O jornalista José Casado, colunista e articulista da revista Veja, chama a nossa atenção para um fenômeno que precisa ser decifrado pela ciência política: o desempenho, como pré-candidato presidencial, do governador paulista João Doria(PSDB-SP). O Instituto IPESPE tem realizado algumas pesquisas naquela praça e uma delas traz algumas informações sobre a avaliação do governo do tucano, cujo partido, no dia de ontem, fechou uma federação com o Cidadania. A grande questão a ser respondida - se formos capazes de decifrar o inigma, como sugere José Casado - é por que Doria não deslancha como opção presidencial da terceira via, mesmo com uma avaliação positiva de 24%, à frente de um Estado que é o maior colégio eleitoral do país, com o capital político de ter se antecipado e tomado as medidas corretas no que concerne ao enfrentamento da pandemia do Covid-19? 45% dos paulistanos aprovam sua conduta durante o período, mas apenas 5% sugerem uma inclinação para apoiá-lo numa corrida presidencial, ainda segundo a pesquisa do IPESPE.
Como carregador de andor, ele também não vai bem, segundo a mesma pesquisa, indicando que não seria capaz de levar o eleitor a votar num candidato apoiado por ele para substitui-lo no Palácio dos Bandeirantes. O seu candidato é Rodrigo Garcia(PSDB. 43% dos paulistanos não estão dispostos a seguirem sua orientação. Como sugere o articulista da revista, trata-se de um fenômeno a ser desvendado pelo ciência política. Quem sabe as pesquisas qualitativas pudessem contribuir de forma mais efetiva para desvendar esse mistério.
Numa das últimas pesquisas de intenção de voto realizadas pelo mesmo Instituto, entre os pré-candidatos à Presidência da República, ele chegou a empatar, dentro da margem de erro, com um novato e até então desconhecido Deputado Federal André Janones, do Avante, cuja candidatura foi lançada até recentemente, quando se sabe, desde de longas datas, que Dória não teria limites para as suas ambições políticas e a presidência do país sempre esteve nos seus planos.
Certa vez Geraldo Alckmin - um desafeto que Doria deixou pelo caminho -cunhou uma frase emblemática sobre o perfil do governador paulista ao afirmar que ele estaria introduzindo elementos do mundo corporativo para a condução dos negócios públicos e isso nao seria aconselhável. O ex-govarnador Márcio França, durante um debate com o João Doria, apontou algumas contradições do então candidato, que dita seu prumo político apenas com a conveniência que lhes convém.
Segundo Márcio França(PSB_SP) - não é este editor que está afirmando e pode ser visto em plataformas como o YOUTUBE - Doria teria pedido dinheiro emprestado ao BNDES, quando este banco era administrado pelo governo da coalizão petista. Naquele mesmo debate, não cansava de chamar o ex-presidente Lula de "ex-presidiário'. Até recentemente, quem são se lembra, esteve alinhado com o bolsonarismo para chegar ao governo paulista. Logo depois, Jair Bolsonaro(PL) tornou-se um dos seus maiores desafetos na política. Como bater em Bolsonaro hoje talvez não seja a melhor estratégia, já assumiu que irá para cima de Lula. Meu caro colunista, o eleitor não é bobo.
P.S.: Contexto Político: Além das variáveis mais comuns - como o índice de avaliação do governo - segundo os próprios institutos de pesquisa puderam aferir, o comportamento do gestor público durante a pandemia da Covid-19, seria um outro fator que teria uma importância no voto do eleitor. Passado o tempo e com a pandemia "sob controle', este fator poderia estar perdendo seu poder discriminatório junto ao eleitorado, daí, talvez, se entender o porque do trunfo de Doria estar enfraquecido, embora o recado do eleitor pareça estar bastante claro: ele foi um bom gestor da crise, mas nós não o queremos como presidente. Embora ainda tenhamos um tempo longo até as eleições de outubro, convém não esquecer que algumas favas já estão sendo contadas. Por exemplo, há quem não mais acredite numa reação da chamada terceira via. É curioso esse mundo da política. Existe a informação de que alguns assessores do presidente Jair Bolsonaro(PL) estariam aconselhando-o a se vacinar. Assim, segundo esses conselheiros, ele ficaria em pé de igualdade com Lula e poderia vencer as eleições.
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