pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Editorial: Lula sofre a maior derrota no Congresso.


Em poucas horas, o Poder Legislativo infringiu uma derrota acachapante ao Governo Lula, derrotando o seu veto à desoneração da folha, ao Marco Temporal, às mudanças no ensino médio, além de imperrar a tramitação da reforma tirbutária. Entre os dias 11 e 12 de dezembro, segundo informações dos perfis do Deputado Federal Chico Alencar, o Governo Lula liberou algo em torno de R$ 9,9 bilhões em emendas parlamentares. Pelo andar da carruagem política, o esforço se mostrou insuficiente para reverter situações desfavoráveis na Câmara e Senado Federal. Já afirmamos por aqui em outras ocasiões que a Oposição parece ter decidido que chegou o momento ideal de fustigar o Governo Lula, aplicando um torniquete no Congresso e saindo às ruas para protestar contra atos do Governo e do Poder Judiciário. Como se sabe, pelo raciocínio dos bolsonarista, há um "consórcio" por aqui.  

Gente muito próxima ao núcleo duro do morubixaba petista pode ter chegado à mesma conclusão, a exemplo da Deputada Federal Gleisi Hoffmann, que, em discurso, quando da Conferência Eleitoral que o partido organizou recentemente, visando as eleições municipais do próximo ano, sugeriu que, guardada as devidas circunstâncias e seguindo a linha do austericídio,  Lula poderia ter o mesmo fim da ex-presidente Dilma Rousseff, quando desingavetaram um processo de impeachment contra ela. Neste momento, a dirigente nacional da legenda entrou em rota de colisão com o Ministro da Fazenda Fernando Haddad. Há quem tenha sugerido que a cabeça do ministro tenha sido pedida a Lula. Lula não a entregou e pode ter havido algum exagero por aqui. 

Se nos permitem os leitores, a trairagem é tanta que há casos em que o parlamentar se desincompatibilizou-se do cargo para ajudar na indicação do Ministro Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal e aproveitou para acompanhar os "companheiros da oposição" no voto contra o Governo Lula. E Lula, por sua vez, de mãos atadas porque, se sugerir a demissão do sujeito, entra em rota de colisão com o partido que o indicou, sob as bençãos do Centrão. Se demitir é mais encrenca na certa e ele, matreiramente, prefere colocar panos mornos numa situação que se torna, a cada dia, mais insustentável. 

Até as eleições municipais de outubro, nossa previsão é a de que a oposição irá criar as condições para o Governo Lula sangrar em praça pública. Estão com a faca nos dentes, com uma tropa de choque montada nas principais capitais do país. Nada sugere que algo tenha mudado significativamente no cenário eleitoral desde as últimas eleições presidenciais, quando a população, através das urnas eletrônica sufragou este congressso hostil. Até cadáver eles estão usando para desgastar o Governo. Torniquetes no Congresso, por outro lado,limitam as margens de manobra do morubixaba.    

Editorial: Mais um erro de avaliação do ex-Juiz Sérgio Moro.


Certa vez, produzimos por aqui um longo editorial tratando dos inúmeros erros de avaliação cometidos pelo ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. Não foram poucos, ao longo de sua vida pública. Melhor seria ter continuado como juiz federal, ministrando suas aulas, curtindo as férias com a família, sem a exposição pública que tantos problemas lhes causou. Restou o apoio de algums setores de direita e, nem assim, um apoio irrestrito, a julgar pelos atores políticos que abriram processo contra o ex-juiz, argumentando problemas com a sua campanha para o Senado Federal, com o propósito de cassar o seu mandato de senador da Reública. Um dos processos é do Partido Liberal, o mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro.   

Pelos segmentos de esquerda, principalmente os mais ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-juiz, por razões conhecidas, é execrado. Os bolsonaristas, como se sabe, moveram moinhos no sentido de evitar a aprovação da indicação de um "comunista" para o Supremo Tribunal Federal. Ainda estão de ressaca, depois da refrega. Para completar o enredo, Lula ainda comemorou o fato de ter indicado o primeiro ministro comunista para a Suprema Corte. Esta narrativa de "comunista" está dando o que falar e, logo, retomaremos a tal discussão. Há muitos exageros sobre o assunto, além da corruptela conceitual, empregado de forma abusiva, apenas para atingir o futuro membro da Suprema Corte. Flávio Dino foi eleito governador do Maranhão até com o apoio dos comunistas "sarneizistas", conforme ele mesmo admitiu durante a sabatina.  

