pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sábado, 21 de outubro de 2023

Editorial: Há rumores de que as metralhadoras foram devolvidas pelo Comando Vermelho.



Circula a informação, entre sites confiáveis e setores da imprensa, de que as armas roubadas de uma unidade do Exército Brasileiro, em Barueri, São Paulo, que foram encontradas em um carro abandonado no Rio de Janeiro, tenham sido devolvidas pelo Comando Vermelho. Como a Inteligência da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro havia chegado a essas armas era uma espécie de fio solto que ainda precisava ser amarrado. Possivelmente, eles foram informados que as armas estariam no interior deste veículo abandonado. As informações que dão conta de que as armas, de fato, foram devolvidas pelo Comando Vermelho estão, por outro lado, bem costuradas, assim como não pairam qualquer dúvida, hoje, de que os médicos assassinados na Barra da Tijuca foi uma execução mal-sucedida, assim como a desova dos envolvidos na execução malograda - atribuída ao próprio Comando Vermelho  -  igualmente encontrados em um automóvel abandonado, o mesmo modus operandi do grupo. 

Não há muito o que se dizer por aqui, exceto as conclusões dos próprios internautas acerca das nossas fragilidades institucionais, traduzidas na eficiência do trabalho do crime organizado, assim como sobre suas interlocuções dentro do aparelho de Estado, o que se constitui num grave problema. Por que o Comando Vermelho teria devolvido parte desse arsenal roubado do Exército Brasileiro? A primeira hipótese é a de que tal fato implicaria em ações sistemáticas do aparato de segurança pública no sentido de recuperar essas armas, o que desencadearia operações de vulto nas favelas controladas por eles, prejudicando os negócios.

Outra informação mais recente especula que essas armas, principalmente a artilharia pesada, não poderiam ser utilizadas em razão de uma falha técnica, ou seja, faltaria uma peça de fundamental importância para o carregamento, tornando as armas inutilizadas em tais condições. Em todo caso, registre-se que apenas 09 delas foram devidamente devolvidas, quando estima-se em 25 metralhadoras roubadas.  

Charge! Via Twitter sem identificação da autoria

 


Editorial: Até o insuspeito Karl Marx estava na lista dos arapongas.



 A rigor, não é de hoje que suspeitamos sobre as irregularidades cometidas pelos serviços de inteligência do Estado no país. Depois das intensas mobilizações de rua de 2013 - que ficaram conhecidas como as Jornadas de Maio - vários episódios vieram à tona, como alguns inquéritos instaurados para punir supostos envolvidos naquelas manifetações, grampeados pelos serviços de inteligência. Pelo andar da carruagem das bisbilhotagem e eventuais punições, ficava claríssimo o viés seletivo dessas investigações, atingindo, majoritariamente, atores ligados aos movimentos de esquerda. 

Salvo melhor juízo, algumas pessoas ainda estão encrencadas juridicamente por atos relativos àquelas mobilizações. Acreditamos que, por aquela época, já estava se desenhando o apagão democrático que presenciríamos nos anos seguintes, em especial por ocasião do Golpe Institucional de 2016 e o Governo de Jair Bolsonaro logo em seguida. Conforme observávamos naquele momento- mesmo sem ser agente da ABIN - tudo estava sendo milimetricamebte planejado e executado. Não havia improviso, embora houvesse algumas trapalhadas, típicas do despreparo dos atores envolvidos nas operações. 

Até mesmo por ocasião do planejamento da tentativa de golpe de 2023, algumas dessas trapalhadas foram verificadas, como, por exemplo, as mensagens trocadas entre os conspiradores e as minutas de golpe que ficavam nas xérox para reprodução, como se fzia em nossa época de estudante, quando os professores deixavam o material para as aulas seguintes. Certo estava mesmo o Deputado Federal Pedro Aleixo, que afirmou, quando do recrudescimento do Regime Militar, em 1967, com a instituição do AI-5, que não confiava mesmo era no guarda da esquina. 

Em 2013 havia um agente infiltrado entre os manifestantes da esquerda, encarregado de grampear telefones e acompanhar as movimentações dos "companheiros". Numa dessas conversas, ele ouviu a menção ao nome de um tal Karl Marx. Não teve dúvida, em seu relatório, ao  sugerir o indiciamento desse indivíduo perigoso. A Casa Civil da Presidência da República, numa medida acertadíssima, determinou a exoneração dos agentes públicos envolvidos nessas operações irregulares da ABIN. É preciso ficar atento, no entanto, ao fato de que eles provavelmente cumpriam ordens, sendo necessário, por conseguinte, apurar e adotar medidas concretas contra eventuais superiores envolvidos. 

