas situações mostram que o quadro é grave de um quadrante a outro, onde só se sabe de notícias ruins envolvendo essa questão. Em missão de trabalho aqui no Estado, onde esteve em visita ao Complexo de Penitenciário do Aníbal Bruno, o Secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, deixou transparecer que pretende adotar medidas rigorosas para o cumprimento de pena nas unidades prisionais, como uma eventual proibição de visitas íntimas, bloqueio de celulares, restrições ao parlatório. 

Faz todo o sentido essas preocupações do secretário, na medida em que se sabe, por exemplo, que os líderes dos crime organizado permanecem ativos mesmo quando do cumprimento de suas penas, dando contribuição para o aumento desses índices de violência. Convém, no entanto, a ponderação sobre a adoção de algumas dessas medidas, que se tornaram inócuas em relação ao efetivo alcance dos seus objetivos.  

Editorial: Será que o Governo desistiu dos leilões de arroz?



Em entrevista recente, o Ministro da Agriculta, Carlos Fávaro, assinalou que, a rigor, não haveria mais a necessidade de novos leilões para a importação de arroz, pois os preços já haviam cedido, sendo necessário, portanto, apenas incentivar a produção local. Os leitores devem ter percebido que o Governo Lula 3 passa por um momento onde os seus integrantes costumam bater cabeça, apontando diretrizes distintas, embora integrem uma mesma gestão, o que se traduz num grande problema. 

Oxalá, a posição do Ministro da Agricultura reflita uma posição firmada a partir da conclusão de um posicionamento de Governo e não apenas manifeste uma posição pessoal do titular da pasta. Chega de arroz! Queremos picanha para a mistura, como dizem os matutos nordestinos. Seria a coisa mais sensata a se fazer neste momento. Esse leilão começou bichado e a primeira providência do governo seria a de se livrar-se das suas consequências, inclusive do ponto de vista político.  

Dois funcionários graduados do Governo já foram afastados do cargo em razão dos problemas relacionados esse leilão. O Governo move moinhos para evitar uma proposta de CPI que estancou nas 160 assinaturas, quando são necessárias 171. Apesar do impulso natural do início, dizem que não avança, uma vez que o torniquete aplicado diz respeito à liberação de emendas num ano eleitoral, o que seria catastrófico para os parlamentares.  

Editorial: Lula cai na real sobre o consumo de carnes entre os brasileiros.



Aquela picanha com cervejinha sugere-se que não chegará à mesa de alguns brasileiros. Não se trata apenas de uma previsão ou de uma torcida da oposição, que até fez chacotas em torno do assunto, mas de uma situação imposta pela conjuntura econômica do país, que atravessa uma fase das mais delicadas, caracterizada pela desvalorização do real diante do dólar, assim como pelas birras entre o Governo e o Banco Central, tendo como pano de fundo a condução da política econômica. 

O Governo, que já quebrou todos os tetos de gastos, insiste em continuar a sanha gastadora, sobretudo numa ano de eleições, onde pretende colher bons resultados nas urnas. O aspecto mais hilariante dessa história toda talvez seja mesmo a fábula da picanha, onde o presidente começa a fazer um contorcionismo narrativo tremendo para explicar porque ela não chegou aos pratos dos brasileiros menos aquinhoados, como ele mesmo havia prometido em campanha.  

Afinal, eles, os pobres, comem carnes menos nobres, como o franco, o ovo, o acém, o peito, as costelas. Sugeriu-se até que se poderia baixar o imposto desses tipos de carnes e sobretaxar as partes nobres como a picanha, mas alguém já alertou que isso seria tecnicamente inviável. Por outro lado, esbarra-se aqui numa contradição, ou seja, um eventual aumento do preço da picanha, tornando-a ainda mais inacessível aos brasileiros do andar de baixo da pirâmide social. No final e ao cabo, talvez ela "volte" nas narrativas eleitorais da campanha presidencial de 2026. Até lá, vamos de pé de frango, rico em colágeno. 

Editorial: Os compromissos de Lula no Recife.



Esses encontros oficiais de Lula, embora inevitáveis, estão se tornando até certo ponto desgastantes. Em São Paulo, até recentemente, dos agentes públicos de peso, deixaram de comparecer à assinatura de contrato para ampliação de obras do metrô. Na Bahia, um prefeito que resolveu arriscar, foi veementemente vaiado durante a sua fala, precisando da interferência do próprio presidente para conter os apupos. 