Os bolsonaristas se mobilizaram, fizeram campanhas de ruas, pelas redes sociais, tudo com o propósito de evitar a aprovação da indicação do senhor Flávio Dino para o STF. O rolo compressor montado pelo Palácio do Planalto, aliado às manobras regimentais, no entanto, foi mais eficiente. Não foi aquele placar com folga, mas 47 votos dá para passar, mesmo sem os louvores. A sabatina transcorreu sem maiores problemas, exceto pelos excessos de retórica dos bolsonaristas, respondido com a polidez política de Flávio Dino, impostas pelas circunstâncias, uma vez, em momentos assim, recomenda-se não desagradar a banca examinadora.  

Em mais um erro de avaliação, o ex-juiz aparece em cumprimentos efusivos ao futuro ministro do STF, foi ponderado em sua arguição, e alguns sugerem que poderia ter dado um voto a favor da indicação de Flávio Dino, tudo em nome da urbanidade, da civilidade e da polidez política. Até diálogos entre o ex-juiz e um conselheiro, que teria sugerido menos "entusiasmo", vazou  para a imprensa. O problema é explicar esses gestos de civilidade política aos bolsonaristas, que o estão tratando como traidor pelas redes sociais. Pela experiência política, Moro já devia saber como esses segmentos radicais se comportam. 

P.S.: Contexto Político: O Ministério Público, através de processo que esteve em julgamento no TRE\PR, recomendou a cassação do mandato do senador Sérgio Moro, além de sugerir sua inelegibilidade. O ex-juiz da Lava-Jato, na avaliação dos magistrado, segundo comentários da coluna do jornalista Josias de Souza, teria, digamos assim, queimado a largada para a sua candidatura ao Senado Federal, uma vez que, muito antes, já fazia um périplo nacional infrutífero como aspirante a candidato à Presidência da República, assumindo uma larga vantagem sobre os demais concorrentes a uma vaga de representante do Estado do Paraná na Câmara Alta.     

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Charge! Renato Aroeira via 247

 


Charge! Nando Motta via Twitter

 


Editorial: Privatização da SABESP é um tremendo retrocesso.



Não nos recordamos exatamente o título, mas a plataforma de streaming Netflix possui uma série documental bastante interessante onde, entre os assuntos tratados, está a crise de abastecimento de água no mundo, assim como os interesses que orientam os grandes conglomerados que privatizam e exploram esses recursos públicos. Há exemplos preocupantes, como no Chile, onde a privatização elevou as tarifas às alturas e praticamente inviabilizou o acesso ao líquido precioso para alguns segmentos da população mais pobre. Há regiões no Chile onde a prioridade é o abastecimento das plantações de abacate, em detrimento da população local. 

Em Gana, na África, além da enorme poluição provocada pelo uso das garrafinhas, um desses grandes conglomerados abriu uma planta nova para explorar água do subsolo, numa determinada região, instalando um chafarriz, como contrapartida, só que bem afastado da população necessitada, que precisa fazer longos trajetos para adquiri-lo, além de atravessar rodovias perigosas, onde os acidentes são constantes. No caso de São Paulo vão privatizar a SABESP na base da porrada, sem argumentos, na contramão do que vem ocorrendo em todo o mundo, onde grandes países voltaram atrás no processo de privatização por endendê-lo extremamente danoso para a população. 

90% dos serviços de abastecimento de água no mundo são públicos. A SABESP é um colosso. A maior empresa de água e saneamento da América Latina, com bons serviços, equipe qualificada, tarifas compatíveis, gerando dividendos de bilhões para o Estado. Trata-se de uma insensatez e outros interesses inconfessos subjacentes. O candidato à Prefeitura Municipal de São Paulo nas próximas eleições, o Deputado Federal Guilherme Boulos(Psol-SP), mostrou, por A mais B, o que ocorreu com as tarifas de outras companhias de saneamento privatizadas. A conta não bate e penaliza a população mais humilde.