O bolsonarismo transformou as instituições públicas brasileiras em charcos autoritários, onde, à revelia de princípios legalistas ou republicanos, as práticas asseditavias tornaram-se recorrentes, sob o beneplácito dos gestores - alguns deles ideologicamente identificados com o bolsonarismo - naquilo que classificamos como "assédio institucionalizado", atingindo atores que, sabidamente, não coadunavam com tal ideologia. Isso é grave. Gravíssimo. Sobretudo quando tais missões foram delegadas aos guardas da esquina, como sugeria Pedro Aleixo. O caso verificado na ABIN se extendeu para outras repartições, como prática de um desgoverno fascista, autoritário, sem o menor compromisso com os princípios que deveriam reger o serviço público. Causa asco observar, mesmo no Governo do PT, alguns desses atores ocupando espaço relevante na máquina pública.   

sexta-feira, 20 de outubro de 2023

Editorial: As metralhadoras foram encontradas. No Rio de Janeiro e apenas 08 delas.



O Brasil é um país que não se pode explicar pelas teorias mais convencionais. Com muita propriedade se diz que o Brasil não é para amadores. Não faz muito tempo, vários fuzis foram encontrados na Zona Norte do Rio, mas que pertenciam a um morador da residência da Vivenda da Barra, acusado de chefiar grupo de milícia, em circunstâncias que expunham a vulnerabilidade da segurança nacional. Na mesma Barra, há alguns dias, três médicos foram assassinados, segundo acredita-se, por engano, a mando do crime organizado. O justiçamento dos executores trapalhões viria logo em seguida, por ordem expressa dos chefões, através de vídeo conferência transmitida de dentro do sistema penitenciário. 

Em Barueri, numa unidade do Exército Brasileiro, 25 metralhaorda foram roubadas, algumas das quais utilizadas como armamento de guerra, capaz de atingir e derrubar aeronaves. A unidade foi aquartelada durante dias, com os militares sem comunicação, até que os fatos fossem devidamente esclarecidos. Pelo que se sabe até o momento, as investigações concluíram o óbvio, ou seja, a inevitável facilitação da ação. Afinal, trata-se de armamento pesado, em expressiva quantidade, o que seria humanamente impossível serem transportados manualmente. 

Agora vem a notícia de que as metralhadoras foram encontradas no Rio de Janeiro, depois de uma ação da Polícia Civil. No entanto, apenas 08 delas teriam sido encontradas, o que não minimiza os problemas daí decorrentes, como o fato de elas se encontrarem em poder de gente ligada ao crime organizado. Objetivamente, em proporções menores, não são incomuns essas ocorrências. Incontáveis militares já perderam a farda por práticas similares, num indicativo do grau de contaminação do aparelho de Estado.

P.S.: Contexto Político: Não afirmamos acima que este país é surreal? O militar envolvido com o sumiço das metralhadoras foi transferido involuntareamente  para o Ceará. Como diria o comendador Arnaldo, isso lá é punição?   

Editorial: A bisbilhotagem ilegal da Agência Brasileira de Informações.



Não surpreende os eventuais excessos cometidos pelo governo anterior, principalmente quando se discute o aparato de segurança e informação do Estado. Vejam, por exemplo, as informações desencontradas acerca dos episódios envolvendo a tentativa de golpe do 08 de janeiro, onde várias hipóteses foram levantadas em relação aos chamados informes de segurança,  como os possíveis relatórios falsos, além de outras irregularidades que não puderam ser esclarecidas, de todo, com o trabalho realizado pela CPMI das Atos Antidemocráticos. 

Pelo andar da carruagem política, estávamos tratanto aqui apenas da ponta iceberg, a julgar pelas operações realizadas pela Polícia Federal, com autorização do Ministro Alexandre de Moraes, numa ocorrência que diz respeito às possíveis monitoramentos irregulares de políticos, jornalistas e desafafetos do Governo Jair Bolsonaro. Vamos deixar bem claro que não estamos tratando aqui da ABIN enquanto instituição de Estado. Na realidade, a operação desencadeada pela Polícia Federal, que chegou a prender dois agentes do órgão, sugere a ocorrência de uma equipe que operaria nos subterrâneos, cometendo alguns excessos que podem ser tipificados como crime. 

O curioso é que, supostamnte eles utilizavam um sietema de rastreio de celulares desenvolvidos pelo serviço secreto israelense, o Mossad. Fica mais uma vez claro que a maior conquista da sociedade brasileira nas eleições presidenciais passadas foi a de impedir que esse monstro, que estava em processo de gestação, ampliasse seus tentáculos, o que significaria, certamente, o desmonte, institucional, a perseguição velada aos adversários ou desafetos, a abolição do Estado Democrático de Direito, estado policialesco, quando não coisas ainda piores, como se sugere a um regime com tais características, que não tem adversários, mas inimigos a serem eliminados.  

Editorial: OCDE aponta viés político da Operação Lava Jato.



Institucionalmente, a Operação Lava-Jato ainda está de pé. Tanto isso é verdade que, até recentemente, foi nomeado um outro juiz para a condução dos trabalhos. Uma das preocupações do magistrado seria proceder investigações internas, que pudessem apontar possíveis equívocos de procedimentos cometidos pelos seus antecessores, o que rendeu rusgas, escaramuças e muita tinta gasta pelos órgãos de imprensa, além, claro, das disputas de narrativas pelas redes sociais. O juiz indicado desejava corrigir os equívocos e imprimir novos rumos aos trabalhos da operação. Estava bem intencionado, embora, sobretudo neste país, isso pode ser um problema.  