Aqui em Pernambuco, não foi diferente. Um encontro marcado por muitos atropelos, gafes, e, naturalmente vaias. Sugere-se que alguns governantes imaginam que o povo é bobo. Inventaram uma solução mirabolante para o problema dos prédios caixão, onde se prevê o pagamento de uma indenização aos proprietários  e posterior demolição dos imóveis, apenas para aqueles que correm alto risco de desabamento. Ora, todas essas edificações apresentam vícios de construção e, como tal, em todos os casos os moradores deveriam ser ressarcidos e os prédios demolidos. Ao abordar este assunto, apresentado equivocadamente como um grande marco de política habitacional no Estado, a governador Raquel Lyra não se livrou das vaias do plateia que estava presente ao evento. 

Não se pode servir bem a dois senhores. Um jornalista do Jornal do Commércio fez referência aos "dois" Lulas que estariam no dia de ontem no Recife. Um Lula do encontro com o prefeito João Campos e um outro Lula, desta vez com a governadora Raquel Lyra. João é um aliado, embora existam arestas no tocante aos arranjos relativos às composições de chapa. Precisamente, até as eleições de 2026 já entrariam nessas negociações. A tucana Raquel Lyra está em processo de mudança de plumagem. Talvez o vermelho seja a cor predominante em sua nova coloração. Lula se derramou nos elogios ao prefeito João Campos, um adversário da governadora nas eleições de 2026.    

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 2 de julho de 2024

Em discussão: Caso continue inelegível, qual o plano de Jair Bolsonaro para 2026?

 


-No nosso perfil da Pivacy, no dia de hoje, 02, enfim revelamos qual o candidato preferido do ex-presidente Jair Bolsonaro, caso ele continue inelegível. Para uma legião de bolsonaristas, o candidato natural seria ele mesmo, mas existem os entraves jurídicos, que já determinaram a sua inelegibilidade até 2030. 

-Outra discussão interessante diz respeito ao destino da deputada Cida Ramos, depois de a cúpula do PT bater o martelo em relação ao nome do deputado estadual Luciano Cartaxo como candidato à prefeitura de João Pessoa nas próximas eleições. Coerente e autêntica, ela resigna-se e acompanha a decisão do partido, pedindo aos seus eleitores para sufragarem o nome de Cartaxo?  

-Por fim, mas não menos importante, os desdobramentos e as eventuais consequências de um possível racha entre os bolsonaristas pernambucanos, em plena campanha de Gilson Machado à Prefeitura do Recife, num contexto onde ele, apesar da distância que o separa do principal concorrente, João Campos, já ocupa a segunda posição na disputa, cravando algo em torno de 20% das intenções de voto.

O perfil pode ser assinado e acessado por aqui.  

Editorial: Cúpula da direita se reúne em Balneário Camboriú.



A cúpula da direita, ou da extrema-direita, se preferirem, se reúne no próximo final de semana no aprazível Balneário Camboriú, com a presença de ilustres representantes, como Jair Bolsonaro e o presidente da Argentina, Javier Milei, que já confirmou sua presença no evento. O encontro está sendo organizado pela CPAC - Conservative Political Action Conferency. 

Ainda ontem comentamos por aqui que esse pessoal está bastante ativo e atuante, seja na Europa, veja-se o caso da França, seja no continente das três Américas, conforme é o caso dos Estados Unidos e Argentina. No Brasil, eles estão à espreita, atuando em diversas frentes, construindo as condições para voltar ao poder. 

Mesmo com Bolsonaro inelegível, já existem uma penca de candidatos a substituí-lo nas eleições presidenciais de 2026, embora ele tenha lá suas preferências, conforme discutimos em nosso perfil da Privacy. Na realidade, entre os nomes que se apresentam, nenhum deles é o da preferência do ex-presidente Bolsonaro.   

Editorial: Cida Ramos vê com serenidade a decisão da cúpula do PT em indicar o nome de Cartaxo para concorrer a prefeito de João Pessoa.



O martelo já foi batido pelo GTE - Grupo de Trabalho Eleitoral do PT - em relação à escolha do nome do deputado estadual Luciano Cartaxo para concorrer às eleições para a Prefeitura de João Pessoa. Um jornal carioca informa que, se houvesse a possibilidade de o PT indicar o nome a vice na chapa de reeleição do atual prefeito, Cícero Lucena, o desfecho poderia ter sido outro, mesmo se considerarmos as decisões de cúpulas tomadas em relação a este assunto, ignorando os clamores de setores orgânicos da legenda, que haviam decidido internamente que o melhor encaminhamento para a decisão sobre uma candidatura seria através das prévias. 