Questionado a este respeito, durante uma entrevista, o governador Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP) produziu uma resposta bastante emblemática sobre o assunto. Além de emblemática, tal resposta é pedagógica, pois sugere que a população precisa cercar-se de todos os cuidados possíveis sobre as intenções dos seus futuros dirigentes. Tarcísio observou que o assunto já teria sido discutido quando a população o escolheu para gerir os negócios de Estado, ou seja, havia escolhido um candidato privatista. Nisso ele foi sincero.  

Editorial: Flávio Dino vai sentir saudades da política.


Seria uma honra para qualquer cristão ter o seu nome indicado para assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Com o ministro Flávio Dino não seria diferente e isso ele fez questão de deixar claro durante a sabatina à qual foi submetido no dia de ontem, 13\12, no Senado Federal. Em conversas reservadas com os apoaiadores, Flávio Dino não escondeu o entusiasmo de ter sido indicado para assumir o cargo de Ministro da Suprema Corte, em substituição à Ministra Rosa Weber, recentemente aposentada. Dino, afinal, foi professor de direito e atuou como juiz durante alguns anos. Quando chegou à Brasília, na esteira da campanha vitoriosa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, todos apostavam que o seu grande objetivo seria uma indicação para o STF. 

Nomeado Ministro da Justiça e Segurança Pública, então, Dino, entreabriria a porta da Suprema Corte. Era só uma questão de tempo. Tempos quentes, aliás, o que pode ter precipitado a sua indicação ao cargo, como sugerem algumas análises. A sabatina ocorreu sem atropelos, ajudada pelas manobras regimentais e o engajamento do Governo na missão de conseguir sua aprovação a qualquer custo. Alguns veículos de comunicação estão tratando o assunto como uma vitória do Governo Lula. Não deixa de ser, mas há um certo entusiasmo desmedido aqui. Dino deve ter feito um esforço pessoal danado para conter os ânimos quando provocado pelos bolsonaristas, mas estava em jogo uma estratégia fundamentalmente importante para viabilizar o seu nome. Convém não esquecermos, no entanto, que um tratoraço atropelou o regimento interno da Casa, ao abrir a excepcionalidade de uma sabatina conjunta. Pegou muito mal a manobra. 

Há quem diga até que aquele juiz da Lava-Jato teria votado a favor da indicação. Afinal, o voto é secreto. Deu o placar das previsões do Governo, que estimava que o indicado obtivesse de 47 a 51 votos. O engraçado ficou por conta da afirmação daquele senador que é instrutor da Swat, ao sugerir que a Polícia Federal havia sido aperelhada e que haveria cinquenta agenres em cada Estado da Federação, apenas para monitorar o que as redes sociais diziam sobre o Ministro da Justiça. 

Sinceramente? depois de um certo momento, consideramos pouco provável que o morubixaba petista indicasse o Ministro para a Suprema Corte. Para aqueles petistas que consideravam que a manobra poderia minimizar a zona de desconforto entre Governo e Oposição, tal indicação foi considerada uma provocação pelos bolsonaristas. Mesmo no STF, Flávio Dino continuará a ser objeto da ira bolsonarista, o que significa dizer que a zona de desconforto entre Governo e Oposição, longe de ser arrefecida, pode ser até ampliada. 

O trabalho funcionau, como juiz, apresenta as vantagens da tranquilidade financeira até a aposentadoria compulsória, menos exposições  etc. Indicado para a assumir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal, Dino chega ao ápice da carreira como juiz. Mas, quem vem acompanhando Dino nos últimos anos percebe, nitidamente, que a adrenalina que ele gosta vem mesmo da política. Em nossa modesta opinião, ele vai sentir falta da atividade política rapidamente. Um eventual afastamento prematura do cargo, ao longo dos próximos anos, como ocorreu com Joaquim Barbosa, não está descartada.

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Editorial: É hoje a sabatina de Flávio Dino para o STF. A sorte está lançada. Que falta nos faz um Dataliba.