Sem querer melindrar por aqui - o verbo da moda, como se sabe - o fato é que a Operação Lava Jato está "bixada". Já foram jogadas todas as pás de cal sobre o seu túmulo, a começar pela mais Alta Corte do país. Agora foi a vez da OCDE - Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - que aponta  equívocos como o do viés político nos seus procedimentos. O Brasil participa, mas não integra como membro a OCDE, em razão de alguns requisitos que o país ainda não cumpre. os índices de aproveitamento escolar dos alunos, por exemplo, é um deles. Nossa educação básica ainda patina em alguns quesitos. 

A OCDE, como diria o sociólogo Pierre Bourdieu, possui um capital simbólico bastante expressivo, daí a repercussão alcançada pelo seu pronunciamento em torno do assunto. Entre os formadores de opinião, fica cada vez mais nítido o viés político daquela operação, que atropelou princípios jurídicos rudimentares em sua sanha de atingir determinados atores.     

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Editorial: Hélio Doyle demitido da EBC por retuitar Carlos Latuff.



Não faz muito tempo, publicamos por aqui uma postagem enaltecendo o trabalho incansável do cartunista Carlos Latuff em favor da Causa Palestina. Entrincheirado, apenas com as armas do seu talento, Carlos Latuff trava uma guerra desigual contra setores da grande imprensa, que assumem uma postura tendenciosa em defesa do Estado Judeu. Setores da grande imprensa, registre-se, mancumunados com os interesses do grande capital e de algumas potências mundiais. Uma batalha desigual, assim como a luta do grupo Hamas contra as forças militares incomparavelmente superiroes à disposição do Estado de Israel. 

É preciso até tomar alguns cuidados por aqui, uma vez que tratar o Hamas como grupo ou movimento pode suscitar a ira dos bolsonaristas radicais tupiniquins, majoritariamente identificados com o Estado Judeu. Basta isso para eles soltarem os pitbulls contra os petistas. No dia de hoje, com o traço sempre genial que o caracteriza, o cartunista Laerte publicou, na jornal Folha de São Paulo, uma charge sobre o ataque ao hospital da Faixa de Gaza onde morreram 500 pessoas. De fato, agora pouco importa de onde partiram os disparos de mísseis. O que temos a lamentar é essa tragédia de vidas perdidas nessa guerra insana. Uma grande calamidade se abateu sobre o povo palestino. 

Acreditamos que nem na época mais dura da represssão militar - alí pela década de setenta do século passado, o onde havia oficialmente a censura - se atentou contra os artistas do traço. Nesses tempos bicudos e confusos que o país atravessa, a regra foi quebrada. Durante o Governo Bolsonaro, salvo melhor juízo, o cartunista Renato Aroeira recebeu processo por uma de suas charges. Agora foi a vez do jornalista Hélio Doyle perder o seu emprego na EBC - Empresa Brasileira de Comunicação - por retuitar uma mensagem do cartunista Carlos Latuff. Tempos difíceis. Integrantes do Governo Lula ainda terão que se explicar na Câmara dos Deputados por declarações relativas ao conflito. Circula, nas redes sociais, a agressão de um assessor parlamentar a uma senadora governista que comemorava a aprovação do relatório da CPMI dos atos antidemocráticos do 08 de janeiro.  

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Editorial: As narrativas em torno do ataque ao hospital da Faixa de Gaza.



Prossegue a guerra de narrativas em torno do ataque criminoso ao hospital na Faixa de Gaza, que resultou na tragédia da morte de 500 pessoas. O ataque, naturalmente, suscitou o clamor humintário em escala global. Em sua defesa, o Estado de Israel emite comunicado de que o ataque não teria sido de sua responsabilidade, mas provocado pela Jihad Islâmica, decorrente de uma falha técnica, de um míssil que seria dirigido aos ataques ao Estado Judeu. Além da participação do Hamas, declaradamente em guerra contra Israel, difícil fazer aqui alguma avaliação sobre a efetiva participação de outros grupos organizados palestinos em torno do conflito. São poucas - e talvez infundadas - a participação, por exemplo, do Hezbollah. Nem mesmo as lideranças desses grupos admitem abertamente ter entrado no conflito. 

Conforme antecipamos em outras postagens, a guerra de narrativas é um componente inerente aos conflitos. Todas as hipóteses são lançadas, inclusive, em alguns casos, para conquistar a opinião pública. Se, de fato, podemos atribuir o episódio ao Estado Judeu, foram incontáveis os protestos, até mesmo de chefes de Estado, como Recep Erdogan da Turquia, além de manifestações de governos, como o Irã, notório inimigo de Israel, ao afirmar que o Estado Judeu havia superado todos os limites.