Em entrevista ao site ClickPB, a deputada estadual Cida Ramos, que, de fato, construiu as condições de viabilizar-se como candidata do partido às eleições municipais deste ano, afirma que vê com serenidade a decisão tomada pelo GTE da legenda. Bastante sensata a sua conclusão de que a sua candidatura só faria sentido se fosse uma decisão tomada pelas instâncias autênticas da legenda. 

Realmente é isso mesmo. Um raciocínio e um posicionamento de profunda coerência da deputada. Se os leitores desejam aprofundar esta e outras discussões acerca daquelas eleições, assinem o nosso perfil da Privacy pelo link

Charge! Bennet via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 1 de julho de 2024

Editorial: O peso da idade de Lula será explorado pela oposição em 2026.



Assim como ocorre nos Estados Unidos em relação ao candidato Joe Biden, que teve dificuldades no debate que travou com o republicano Donald Trump, não seria improvável que a oposição explore, nas eleições de 2026, o peso da idade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na realidade, por uma série de fatores, o ideal mesmo seria que as forças do campo progressista construíssem uma opção ao presidente, que deve ter sido sincero ao afirmar, quando assumiu o governo pela terceira vez, que, concluído o mandato, iria descansar. 

A grande questão é que tal opção nunca foi pensada. Enquanto pululam nomes no campo conservador e de direita dispostos a se habilitarem ao cargo, na esquerda as únicas opções se resumem a Lula ou Lula. O que existe de fato é uma  briga intestinal, com este propósito, no núcleo duro petista, que só tem produzido consequências danosas ao andamento do governo. É fogo amigo. É puxação de tapete, são tessituras e armadilhas de bastidores. O repertório é grande, embora Lula tenha sinalizado que ainda estará no páreo, se esta for a única opção de impedir que os aloprados voltem.  

Lula tem cuidado bem da saúde, exercita-se regularmente, faz os exames de rotina. O articulista e consultor da revista Veja, Thomas Traumann, em artigo no site daquela revista, observa que, assim como está ocorrendo nos Estados Unidos, é quase certo que a oposição explore esta condição de idade avançada de Lula durante aquelas eleições, caso ele esteja no páreo. Aliás, alguns petardos já teriam sido disparados neste sentido. Assine nosso perfil do Privacy, onde discutimos esses e outros temas da política nacional. Será um prazer enorme encontrá-lo por ali. 

Editorial: Bloqueadores de celulares nos presídios funcionam?



Todas as iniciativas para humanizar o cumprimentos da pena no nosso sistema prisional serão sempre bem-vindas, como o anúncio recente da governadora Raquel Lyra(PSDB-PE),informando que está admitindo mais 420 policiais penais ao quadro de servidores públicos do Estado. Há, igualmente, uma movimentação de pessoal da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado, no sentido de prospectar informações acerca da tecnologia de implantação dos bloqueadores de celulares em unidades prisionais de alguns Estados da Federação. 

Em entrevista, no dia de hoje, primeiro de julho, nas páginas do Jornal do Commércio, o Secretário Nacional de Políticas Públicas, André Garcia, afirma que a proposta é bem-vinda e que estaria disposto a colaborar com o estado neste sentido. A atuação dos chefes do crime organizado através deste expediente, reflete diretamente sobre os índices de violência fora dos presídios, inclusive no tocante às mortes violentas intencionais, o principal parâmetro para mensurar o grau de violência entre os entes federados. 

Na realidade, há uma enorme controvérsia em torno do assunto. Quando ocorreu aquela fuga no Presídio de Segurança Máxima de Mossoró, o assunto voltou a ser discutido com um especialista, que afirmou que, na verdade, tal sistema poderia, inclusive atrapalhar a segurança nas unidades prisionais, quando de uma rebelião ou fuga, por exemplo, quando os agentes públicos precisam recorrer aos aparelhos para pedirem ajuda. 

Aqui mesmo em Pernambuco, por exemplo, ocorreu um caso hilariante de um secretário de direitos humanos que tinha o telefone celular dos líderes de uma rebelião que acabara de eclodir no Complexo Prisional do Aníbal Bruno, numa evidência trágica da banalização do uso desses aparelhos nos presídios. 

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Há vaga de um nome do PT para concorrer ao Senado Federal na chapa de João Campos em 2026?



