Morreu na manhã deste sábado (7), aos 76 anos, o poeta e ex-governador da
Paraíba, Ronaldo Cunha Lima. Ronaldo foi diagnosticado por médicos do Sírio
Libanês, em São Paulo, em julho de 2011, com um Adenocarcinoma no pulmão
esquerdo. Após a confirmação da doença, a saúde do poeta apenas se
agravou.
A informação foi confirmada pelo senador Cássio Cunha Lima no twitter. "Os
Poetas não morrem! O Poeta Ronaldo Cunha Lima, após uma vida digna, descansou.
Louvamos a Deus pela bela existência do Poeta Ronaldo e agradecemos a todos por
toda solidariedade!".
Ronaldo morreu em casa, no apartamento onde morava no bairro de Tambaú, em
João Pessoa. Informações dão conta de que o velório acontecerá no Palácio da
Redenção, na capital. Em Campina Grande, o corpo será velado no Palácio do Bispo
e logo após sepultado na Rainha da Borborema, o grande amor do poeta.
Conheça um pouco mais do poeta e político Ronaldo Cunha
Lima:
Ronaldo José da Cunha Lima nasceu em Guarabira em 18 de março de 1936.
Filiado ao PSDB, Cunha Lima foi governador da Paraíba entre 1991 e 1994. Foi
senador da República entre 1995 e 2002 e deputado federal entre 2003 e 2007. Em
outubro de 2007 renunciou ao cargo de deputado para não ser julgado pelo STF. É
pai do ex-governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima.
No dia 26 de julho de 2011, seu filho Cássio Cunha Lima, anunciou ao público
o dignóstico de sua doença: "O diagnóstico do Poeta foi fechado: Adenocarcinoma
no pulmão esquerdo. Ele fará apenas radioterapia e ficará curado. Obrigado pela
solidariedade" escreveu. O tratamento começou a ser realizado no Hospital Sírio
Libanês, em São Paulo, sob a coordenação do cirurgião torácico Riad
Younes.
Biografia
Estudou no Colégio Pio X e no Colégio Estadual do Prata em Campina Grande.
Bacharelou-se em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito da UFPB. É casado
com Maria da Glória Rodrigues da Cunha Lima com quem tem 4 filhos: Ronaldo Cunha
Lima Filho, Cássio Cunha Lima, Glauce "Gal" Cunha Lima e Savigny Cunha
Lima.
Em 1951, iniciou a vida como vendedor de jornais, depois como garçom, no
restaurante do seu irmão Aluísio, trabalhou na Associação Comercial de Campina
Grande, na Rede Ferroviária do Nordeste e no Cartório de D. Nevinha Tavares,
tudo isso para custear os seus estudos e ajudar as despesas domésticas, porque o
seu pai, pobre, faleceu muito cedo, deixando D. Nenzinha com a responsabilidade
de criar e educar a família numerosa. Ronaldo também desde jovem, já demonstrava
vocação para a política.
Carreira política
Ainda estudante, Ronaldo foi representante estudantil e vice-presidente do
Centro Estudantil Campinense.
Começou a sua carreira política sendo vereador de Campina Grande, e prefeito
eleito em 1968, com posse em 31 de janeiro de 1969. Em 14 de março de 1969 teve
os seus direitos políticos cassados, passando dez anos no ostracismo, indo para
São Paulo depois para o Rio de Janeiro recomeçando a sua carreira de advogado.
Anistiado, em 1982, foi reconduzido à prefeitura de Campina Grande, pelo voto
popular, no seu mandato á frente da PMCG (1983/1989) teve como Vice-Prefeito
Antônio de Carvalho Souza, um vice muito atuante na Administração, o qual
assumiu a titularidade do mandato por trinta e três vezes no curso do mandato.
Construiu o Parque do Povo com um projeto já criado pelo prefeito precedente
Enivaldo Ribeiro, a terceira adutora, a Casa do Poeta, dentre outras obras. Foi
governador do estado da Paraíba (1991/1994), Senador da República (1995/2002) e
foi deputado federal, eleito em pela 1ª vez em 2002 com mais de 95 mil votos e
reeleito em 2006 com 124.192 votos.