A Faixa de Gaza está vivendo uma calamidade, como já seria previsto, depois das ameaças e ataques de Israel. Falta alimentos, falta remédios e até água. O Estado de Israel determinou a evacuação da área, em poucas horas, de uma população de milhões de pessoas, algo humanamente impossível.  

Charge! Ibrahim Tuncay via Facebook

 


terça-feira, 17 de outubro de 2023

Editorial: O relatório da CPMI dos Atos Antidemocráticos do 08 de janeiro.



Numa das vezes em que esteve aqui em Pernambuco, logo nas primeiras horas da manhã, o ex-presidente Jânio Quadros resolveu fazer uma visita de cortesia ao sociólogo Gilberto Freyre, em seu imponente Casarão, localizado no bucólico bairro de Apipucos, no Recife. Jânio tinha uma verdadeira veneração pelo sociólogo, mas já teria chegado ao recinto "mamado', o que o impediu de experimentar o tradicional de licor de pitangas servido aos convidados e visitantes. Segundo dizem, o licor era preparado pelo próprio sociólogo, com pitangas recolhidas do seu quintal, seguindo um ritual específico e nunca compartilhado. 

O licor geralmente era servido acompanhado do famoso bolo pão de ló. A lista de personalidades importantes que experimentaram tal licor é enorme. Amigos pessoais, cineastas, escritores, filósofos, políticos, entre outras personalidades, como Jean-Paul Sartre, Jorge Amado, José Lins do Rego, Sérgio Buarque de Holanda, Federico Felllini, Albert Camus, Aldous Huxley. O espaço deste editorial seria pequeno se resolvêssemos citar todos os nomes que passaram por ali. 

A trajetória política de Jânio Quadros, como se sabe, é impressionante. Saiu de vereador à Presidência da República. Quem cumpre tal rito, precisa conhecer muito sobre o país. E Jânio conhecia bem o país, ao ponto de considerar que as coisas por aqui se assemelhavam a uma espécie de hímen complacente, ou seja, o Brasil é um país que nunca rompe. Lembramos dessa citação do ex-presidente ao nos aprofundarmos um pouco mais sobre a a vida privada da instituição criada pelo sociólogo. Num trabalho de garimpagem, com muita paciência, aqui e ali, estamos descobrindo coisas curiosas e surpreendentes. 

O Brasil é o país do eterno adiamento, da rodada seguinte, onde tudo se resolve com um tapinha nas costas, como costuma enfatizar o comendador Arnaldo. Na realidade, não se resolve. Formou-se uma grande expecativa em torno do relatório da senadora Eliziane Gama(PSD-MA), lido na manhã de hoje, 17, por ocasião do encerramento dos trabalhos da CPMI dos Atos Antidemocráticos do 08 de janeiro. Em razão dessa nevrálgica relação entre poder militar e poder civil, a grande questão seria como o relatório iria se comportar em relação aos militares que, comprovadamente, atentaram contra as instituições democráticas do país.

O tal hímen complacente, ao qual se referia o ex-presidente, não funcionou por aqui. A senadora sugere o indiciamento de todos os militares envolvidos diretamente naqueles episódios. A questão agora é saber se este hímen se manterá complacente nos próximos passos ao da apresentação do relatório, corfirmando a conclusão do ex-presidente. O esperneio será grande e as reações já começaram hoje, dia 18, pelas redes sociais.     

Charge! Alajili Elabidi via Facebook!

 


Editorial: Bancada da Lacração.



Existem algumas bancadas bem definidas no Congresso Nacional, a exemplo da Bancada da Bala, da Bíblia, do Agro, entre outras. Talvez possamos inserir aqui uma outra bancada, a Bancada da Lacração, formada por um conjunto de parlamentares que se identificam com algumas causas bem específicas, que não propõem nada além disso e utilizam aquele espaço apenas para se locupletarem das benesses auferidas pelo cargo, transformados em verdadeiros picadeiros para as suas performances

Depois dessas exibições, logo seus seguidores ocupam suas redes sociais para replicarem tais "posições", sempre dentro do politicamente correto, conforme suas convicçções. Um deles ganhou mais de trinta mil seguidores depois de suas atitudes transfóbicas em pleno plenário. É expressivo o número de parlamentares que podem ser perfilados neste perfil, daí a sugestão de identificá-los como a Bancada da Lacração. Se fizermos um esforço, talvez encontremos um substantivo iniciado com a letra "B", para rimar com as demais bancadas. 

Por ocasião das manobras institucionais turvas que ocorreram em 2016, quando da derrubada da presidente Dilma Rousseff, depois de algumas leituras, chegamos à conclusão de que havia uma bancada fortíssima, com maior concentração de atuação aqui na região Nordeste, que teve um papel decisivo na derrocada da ex-presidente. Era uma bancada "escravocrata", por sua identificação com práticas de trabalhos análogos à escravidão. Observem que a tal Lista Negra do Trabalho escravo foi praticamente engavetada no Governo do ex-presidente Temer. 

