pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: As curiosidades da nova pesquisa IPESPE sobre as próximas eleições presidenciais.
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sábado, 26 de fevereiro de 2022

Editorial: As curiosidades da nova pesquisa IPESPE sobre as próximas eleições presidenciais.


Dizia nossos avós que mingau quente se come pelas beiradas para não queimarmos a língua . Num dos últimos editoriais que escrevemos, afirmamos não ter dúvida acerca de uma eventual reação do presidente Jair Bolsanaro(PL) nas pesquisas de intenção de voto. A primeira, do IPESPE, apontou uma melhoria dos seus índices de aprovação e uma melhor percepção do eleitorado sobre a condução ou os rumos da política econômica. Neste aspecto, é possível que o começo do pagamento do Auxílio Brasil tenha exercido algum reflexo sobre tal percepção. Duas pesquisas seguintes, uma do PoderData e a outra da CNT, apontavam para um eventual crescimento do candidato Jair Bolsonaro(PL), na medida em que confirmavam a diminuição dos índices de diferença que o separavam do candidato Luiz Inácio Lula da Silva(PLT-SP).

Assim que esta luz amarela acendeu -instigado pela coluna do jornalista Matheus Leitão, de Veja, que também levantou a lebre sobre o voto conservador em relação aos dois principais concorrentes - o cientista político pernambucano, Antonio Lavareda, aconselhou cautela no tocante a se confirmar ou não esta eventual ascendência de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto. Hoje, dia 25 de fevereiro, o IPESPE, divulga os dados de uma nova pesquisa de intenção de voto, onde se observa um quadro de "normalidade', neste caso traduzido como de estabalidade dos índices dos dois concorrentes à Presidência da República, ou seja, em princípio, nada de novo no front. O candidato do PT aparece com 46% e Jair Bolsonaro, do PL, crava 26%. Num cenário mais favorável a Jair Bolsonaro, a diferença entre ambos chegou a ficar em 9 pontos percentuais. No nosso modesto entendimento, essa última pesquisa XP\IPESPE não confirma a DataPoder nem a CNT 

Por outro lado, como as pesquisas realizadas pelo IPESPE contam com a espertise e o olhar aguçado de um grande especialista no assunto, é natural que ele consiga observar algumas nuances, ler nas entrelinhas, onde os outros só enxergam os números. Nesta última pesquisa não foi diferente, tendo o cientista político observado duas características importantes: Um percentual expressivo do eleitorado "Deus, Família e Propriedade", ou seja, o eleitor conservador, está com Lula. Bolsonaro, que, em tese, teria as melhores condições de atrair este eleitorado não o está conseguindo de forma ideal ou dentro de uma perspectiva de ampliá-lo. Observa-se infidelidades (Ops!leia-se defecções) até mesmo dentro do núcleo duro dos evangélicos de orientação neopentecostais, como é o caso de setores ligados ao Partido Progressista. Não por razões ideológicas, mas por motivações fisiológicas propriamente ditas, uma vez que o presidente teria deixado de atender alguns pleitos do bispo.  

O fato de, em parte, estar sendo apoiado por um eleitorado de perfil conservador poderia, igualmente, representar uma dorzinha de cabeça para Lula, caso ele consiga chegar ao Planalto, uma vez que esse eleitorado, possivelmente, não aprovaria suas reformas ou os acenos ao petismo raiz, como, por exemplo, eventuais reestatizações ou a volta da Legislação Trabalhista, como se tem vazado para a imprensa. Lula, à medida em que afaga as bochechas de Gilberto Kassab(PSD-SP) - e passeia de mãos dadas com o futuro aliado pela Farias Lima - passou a fazer acenos à sua base de apoio mais renhida, o que não deixa de ser um problema para o seu contingente de eleitores de perfil mais conservador. As dores de cabeça podem vir antes mesmo de ele ser eleito, meu caro Antonio Lavareda.

P.S.: Contexto Político: O eleitorado evangélico, num passado recente, já foi responsável pela eleição da ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG) e de Jair Bolsonaro(PL) na última eleição presidencial. Como observamos no texto acima, há, de fato, uma insatisfação de determinados segmentos com o presidente Jair Bolsonaro, como, por exemplo, na não indicação do bispo Marcelo Crivella para ocupar uma embaixada na África do Sul, assim como uma queixa do PP de que setores do Governo estariam dificultando a filiação de parlamentares à legenda, profundamente identiicada com os evangélicos. Outra queixa é a condição privilegiada de interlocução com o presidente, exercida hoje pelo líder Silas Malafaia. Tudo muito pontual, nenhuma razão ideologica mais substantiva. Já o PT, que tenta reabrir os canais de diálogo com este segmento evangélico enfrenta um grande obstáculo: a tal pauta de costumes. Afinal, não se pode servir a dois senhores. Está na Bíblia, diriam os evangélicos.          

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