Ainda é necessário esperar um pouco mais, mas o fato concreto é que duas pesquisas de intenção de voto, realizadas dentro de um pequeno intervalo de tempo entre uma e outra, emitem indicadores de uma possível reação do presidente Jair Bolsonaro(PL)na disputa das eleições presidenciais de outubro. Com ligeiras variações - que podem ser creditadas às margens de erro - algo em torno de 23% do eleitorado demonstra estar fechado com o Jair Bolsonaro(PL) desde o início desses levantamentos. Trata-se daquele eleitorado raiz, com contornos bem definidos, na maioria dos casos ligados ao estamento militar ou aos grupos evangélicos neopentecostais.
Este é um núcleo duro, praticamente impenetrável, assim como ocorre igualmente em relação ao seu principal oponente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT). Cada qual no seu quadrado. Duvido que Bolsonaro tenha algun voto no MST, por exemplo. A pesquisa do PoderData, já comentada por aqui, acendeu o alerta no comitê petista, ao apontar um ainda incipiente crescimento do presidente Jair Bolsanaro. Ele havia diminuido de 14 pontos para 09 a sua diferença em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Essa pesquisa apresentava dois dados importantes que poderiam justificar esse eventual crescimento de Jair Bolsonaro, algo que já havia sido detectado por uma pesquisa anterior, realizada pelo Instituto IPESPE, comentada por aqui, ou seja, ali ele conseguia uma melhoria nos índices de aprovação, assim como havia indicadores que apontavam uma melhoria do humor dos eleitores em relação aos rumos da política econômica. Dois fatores decisivos num processo de recondução de um mandatário. Nesta eleição entraria um terceiro fator, a conduta do gestor público durante a crise sanitária provocado pela pandemia do coronavírus.
A julgar pelo comportamento da população em relação a este assunto - que parece estar sendo incorporado ao nosso cotidiano como algo ja endêmico, aliado à saturação dos cuidados preventivos dos cuidados, numa espécie de "fadiga' - e o que está ocorrendo em São Paulo, onde o governador João Dória(PSDB-SP) não consegue capitar os "dividendos" de melhor gestor público no trato dessa questão, talvez seja o caso de se reavaliar o seu peso nessas eleições.
No geral, a pesquisa CNT, apenas confirma que a pesquisa do Poderdata estava correta, ou seja, há indicadores de crescimento e, possivelmente, uma avenida de oportunidades ao presidente Jair Bolsonaro para reagir nas pesquisas de intenção de voto, indicando aquilo que todos ja sabiam: estamos apenas no começo do jogo. Como alertou o presidente do PSOL, Guilherme Boulos, com o Auxilio Brasil Bolsonaro pode provocar um tsunami nos redutos empobrecidos da periferia, um eleitorado muito identificado, a princípio, com o petismo. E vem mais coisas por aí, afinal ele está com a caneta.
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