pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 11 de março de 2022

Charge! Mor via Folha de São Paulo

 


Editorial: O que diz a nova pesquisa do Paraná Pesquisas sobre Jair Bolsonaro



No geral, que ele mantém sua tendência de crescimento - já detectada nas pesquisas anteriores - diminuindo a sua diferença em relação ao petista Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP). As últimas pesquisas de intenção de voto tem sido muito festejadas pelos bolsonaristas, exatamente por indicar uma recuperação nos índices de intenção de votos do presidente em seu projeto de continuar como inquilino do Palácio do Planalto. Este crescimento é algo que vem preocupando sensivelmente o staff de campanha petista, que já anda recomendando a Lula assumir de vez a sua candidatura e cair em campo, num corpo a corpo intensivo com os eleitores. A estimativa é que Lula faça isso em abril, ao lado de Guilherme Boulos e Geraldo Alckmin, ou seja, com um pé no Beco da Fome e outro na Faria Lima.   

Liquidar a fatura ainda no primeiro turno, hoje, nem pensar. E, no segundo turno, as coisas também não serão fáceis para o petista, que já teve dias bem mais tranquilos nas pesquisas de intenção de voto. O Instituto IPESPE teria sido o primeiro Instituto a observar esta reação do presidente Bolsonaro nas pesquisas. Ainda de forma incipiente, ele acumulava uma ligeira melhora na avaliação do seu governo e nos índices de aprovação do eleitorado sobre os rumos da política econômica. Depois, o DataPoder - em dois momentos - e a CNT confirmaram tal tendência.

O ParanáPesquisas aponta que a diferença diminuiu para 8 pontos entre ambos. O Planalto, naturalmente, está festejando esses números. Os mais otimistas, caso do superministro da Casa Civil, Ciro Nogueira(PP), acredita que, em agosto, Bolsonaro já estaria liderando as pesquisas. Mantida essa tendência, não seria improvável que o ministro possa acertar a sua previsão, sobretudo com os pacotes de bondades que estão sendo anunciados. 

No dia de ontem, a Ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos,Damares Alves, já anunciou um conjunto de medidas direcionadas às mulheres empreendedoras, que inclui formação e crédito do Governo Federal. Mulheres das cidades, mulheres do campo, mulheres da floresta, todas serão contemporizadas com créditos e formação para empreender. O drama da pobreza mentrual será enfrentado com milhões de absorventes distribuídos gratuitiamente. E olha que Bolsonaro foi contra tal subsídio governamental no início, vetando o projeto, veto que o Legislativo acaba de derrubar. A oposição está comemoranro a derrubada do veto, mas que diferança isso pode fazer agora? Parece mesmo que Bolsonaro resolveu seguir os conselhos de seus assossores políticos e isso pode estar fazendo uma tremenda diferança no resultado das pesquisas.   

terça-feira, 8 de março de 2022

Editorial: Alckmin ajuda ou atrapalha Lula?

 


Há alguns analistas políticos observando que o presidente Jair Bolsonaro(PL) poderia reavaliar a escolha sobre o  candidato a vice-presidente em sua chapa a partir da definição do nome de Geraldo Alckmin(PSB?) como candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Sinceramente? Não acredito em mudanças muito significativas na estratégia de campanha do presidente Jair Bolsonaro a partir deste fato “novo”. Não há dúvidas de que o ex-presidente Lula, se materializada essa hipótese - uma vez que o ex-governador anda afirmando que houve precipitação em anunciar sua filiação ao PSB - consolida seu credenciamento junto à Faria Lima, assim como no passado, com a tal "Carta aos Brasileiros", com o objetivo de acalmar o mercado.

Assim, garante o PSB no seu palanque - pelo menos nacionalmente - mesmo considerando-se as dificuldades em algumas praças estaduais. Há quem afirme que Alckmin poderia facilitar seu trânsito junto a um eleitorado onde o petista encontra muitas resistência, como o eleitorado evangélico, hoje organicamente vinculado ao atual presidente. Há, aqui, como diria nossos avós, uma faca de dois legumes. Primeiro, é preciso ponderar sobre a inserção de Geraldo Alckmin junto a este segmento do eleitorado. No geral, seu eleitorado é tradicionalmente conservador, do interior e, como observou a redação da revista Veja, dificilmente tenderia a votar em Lula. Além do que, o eleitorado raiz de Lula nunca engoliu muito bem essa aliança. A ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG), por exemplo, chegou a afirmar que Alckmin poderia ser o seu Michel Temer, referindo-se a Lula. 

Hoje, há quase uma certeza de que o vice escolhido por Bolsonaro deverá recair sobre um militar ou alguém terrivelmente evangélico. Terá que ser alguém que agregue. Alguns assessores mais diretos chegam a levantar a possibilidade de indicação de alguém do meio político, mas esta hipótese é de difícil materialização. Em momentos mais complicados, ele já declarou que poderia escolher um dos seus auxiliares militares - até mesmo para dificultar eventuais problemas no parlamento - como o avanço de um pedido de impeachment.

Hoje, seria mais provável alguém do segmento evangélico raiz, por uma razão simples. Ele precisa unir o rebanho - que se encontra relativamente disperso - e consolidar sua presença junto a um eleitorado fiel ao seu projeto de reeleição. Existem até pesquisas indicando de onde provavelmente estariam vindo os votos que apontam uma ligeira melhora de sua performance nas pesquisas de intenção de voto. Tudo indica que é um eleitorado conservador, que estava disperso, mas que estaria fazendo seu caminho de volta. Até a região as pesquisas conseguem apontar: Região Sul do país, majoritariamente.

O superministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, do Centrão, exala entusiasmo no tocante à reação de Bolsanaro nas pesquisas de intenção de voto. Numa previsão bastante otimista, observa que, em meados de Agosto, Bolsonaro talvez já esteja numa situação bem mais confortável, ou seja, superando o seu concorrente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP). Não há dúvida de que teremos mais uma dessas eleições bastante acirradas. De volta do México, os assessores já estariam aconselhando o ex-presidente Lula a retomar as suas famosas caravanas, onde ele percorria diversas regiões do país, vendendo o seu peixe, principalmente onde haveria clientes certos para comprá-los, como as regiões Norte e Nordeste do país. 

O grande problema, hoje, é que o presidente Jair Bolsonaro antecipou-se e passou a distribuir esses peixes gratuitamente com a população mais sofrida, pois tem acesso ao pescado. Não é uma Pescada Amarela, mas, para quem está com fome, Sardinha tem sabor de Serigado. Lula, como não tem a caneta, terá sempre que recorrer aos dias melhores vividos pela população durante os Governos da Coalizão Petista. É certo que a inclusão do nome de Geraldo Alckmin na chapa, como disse antes - e ocorreu em outras ocasiões - tranquiliza a Faria Lima, o que já seria um grande ganho num país como o nosso, onde as forças do campo progressista só ganham uma eleição com um pé no Beco da Fome e outro na Faria Lima, onde o jornalista Magno Martins, do Blog do Magno, fez sua corrida de seis quilômetros no dia de hoje.  

segunda-feira, 7 de março de 2022

Editorial: Hoje saiu a primeira pesquisa de intenção de voto para o Governo da Paraíba.



Hoje, dia 07, o Portal PB Agora, através do Instituto Datavox, deve divulgar a sua primeira pesquisa de intenção de voto para o Governo do Estado da Paraíba. Este editor acordou com uma grande expectativa em torno do assunto, sobretudo em razão das polêmicas que já estão sendo criadas muito antes das eleições. O debate político é frequente naquele Estado. Frequente e acalorado, para ser mais preciso. Como já afirmei por aqui em outras ocasiões, diferentemente do Estado de Pernambuco, ali há programas televisivos e radiofônicos diários destinados a discutir e debater a política local. 

Trata-se, aliás, de um hábito muito saudável dos paraibanos, no que concerne à formação da cidadania e, consequentemente, também contribui para lastrear o exercício da própria democracia. Ainda menteremos uma conversa com o comendador Tião Viana acerca deste assunto, pois temos um enorme interesse em saber o porque dessa abertura para os debates políticos nas televisões e rádios locais. Ao longo dos anos, como esse hábito foi criado entre os paraibanos seria a nossa curiosidade.