O curioso é que o mesmo zelo ou intransigência dessa bancada em defesa de algumas teses não se aplica ao uso do dinheiro público, a julgar por algumas denúncias que estão chegando ao público. Um deles poderia trocar facilmente de profissão. Poderia ser perfeitamente um piloto de fórmula um, uma vez que existem notas de abastecimento - com dinheiro do erário - do seu automóvel, em Brasília e em Belo Horizonte quase que no mesmo horário. Os internautas calcularam que ele deveria ter desenvolvido velocidade de jato para materializar a proeza, o que sugere a eventualidade de malversação.  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Editorial: O drama humanitário dos civis da Faixa de Gaza.

 


Estima-se que mais de um milhão de palestinos já tenha saído do Norte em direção ao Sul da Faixa de Gaza, depois do ultimato do Estado de Israel. Não há apelo diplomático ou recomendação de organismos internacinais - como a ONU, por exemplo - capaz de convencer o Estado Judeu de que uma carnificina está prestes a ocorrer sem precisar disparar um tiro sequer. Não se procede uma evacuação gigantesca como esta sem consequências óbvias. Israel, por outro lado, parece irresoluto em sua decisão de varrer o Hamas do mapa, independentemente dos danos colaterais, como se convenciou tratar o massacre da população civil palestina, o que tem provocado protestos e condenações em diversos países.   

A situação é caótica, uma vez que a ajuda humanitária tem dificuldade de chegar aos desabrigados; países como o Egito não suportaria recepcionar tanta gente; tampouco o Estado Judeu compreende a dimensão da tragédia humanitária que se avizinha. Neste intervalo, segue a grande discussão do momento, resumida a uma guerra de narrativas em torno do assunto, o que não conduzirá a uma equação do problema. A China e outros países já voltaram a bater na tecla da criação de um Estado Palestino livre e soberano, sem o qual não há solução aparente. 

Numa entrevista recente, o nosso assessor do Ministério das Relações Exteriores, Celso Amorim, teve que fazer uma ginástica linguística dos diabos para tentar explicar alguns pronunciamento de autoridades brasileiras em torno do assunto. Algumas dessas autoridades terão que se explicar à oposição, uma vez que os requerimentos já foram encaminhados. Melhor e mais produtivo seria se a Oposição se unisse ao Governo Brasileiro, que vem se conduzindo bem em relação ao conflito no Oriente Médio. Infelizmente, neste clima de beligerância, eles não perdem uma oportunidade de assacar o Governo.     

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


Editorial: Eu acho é pouco. Eu quero é "BIS".



Nem os chocolates escapam dessas indisposições entre petistas e bolsonaristas. E olha que não estamos falando aqui daquela franquia conhecida, onde um notório bolsonarista conseguia a proeza de obter balanços com faturamentos similares em todas as épocas do ano. Tinha coelhinho da Páscoa todos os dias. No dia de ontem, as redes sociais foram tomadas por uma verdadeira campanha de bolsonaristas no sentido de incentivarem o boicote ao chocolate da marca BIS. No início, ficamos sem entender muito bem,mas, logo em seguida, surgiu a motivação da campanha. Felipe Neto, influencer apoiador da campanha de Lula e do Governo Lula, tornou-se garoto-propagana da marca de chocolate, provocando a ira entre os bolsonaristas. Os petistas não são tão ativos quantos os bolsonaristas, mas também produzem um bom barulho quando provocados. 

Logo veio a resposta, desta vez não apenas enfatizando as qualidades do chocolate, mas pegando uma deixa criativa para sugerir a reeleiçao de Lula nas próximas eleições presidenciais de 2026, ou seja, eu quero é BIS. Até senadores da República se engajaram na campanha, como foi o caso de Randolfo Rodrigues e Humberto Costa, que aparecem elogiando o chocolate em seus perfis. Pesquisa recente do Instituto Paraná Pesquisas constata que o clima de animosidade deve persistir até as próximas eleições de 2026. Simplesmente não há espaço no eleitorado brasileiro para a afirmação de uma terceira-via. 

Possivelmente o morubixaba petista alimenta expectativas de se manter no poder. A questão é saber se as condições de saúde permitiriam. A forma como ele se recuperará da última cirurgia poderá ser um indicador confiável neste sentido. O grupo mais próximo ao líder petista - aqueles que desejam ser ungidos - fazem seus planos apenas para 2030. Curiosa a constatação dos analistas do Instituto Paraná Pesquisas de que, na realidade, falta aos aspirantes da terceira-via um discurso ou uma plataforma programática com a qual parcela do eleitorado venha a se identificar. É preciso aprofundar essa questão, uma vez que, não se pode dizer que o ex-candidato Ciro Gomes(PDT-CE) não tentou construir essa alternativa, indicando, claramente, seus diferenciais entre as duas alternativas que polarizaram as últimas eleições presidenciais. Ciro tinha o programa de governo bem mais arrumado entre os postulantes. Quanto mais batia, mas eles cresciam e se distanciavam do cearense. Ciro, de longe, era o candidato mais bem preparado entre eles. Na nossa modesta opinião, falta mais alguma coisa para explicar essa reação do eleitorado a uma terceira-via.      

domingo, 15 de outubro de 2023

Editorial: Em tempos de radicalização, o PCO se declara 1000% Hamas.