O prefeito João Campos(PSB-PE) não entregará as chaves do Palácio Capibaribe ao PT. O pai, Eduardo Campos, quando era governador, fez um esforço político hercúleo para conquistar aquele espaço, como consolidação de um projeto de eduardolização da política pernambucana, na esteira de suas aspirações presidenciais. O PT tem mantido algum suspense sobre o assunto, permitindo a indicação e a movimentação de um determinado ator político ao cargo, mas há duas premissas básicas sobre o assunto e que não podem ser ignoradas.  

A primeira delas é que os dirigentes petistas disfarçam, mas sabem que o prefeito João Campos é irredutível em torno do assunto e não irá ceder. A outra sugere que, com tais movimentações, o partido considera justo fazer algumas exigências ao gestor, entre as quais o compromisso de indicar um nome para concorrer ao Senado Federal nas eleições de 2026, quando João Campos, muito provavelmente, se não encontrar algum atropelo no asfalto político, será candidato natural ao Governo do Estado. 

Entra neste enredo, igualmente, o flerte de algumas figuras da legenda, sobretudo com representação parlamentar, com a governadora Raquel Lyra(PSDB-PE), que poderia se tornar uma espécie de plano "B", caso os arranjos com o gestor não sejam favoráveis à legenda. A maior liderança do partido local, o senador Humberto Costa, precisa renovar seu mandato nas eleições de 2026. Qualquer acordo político, de um lado ou do outro, passa por tal condição. 

Como já existe um processo de estadualização da campanha de 2024, a julgar pelas movimentações do prefeito e da governadora nos principais colégios eleitorais da região metropolitana e do interior do Estado, somente João já teria uma penca de candidatos ao cargo nas eleições de 2026, a exemplo do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, o atual Ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, e, quem sabe, a própria Marília Arraes, que recentemente selou as pazes com o prefeito e, igualmente, seguindo os conselhos do avô, não dispensa suas articulações pelo interior, adubando as bases para colher os frutos em 2026. Para acompanhar toda as movimentações políticas no Estado, assine nosso perfil da Privacy, onde debatemos este e outros assuntos da política nacional.  

Editorial: A onda de extrema-direita que varre a Europa.



Desta vez foi a França, onde, nas eleições parlamentares do último domingo, 30, registrou-se um avanço significativo da extrema-direita, mas o fenômeno pode ser estendido praticamente para todo o continente europeu, onde integrantes de partidos radicais de direita conseguem avanços sobre o parlamento e sobre o Executivo. Fenômeno semelhante ocorreu recentemente em Portugal e na Itália. Quando eles não chegam, ficam por ali pelas franjas, à espreita, aguardando o melhor momento do bote.  

Nos Estados Unidos, sobretudo em razão dos problemas estruturais enfrentados pelos democratas, que contam com um candidato com sérios problemas de saúde, é nítido, neste momento, o favoritismo do candidato republicano, Donald Trump. Já se cogita uma eventual substituição de Joe Biden. Alguns nomes já estão sendo especulados, mas nada ainda definitivo. 

Aliás, se observamos bem, não seria de grande surpresa o que está ocorrendo nas eleições francesas, uma vez que já faz algum tempo que essa onda de extrema-direita, com ligeiros refluxos, varre o continente europeu e se espalha para outros continentes, inclusive o sul-americano, onde já se consolidou na Argentina, em El Salvador e ameaça o Brasil. No Brasil esses grupos estão ativos, atuantes, inclusive se inspirando no que ocorre no resto do mundo. Donald Trump, por exemplo, é uma espécie de guru para o bolsonarismo radical do país.

Aqui, o torniquete de extrema-direita atua a partir do parlamento, de forma institucional, estrangulando o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Num ambiente político inflamado e sob condições adversas, as forças do campo progressista enfrentam as urnas nas eleições municipais de 2024. Sabe-se lá o que virá dali, mas as expectativas não são otimistas. Mais uma derrota das forças desse campo nas eleições de 2024 e os problemas tendem a se agravarem, com a consolidação de uma agenda de retrocessos civilizatórios e antidemocráticos. Já estão propondo multas até para a distribuição de comidas aos moradores de rua. Imaginem do que essa gente não é capaz.

Para saber e debater um pouco mais sobre este e outros assuntos, assine o nosso perfil do Privacy por aqui.     

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 30 de junho de 2024

Discussão: Quem, afinal, é o candidato que Bolsonaro deseja para representá-lo em 2026?


