pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : #OcupeEstelita: Chegamos tarde demais ao debate sobre o modelo de intervenção urbana no Recife?
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sexta-feira, 27 de junho de 2014

#OcupeEstelita: Chegamos tarde demais ao debate sobre o modelo de intervenção urbana no Recife?






Outro dia li por aqui um comentário de uma internauta bastante preocupada com a aprovação de projetos imobiliários para a Rua da Aurora, uma das mais autênticas e preservadas do Recife. Segundo consta há, inclusive um espigão monstruoso já erguido naquela artéria, absurdamente contrastante com o conjunto arquitetônico do entorno. Faz sentido a observação de alguns que apontam que movimentos como o #OcupeEstelita - embora importantíssimos - tenham chegado um pouco tarde para o debate sobre as intervenções urbanas na cidade do Recife. Antes tarde do que nunca. Sou um fervoroso defensor do movimento. O problema é que os canais de discussão do poder público com a população recifense estiverem limitados ao longo dos últimos anos, ao passo que a mobilização popular - sempre bem-vinda - talvez tenha chegado um pouco tarde. O fato é que as torres gêmeas foram erguidas; a justiça concedeu a reintegração de posse do terreno do Cais José Estelita às construtoras do consórcio Novo Recife; os projetos imobiliários da Rua da Aurora também já teria aval do poder público; recentemente a Prefeitura do Recife entrou em entendimento com a Marinha para a demolição de uma antiga Vila Operária nas imediações da Avenida Cruz Cabugá, onde a iniciativa privada deverá erguer um conjunto de prédios. Claro que se um João Braga lesse essa postagem era retrucar a sua possível simplificação, argumentando que ali, além do alargamento de uma avenida já saturadas, estão previstos um oceanário, uma ciclovia, etc. O Problema, no entanto, não é esse, mas o modelo. A matriz de concepção do planejamento urbano do Recife, montando num binômio de interesses entre o mercado e o poder público, capaz de perpassar, inclusive as colorações ideológicas, absolutamente insensível à sustentabilidade sócio-ambiental e cultural. Infelizmente, parece que chegamos tarde demais ao debate.

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