O Partido da Causa Operária ainda se coloca como um partido ideologicamente orientado, situado ali no escopo da extrema-esquerda. Continua mantendo suas desconfianças em termos do processo de institucionalização, imposto pela democracia burguesa, embora dele participe, apesar de ainda não ter eleito representantes no plano nacional. Se o antropólogo Gilbert Durand estivesse entre nós, diria  que se trata apenas de uma questão de tempo para o partido integrar a bacia semântica. O fato é que já faz algum tempo que o partido continua mantendo sua linha radical de atuação, formalmente constituído como partido, mas atuando numa linha tênue, que beira a clandestinidade. 

Com o seu presidente Rui Pimenta não tem meios termos ou posturas diplomáticas. Enquanto o Governo enfrenta grandes dificuldades por se mostrar reticente em condenar os ataques ou classificar o grupo Hamas como um grupo terrorista, o PCO já se declarou 1000% Hamas. Não ter rabo preso com a Oposição ou com o Governo, encontrar-se livre das amarras institucionais -o partido não tem represetante no parlamento - ajuda a legenda a manter esse posicionamento mais claro sobre grandes temas. Um desprendimento que ajuda a se posicionar nessas ocasiões. 

Segundo algumas matérias dos grandes jornais, no dia de hoje, 15, a Oposição afina a pena nas convocações de membros do Governo para se pronunciarem sobre os comunicados dúbios emitidos sobre o conflito no Oriente Médio. Pesa contra o PT o fato de alguns integrantes da legenda declararem abertamente suas simpatias pela Causa Palestina, que é bastante diferente de apoiar atos terroristas, mas a Oposição dá sempre um jeitinho de distorcer os fatos. Afinal, eles são especialistas nisso. Que especialistas em disseminar fake news procedam dessa forma até se entende. O pavoroso é observar que setores da imprensa embarcarem nas narrativas em defesa de práticas genocidas, apontando massacres de seres humanos como efeitos colaterais ou "danos", "relativisando" essas atrocidades. Se cometidas pelo Hamas, um crime hediondo. Se cometidas pelo Estado Judeu, "dano".  Isso não é jornalismo, mas canalhice. 

Editorial: Quantos relatórios, afinal, teremos sobre as conclusões da CPMI dos Atos Antidemocráticos?



Uma CPI não consegue produzir bons resultados por inúmeos fatores. A CPMI dos Atos Antidemocráticos do 08 de janeiro mereceria uma análise mais aprofundada quando se discute os seus resultados, sobretudo num país como o nosso, de forte tradição autoritária, marcado por uma relação sempre nevrálgica entre poder civil e poder militar. Em sua reta final, todos estavam torcendo pelo fim dessa CPMI, alguns até considerando que ela já havia acabado muito antes, quando o Governo manobrou para que alguns atores não fossem ouvidos durante as sessões, assim como deixou de fornecer dados importantes para o andamento dos trabalhos, como as famosas fitas requisitadas, que nunca chegaram à CPMI ou chegaram, mas com dados comprometidos ou insuficientes. 

Acredita-se, por outro lado, que os militares também fizeram um lobby em favor de membros da tropa envolvidos naqueles episódios. Na reta, final, atores importantíssimos deixaram de ser ouvidos, o que, em si, pode significar um comprometimento do resultado dos trabalhos. Isentamos aqui o seu presidente, o competente Deputado Federal Arthur Maia(UB-BA, dos eventuais resultados pífios alcançados. Os problemas enfrentados pela CPMI não são de sua responsabilidade.  Ele deu o melhor de sua habilidade política na presidência, fato que mereceu o reconhecimento até da barulhenta oposição.    

Na terça-feira, 17, o relatório oficial será apresentado, mas já estão sendo divulgados ou antecipado pela imprensa que teremos outros tantos, os não-oficiais ou paralelos, em sua maioria partindo da oposição. Pelo andar da carruagem política, seja lá de que lado vierem esses relatórios, podemos concluir que eles, muito provavelmente, serão contemporizadores em relação a alguns atores que tiveram participação ativa naqueles episódios, ervas daninhas que continuarão a vicejar, permitindo abertura para novas investidas de caráter autoritário.   

Charge! Quinho via Twitter!

 


sábado, 14 de outubro de 2023

Editorial: Crise de segurança pública instaurada no país.


Há poucos dias atrás, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, deixou de comparecer a uma audiência pública, convocada pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, da Câmara Federal. Para nós, enquanto sociedade civil, a sua ausência foi muito sentida. Para os parlamentares presentes, todos da oposição, a postura do ministro foi veementemente condenada, sob os "aplausos" de todos os presentes, numa sessão digna da bancada da Bala. As rusgas entre o parlamento e o ministro permanecem. Ou, em particular, para sermos mais precisos, entre o ministro e setores mais radicais da oposição, aqueles mais alinhados ao bolsonarismo. A briga é feia, uma vez que essa bancada é composta de militares ou representantes das polícias militares e civis estaduais, gente com uma determinada espertise no enfrentamento do crime organizado. 