Poesia
Estudioso da obra do poeta Augusto dos Anjos, Ronaldo participou com
brilhantismo, do programa de televisão, Show sem Limite, respondendo sobre a
vida e a obra do grande poeta paraibano.
É autor da petição em versos intitulada de " Habeas Pinho" que está espalhado
por diversos escritórios de advocacia , restaurantes e bares do Estado da
Paraíba.
Membro da Academia Campinense de Letras, Membro do Conselho Federal da OAB.
Ronaldo Cunha Lima ingressou na Academia de Letras em 11 de março de 1994,
saudado pelo acadêmico Amaury Vasconcelos.
Em 2004, Ronaldo foi indicado para ocupar uma cadeira na Academia Paraibana
de Letras (APL).
Ronaldo, lançou, entre outros livros:
50 canções de amor e um poema de espera, 1955
Livro dos tercetos - Em defesa da língua portuguesa (discurso no Senado
Federal, 1998)
3 seis, 5 setes, 4 oitos e 3 noves - grito das águas (discurso no Senado
Federal, 1999)
A seu serviço II, 1999
A seu serviço III, 2000
Roteiro sentimental – fragmentos humanos e urbanos de Campina Grande,
2001.
Breves e leves poemas, 2005
Velas Enfunadas, poemas à beira mar - Idéia/Forma - Editora , 2010
Poesias Forenses, Grafset/Max Limonad Editora João Pessoa - PB, 2002
Sal no rosto - sonetos escolhidos, Editora José Olympio, 2006
Poemas de sala e quarto, Geração Editorial, 1992
Poemas amenos, amores demais - Gráfica JB 2003
Azul itinerante, poesia policrômica - Editora José Olympio, 2006
Versos gramaticais, 1994
As flores na janela sem ninguém - uma história em verso e prosa, Editora José
Olympio 2007
Caso Gulliver
Em 5 de novembro de 1993, o então governador da Paraíba, Ronaldo Cunha Lima
disparou três tiros contra o seu antecessor, o ex-governador Tarcísio Burity
(quando este almoçava com amigos) no Restaurante Gulliver em João Pessoa. Cunha
Lima não aceitou as duras críticas e acusações que Burity supostamente fez ao
seu filho Cássio Cunha Lima (na época do fato superintendente da SUDENE) em um
programa de televisão local.
Tarcísio Burity ficou vários dias em coma, mas conseguiu sobreviver ao
ataque. Ele morreu dez anos depois no dia 8 de julho de 2003, vítima de falência
múltipla dos órgãos e de parada cardiocirculatória.
Renúncia
No dia 31 de outubro de 2007. Ronaldo Cunha Lima renuncia ao mandato de
deputado federal. A carta de renúncia foi entregue à Mesa Diretora da Câmara dos
Deputados. De acordo com a carta, a renúncia é "em caráter irrevogável e
irretratável".
O Supremo Tribunal Federal já havia marcado o julgamento de processo contra
Cunha Lima pelo atentado a vida do ex-governador Tarcísio Burity. Com a renúncia
ao cargo, o deputado perde seu foro privilegiado e o processo deverá ser enviado
à Justiça comum.
Doença
O ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), confirmou no dia 26 de Julho de
2011, via twitter, a situação da saúde do ex-governador da Paraíba e seu pai
Ronaldo Cunha Lima, onde escreveu: "O diagnóstico do Poeta foi fechado:
Adenocarcinoma no pulmão esquerdo. Ele fará apenas radioterapia e ficará curado.
Obrigado pela solidariedade". Segundo Cássio Cunha Lima, um especialista do
Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, confirmou o diagnóstico como sendo
Adenocarcinoma no pulmão esquerdo. Ronaldo foi diagnosticado com nódulos no
pulmão devido ao fumo excessivo de cigarros. Ele fez as sessões de radioterapia
no Hospital Sírio Libanês em São Paulo e a doença foi contida.
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