Em décadas passadas, tínhamos aqui no Recife um vereador de vários mandatos, o que lhes outorgava a condição de decano da Casa de José Mariano. Liberato Costa Júnior exerceu dez mandato de vereador pelo Recife. Liberato também se tornaria conhecido por suas previsões eleitorais, criando aqui na província uma espécie de Dataliba, numa alusão ao Datafolha. Liberato Costa Júnior morreu em 2016, mas, mesmo com a idade bastante avançada, se debruçava sobre mapas eleitorais, estatísticas e telefonemas, em sua casa no bairro do Hipódromo, Zona Norte do Recife, onde funcionava o seu instituto de pesquisa.   

Suas previsões sobre as eleições do Recife eram aguardadas com muita expectativas pelos concorrentes, sobretudo pelos níveis de acertos. Ele era capaz de prevê a votação individual dos concorrentes, quem teria mais chances de se eleger, quantos vereadores ou deputados tal partido poderia eleger. O Dataliba trabalhava com margens de erro bastante pequenas. O senhor Flávio Dino, Ministro da Justiça, está se submetendo, neste momento, à sabatina no Senado Federal, o que o autorizaria, se aprovado, a assumir o cargo de Ministro do Supremo Tribunal Federal. 

Como as indisposições entre Governo e Oposição estão acirradas, correm muitas especulações em torno do placar da votação no plenário da Casa. A situação não é nada confortável, tanto isso é verdade, que o Governo exonerou quatro senadores que ocupam cargos de ministros para reassumirem seus cargos no Senado Federal, com o propósito de reforçar o time governista. Pouco provável que o seu nome seja rejeitado, algo que só ocorreu na Primeira República, quando o Legislativo tinha sérias indisposições com Floriano Peixoto.

O procurador Paulo Gonot, que está sendo indicado para a PGR, também participa da sabatina, desta vez realizada concomitantemente, o que suscitou inúmeros protestos dos senadores da Oposição. O senador David Alcolumbre, que já tinha ajustado a tramitação da sessão com o Governo, foi irredutível. Outro fato que preocupou os senadores oposicionistas foi o forte aparato policial nas proximidades do Senado Federal, mas a explicação seria um evento que está ocorrendo no prédio do Instituto Rio Branco, sede do Ministério das Relações Exteriores.   

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Editorial: Bolsonaro acredita na reversão de sua inelegibilidade.


O ex-presidente Jair Bolsonaro concedeu uma entrevista polêmica à rede de televisão CNN, num hotel onde estava hospedado. O ex-presidente falou sobre muitos assuntos, como o que representou a vitporia da direita na Argentina; os rumos da economia do país; as declarações da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, sobre uma eventual prisão do ex-mandatário; assim como as suas expectativas sobre as eleições presidenciais de 2026. Como se sabe, nos últimsos meses, Bolsonaro assumiu aqueles papel desejado para ele pelo Presidente Nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, ou seja, de líder da oposição. 

Com escritório político montado em Brasília, onde exerce o papel de presidente de honra da legenda, Bolsonaro tem feito um corpo-a-corpo junto aos seus aliados, sempre que há alguma oportuindade de infringir uma derrota ao Governo, quando do momento de votação da Reforma Tributária, por exemplo. Acompanha, igualmente de perto, a sabatina à qual se submeterá, no dia de amanhã, 12\12, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, em sua trajetória rumo ao STF. Por outro lado, depois de se recolher aos aposentos, conforme recomenda os bons manuais de filosofia, o ex-presidente voltou às ruas, atraindo multidões, sobretudo em decorrência dos acirramentos políticos entre petista e bolsonaristas, além das dificuldades encontradas pelo Governo Lula. 

Há, aqui, até um fenômeno curioso, discutido por nós em outro momento. As multidões ainda saem as ruas para prestigiar o "mito", embora as grandes mobilizações bolsonaristas do passado passem por um momento de arrefecimento. A postura de Jair Bolsonaro nas ruas ultrapassa a condição de um simples capitão eleitoral do PL. É desenvoltura de quem deseja ser candidato, o que passou a nos sugerir algumas inquietações. No dia de hoje, 12, depois de ler a entrevista concedida por ele à rede CNN, não temos mais dúvidas: O ex-presidente acredita que haverá uma possível reversão das decisões anteriores do STE, que determinaram sua inelegibilidade pelos próximos 08 anos, abridndo o espaço para uma candidatura sua em 2026. 