Nas últimas eleições municipais acompanhamos aqui pelo blog todos os dabates em torno daquelas eleições, envolvendo os candidatos que disputavam a Prefeitura de João Pessoa, que acabou nas mãos do veterano Cícero Lucena, que já havia sido prefeito da cidade. Na realidade, acompanhamos três eleições de capitais: Recife, João Pessoa e São Paulo. A próxima eleição para o Governo, naquele Estado, possui alguns ingredientes que são nitroglicerina pura. Gente envolvida na Operação Calvário; bolsonaristas raízes, a exemplo do comunicador Nilvan Ferreira (PTB); e um governador que deseja a reeleição, recentemente filiado ao Cidadania, onde foi recebido com grandes pompas. Aliás, João Azevedo aparece muito nesta primeira pesquisa do Instituto Datavox, cravando 40,7%.  

Pena que os debates hoje sejam tão engessados, cheios de regras, impedindo o confronto direto entre os opositores, como ocorria no passado, entre Jânio Quadros, Mário Covas, Leonel Brizola, Franco Montoro e o inesquecível Eneás. Mesmo assim, os debates para a prefeitura de João Pessoa já deram um aperitivo sobre o que vem por aí, agora, nas eleições de outubro, portanto estaremos atentos aos acontecimentos para informarmos aos nossos leitores. Sou um apaixonado por aquele Estado já faz algum tempo. Eis os números: 

João Azevedo(Cidadania) 40,7%

Pedro Cunha Lima (PSDB) 14,2%

Veneziano Vital (MDB) 6,6%

Luciano Cartaxo(PT) 5,9%

Nilvan Ferreira(PTB) 3,2%

Lígia Feliciano (PDT) 1,0%


domingo, 6 de março de 2022

Editorial: O "Auxílio Brasil' está alavancando a candidatura de Jair Bolsonaro.



Segundo os analistas políticos - baseados em informações científicas, colhidas em séries históricas de pesquisas - dois fatores são determinantes para os planos de um governante que deseja renovar o contrato de locação do imóvel onde ele exerce o poder, isso nos regimes democráticos, claro: a) A avaliação da população sobre o seu governo e os bons resultados da política econômica. Nestas eleições de outubro próximo, em razão da crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19, haveria a possibilidade de os eleitores considerarem, na hora de definir o seu voto, igualmente, como se comportou o mandatário nesse momento crítico de gestão de crise. 

Com os sinais de arrefecimento da pandemia, este último fator está perdendo importância na determinação do voto, a despeito dos estragos que provocou no país. A própria população não vem levando isso a sério, a julgar pelos comportamentos permissivos observados, como o relaxamento do uso de máscaras e as grandes aglomeações que ocorreram no período momesco, mesmo havendo decretos governamentais proibindo-as. Os psicólogos especializados em psicologia de massa observam que a população entrou numa fase de fadiga de cuidados, ou seja, se cansou dos confinamentos ou mesmo dos cuidados mais elementares. Os setores hoteleiro, aéreo e gastronômico estão retomando as suas atividades, em alguns casos, superando os períodos anteriores à pandemia. 

Pelo menos aqui, quando estamos falando nos fatores que podem definir o voto do eleitor, parece que o velho Marx teria suas razões, ao afirmar que, em última instância - última de mais importante e não de derradeira, meu caro Louis Althusser - o econômico é o fator determinante. Numa advertência ao pré-candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP), Guilherme Boulos, Presidente Nacional do PSOL, já havia alertado acerca o impacto do recebimento desse benefício em relação às populações da periferia. Trata-se de um contingente estimado em 18 milhões de beneficiários -e eleitores - que passaram a receber o Auxilio Brasil, num contexto de extrema fragilidade social, ou seja, pessoas que estavam passando fome ou sob a ameaça de despejo. 

Essa situação de desespero turva a racionalidade política, que seria um fator importante na hora de definir o voto. Assim, gradativamente, ao longo das últimas pesquisas de intenção de voto, o presidente Jair Bolsonaro(PL) vem melhorando os seus índices, diminunindo a sua diferença em relação ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, seja no primeiro turno, seja num confronto direto do segundo turno. Pelo andar da carraugem política, petistas mais consequentes já avaliam que Lula pode ter batido no teto e que a eleição irá, inexoravelmente, para o segundo turno. Com a caneta na mão, ancorado em indicadores que apontam uma recuperação da economia, os governistas estudam a possibilidade de ampliarem esses pacotes de bondades que podem fazer a diferença nessas eleições. 

Charge! Duke via O Tempo

 




Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 5 de março de 2022

Editorial: Aliança do MDB com o União Brasil dá um novo fôlego à candidatura da senadora Simone Tebet


Até recentemente, a senadora Simone Tebet(MDB-MS) estava numa espécie de "banho maria' como pré-candidata à Presidência da República pelo MDB. Mulher, íntegra, excelente parlamentar, a senadora enfrenta(va) a resistência de setores mais oligárquicos do partido, simpáticos à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP). Esses morubixabas sequer prestigiaram a cerimônia de lançamento oficial de sua pré-candidatuta pelo MDB. O que trouxe um novo ânimo à pré-candidatura da senadora Simone Tebet foi essa eventual articulação para a formação de uma aliança - ou federação - que envolve o MDB, o União Brasil e o PSDB. A articulação prevê que se construa um nome de consenso entre essas legendas, de olho na disputa presidencial de 2022. 

A disputa interna se daria entre Simone Tebet e o governador de São Paulo, João Dória(PSDB), que enfrenta um pandemônio de problemas. Resistências no conjunto da federaçã; no interior de sua legenda, entre a velha guarda da mangueira tucana; e anda brigado com as pesquisas de intenção de voto, que o coloca com 3% das intenções de voto, mesmo na condição de governador do maior colégio eleitoral do país. Este percentual foi obtido na pesquisa realizada pelo PoderData, mas, no geral, ele não sai deste patamar, empatando com 'novatos', como o candidato do "Avante", André Janones, que crava dois pontinhos preciosos nessas pesquisas. Tão preciosos que o PT já estaria entabulando conversas com o pré-candidato.  

O "Caso Doria" é um caso a ser levado à psicanálise da Ciência Política. Um trunfo político como a sua conduta durante a crise da pandemia - com o arrefecimento da Covid-19 - parece ter caído no esquecimento do eleitorado. É bem avaliado como gestor, mas isso também não vem se traduzindo em votos para a sua pretenção de tornar-se Presidente da República. Ele enfrenta um mal momento e isso pode ser interessante numa disputa interna sobre a escolha do candidato da federação. Mesmo antes dessas articulações, setores do PSDB já alimentavam a ideia de dar uma força a emedebista, quem sabe, numa dobradinha com o governador gaúcho, Eduardo Leite(PSDB-RS). 

É neste contexto político que a senadora Simone Tebet voltou à ribalta, arregimentando apoios, compondo a equipe de uma eventual campanha e, principalmente, conversando com o eleitorado, concedendo entrevistas e colocando o pé na estrada. A região Nordeste está entre esses colégios eleitorais que ela pretende visitar. Quem acompanha o nosso blog sabe de nossa opinião sobre uma evenutal candidatura da senadora Simone Tebet. Há várias postagens por aqui tratando deste assunto. A senadora realizou um excelente trabalho durante a CPI da Covid-19, credenciando-se a alçar voos mais altos. Boa sorte nas disputas internas, senadora.        

quinta-feira, 3 de março de 2022

Editorial: A última pesquisa do Intituto PoderData confirma tendência de crescimento de Jair Bolsonaro.


Ainda repercute  bastante esta última pesquisa de intenção de voto para a Presidência da República, realizada pelo Instituto PoderData, sobretudo em razão de a mesma confirmar uma estabilização dos índices do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) e uma ascendência do presidente Jair Bolsonaro(PL). Uma grande questão a ser respondida é:Por que Bolsonaro passou a esboçar essa reação nas últimas pesquisas de intenção de voto? Em dois pontos, os analistas concordam: a) Ocorreu uma ligeira melhoria na avaliação do seu Governo; b) Melhorou a percepção dos eleitores em relação aos rumos da política econômica, incluindo aqui o Auxilio Brasil como efeito cascata. 

