Em entrevista recente ao Programa Canal Livre, o prefeito de
São Paulo Gilberto Kassab, dimensionou a importância das eleições municipais em
Belo Horizonte como uma possível prévia das eleições presidenciais de 2014. A
presidente Dilma Rousseff, uma das mais preocupadas com os rumos daquelas
eleições, pediu, pessoalmente, sua intervenção para tirar o seu PSD – no
Brasil, o país continua com donos, inclusive o PT – do colo do candidato Márcio
Lacerda, âncora do projeto presidencial do senador Aécio Neves. A mesma atitude
Dilma tomou em relação ao PMDB do vice-presidente Michel Temer. Temer conseguiu
um “arranjo” menos traumático, muito diferente de Kassab que precisou usar de
seu autoritarismo para decretar uma intervenção no Diretório Municipal do
partido, provocando o primeiro “cisma” na agremiação, liderando pela senadora
Kátia Abreu que, em entrevista concedida ao jornalista Josias de Souza, chegou
a elencar a possibilidade de deixar o partido. Pois bem. Diante desse imbróglio
e depois do desgaste, Kassab recebeu ontem a notícia de que o juiz que julgou
uma ação do Diretório Municipal, Rogério Coutinho, considerou ilegal a
intervenção, ratificando as decisões tomadas pela convenção, ou seja, no
sentido de confirmar o apoio ao candidato do PSB, Márcio Lacerda. Trata-se de
mais um ingrediente no complicado quadro das eleições mineiras. O juiz foi
bastante afirmativo no seu despacho, argumentando não haver nenhuma falha na
decisão tomada pelos convencionais. Kassab sai bastante desgastado do episódio,
amargando alguns prejuízos, como o desligamento do deputado Roberto Brant – uma
liderança expressiva – e, como mencionamos, uma frente de dissidência liderada
pela senadora Kátia Abreu, vice-presidente da agremiação. Há pouco tempo, numa
entrevista ao jornalista Josias de Souza, do portal UOL, o senador Aécio Neves
brincou afirmando que o Planalto está dando a ele uma importância maior do que
ele faz jus. Com manobras dessa natureza, o Planalto, de fato, está dando uma
força à dimensão nacional requerida ao senador, tão reclamada por Fernando
Henrique Cardoso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário