Não surpreende os eventuais excessos cometidos pelo governo anterior, principalmente quando se discute o aparato de segurança e informação do Estado. Vejam, por exemplo, as informações desencontradas acerca dos episódios envolvendo a tentativa de golpe do 08 de janeiro, onde várias hipóteses foram levantadas em relação aos chamados informes de segurança, como os possíveis relatórios falsos, além de outras irregularidades que não puderam ser esclarecidas, de todo, com o trabalho realizado pela CPMI das Atos Antidemocráticos.
Pelo andar da carruagem política, estávamos tratanto aqui apenas da ponta iceberg, a julgar pelas operações realizadas pela Polícia Federal, com autorização do Ministro Alexandre de Moraes, numa ocorrência que diz respeito às possíveis monitoramentos irregulares de políticos, jornalistas e desafafetos do Governo Jair Bolsonaro. Vamos deixar bem claro que não estamos tratando aqui da ABIN enquanto instituição de Estado. Na realidade, a operação desencadeada pela Polícia Federal, que chegou a prender dois agentes do órgão, sugere a ocorrência de uma equipe que operaria nos subterrâneos, cometendo alguns excessos que podem ser tipificados como crime.
O curioso é que, supostamnte eles utilizavam um sietema de rastreio de celulares desenvolvidos pelo serviço secreto israelense, o Mossad. Fica mais uma vez claro que a maior conquista da sociedade brasileira nas eleições presidenciais passadas foi a de impedir que esse monstro, que estava em processo de gestação, ampliasse seus tentáculos, o que significaria, certamente, o desmonte, institucional, a perseguição velada aos adversários ou desafetos, a abolição do Estado Democrático de Direito, estado policialesco, quando não coisas ainda piores, como se sugere a um regime com tais características, que não tem adversários, mas inimigos a serem eliminados.
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