Registro aqui, algo não apontado no editorial de ontem. Essa melhoria de performance do presidente Jair Bolsonaro também se verifica num eventual segundo turno, emendando o bigode com Lula. O candidato petista ainda apresenta uma folgada margem numa disputa direta, mas os índices já foram bem melhores. Um outro fator observado pelos analistas diz respeito ao não surgimento, ainda, de uma candidatura competitiva pela chamada terceira-via. A polarização facilita as coisas para o candidato governista. 

Este editor, modestamente, vai sugerir aos institutos de pesquisa que procurem prospectar nos próximos levantamentos até que ponto a gestão da crise sanitária provocada pela Covid-19 ainda terá influência - e quanto - na determinação do voto do eleitorado nessas eleições, algo já levantado pelo IPESPE, como uma espécie de terceira lâmina, ou seja, depois da avaliação do governo e da melhoria dos indicadores econômicos, que seriam dois elementos fundamentais para garantir mais 04 anos de mandato. 

Mesmo diante de índices ainda preocupantes de contágio e mortes - no nosso entendimento - parece estar ocorrendo uma espécie de saturação em torno deste assunto. Circula nas redes sociais as enormes aglomerações ocorridas nas ruas estreitas de Pipa, no Rio Grande do Norte, durante o feriado de Carvaval. Detalhe: 90% das pessoas sem o uso das máscaras de proteção. A questão é saber até que ponto este fator pandêmico estaria perdendo importância na definição do voto do eleitor. Dois exemplos são bastante emblemáticos: O melhor gestor durante a crise sanitária provocada pela Covid-19 foi o governador paulista João Doria(PSDB-SP), que não consegue transformar esse capital político em votos. Jair Bolsonaro cresce a despeito dos atropelos e polêmicas em torno deste assunto. Vale a pena uma investigação.    

Tijolinho: As repercussões do "Acordo da Bahia' na quadra política pernambucana.



As caminhadas pela Av. Faria Lima, conforme afirmamos por aqui, faz muito bem para a saúde política do pré-candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva.  Como caminhar sozinho não é uma das melhores opções, ele prefere fazer essas caminhadas ao lado do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Assim, nos principais colégios eleitorais do país, o morubixaba petista tem celebrado alguns acordos políticos com o PSD de Gilberto Kassab. Um dos mais polêmicos - e que ainda deve render muitos ruídos, conforme afirmamos por aqui - é um acordo onde o PT rifa a candidatura do companheiro Jaques Wagner, abrindo espaço para a indicação do senador Otton Alencar, do PSD, concorrer ao Governo do Estado nas próximas eleições. 

Os ruídos são por conta das bases petistas, que não concordaram com o acordo de cúpula dos caciques das duas legendas. Lula, sobretudo agora, diante da reação nas pesquisas do presidente Jair Bolsonaro(PL), pretende apalpar as bochechas do enxadrista Kassab ainda no primeiro turno das próximas eleições. A princípio, as costuras estão sendo artiuladas nos principais colégios eleitorais, como afirmamos no início desta postagem. ocorre, porém, que tais negociações políticas podem ter seus reflexos na quadra política pernambucana, como, por exemplo, na escolha do nome que deve concorrer ao Senado Federal na chapa da Frente Popular. 

Em tese, depois de ter abdicado de indicar um cabeça de chapa para concorrer ao Governo, o Partido dos Trabalhadores teria primazia sobre a indicação do nome que deve concorrer ao Senado Federal. A arenga, porém, é grande na base aliada do governador Paulo Câmara(PSB-PE) em torno deste assunto. Outro dia, um político de perfil mais conservador estava observando que, caso se confirme a indicação de um nome do PT para compor a chapa, ela ficaria muito "esquerdista' e isso não seria politicamente a melhor solução. Neste cenário, cresce na bolsa de apostas o nome forte do PSD no Estado, o Deputado Federal, André de Paula, que, apadrinhado por Lula e por Kassab, torna-se um nome competitivo à indicação.   

quarta-feira, 2 de março de 2022

Editorial: Por dentro da nova pesquisa do PoderData sobre a corrida presidencial.



Instituto de pesquisa relativamente novo, ligado ao Portal Poder360, o PoderData vem realizando pesquisas importantes sobre a corrida presidencial de outubro próximo, na medida em que tem apresentado alguns fatos novos sobre as próximas eleições presidenciais. Salvo melhor juízo, foi o primeiro Instituto a observar uma reação do presidente Jair Bolsonaro(PL) nas pesquisas de intenção de voto, informação que seria confirmada logo em seguida por uma pesquisa da CNT. Agora, em pleno feriado de Momo, eles foram às ruas identificar como anda o humor dos eleitores em relação aos candidatos.  

A rigor, este último levantamento não traz grandes novidadas em relação às pesquisas anteriores - incluida aqui a do próprio Instituto PoderData - acerca do comportamento dos principais concorrentes, assim como da empacada terceira via. Talvez a maior novidades seja mesmo uma espécie de testagem do eventual candidato, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite(PSDB-RS), visto por alguns como alguém capaz de tirar a terceira via deste marasmo. Neste primeiro levantamento com o seu nome, a possibilidade de ele jogar uma injeção de ânimo na terceira via é bastante remota, pois ele crava 3%, rigorosamente, dentro do mesmo pelotão de candidaturas da terceira via que não consegue decolar, como João Doria(PSDB-SP), Simone Tebet(MDB-MS), por exemplo. Quem consegue se descolar um pouco é Ciro Gomes(PDT-CE) e o ex-juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro(Podemos). Eles empatam dentro da margem de erro.  

O que alguns analistas políticos estão observando é que o candidato do PT amarga um momento difícil, refletido nessas últimas pesquisas de intenção de voto. Para alguns, ele parece ter atingido o teto, a julgar por essas últimas pesquisas, todas, inexoravelmente, apontando uma estabilização dos seus índices, enquanto o opositor, Jair Bolsonaro(PL), esboça uma reação. No melhor momento para o candidato do Partido Liberal, a diferença estava em 9 pontos. Por essa última pesquisa, mesmo considerando a margem de erro de 2 pontos percentuais do DataPoder, a diferença que separa ambos candidatos é de 8 pontos. 

Uma pesquisa recente apontou que há um percentual expressivo de eleitores de perfil conservador entre os apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP). Faz algum sentido pela agenda do candidato e os padrões de alianças políticas e econômicas celebradas por ele. Outro dia ele mesmo teria afirmado que seria importante ampliar esse lastro com setores mais conservadores, ou seja, as caminhadas pela Farias Lima fariam bem à sua saúde política. Por outro lado, o petista sofre uma pressão muito forte de sua base de apoio mais renhida, que não suporta esses flertes com setores conservadores. Vive numa condição de equilíbrio instável. O que poderia estar determinando essa sua "estabilização" nas pesquisas, neste momento, poderia ser investigada por pesquisas qualitativas. Vamos aguardar um pouco mais. 

A mesma questão poderia estar sendo feita em relação a esta - ainda incipiente - reação do candidato Jair Bolsonaro nas últimas pesquisas de intenção de voto. Em tese, neste caso, fica mais simples entender. Uma pesquisa do IPESPE observou que melhorou o humor dos eleitores em relação à sua avaliação, assim como em relação à condução da política econômica. Soma-se a isso o arrefecimento das preocupações em relação à pandemia da Covid-19, que seria um fator importante para a tomada de decisão do eleitorado nessas próximas eleições presidenciais. Como sugeriu Guilherme Boulos(PSOL), é preciso colocar as barbas de molho.    

Os números: 

Lula 40%

Jair Bolsonaro 32%

Ciro Gomes 7%

Sérgio Moro 6%

Eduardo Leite 3%

João Doria 2%

Janones 2%


   

Editorial: Uma estratégia arriscada em tempos de polarização política.