O governador Tarcísio de Freitas "toca" uma agenda genuinamente bolsonarista; o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, admite até aos ventos que deseja ser o representante da direita e dos segmentos conservadores contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente Lula, até recentemente, fez referências aos eventuais adversários do petismo em 2026. 

O ex-presidente Jair Bolsonaro faz um périplo por todo o país apoiando aliados, mas sabe que sua situação é complicada. Pelo andar da carruagem jurídica, estará fora do pleito presidencial de 2026. Nenhum desses nomes citados acima, porém, seria a sua primeira opção pra representá-lo naquelas eleições. Revelamos esse nome em nosso perfil da Privacy, que pode ser acessado por aqui

Editorial: Em mais um capítulo das indisposições institucionais, Tarcísio e Nunes não comparecem a evento com Lula.



Repercute bastante a ausência do governador Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP) e do prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP), em evento oficial, onde ministros do Governo Lula assinariam contrato de licitação para a ampliação de obras do metrô em São Paulo. Em represália, os ministros se recusaram a assinar o contrato, ampliando ainda mais as zonas de atrito entre o Poder Central e o ente federado rebelde. 

O governador Tarcísio de Freitas é um dos principais padrinhos da candidatura de Ricardo Nunes à prefeitura de São Paulo. Na realidade, ao seu projeto de reeleição. Até recentemente, constituiu-se num dos principais fiadores do nome do coronel Mello Araújo, ex-Rota, como o indicado para concorrer à vice na chapa de reeleição. Nunes, por outro lado, não ficaria muito à vontade num evento com a presença de Guilherme Boulos, que concorre ao mesmo posto, apoiado pelo Palácio do Planalto. 

Para completar o enredo, sua ex-Secretária de Relações Internacionais, Marta Suplicy, também estava presente ao evento. Não há como disfarçar que já estamos em plena campanha política, daí se entender essas idiossincrasias. Por outro lado, eventos institucionais como este, são os ossos do oficio que o homem público precisa engolir. Sugere-se que o público era relativamente controlado, daí as vaias à ausência dos dois gestores. Pelo andar da carruagem política, se eles estivessem presentes também não seria diferente. Que situação, senhores!

Editorial: As marmitas de Rubinho Nunes.

 


Há algumas coisas na vida que a gente precisa deixar a poeira abaixar para entender o que, de fato, está em jogo. Sugere-se que o país está entrando no círculo bastante negativo. Infelizmente. Não seria coisa de pessimista, dita assim num domingo ensolarado, o que é mais grave, mas as sinalizações não são boas. A crise institucional entrou num patamar onde se sugere não haver mais volta, pois até o Executivo parece ter entrado em rota de indisposições com o Poder Judiciário, pelo que se conclui das últimas declarações de Lula, assim como da invertida do outro lado. 

Não se chega a um consenso sobre a necessidade de austeridades em relação aos gastos públicos e podemos entrar numa fase delicada da economia. Mesmo com o propósito de ampliação da receita pública, é preciso fechar o ralo astronômico do déficit. A questão é bem mais séria do que uma simples queda de braço entre o Executivo e o Presidente do Banco Central, Campos Neto, que deverá deixar o cargo brevemente. O resultado da votação do COPOM é um exemplo cabal do que estamos afirmando. 

Em tal ambiente a agenda de corte ultraliberal, ancorada em forte apoio parlamentar, ganha espaço em relação a temas nevrálgicos, como aborto, drogas, saidinha do sistema carcerário, entre outros. É neste contexto, por exemplo, que surgem propostas como esta PL do vereador Rubinho Nunes, do União Brasil de São Paulo, que prevê, entre outras excrescências, a aplicação de multas às ongs que distribuírem comida com a população de rua, sem autorização legal. 

Fomos investigar a biografia do senhor Rubinho. Uma pessoa jovem, com trinta e poucos anos, ex-integrante do MBL - Movimento Brasil Livre - o que não seria de surpreender. É algo que merece do mundo civilizado um repúdio veemente ou mesmo o escracho, como ocorreu logo cedo, com o ator Alexandre Frota, distribuindo comida e exigindo ser multado.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 29 de junho de 2024

Editorial: Por que o avanço de Datena não preocupa Nunes?