Seus advogados já teriam tomado as providências atinentes em relação a este assunto, pedindo que a decisçao do TSE seja reavaliada ou revista pelo STF, o que não costuma ocorrer. Pior: Se passar pela sabatina de amanhã, imaginem os leitores se o ex-presidente tiver o azar de o processo cair nos escaninhos de Flávio Dino, já na condição de integrante da Suprema Corte. Essas mobilizações de bolsonaristas esbarram em princípios básicos impostos pelos sistemas representativos de governo. É coisa para deixar o professor Bernard Manin de cabelo em pé. 

Editorial: O start da campanha eleitoral das eleições municipais de 2024.


Estamos ainda muito distante de uma oficialização do pleito municipal de 2024, quando as autoridades dos órgãos competentes estipulam as regras do jogo eleitoral, definindo, inclusive, os prazos oficiais da campanha. Mas, nos bastidores, sabe-se que elas já começaram, consoante as movimentações do Governo e da Oposição. Na Argentina, enquanto prestigiava a posse do amigo Javier Milei, o ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu sua trupe para dar o ponta pé inicial da campanha do bolsonarismo para as próximas eleições municipais. 

Entre os dias 08 e 09, em Brasília, no auditório Ulisses Guimarães, O PT realizou a sua Conferência Eleitoral, com a presença das figuras mais ilustres da agremiação, como o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Presidente Nacional da legenda, a Deputada Federal Gleisi Hoffmann, além de autoridades de Governo, como o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O partido, como se sabe, trava uma disputa interna sobre o déficit público. Enquanto o grupo liderado pelo Ministro Fernado Haddad sugere austeridade, outro grupo, liderado por Gleisi Hoffmann, sugere que ser muito comedido neste campo poderá representar o comprometimento de políticas públicas e, consequentemente, a perda de popularidade do presidente Lula, abrindo os caminhos do inferno no Congresso para uma eventual ativação de um dos inúmeros processos de impeachment engavetados. 

Neste "climão institucional" em que estamos metidos, nada é improvável. Até recentemente, o portal O Poder, publicou uma matéria sobre uma pesquisa realizada pelo portal, tratando das próximas eleições municipais. Não existe uma única capital do país onde o PT desponte como franco favorito para as próximas eleições. As capitais abandonaram o PT já faz algum tempo e, possivelmente, o partido não reconstituirá este espaço tão cedo, muito menos nas atuais circunstâncias políticas, favoráveis à oposição desde as últimas eleições. 

Quando bolsonaristas como o próprio Jair Bolsonaro e o senador Ciro Nogueira(PP-PI) sugerem que a Oposição dará um banho no PT nas próximas eleições municipais, antes estivessem blefando ou puxando a brasa para a sua sardinha. O PT, de fato, irá encontrar enormes dificuldades pela frente. Até consorciado com outros partidos aliados, como é o caso do Recife, os arranjos políticos sugerem que o PT deixe de indicar inclusive o vice na chapa de reeleição do prefeito João Campos(PSB-PE). Para completar o enredo, o PT anda se desgastando na sua relação com os socialistas, à medida em que o butim vai minguando nas minirreformas ministeriais para agradar o Centrão.         

Editorial: As dificuldades do Governo com o estilo "bateu-levou" de Flávio Dino.


Houve um momento em que o morubixaba petista fez rasgados elogios ao seu Ministro da Justiça e Segurança Pública, o maranhense Flávio Dino. Lula chegou a sugerir que os demais ministros do seu Governo poderiam se espelhar no estilo Flávio Dino. Ao longo do tempo, porém, o estilo do ministro suscitou indisposições evidentes junto a segmentos oposicionistas, o que, no geral, passou a se constituir num problema para o Governo. A atuação do ministro colocou a oposição bolsonarista com a faca nos dentes, espumando contra o Governo Lula, promovendo mobilizações de rua, criando CPI's, boicotando o Governo por todos os meios possíveis. Num momento de profundas dificuldades com o Legislativo, talvez não fosse mesmo prudente alimentar essas indisposições.   