Um bom debate para o editorial do dia de hoje,uma quaarta-feira de cinzas, poderia ser tentar responder a uma pergunta sobre quem, de fato, manda no PT. Partido orgânico, de base, com forte inserção nos movimentos sociais, o PT estabeleceu algumas regras de democracia interna para deliberar sobre as suas decisões. A democracia interna sempre constitui-se num grande diferencial do PT, fato resgistrado em estudos emblemáticos sobre o partido. Ao longo do tempo, com o processo natural de oligarquização - que envolveriam organizações partidárias e sindicais - essa característica foi se perdendo. 

Até recentemente, num acordo de cúpula com o PSD de Gilberto Kassab, Lula considerou a possibilidade de afastar o companheiro Jaques Wagner da disputa pelo Governo Baiano, abrindo espaço para o senador Otton Alencar(PSD), de bons momentos e de um excelente trabalho na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a Covid-19. Otton seria um bom nome, não temos a menor dúvida sobre isso, mas a decisão parace ter provocado alguns ruídos nas bases partidárias do PT local. Já tivemos outros momentos onde esse embate entre a cúpula e as bases do partido se enfrentaram e também conhecemos o resultado ou desfecho da disputa. Afinal, ao longo dos anos, aquela agremiação partidária singular, criada na década de 80, fruto dos movimentos grevistas do ABC Paulista, mudou bastante.

Uma outra questão, também envolvendo o PT, diz respeito a eventual retomada da estratégia do porta a porta - já empregada no passado - para ser utilizada nessas próximas eleições presidenciais. Esta notícia está sendo posta por Robson Bonin, através da coluna Radar, da revista Veja. Nos tempos de tolerância do passado,onde se era possível discutir ideias, torcer por times diferentes, ter preferênfia"A" ou "B", nenhum problema. A questão, agora, conforme alerta Bonin, são esses momentos políticos bicudos que estamos vivendo, onde as indisposições políticas são a tônica. Concordamos com o articulista. Seria um risco tremendo um petista bater a porta de um bolsonarista raiz e tentar convencê-lo a votar em Lula. O momento político vivido pelo país é mesmo muito delicado.

A ilustração acima evidencia esses momentos que estamos vivendo, onde se observa um fazendeiro atancando manifestantes, de relho em punho, numa manifestação de rua, possivelmente num desses Estados do sul, onde os movimentos de ultra-direita avançam de forma significativa - e iqualmente preocupante. 

terça-feira, 1 de março de 2022

O xadrez político das eleições estaduais de 2022 em Pernambuco: Lula consegue salvar o PSB?



Com este artigo, iniciamos uma série de publicações com o objetivo de analisar as próximas eleições estaduais para o Governo do Estado de Pernambuco. Talvez não seja o melhor momento para iniciarmos esta série, por estarmos em pleno feriado de Carnaval,numa terça-feira. Mesmo sendo um feriado atípico - pelas imposições restritivas determinadas pela Covid-19 - a classe política encontra-se em seus retiros e os formadores de opinião nos seus descansos merecidos. Nada mais natural, se considerarmos os tempos bicudos que estamos enfrentando, com um cardápio tóxico de mentiras(fake news), pandemia e guerra. Oxalá possamos superar esses dias logo, logo.

A produção desse material é uma prática recorrente aqui no blog, constituindo-se numa espécie de "memória' das eleições, seja no plano municipal, estadual ou federal. O blog já possui um bom material sobre este assunto, com possibilidades, quem sabe, de um dia transformá-los em livros. Assim foi com a primeira eleição de Geraldo Júlio(PSB) para a Prefeitura da Cidade do Recife, apontando, naquele momento, muito antes do final do pleito, que ele seria o novo prefeito do Recife. O artigo, "40 tons de amarelo', rendeu alguns aborrecimentos a este blogueiro, por incomodar o então candidato que disputava aquela eleição com o socialista. 

Reunimos material para um outro livro em relação à primeira eleição de Paulo Câmara(PSB-PE) para o Governo do Estado, assim como sobre a eleição e a derrocada da ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG), através daquele processo de impeachment nebuloso. Mas, vamos ao que interessa. Outro dia, um analista político aqui da província, em artigo, observou que os socialistas do Estado sabem "ganhar eleições". Convém sempre deixar claro que as últimas eleições municipais do Recife descambou para um contexto pouco republicano, com golpes abaixo da linha de cintura, atingindo opositores como a Deputada Federal Marília Arraes(PT-PE), assim como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tratado como um "rato' asqueroso, em cartazes apócrifos espalhados pela cidade.   

Depois de 16 anos ocupando o Palácio do Campo das Princesas, o PSB enfrenta um profundo desgaste. Pelo andar da carruagem política para a definição do nome que disputará o Governo nas próximas eleições, o grupo está dividido; a gestão da máquina tem sofrido severas críticas; há uma revoada de lideranças políticas do interior para as hostes oposicionistas que estarão disputando o Governo nas próximas eleições. São jovens prefeitos de oposição, com penetração política em regiões importantes do Estado, como o Sertão, o Agreste a a Região Metropolitana do Recife. Eles fecham o chamado "Triângulo das Bermudas", ou seja, colégios eleitorais decisivos numa eleição. Seguem em raias próprias, mas o fato, em si, pode ser até mais complicado para o PSB. 

No primeiro levantamento realizado pelo Instituto Opinião - divulgado pelo Blog do Magno Martins - sobre as intenções de voto para o Governo do Estado, o candidato socialista, o Deputado Federal Danilo Cabral(PSB-PE), aparece na rabeira, atrás dessas jovens lideranças políticas. Uma das possibilidades levantadas pode ter sido a demora na escolha do nome do candidato da situação, enquanto os menudos já estavam gastando sola de sapato há algum tempo. Mas, por outro lado, pode não ser só isso, se considerarmos a fadiga de material da gestão socialista ao longo desses 16 anos de governo. 

Como em nenhum outro momento, eles se tornaram luladependentes. Apostam todas as fichas na liderança do petista para reverter essa tendência, hoje, desfavorável, reflexo do grande desgaste da gestão. Convém deixar claro que a hipótese de Lula reverter essa situação é apenas uma hipótese. Desconheço alguma pesquisa indicando o quanto Lula poderia transferir de votos ao candidato Danilo Cabral. Sabe-se que seu prestígio político na região é inegável, mas, por outro lado, continuamos no terreno das hipóteses. Em São Paulo, por exemplo, o IPESPE já realizou uma série de pesquisas com tais características, uma delas envolvendo o eventual candidato ao Governo do Estado, Fernando Haddad(PT-SP). O objetivo era entender o quanto Lula poderia ajudar Haddad a chegar ao Palácio dos Bandeirantes. Naquela praça, o andor precisa ser carregado por dois atores políticos: Lula e Geraldo Alckmin. Além de emprestar um verniz conservador à chapa de Lula - um dado importante para o petista manter-se competitivo - Alckmin poderia ajudar bastante o candidato Fernando Haddad, caso o PT não abdique de sua candidatura para apaziguar os ânimos com os socialistas do PSB.   

Charge1 Duke via O Tempo!

 


Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Editorial: Para onde caminha Geraldo Alckmin?



Mesmo diante de um feriado de carnaval atípico - ainda imposto pelos cuidados em relação à pandemia da Covid-19 - percebe-se uma escassez de notícias sobre o mundo da política. Poderia ser ainda pior se os foliões estivessem nas ruas, bebendo, pulando, brincando - e disseminando o vírus - nesses dias destinados aos festejos de Momo. Melhor assim, para evitarmos uma nova onde de Covid-19 logo depois dessas aglomerações. Aqui em Olinda, parece que alguns foliões resolveram ignorar o decreto do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal da Cidade, abrindo bares e colocando o bloco nas ruas. Muito trabalho para a Polícia Militar, que precisou conduzir alguns deles à delegacia por desrespeito às normas estabelecidas. O grau de insensatez ainda é muito alto entre os brasileiros. 

