pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: A carne é fraca e o santo é forte.
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segunda-feira, 20 de março de 2017

Editorial: A carne é fraca e o santo é forte.




Continua repercutindo muito mal o escândalo recente de corrupção desbaratado pela Polícia Federal, que ficou conhecido como "Operação Carne Fraca", onde agentes públicos eram corrompidos para afrouxarem a fiscalização sobre bom estado da carne que chega às nossas mesas. O que se sabe é que carne com prazo de validade vencida era liberada, além do uso de insumos como papelão e produtos químicos com alto potencial cancerígeno nos embutidos. Os maiores frigoríficos do país estariam envolvidos no esquema, que respinga até sobre uma alta autoridade da República que, ainda na condição de Deputado Federal, "bancava" o cargo público do "grande chefe" em troca da blindagem dos comerciantes do produto, com estabelecimentos nos redutos eleitorais de seu Estado de origem, o Paraná. 

Quem acompanha o noticiário do dia de hoje já foi informado que a bancada ruralista(do boi) saiu em sua defesa, como seria previsível. O problema, na realidade, segundo eles, é a Polícia Federal, que cumpre sua missão republicana e constitucional, ao apontar equívocos de conduta dos agentes públicos, em conluio, não raro, com agentes privados, como é este o caso. A cada dia fica mais evidente a "impossibilidade" de um país que funciona com os sinais trocados, conforme assinalamos no nosso último editoral. Esta bancada esteve diretamente envolvida nas tecituras políticas que culminaram com o afastamento da presidente Dilma Rousseff do poder, numa trama por todos conhecida. Um xadrez de interesses corporativos dos mais pesados. 

O Brasil é um dos maiores exportadores de carne do mundo. Salvo melhor juízo, o segundo mercado exportador do produto. Os reflexos desse escândalo já começam ser traduzidos em vetos de importação do produto brasileiro, como os já anunciados pela União Europeia, Coreia do Sul e China. Por enquanto. Numa tentativa de colocar panos mornos sobre o assunto, o presidente Michel Temer resolveu participar de um churrasco, em Brasília, com seus convivas, fazendo questão de aparecer nas fotos saboreando suculentos pedaços de picanha, supostamente de procedência nacional. Quem entende um mínimo de comunicação sabe que essa não é situação que possa ser revertida do dia para a noite. Uma bela manhã, um repórter aqui do Recife, sem pauta para entrar no ar, inventou uma estória de "perna cabeluda', que alcançou ampla repercussão junto ao público. Até hoje há pessoas que juram terem visto essa tal "perna cabeluda", mesmo depois do desmentido do próprio repórter. Ademais, como agravante, o papelão utilizado na carne não se trata de uma invenção ou coisa plantada. Era real. Eu, por exemplo, já dispensei a carne de hamburger. 

Estamos aguardando a autorização para a publicação de um artigo do professor Durval Muniz aqui no blog. Muito bem escrito, o artigo aborda o significado da inauguração popular de trechos da Obra de Transposição das Águas do Rio São Francisco, ocorrida neste domingo, em Monteiro, na Paraíba, com a presença dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Para os analistas políticos, trata-se do lançamento oficial da candidatura de Lula às eleições presidenciais de 2018. A julgar pelas duas inaugurações, a de Temer e a de Lula, não resta a menor dúvida de que esta última foi bem mais exitosa, com uma grande presença de público efusivamente favorável ao ex-presidente. Em sua fala, Lula ressalta que quer brigar com seus algozes nas ruas e não nos tribunais, reforçando a tese de uma candidatura como estratégia de defesa. Se a carne é fraca, como dizem os evangélicos pegos em pecados, o santo é forte.

P.S.: Contexto Político: Se isso vier a ser confirmado, estamos diante de mais uma razão para compreendermos a "impossibilidade" deste país. Um funcionário da Churrascaria teria informado à imprensa que o restaurante não trabalha com carne brasileira.  



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