A premissa acima sugere que alguns nomes especulados para assumir a pasta com a indicação de Flávio Dino ao STF, já podem perder as suas esperanças. Um deles, inclusive, alimenta projetos eleitorais, o que o tira em definitivo da disputa pelo cargo. A tendência é que Lula escolha um nome mais discreto para a pasta, o que aumentam as possibilidades de a escolha realmente recair sobre o ex-ministro aposentado do STF, Ricardo Lewandowski. Com a escolha, Lula reconstitui as pontes fragilizadas com o STF e, terá alguém de perfil mais burocrático no cargo, menos polêmico do que o antecessor. 

E, por falar no ministro Flávio Dino, amanhã está programada a sua sabatina no STF. No escopo das manobras regimentais, a sabatina será compartilhada com o o procurador Paulo Gonet, que está sendo indicado para a PGR. Numa manobra conjunta entre o Planalto e o presidente da CCJ, o senador David Alcolumbre, a estratégia visa minimizar as zona de conflito entre o Flávio Dino e a barulhenta oposição bolsonarista, que trabalha pela sua reprovação na sabatina. 

Um outro problema seria Flávio Dino perder a esportiva e responder à altura aos inquisidores bolsonaristas, o que dificultaria a sua aprovação para a Suprema Corte. Além de sua "base de apoio" o Governo conta com as suas articulações junto a alta cúpula dirigente da Instituição, como o senador David Alcolumbre, que deve usar de suas habilidades para evitar maiores embaraços ao futuro ministro do STF. Como estamos passando por um momento institucional bastante delicado, o gesto do morubixaba petista de indicar Flávio Dino - entendido por este editor como uma manobra para colocar panos mornos na relação entre Governo e Oposição - foi lido, na realidade, como uma "provocação" pelos bolsonaristas.   

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Editorial: As brigas políticas alagoanas e a CPI da Braskem.



Talvez não se conheça um outro estado da federação onde as brigas entre grupos políticos rivais sejam tão renhidas como em Alagoas. A projeção política ocupada pelos principais adversários ajudam a manter essas indisposições sempre atuais, alimentada pela imprensa e pelas redes sociais.  Aliado do Governo Lula, o grupo político liderado pelo senador Renan Calheiros(MDB-AL)trava uma luta sem trégua com o presidente da Câmara dos Deutados, Arthur Lira(PP-AL), político com base naquele estado, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Os passos de cada um são religiosamente monitorados pelo adversário. Tempo houve, por exemplo, que a cabeça de Renan Filho, Ministro dos Transportes, chegou a ser solicitada, sob pena das chantagens do travamento de pautas. Felizmente, Lula não a entregou. Seria apenas para atender aos caprichos políticos dos seus inimigos no estado. Agora o embate se dá em torno da CPI da Braskem, sugerida pelo Senador Renan Calheiros, que poderia ser instalada amanhã, dia 12, mas que começa a sofrer algumas manobras de bastidores, regimentais, que podem adiar sua instalação. 

Enquanto os políticos brigam, permanece o drama vivido pelos alagoanos. No dia de ontem, uma das minas desabou provocando um fenômeno inusitado na Lagoa Mundaú. Hoje circulou, pelas redes sociais, vídeo onde um pescador local aponta uma quantidade enorme de crustáceos supostamente mortos em razão do acidente. A Lagoa Mundaú já foi o local onde mais se produzia proteína animal por metro cúbico do planeta. Já imaginou? Como essa turma não considerou essas questões quando concederam licenças para a exploração do sal-gema na região? Milhares de pescadores dependem dessa cadeia produtiva. Até o sururu no capote, prático típico da gastronomia alagoana, está ameaçado. E olha que ainda nem adentramos no drama das pessoas, que foram obrigadas a se retiraram do local, sem que o Poder Público tenha encontrado uma saída decente para a realocação dessa população, mantida em abrigos improvisados. 

Embora inimigos ferrenhos, o senador Renan Calheiros teve a humildade de propor uma trégua humanitária em nome da viabilização de uma CPI que pretende passar essas transações antirrepublicanas a limpo. É tudo muito nebuloso e não estamos nos referindo aqui aos túneis escavados pela Braskem. Até a extração de areia em uma área próxima à paradisíaca e aprazível praia do Francês está eivada de irregularidades, conforme denúncia. Renan propôs um encontro com Arthur Lira para tentar contornar o imbróglio. 