Estamos vivendo a fase da saturação dos cuidados. Você vai numa feira livre e observa que nem 10% dos vendedores fazem o uso da máscara. Mas, a sempre atualizada colunista da revista Veja, Clarissa Oliveira, traz algumas informações importantes sobre um possível final da novela envolvendo o destino do ex-governador Geraldo Alckmin(Sem Partido). Salvo melhor juízo, a possibilidade de ele compor uma chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na condição de vice, seria prego batido de ponta virada. A questão agora é sobre o partido ao qual ele irá filiar-se nas próximas semanas, já na reta final da janela partidária. 

A probabilidade maior seria o PSB,embora a relação desse partido com o PT, hoje, não seja das melhores, principalmente em praças como São Paulo e Espírito Santo. Como Lula hoje caminha de mãos dadas com Gilberto Kassab(PSD-SP) pela Av. Farias Lima, chegou a se cogitada a possibilidade de uma eventual filiação de Alckmin ao PSD. São apenas especulações, mas não se pode perder de vista que há um interesse de Lula em fechar acordos com o PSD nos principais colégios eleitorais do país. São Paulo é o maior deles, sendo decisivo na definição de uma eleição presidencial. O entusiasmo da cúpula petista com a candidatura do ex-ministro Fernando Haddad(PT-SP) tem dificultado um pouco as negociações políticas.

A novela Lula\Alckmin, assim como os folhetins mexicanos é longa. O ex-governador está abandonando o ninho tucano com um poço até aqui de mágoas. Não sem bons motivos para isso, registre-se. Mesmo em tais circunstâncias, caso viesse a candidatar-se ao Governo do Estado teria boas chances de sentar-se na cadeira de governador do Palácio Bandeirantes. Muitas analistas observam que ele, ao aceitar ser vice de Lula, estaria deixando o certo pelo duvidoso, uma vez que poderia tornar-se uma vice de burocracia, sem a envergadura política que ele ostenta. Vamos aguardar os próximos passos, mas a decisão de ser vice parece-nos favas contadas.  

  

Charge! Montanaro via Folha de São Paulo

 

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Editorial: Voto evangélico, este cobiçado objeto de desejo dos candidatos presidenciais



Não faz muito tempo, a imprensa informou que os estrategistas de campanha do candidato do Podemos à Presidência da República, Sérgio Moro, estavam definindo uma estratégia sobre como estabelecer um diálogo com os evangélicos, de olho na próxima eleição presidencial de outubro. Iriam entrar com cuidado - só no sapatinho - para não espantar o rebanho, tradicionalmente vinculado ao núcleo duro dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro(PL). Aliás, na última eleição, tal apoio foi fundamental para a eleição de Jair Bolsonaro. Num passado recente -leia-se a última eleição onde Dilma Rousseff(PT-MG) sagrou-se vitoriosa - o PT frequentava os círculos de oração e não perdia uma lição dominical.

Ao longo dos anos, foi perdendo essa capilaridade, tornando-se no dizer dos evangélicos, um "desviado". Mas, como recomenda as próprias escrituras sagradas, o bom filho pode retornar à casa e já existe bons interlocutores petistas neste meio tentando fazer de Lula um "novo convertido". Mas, por outro lado, não se tem dúvidas sobre a hegemonia do atual presidente Jair Bolsonaro entre esse eleitorado. Curiosamente, em razão das disputas políticas em Brasília, esboça-se,no meio, uma possível divisão. Setores organicamente ligados ao PP, o rebanho comandado pelos bispos RR Soares e Edir Macedo esboçam uma insatisfação com o presidente Jair Bolsonaro.

Edir Macedo, por exemplo, não teria engolido a protelação da indicação do bispo Marcelo Crivella para uma embaixada na África do Sul. Mas isso não quer dizer muita coisa, se considerarmos as afinidades de pautas entre este Governo e os segmentos evangélicos. O problema de Lula é mais complexo. Além de ter perdido terreno ao longo dos anos, ainda enfrenta as dificuldades de articular-se com tais segmentos, sem perder espaço, por exemplo, entre os grupos feministas, na agenda de costumes. Questões de gênero no currículo escolar, as polêmicas em torno do aborto, além de outros temas não menos polêmicos.

Salvo melhor juízo, em termos percentuais, os evangélicos constituem um eleitorado em torno de 20% do total de votantes. É um percentual bastante expressivo e pode fazer a diferença numa eleição, como, aliás, já fez nas eleições mencionadas acima. Eis aqui uma questão que intriga - e preocupa - o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, que diz não conseguir entender como o PT perdeu esse contato. Muito simples. Ao longo dos anos, o PT passou por um processo de oligarquização e perdeu adubo orgânico, ou seja, com as bases. Salvo melhor juízo, no passado o PT tinha núcleos organizados por evangélicos, no partido, apenas para fortalecer esses vínculos.

Os Engenhos de Açúcar

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Editorial: O inusitado arranjo político do PT na Bahia.


Numa reflexão recente sobre as próximas eleições presidenciais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT-SP) chegou a duas conclusões:a) a eleição de outubro não está ganha. b) seria necessário intensificar as caminhadas pela Av. Faria Lima, vale dizer, continuar flertando com os setores conservadores. Neste sentido, apertar as bochechas de Gilberto Kassab, Presidente Nacional do PSD, ainda no primeiro turno - com o perdão dos petistas mais radicais - seria um sonho de consumo. Habilmente, Lula tem feito o possível e o impossível para materializar tal objetivo. Depois dessa última pesquisa do IPESPE apontar que um percentual expressivo do seu eleitorado é de matriz conservadora, aí sim, é que ele se sentiria mais à vontade nessas investidas. Afinal, o petista raiz, apesar dos protestos, não mudaria o seu voto, tampouco, sozinho, garante seu assento no Palácio do Planalto. 

José Casado, articulista da revista Veja, em sua coluna, faz uma análise dos reflexos dessa aproximação entre Lula e Gilberto Kassab, tendo como referência a quadra política do Estado da Bahia. Na realidade, as articualções entre PT e PSD envolvem os maiores colégios eleitorais do país, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia, que seria o quarto colégio eleitoral. Naquele Estado, o PT poderia abrir mão da candidatura do ex-governador Jacques Wagner(PT-BA) em nome do senador Otton Alencar, do PSD, que se notabilizou nacionalmente pelo brilhante - e bem humorado - trabalho durante a CPI da Covid-19. 

Rui Costa, atual governador, sairia como candidato ao Senado Federal, assumiria o governo o vice, João Leão, do PP, um partido que, apesar de integrar o Centrão, anda às turras com o presidente Jair Bolsonaro(PL), em razão, naturalmente, de alguns "mimos' não atendidos. Um arranjo de cúpula perfeito entre PT e PSD, exceto pelos danos colaterais nas bases petistas daquele Estado, por sinal muito ativas, que demonstra uma insatisfação com os arranjos entre os dois grêmios partidários. Depois de 16 anos consecutivos no poder, seria natural que a gestão petista enfrentasse uma espécie de fadiga de material, abrindo espaço político para o crescimento do Carlismo, representado ali pelo neto de Antonio Carlos Magalhães, ACM Neto, ex-prefeito da capital, que lidera todas as pesquisas de intenção de voto realizadas até o momento. 

Acredita-se que, quando Lula entrar de sola na campanha, essa tendência possa ser revertida, trazendo bons ventos para o senador Otto Alencar. O neto de ACM joga pesado nessa eleição. Remove com precisão cirúrgica qualquer embaraço político que esteja sendo criado, entre os alidos, contra essa sua ideia fixa de retomar o poder naquele Estado. Naquela praça, certamente, será travada uma batalha política das mais renhidas do Brasil. Vamos ficar de olho e acompanhar os próximos passos.        

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


Editorial: As curiosidades da nova pesquisa IPESPE sobre as próximas eleições presidenciais.


