Em certas mulheres, a beleza excessiva por vezes conspira contra a dona. Parece ser o caso de Denise Rocha. Advogada, foi contratada como assessora do gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI) em fevereiro de 2011. Desde a instalação da CPI do Cachoeira, em fins de abril, ela desfila na comissão os seus ocultos conhecimentos de Direito.
Em meio à feiúra escancarada dos congressistas e aos horrores insinuados na investigação, a plasticidade de Denise revelou-se insidiosa. Nunca as reuniões de uma CPI contiveram tanta surpresa, espanto, admiração, choque e assombro. De repente, a todo o desassossego provocado pela inusitada presença do belo agregou-se um ‘sim senhor, quem diria!’. Surgiu um vídeo.
Produção caseira, a peça circula entre os membros da comissão há três semanas. Exibe a causídica Denise e um parceiro dela numa tórrida e explícita relação sexual. As cenas correm os aparelhos de celular e os tablets dos congressistas como um delicioso rastilho pólvora. As pulsões de Denise passaram a provocar mais estrépito do que os explosivos extratos bancários da construtora Delta.
Ao vídeo juntaram-se fotos sensuais pescadas no Facebook de Denise. Nessas fotografias, os dons plásticos da assessora do senador, por explícitos, sobrepujaram-lhe o presumido talento jurídico. Por mal dos pecados, a deputada Iracema Portela (PP-PI), mulher do chefe de Denise e também integrante da CPI, teve os sentidos como que abalroados pela repercussão de tantas e tão voluptuosas imagens.
Sussura daqui, cochicha dali o chefe de Denise decidiu privar-se da assessoria dela. Embora ele a considere uma “boa assessora”, informa, para inquietação dos colegas, que vai demitir a auxiliar boa: “É uma situação complicada, não vejo condições de ela desempenhar o trabalho dela depois disso. Porque ela trabalha nas comissões, não é dentro do gabinete.”
Acometida dessa enfermidade terrível que é o excesso de beleza, Denise simula um pudico rompante de recato. Declara-se especialmente inconformada com a disseminação das cenas sexuais. “Não sei o que é esse vídeo. Não vi. Estou tomando medidas judiciais. É o meu trabalho. Eu estou ali para advogar, não estou para palhaçada”, disse.
Sob a tediosa ira da assessora superexposta surge a perspectiva de um empreendimento lucrativo. A advogada Denise foi convidada a posar nua para as lentes da Playboy. Amigos aconselham-na a aceitar. Perderá no Senado um contracheque de cerca de R$ 4 mil. Com um bom contrato, decerto obterá muito mais. Com uma vantagem: nas páginas da revista os conhecimentos de Direito são secundários e, mesmo, indesejáveis.
Jornalista Josias de Souza, Portal UOL.
Jornalista Josias de Souza, Portal UOL.
Muito obrigado, Vinícius. Continue nos prestigiando, colaborando para que possamos fazer um blog cada vez melhor. Um grande abraço!
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