 


Por este blog e pelo nosso perfil da Privacy, que pode ser acessado por aqui, estamos acompanhado, de olhos bem abertos, as movimentações dos candidatos que se habilitaram a disputar a Prefeitura de São Paulo nessas eleições municipais de outubro. A disputa promete ser bastante equilibrada, provavelmente decidida apenas num segundo turno. A última pesquisa de intenção de votos, realizada pelo Instituto Quaest\Genial, mostrou um cenário competitivo um pouco distinto dos anteriores, geralmente polarizado entre os nomes de Guilherme Boulos e Ricardo Nunes. 

O apresentador José Luiz Datena, filiado ao PSDB, entrou no pelotão de frente, cravando 17% das intenções de voto, em rigoroso empate técnico com os principais concorrentes. Com padrinhos fortes e uma situação relativamente estabilizada, pois pilota a máquina, Nunes sabe que, muito provavelmente, estará no segundo turno daquelas eleições, de preferência com o candidato Guilherme Boulos, que seria mais sensível a uma "desconstrução" de imagem pensada pelo seu staff de marketing político. 

Neste caso, calcula Nunes, poderia contar com o apoio inevitável de Datena e Pablo Marçal, que não apoiariam Boulos de jeito nenhum. Mas, e se Datena começar a ameaçar? Um dado da última pesquisa do próprio Quaest\Genial traz um dado que deixou Nunes relativamente tranquilizado: Datena ostenta a maior taxa de rejeição entre todos os candidatos: 51%, o que significa que seu potencial de crescimento esbarra num entrave ou num teto bem definido. Embora não apareça bem nas últimas pesquisas, com tendência de queda, a candidata Tabata Amaral é quem apresenta a menor taxa de rejeição entre todos os candidatos. 

Editorial: O Brasil já experimenta um regime semipresidencialista?



Raposas políticas são raposas políticas, recomendando-nos sempre ficarmos de olho em suas movimentações. O ex-presidente Michel Temer é um dos atores políticos que gravitam em torno do projeto de reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Eles mesmos admitem que, dali podem sair as fumaças que desenharão a nucleação de matriz conservadora que poderá ditar os rumos do país a partir de 2026, quando das eleições presidenciais. 

Hoje, o representante mais ilustre desse grupo é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, apesar de negar suas pretensões presidenciais neste momento, assume um agenda política claramente identificada com um projeto antipetista. Adversários políticos estão de olho em todas as suas movimentações, desde um simples jantar com o atual presidente do Banco Central, Campos Neto, que poderia sinalizar para uma eventual escolha antecipado de um nome para um futuro Ministro da Fazenda de um eventual Governo. 

De Portugal, o ex-presidente Michel Temer se diz favorável a que o país pondere ou institucionalize o semipresidencialismo, que, na prática, já se configura como real, se entendermos, por exemplo, que o orçamento praticamente já está sob controle do Legislativo. Aqui, pela primeira vez, haveremos de concordar com a velha raposa política brasileira. Vamos continuar esta  conversa? Assine nosso perfil da Privacy pelo link.  

Editorial: O pantanal arde em chamas. Um desastre ecológico de proporções gigantescas.

 



A revista Veja desta semana traz uma longa e ao mesmo tempo preocupante matéria sobre o fogo que consome o Pantanal Matogrossense. As secas ou estiagem seriam cíclicas ou regulares, ocorridas sempre nessa época do ano, mas, desta vez, assumem contornos e consequências imprevisíveis, ameaçando, de forma efetiva, a preservação daquele bioma. Necessário apontar que o desmatamento ou as desordens ambientes produzidas na Amazônia estão contribuindo para agravar os problemas enfrentados pelo pantanal, que está localizado nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de áreas de outros países fronteiriços. 

O Pantanal possui algumas características peculiares, como o incêndio que se alastra sem ser percebido, por baixo da terra, diferentemente do que ocorre nas florestas tropicais, o que produz grandes dificuldades de combate e controle. Outro agravante são as mudanças climáticas, como decorrência do uso abuso e indiscriminado dos recursos naturais e expedição de poluentes no ar. 

Para completar esse enredo macabro, ao que se sabe, órgãos como o IBAMA, salvo melhor juízo, encontram-se com seus servidores em greve.  Em 1974, o cineasta Jorge Bodanzki produziu o drama\documentário "Iracema - uma transa amazônica", onde expõe os problemas enfrentados pelos nativos ou povos originários daquela região. Entrevistado algumas décadas depois do lançamento da película, o cineasta é categórico ao afirmar que nada mudou desde então. Os problemas apenas se agravaram, inclusive sob governos de perfil progressista.