Dizia nossos avós que mingau quente se come pelas beiradas para não queimarmos a língua . Num dos últimos editoriais que escrevemos, afirmamos não ter dúvida acerca de uma eventual reação do presidente Jair Bolsanaro(PL) nas pesquisas de intenção de voto. A primeira, do IPESPE, apontou uma melhoria dos seus índices de aprovação e uma melhor percepção do eleitorado sobre a condução ou os rumos da política econômica. Neste aspecto, é possível que o começo do pagamento do Auxílio Brasil tenha exercido algum reflexo sobre tal percepção. Duas pesquisas seguintes, uma do PoderData e a outra da CNT, apontavam para um eventual crescimento do candidato Jair Bolsonaro(PL), na medida em que confirmavam a diminuição dos índices de diferença que o separavam do candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PLT-SP).

Assim que esta luz amarela acendeu -instigado pela coluna do jornalista Matheus Leitão, de Veja, que também levantou a lebre sobre o voto conservador em relação aos dois principais concorrentes - o cientista político pernambucano, Antonio Lavareda, aconselhou cautela no tocante a se confirmar ou não esta eventual ascendência de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Hoje, dia 25 de fevereiro, o IPESPE, divulga os dados de uma nova pesquisa de intenção de voto, onde se observa um quadro de "normalidade', neste caso traduzido como de estabalidade dos índices dos dois concorrentes à Presidência da República, ou seja, em princípio, nada de novo no front. O candidato do PT aparece com 46% e Jair Bolsonaro, do PL, crava 26%. Num cenário mais favorável a Jair Bolsonaro, a diferença entre ambos chegou a ficar em 9 pontos percentuais. No nosso modesto entendimento, essa última pesquisa XP\IPESPE não confirma a DataPoder nem a CNT 

Por outro lado, como as pesquisas realizadas pelo IPESPE contam com a espertise e o olhar aguçado de um grande especialista no assunto, é natural que ele consiga observar algumas nuances, ler nas entrelinhas, onde os outros só enxergam os números. Nesta última pesquisa não foi diferente, tendo o cientista político observado duas características importantes: Um percentual expressivo do eleitorado "Deus, Família e Propriedade", ou seja, o eleitor conservador, está com Lula. Bolsonaro, que, em tese, teria as melhores condições de atrair este eleitorado não o está conseguindo de forma ideal ou dentro de uma perspectiva de ampliá-lo. Observa-se infidelidades (Ops!leia-se defecções) até mesmo dentro do núcleo duro dos evangélicos de orientação neopentecostais, como é o caso de setores ligados ao Partido Progressista. Não por razões ideológicas, mas por motivações fisiológicas propriamente ditas, uma vez que o presidente teria deixado de atender alguns pleitos do bispo.  

O fato de, em parte, estar sendo apoiado por um eleitorado de perfil conservador poderia, igualmente, representar uma dorzinha de cabeça para Lula, caso ele consiga chegar ao Planalto, uma vez que esse eleitorado, possivelmente, não aprovaria suas reformas ou os acenos ao petismo raiz, como, por exemplo, eventuais reestatizações ou a volta da Legislação Trabalhista, como se tem vazado para a imprensa. Lula, à medida em que afaga as bochechas de Gilberto Kassab(PSD-SP) - e passeia de mãos dadas com o futuro aliado pela Farias Lima - passou a fazer acenos à sua base de apoio mais renhida, o que não deixa de ser um problema para o seu contingente de eleitores de perfil mais conservador. As dores de cabeça podem vir antes mesmo de ele ser eleito, meu caro Antonio Lavareda.

P.S.: Contexto Político: O eleitorado evangélico, num passado recente, já foi responsável pela eleição da ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG) e de Jair Bolsonaro(PL) na última eleição presidencial. Como observamos no texto acima, há, de fato, uma insatisfação de determinados segmentos com o presidente Jair Bolsonaro, como, por exemplo, na não indicação do bispo Marcelo Crivella para ocupar uma embaixada na África do Sul, assim como uma queixa do PP de que setores do Governo estariam dificultando a filiação de parlamentares à legenda, profundamente identiicada com os evangélicos. Outra queixa é a condição privilegiada de interlocução com o presidente, exercida hoje pelo líder Silas Malafaia. Tudo muito pontual, nenhuma razão ideologica mais substantiva. Já o PT, que tenta reabrir os canais de diálogo com este segmento evangélico enfrenta um grande obstáculo: a tal pauta de costumes. Afinal, não se pode servir a dois senhores. Está na Bíblia, diriam os evangélicos.          

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

Editorial: Lula já acusa o impacto do crescimento de Jair Bolsonaro



Depois de três pesquisas de intenção de voto apontarem uma reação do presidente Jair Bolsonaro(PL) - e uma advertência do companheiro Guilherme Boulos(PSOL) - Lula parece ter entendido que chegou o momento de começar a usar uma linguagem mais contundente para enfrentar o crescimento do bolsonarismo. Pela suas redes sociais, ele chama a atenção dos brasileiros para a necessidade de um enfrentamento mais efetivo de um governo autoritário. É preciso tomar muitos cuidados com essas estratégias que, por vezes, ou não se configuram como uma reação com resultados positivos ou podem, até mesmo, ter um efeito contrário, do tipo massa de bolo, sobretudo num pleito como o nosso, com essa intermitente polarização. 

Hoje este editor não tem mais dúvidas sobre uma reação do presidente Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. A lógica de racionalidade é clara. Um primeiro levantamento apontou uma melhoria nos seus índices de avaliação e uma melhoria na percepção do eleitorado sobre os rumos da economia. As duas pesquisas subsequentes, por seu turno, confirmaram o que já se esperava, ou seja, o crescimento da candidatura do presidente, ao diminuir a diferança que o separava do petista. Duas pesquisas de intenção de voto - realizadas depois da IPESPE - confirmaram essa tendência: a do PoderData e a da CNT.

Como mostramos aqui, o companheiro Boulos acendeu a luz amarela em torno do assunto, ao advertir sobre o perigo do impacto de um programa como o Auxilio Brasil num momento como este, onde existem 18 milhões de cidadãos e cidadãs - com título de eleitor - que receberão o benefício. É um contingente que, dada a premência da necessidade - por estarem passando fome - ficam numa situação de extrema vulnerabilidade, pouco se importando que se trate de um programa com prazo de validade determinado. 

Não deixa de ser curioso que, até bem pouco tempo, Lula estava preocupado com o fato de que o presidente Jair Bolsonaro estava derretendo muito rápido. Parou de derreter e está até crescendo nos últimos levantamentos de intenção de voto, o que implica em novos padrões de preocupações. O aliado Randolfe Rodrigues, senador pelo Amapá, desistiu do projeto de concorrer ao Governo do Amapá para assumir um posto estratégico na campanha do petista, sempre afirmando ser mais importante, neste momento, derrotar o presidente Jair Bolsonaro. Colocando mais lenha na fogueira da polarização, afirma ser uma luta da democracia contra o autoritarismo.    

Tijolinho: Raquel Lyra lidera a corrida pelo Palácio do Campo das Princesas.



Liderando as primeiras pesquisas de intenção de voto como candidata ao Governo do Estado, seria natural que batesse aquele entusiasmo entre os partidários e o staff de campanha da prefeita de Caruaru, Raquel Lyra(PSDB-PE), o que justifica o fato de tanto alarde em torno do assunto. Claro que muita água ainda irá rolar no rio dessas eleições até outubro, mas um dado nada desprezível neste contexto é que a prefeita mantém uma estabilidade nas pesquisas desde algum tempo. Ela desponta, como observam alguns dos seus correligionários, como uma espécie de fenômeno eleitoral. 

É mulher, tem carisma, vem ancorada numa gestão bem avaliada pela população, mesmo assim, ainda precisamos explicar como ela consegue erradiar essas energias positivas por todo o Estado de Pernambuco, tendo caído em campo - através do Movimento Levanta Pernambuco - até bem pouco tempo.Talvez algumas pesquisas qualitativas pudessem ajudar no sentido de desvendar esse "fenômeno". Uma das possibilidades é o fato de ser mulher, pois as mulheres - tanto no Executivo quando no Legislativo - estão fazendo a diferença na política pernambucana. Em torno dela gravitam, inclusive, a "danadinha" da Priscila Krause e a guerreira Marília Arraes, com quem tem uma boa interlocução. Ambas muito cotadas na bolsa de apostas eleitorais. Marília aparece muito bem como alternativa ao Senado Federal, de acordo com levantamento do Instituto Opinião, assim como existe uma verdadeira torcida para que Priscila integre uma chapa com Raquel Lyra. 

