Não foi fácil dobrar a imprensa pernambucana sobre o movimento #OcupeEstelita. Lamentavelmente, ela veio a reboque da imprensa de outros Estados da Federação, que estavam dedicando matérias exclusivas sobre o assunto. Assim como Lázaro, o Jornal do Commércio parece ter ressuscitado nesta manhã de segunda-feira, ao estampar em sua capa a manifestação coletiva que ocorreu, neste domingo, no Cais. Segundo algumas estimativas, teria reunido 10.000 mil pessoas. Talvez, quem sabe, aquele jornalista que afirmou que a ocupação do Cais José Estelita não se constituía num "fato" jornalístico, tenha se convencido do contrário. Em todo caso, mais uma vez, percebe-se, nitidamente, que a população já dispõe de outros expedientes para se informar, formar sua opinião, julgar os fatos e, principalmente, mobilizar-se. Convém que a imprensa escrita e televisada fique atenta para um detalhe. De omissão em omissão, vai cavando sua sepultura. Pautada pelo "interesse econômico" ela abdica de outros princípios que devem reger o bom jornalismo. A audiência da Rede Globo, por exemplo, vem caindo sistematicamente. Seus repórteres, não raro, são vítimas de hostilidades frequentes. Suas edições tendenciosas estão sendo desmascaradas ao vivo, durante os programas de entrevistas que a emissora realiza. Não li o editorial que o JC publicou sobre o #OcupeEstelita, mas, pela repercussão negativa que obteve pelas redes sociais, podemos imaginar seu teor. Por falar em redes sociais, vilipendiado pelo poder público, ignorado pela imprensa tradicional, os cidadãos estão criando, como sugere o sociólogo Manuel Castells, novos padrões de participação democrática pelas redes sociais. A grande mobilização do #OcupeEstelita, certamente, pode ser atribuída à intensa participação popular pelas redes sociais. Estão de parabéns tod@s que participaram do movimento deste final de semana. Há quem assegure que aquele espaço poderia ser o nosso Central Park. A julgar por algumas fotografias, ficou bem parecido.
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