pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Michel Zaidan: Liana Cirne, a águia da Faculdade de Direito do Recife.
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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Michel Zaidan: Liana Cirne, a águia da Faculdade de Direito do Recife.






Foi Wladimir Ulianov Lênin que chamou,de certa feita, Rosa Luxemburgo de águia, reconhecendo a sua imensa capacidade de militante e teórica do movimento socialista alemão. Dizia ele que, embora uma  galinha pudesse alçar voo  a uma  pequena  distância do solo,jamais ela  seria uma águia. E os críticos e adversários políticos da judia comunista eram como  galinhas  comparados  à excelência intelectual e política  da revolucionária polonesa.  Também o nosso  poeta  baiano, Castro Alves,foi  comparado a um  condor - que  voa alto - em  sua  luta  contra a escravidão  africana  do Brasil.
Mas eis que chegou a hora de falar na nossa atual  águia da Faculdade de Direito do  Recife, a professora doutora Liana Cirne Lins, covardemente agredida por um beleguim policial, quando procurava defender uma mulher gestante da violência do aparelho  policial, em recente manifestação popular contra a destruição  do Cais José Estelita. É preciso dizer quem é esta  reencarnação de Rosa Luxemburgo,em versão gaúcha/pernambucana/natalense.


A professora Dra. Liana Cirne Lins é  doutora em Direito, pela Pós-graduação, da UFPE, foi a diretora e  animadora da Sapere aude, uma empresa de excelência na área de estudos pós-graduados, e, sobretudo, uma personalidade pública, exuberante,corajosa,  portadora de espírito público,como ninguém. Sempre em disponibilidade para abraçar as causas mais  generosas em prol dos interesses da população. Fui seu professor no curso de Pós-graduação em Direito e  seu colaborador. Nunca neguei a apoiar e endossar  seus  projetos, sempre  dignos e altivos. Quando ela foi  para a Praça Pública  defender os estudantes, atendi  ao  convite.  Tornou-se  ela  a patrona  jurídica do  Movimento pelos Direitos Urbanos, sendo que uma das  principais lutas era justamente: Ocupe o Cais Jose Estelita, antes que a especulação imobiliária, apoiada pelo Poder Público, o  fizesse de forma irremediável.
Pois bem, foi nesta  luta  memorável pelo direito à cidade que a minha querida e admirável  professora foi covardemente agredida pela polícia militar do Estado de Pernambuco. Esta  agressão não pode e não deve ficar  impune.  0 ministério Público, a Corregedoria da Polícia Militar, a Associação dos Docentes da UFPE e  a  sociedade  civil da nossa  cidade - tão privatizada -  têm de se pronunciar, antes que  seja tarde demais. Ainda existe vozes dignas,corajosas que  não vão se  calar  diante das  injustiças  e  ilegalidades cometidas à serviço do mercado.

Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador e Prof. da Universidade Federal de Pernambuco.

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