Raquel sofre uma oposição cerrada dos seus adversários políticos em Caruaru, mas nada disso consegue ofuscar o seu brilho. Raquel enfrenta algumas dificuldades pontuais, como a necessidade de tornar-se mais conhecida em redutos metropolitanos e do Sertão do Estado, mas as costuras políticas estão apenas no começo. Um outro problema são essas composições partidárias, formação de chapas proporcionais, mas isso é um problema generalizado. Já há quem esteja jogando a toalha em relação a essas federações. Até o momento, apenas uma foi formalizada, reunindo o PSDB e o Cidadania.  

Tijolinho: Miguel Coelho parte com uma boa margem do Sertão do São Francisco.


O blog do Magno Martins, a partir de pesquisas realizadas pelo Instituto Opinião, sediado em Campina Grande, está trazendo uma série de informações importantes no que concerne ao comportamento do eleitorado pernambucano, aferidas através das pesquisas de intenção de voto. Não nos ocorre de algum outro órgão de comunicação está realizando algum trabalho deste gênero aqui em Pernambuco, o que dimensiona, ainda mais, a sua importância. Os resultados estão sendo publicados paulatinamente, gerando uma grande expectativa entre os atores políticos e formadores de opinião. 

Numa dessas postagens, o blog divulga os resultados obtidos pelo prefeito de Petrolina, Miguel Coelho(DEM), e a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra(PSDB-PE), que possuem bases eleitorais em regiões importantes do Estado. Miguel Coelho no Sertão do São Francisco e Raquel Lyra no Agreste. O start regional de Miguel Coelho é bem superior ao de Raquel Lyra em suas respectivas regiões. Enquanto o prefeito de Petrolina crava 70,5%, Raquel Lyra aparece com 38,2%, na região do Agreste. A capilaridade política da familia Coelho em Brasília - ou com o Governo Bolsonaro, propriamente dita - não tenham dúvidas de que facilitou bastante os caminhos da construção de uma gestão bem-sucedida do herdeiro do clã em Petrolina. 

Ancorada em bons projetos e entregando obras à população, sua gestão tornou-se uma das mais bem-avaliadas no Estado, o que explica essa performance. Raquel também tem seus interlocutores em Brasília, mas, não necessariamente com o mesmo azeite político do prefeito de Petrolina.Isso não desmeresse em nada o dinamismo e a competência do prefeito Miguel Coelho, mas, que uma ajuda dos padrinhos políticos contribui, isso sim. No contexto do Estado, a prefeita de Caruaru, lidera a corrida pelo Palácio do Campo das Princesas, com 18,4% das intenções de voto.    

terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Editorial: As incríveis movimentações do enxadrista Gilberto Kassab



Parece não haver dúvidas, no meio político e entre jornalistas e analistas, sobre quem melhor se movimenta no tabuleiro da política brasileira neste momento: Gilberto Kassab, Presidente Nacional do PSD. Embora, por vezes, faça uma jogada errada aqui e ali, Kassab tornou-se um ator político decisivo para o próximo pleito presidencial e não é apenas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que não vê a hora de apertar aquelas bochechas, de preferência ainda no primeiro turno das eleições de outubro. Até recentemente, Kassab mantinha um bom diálogo com o governador João Doria(PSDB_SP), que deve estar lamentando profundamente a indisposição criada entre ambos. 

Kassab se movimenta com muita habilidade no tabuleiro político, confundindo adversários, pontuando as falas de forma correta, sabendo, com maestria, identificar aquilo que pode - e até precisa - ser divulgado e os assuntos que precisam serem mantidos nas coxias, nos burburinhos, nos bastidores, nos escaninhos. Um bom exemplo é em relação ao suposto convite ao governador gaúcho, Eduardo Leite(PSDB-RG), para entrar na legenda e habilitar-se a concorrer à Presidência da República nas próximas eleições. 

Em entrevista recente, ele negou que tivesse formulado o convite,mas há quem jure de pés juntos que o convite foi formulado e nesses termos. O fato concreto é que o Eduardo Leite teria ficado estimulado com o convite, provocando uma romaria de tucanos do bico fino ao seu reduto, no sentido de dissuadi-lo da ideia de sair do ninho. Como um bom enxadrista, Kassab sabe se colocar no jogo político, numa posição que o faculta a realizar jogadas capazes de fazer a diferença no tabuleiro. Há quem diga, até, que toda essa movimetação, ao cabo e ao meio, teria como propósito único, na realidade, credenciá-lo a tornar-se o vice de Lula. Difícil saber o que se passa na cabeça do jogador Kassab.  

Há alguns anos atrás escrevemos um artigo onde falávamos sobre uma jogada de mestre do ex-governador Eduardo Campos, então candidato presidencial às eleições de 2014, quando este conseguiu fechar um acordo com o político paulista, exatamente, por entender a importância de entrar no celeiro votos que representa o Estado de São Paulo, o maior colégio eleitoral do país. Portanto, não é de hoje que este político fica tão bem colocado dentro de campo, tornando-se uma peça chave para os times de situação e de oposição, seja qual for a matriz ideológica.   

Editorial: Sinal de alerta na campanha petista com a CNT confirmando PoderData.

 


Ainda é necessário esperar um pouco mais, mas o fato concreto é que duas pesquisas de intenção de voto, realizadas dentro de um pequeno intervalo de tempo entre uma e outra, emitem indicadores de uma possível reação do presidente Jair Bolsonaro(PL)na disputa das eleições presidenciais de outubro. Com ligeiras variações - que podem ser creditadas às margens de erro - algo em torno de 23% do eleitorado demonstra estar fechado com o Jair Bolsonaro(PL) desde o início desses levantamentos. Trata-se daquele eleitorado raiz, com contornos bem definidos, na maioria dos casos ligados ao estamento militar ou aos grupos evangélicos neopentecostais. 

Este é um núcleo duro, praticamente impenetrável, assim como ocorre igualmente em relação ao seu principal oponente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT). Cada qual no seu quadrado. Duvido que Bolsonaro tenha algun voto no MST, por exemplo. A pesquisa do PoderData, já comentada por aqui, acendeu o alerta no comitê petista, ao apontar um ainda incipiente crescimento do presidente Jair Bolsanaro. Ele havia diminuido de 14 pontos para 09 a sua diferença em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Essa pesquisa apresentava dois dados importantes que poderiam justificar esse eventual crescimento de Jair Bolsonaro, algo que já havia sido detectado por uma pesquisa anterior, realizada pelo Instituto IPESPE, comentada por aqui, ou seja, ali ele conseguia uma melhoria nos índices de aprovação, assim como havia indicadores que apontavam uma melhoria do humor dos eleitores em relação aos rumos da política econômica. Dois fatores decisivos num processo de recondução de um mandatário. Nesta eleição entraria um terceiro fator, a conduta do gestor público durante a crise sanitária provocado pela pandemia do coronavírus. 

A julgar pelo comportamento da população em relação a este assunto - que parece  estar sendo incorporado ao nosso cotidiano como algo ja endêmico, aliado à saturação dos cuidados preventivos dos cuidados, numa espécie de "fadiga' - e o que está ocorrendo em São Paulo, onde o governador João Dória(PSDB-SP) não consegue capitar os "dividendos" de melhor gestor público no trato dessa questão, talvez seja o caso de se reavaliar o seu peso nessas eleições. 

No geral, a pesquisa CNT, apenas confirma  que a pesquisa do Poderdata estava correta, ou seja, há indicadores de crescimento e, possivelmente, uma avenida de oportunidades ao presidente Jair Bolsonaro para reagir nas pesquisas de intenção de voto, indicando aquilo que todos ja sabiam: estamos apenas no começo do jogo. Como alertou o presidente do PSOL, Guilherme Boulos, com o Auxilio Brasil Bolsonaro pode provocar um tsunami nos redutos empobrecidos da periferia, um eleitorado muito identificado, a princípio, com o petismo. E vem mais coisas por aí, afinal ele está com a caneta. 