Lamentamos, mas por outro lado, conforme já afirmamos em outra oportunidade, a audiência certamente não chegaria a bom termo, em razão do clima marcadamente de beligerância entre Governo e Oposição. O cara não seria convocado para ser ouvido, mas para ser ultrajado. Os índices de violência estão pipocando em alguns estados da federação, em particular em estados como a Bahia e o Rio de Janeiro. Até recentemente, por um descuido do Poder Judiciário, um desembargador autorizou a soltura de um suspeito de liderar a facção criminosa conhecida como Bonde do Maluco, que aterroriza o estado da Bahia. Quando um outro desembargador revogou a decisão, já era tarde. 

Uma pena que  estados como o Rio de Janeiro e a Bahia estejam enfrentando tal situação. Tomar um chopp com os amigos no Rio Vermelho, ao lado da estátua de Jorge Amado e Zélia Gattai tornou-se uma missão complicada. Tardes em Itapuã apenas nas músicas do inesquecível Venícius de Moraes. Agora vem a cereja do bolo, digamos assim, dessa crise de segurança pública, que nos parece definitivamente instaurada: 25 metralhadores do arsenal do Exército Brasileiro, de sua unidade de Barueri, foram furtadas. São metralhadoras antiaérea que podem estar em mãos da bandidagem. Uma temeridade.  

Editorial: Latuff: O talento em defesa de uma causa.



Infelizmente, em escala global, a imprensa está tomando partido em relação ao conflito no Oriente Médio. Na realidade, estamos tratando aqui, ao constatarmos este fato, não de jornalismo, mas de propaganda velada, como advertia o escritor George Oswell. Alguém, por exemplo, que sugere que o que ocorre em relação aos ataques dos Hamas a Israel são mortes e classifica como danos os ataques do Estado Judeu aos habitantes da Faixa de Gaza - que já ceifaram mais de 2000 mil vítimas, entre as quais crianças, mulheres e cidadãos da sociedade civil sem ligações com o Hamas - deve ser levado muito a sério, pois está prestando um grande deserviço à população. Este não seria o único caso de "jornalistas" com este perfil deste canal de comunicação. Trata-se aqui de uma linha editorial em defesa das atrocidades cometidas pelo Estado de Israel na Faixa de Gaza. Bastante pontual, o indivíduo chegou a defender que não se deve chegar ao fim dos conflitos pelas vias diplomáticas. Pensamos que ele ainda não está satisfeito com o massacre da população civil palestina.  

É neste contexto que assume uma importância singular o trabalho do cartunista Carlos Latuff, diuturnamente trabalhando nas redes sociais, usando de todo o seu talento, para desconstruir essas narrativas enganosas sobre o conflito. Um canal de TV indiano realizou uma matéria sobre o trabalho do cartunista, que pode ser conferido em suas redes sociais, assim como em alguns veículos onde ele é publicado no Brasil. Até gestões diplomáticas já teriam sido implementadas no sentido de se assegurar o direito do povo palestino de se pronunciarem sobre o conflito, garantindo seu direito de fala em alguns veículos de comunicação de perfil marcadamente tendencioso. A profusão é tanta que nem precisamos citá-los por aqui, uma vez que o nossos leitores são bem-informados. 

Para este "jornalista", profeta do caos, convém esclarecer que até a ONU já se pronuciou sobre a eventual carnificina que irá significar retirar mais de um milhão pessoas, em poucas horas, da Faixa de Gaza, conforme determinou o Governo de Israel. Presenciaríamos uma calamidade. Um outro aspecto a ser considerado são os eventuais ataques terroristas pelo mundo. Há poucas horas, o Museu do Louvre precisou ser evacuado sob a ameaça de um possível bomba em suas instalações. Já vimos este filmes antes e não foi nada agradável tal retrocesso civilizatório. O melhor que se tem a fazer é reconhecer os direitos dos palestinos, instituindo um Estado livre e soberano para o seu povo.     

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Charge! Latuff via Twitter!

 


Editorial: Decisão judicial põe em liberdade Ednaldo Freire Ferreira, acusado de chefiar a facção Bonde do Maluco.



Os Três Poderes da República passam por um momento delicado. Ninguém mais se entende e ainda há aqueles atores que preferem atuar como incendiários, quando a atuação dos bombeiros seria o mais apropriado nesses momentos bicudos. Faz falta um grande pacificador neste momento, alguém capaz de desarmar os espíritos em estado de guerra. A recente ausência do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a uma sessão da Comissão de Segurança Publica da Câmara dos Deputados, produziu nos parlamentares presentes no plenário, todos de oposição,uma espécie de cartase, cada qual procurando se esmerar nos impropérios dirigidos ao ausente. Coisas para tirar as crianças da sala, uma vez que posturas republicanas e civilizadas andam distante do nosso parlamento nos últimos anos.  