Tijolinho: "Severino Bucho-Azul" foi selecionado


Machado de Assis dizia que o conto era um dos gêneros literários mais difíceis. Quando Machado de Assis diz alguma coisa, é preciso levá-lo a sério. Machado foi bom em tudo que escreveu, inclusive no gênero conto. O conto reúne muitos elementos comuns ao romance, mas o cabra precisa ser hábil para contar a estória em poucas - mas bem traçadas - linhas, prendendo a atenção dos leitores até o desfecho final. Um conto amplicado, em alguns casos, pode se tornar um romance, porque, ali, já se encontram os elementos fundamentais para desenvolver uma boa estória. Foi o que ocorreu com o nosso primeiro romance. 

Numa linguagem concisa, prosáica, recheado de elementos telúricos, mas sempre seguindo uma lógica interna bem definida pelo gênero, produzimos alguns contos experimentais, muito mais como uma espécie de treinamento pessoal, algo que nos impusemos com uma disciplina espartana. Nessas viagens, já levamos Ray Bradbury, autor de Fahrenheit 451, ao Alto da Sé, aqui em Olinda, onde ele se mete numa tremenda confusão com bolsonaristas negacionistas. Não sabemos se todos os bolsonaristas são negacionistas, enfim. Isso, naturalmente, depois de experimentar as tradicionais tapiocas recheadas do local. Não ficamos por aqui. Depois, fomos a Paris, para conversar com Jean-Luc Godard sobre a sua fase maoísta, que ele passou a considerar ainda mais importante do que o período do Nouvelle Vague. Acabamos desembarcando em Cuba, num turismo revolucionário, mantendo um diálogo primoroso com Thomaz Gutiérres Alea, com o propósito de concluir nosso trabalho num curso de cinema e marxismo. A ficção nos leva para qualquer luga.  

Mas, foi um conto ambientado em Paulista, que fica na região metropolitana do Recife,  a nossa cidade natal, o selecionado por uma Academia de Letras para uma publicação, entre milhares de concorrentes,de todos os Estados da Federação e de diversos países, conforme observaram os organizadores. É um conto simples, mas está muito bem construído como gênero conto, uma característica que deve ter levado os jurados a escolhê-lo para publicação. O conto tem alguns elementos ficcionais, mas, de fato,  Severino Bucho-Azul existiu. Era um ex-vigia da Companhia de Tecidos Paulista, que morava nos arrabaldes da Vila Operária, num sítio cheio de araçás, ingás, mangas rosa e sapotis, onde os meninos locais exercitavam suas diablices de infância. 

Ganhou essa alcunha dos moradores locais em função de uma cirurgia no abdômen, que lhes deixou uma enorme cicatriz, segundo dizem, azul. Andava sempre de camisa, para escondê-la do público, mas curiosidade de criança é terrível, como bem sabem os leitores. Depois de muitas investidas sem sucesso, conseguimos um flagrante numa bela manhã, bem cedinho,escondido por trás dos pés de bananeira,  quando o caboclo ainda escovava os dentes no quintal. Como, nessa época, água encanada era algo raro, era comun as pessoas se dirigiram ao fundo da casa com um caneco cheio de água e uma escova de dentes. Ele se permitiu o discuido. Estava sem camisa e deu para observarmos a enorme cicatriz. Ao contrário do que se dizia, não era azul, mas verde. Corria o boato, entre os moradores da Vila Operária, que, depois de tantas maldades cometidas durante o ofício de vigia, ele passou a virar lobisomem nas noites de lua cheia, mas isso vocês poderão ler no próprio conto, que será distribuído em diversas bibliotecas e outros centros de interesse literário no país e no exterior. Melhor notícia depois de ter superado uma Covid-19.    

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Charge! Duke via O Tempo

 


Editorial: Por que João Doria não cresce?


O jornalista José Casado, colunista e articulista da revista Veja, chama a nossa atenção para um fenômeno que precisa ser decifrado pela ciência política: o desempenho, como pré-candidato presidencial, do governador paulista João Doria(PSDB-SP). O Instituto IPESPE tem realizado algumas pesquisas naquela praça e uma delas traz algumas informações sobre a avaliação do governo do tucano, cujo partido, no dia de ontem, fechou uma federação com o Cidadania. A grande questão a ser respondida - se formos capazes de decifrar o inigma, como sugere José Casado - é por que Doria não deslancha como opção presidencial da terceira via, mesmo com uma avaliação positiva de 24%, à frente de um Estado que é o maior colégio eleitoral do país, com o capital político de ter se antecipado e tomado as medidas corretas no que concerne ao enfrentamento da pandemia do Covid-19? 45% dos paulistanos aprovam sua conduta durante o período, mas apenas 5% sugerem uma inclinação para apoiá-lo numa corrida presidencial, ainda segundo a pesquisa do IPESPE. 

Como carregador de andor, ele também não vai bem, segundo a mesma pesquisa, indicando que não seria capaz de levar o eleitor a votar num candidato apoiado por ele para substitui-lo no Palácio dos Bandeirantes. O seu candidato é Rodrigo Garcia(PSDB. 43% dos paulistanos não estão dispostos a seguirem sua orientação. Como sugere o articulista da revista, trata-se de um fenômeno a ser desvendado pelo ciência política. Quem sabe as pesquisas qualitativas pudessem contribuir de forma mais efetiva para desvendar esse mistério. 

Numa das últimas pesquisas de intenção de voto realizadas pelo mesmo Instituto, entre os pré-candidatos à Presidência da República, ele chegou a empatar, dentro da margem de erro, com um novato e até então desconhecido Deputado Federal André Janones, do Avante, cuja candidatura foi lançada até recentemente, quando se sabe, desde de longas datas, que Dória não teria limites para as suas ambições políticas e a presidência do país sempre esteve nos seus planos.

Certa vez Geraldo Alckmin - um desafeto que Doria deixou pelo caminho -cunhou uma frase emblemática sobre o perfil do governador paulista ao afirmar que ele estaria introduzindo elementos do mundo corporativo para a condução dos negócios públicos e isso nao seria aconselhável. O ex-govarnador Márcio França, durante um debate com o João Doria, apontou algumas contradições do então candidato, que dita seu prumo político apenas com a conveniência que lhes convém. 

Segundo Márcio França(PSB_SP) - não é este editor que está afirmando e pode ser visto em plataformas como o YOUTUBE  - Doria teria pedido dinheiro emprestado ao BNDES, quando este banco era administrado pelo governo da coalizão petista. Naquele mesmo debate, não cansava de chamar o ex-presidente Lula de "ex-presidiário'. Até recentemente, quem são se lembra, esteve alinhado com o bolsonarismo para chegar ao governo paulista. Logo depois, Jair Bolsonaro(PL) tornou-se um dos seus maiores desafetos na política. Como bater em Bolsonaro hoje talvez não seja a melhor estratégia, já assumiu que irá para cima de Lula. Meu caro colunista, o eleitor não é bobo. 

P.S.: Contexto Político: Além das variáveis mais comuns - como o índice de avaliação do governo - segundo os próprios institutos de pesquisa puderam aferir, o comportamento do gestor público durante a pandemia da Covid-19, seria um outro fator que teria uma importância no voto do eleitor. Passado o tempo e com a pandemia "sob controle', este fator poderia estar perdendo seu poder discriminatório junto ao eleitorado, daí, talvez, se entender o porque do trunfo de Doria estar enfraquecido, embora o recado do eleitor pareça estar bastante claro: ele foi um bom gestor da crise, mas nós não o queremos como presidente. Embora ainda tenhamos um tempo longo até as eleições de outubro, convém não esquecer que algumas favas já estão sendo contadas. Por exemplo, há quem não mais acredite numa reação da chamada terceira via. É curioso esse mundo da política. Existe a informação de que alguns assessores do presidente Jair Bolsonaro(PL) estariam aconselhando-o a se vacinar. Assim, segundo esses conselheiros, ele ficaria em pé de igualdade com Lula e poderia vencer as eleições.