Como sociedade civil, lamentamos a ausência do ministro - já tínhamos até preparado a pipoca - mas, como diria um ex-lutador de box pernambucano, caso o senhor Flávio Dino estivesse presente, seria "estraçaiado". Assim mesmo, literalmente. Nossa previsão é que o andamento dos trabalhos não chegaria a bons termos, possivelmente um cálculo que estava no radar do Ministro Flávio Dino. O Minstro faz um trabalho exemplar em sua pasta, mas agora está tendo que lidar com um problema complexo: os altos índices de violência que estão recrudescendo no país. Não se trata de uma questão de fácil enfrentamento e os resultados também demoram décadas a aparecer nas estatísticas. 

Existem algumas variáveis concernentes a este fenômeno que fogem completamente ao controle dos gestores públicos, uma vez que o crime organizado corrompe o aparelho de Estado em suas diversas esferas. O grau de contaminação é tão corrosivo que chega-se a um estágio onde não se sabe o que é um coisa nem outra. O Brasil já está repleto dessas zonas cinzentas, onde o papel do Estado é exercido pelas milícias ou traficantes de drogas. Moradias, transporte, acesso à internet, energia e até a água já estão sob o controle desses grupos organizados. Até recentemente, foi morto, em confronto com policiais, um ex-policial conhecido como Batoré, que controlava o serviço de vans numa dessas favelas. Ficamos espantado com o montante que este cidadão movimentava apenas com as taxas cobradas para autorizar o transporte de passageiros na comunidade onde ele atuava. Os exemplos desse contágio pernicioso são inúmeros. Lembram do caso daquele famoso batathão que só aplicava a lei aos traficantes que não pagavam propina. 

Na última incursão das Polícias Civil e Militar nos complexo de favelas do Rio de Janeiro, apenas 06 mandados de prisão foram cumpridos, quando havia mais de cem deles emitidos. O mesmo sistema também funciona nos complexso prisionais, onde a morte de desafetos são determinadas através de vídeo-conferência, como ocorreu recentemente, pelos chefões de facções. Em Pernambuco, nenhum governo se atreveu a enfrentar a figura dos "Chaveiros", que são apenados que cumprem pena e impõe a disciplina nas unidades presionais. Não há como mudar tal situação, a começar pelo déficit de policiais penais atuando nos presídios, em proporções bem aquém do necessário.  

Na Babia, estado que enfrenta gravíssimos problemas de segurança pública, num desses plantões judiciais, um desembargador resolveu relaxar a prisão de Ednaldo Freire Ferreira. Quando um outro desembargador se deu conta do problema, já era tarde demais. O rapaz, que foi detido aqui em Pernambuco, é simplesmente o fundador e chefe da facção do BDM - Bonde do Maluco, que aterroriza o estado. Existem outras situações preocupantes, como processos de criminosos de alta periculosidade que estão sumindo dos computadores.   

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 11 de outubro de 2023

René Georges Hermann-Paul!

 


Editorial: O grupo Hezbollah entra no conflito entre Israel e Hamas.



Oficialmente, o Estado de Israel ainda não admite a entrada do grupo Hezbollah no conflito, embora as sirenas estejam soando no norte do país, alertando a população sobre eventuais ataques. Em situações de guerra é sempre prudente tomar alguns cuidados com as narrativas, por razões óbvias. Por outro lado, já não se pode confiar na inteligência do Estado judeu como antes. O fato é que, para os analistas do conflito, não resta mais quaisquer dúvida sobre a entrada do grupo Hezbollah no conflito, atuando a partir de bases no Líbano ou na fronteira da Síria. E o que isso signifca, afinal? 

Israel tem o maior e mais bem preparado exército do Oriente Médio, mas as coisas tendem a se complicar a partir deste momento. O grupo Hezbollah é bem mais preparado e armado do que o grupo Hamas. Um exército treinado sistematicamente para enfrentar o inimigo sionista. De imediato, Israel enfrenta dois problemas: a incursão por terra, através da Faixa de Gaza - operação de alto risco, embora cada vez mais necessária - em razão das escaramuças preparadas pelo grupo Hamas e as dificuldades apresentadas pelo próprio solo, um estreito onde os flancos tornam o terreno vulnerável, facilitando os ataques dos adversários. E, agora, a necessidade de defender o lado norte, impondo-se o ataque sistemático às posições do Hezbollah no Líbano - ou na Síria, o que seria pior - o que pode significar uma carnificina de civis inocentes mortos nesses ataques.

Diante das circunstâncias, os alvos preferenciais tornam-se uma escolha difícil. Outro grande problema diz respeito aos reféns, comprovadamente admitidos. O Hamas promete executá-los, caso não cessem os ataques a civis no Líbano. Nem na guerra dos Seis Dias Israel enfrentou um conflito com tamanha complexidade. Pegos de surpresa pelos ataques, eles ainda estão "aturdidos", à procura de Moshe Dayan, aquele general do tapão no olho.