Editorial: E não é que o nosso Javier Milei pode vir de Goiás!



Há alguns meses, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado(União-GO), esteve presente a uma das sessões da então CPI do MST. Caiado foi convidado pela oposição justamente por pilotar um projeto bem-sucedido no estado no que concerne a evitar conflitos fundiários. Depois ficaríamos sabendo que o Estado de Goiás hoje ostenta bons índices no tocante a um problema nevrálgico para o país: o recrudescimento da violência urbana. Caiado tomou algumas medidas que contribuíram para baixar tais índices, como a melhoria das faixas salarias dos policiais, assim como a criação de um batalhões com atuação específica em zonas rurais. Vale o registro de que a avaliação de seu governo é uma das melhores do país. 

Passada a fase de diálogo amistoso com os parlamentares de oposição que compunham aquela comissão, o governador enfrentaria embates duros com parlamentares governistas, que lembraram, inclusive, a morte do ativista Chico Mendes, quando ele dirigia a UDN - União Democrática Ruralista. A sessão precisou ser interrompida. Comendo o mingau quente pelas beiradas do bolsonarismo, identificando-se com o grupo, mas assumindo posições menos radicais, o governador de Goiás, surge no retrovisor das eleições presidencais de 2026, quiçá, como representante de uma direita menos extremista. 

Conforme afirmamos em outros momentos, os bolsonaristas radicais se comportam como se não houvesse um substituto para o capitão. O bordão das ruas é o "Volta, Bolsonaro", repetido à exaustão, sempre que o capitão participa dessas mobilizações. Difícil saber como vamos nos arranjar institucionalmente, uma vez que o capitão está inelegível. Durante a posse do presidente argentino, Javier Milei, ele não perdeu a pose. Tentou sair na foto com os Chefes de Estado presentes à cerimônia. Precisou ser retirado.

Mesmo sabendo-se dos seus eventuais projetos políticos nacionais, o governador Ronaldo Caiado mantém a sua discrição. Faz costuras de bastidores, evitando os holofotes. Difícil dizer se ele chegará na frente nesta verdadeira corrida de obstáculos para se posicionar como herdeiro legítimo do bolsonarismo. De todos os quadrantes do país, há outros candidatos ao trono deixado por Jair Bolsonaro, desejosos de sua benção. O mingau é quente e, como Caiado tem experiência de campo, sabe que pode se queimar se tentar comê-lo pelo centro.  

Editorial: Gleisi Hoffmann acende a luz amarela durante encontro do PT.



Em nossa época de estudante, estávmos sempre presentes aos encontros mais importantes do Partido dos Trabalhadores. Tínhamos uma coleção de teses e resoluções de fazer inveja até aos mais fiéis militantes de base. Conhecíamos o partido pelas entranhas, ou seja, nosso conhecimento não ser resumia àquilo que era produzido pela academia. Embora já não acompanhe o partido como antes, não nos causa surpresa as recomendações do morubixaba petista, sugerindo que o partido retome o diálogo com as bases, reconquiste o eleitorado evagélico. 

Ao longo dos tempos, quase como uma Lei da Oligarquização, como sugere o sociólogo alemão Robert Michels, o partido oligarquizou-se, burocratizou-se, priorizando a luta pelo voto, negligenciando as suas articulaões de base, entre os quais com grupos evangélicos, hoje um nixo eleitoral dos mais importantes. Como sugeria o cientista político italiano, Angelo Panebianco, as instituições, por mais que elas mudem ao longo dos anos, guardarão sempre algumas referências sobre como as cartas foram jogadas durante a sua fundação. 

O PT nasceu como um partido de base, organicamente vinculado aos movimentos sociais e setores progressistas da sociedade brasileira, inclusive com setores da Igreja Católica. Mas não só com setores da Igreja Católica. O PT já possuiu um núcleo evangélico só para ampliar as articulações com tal segmento. Essas referências ainda estão ali presentes, mas já não exercem o mesmo papel ou poder decisório de antes. Quem dá as cartas, hoje, são os núcleos burocráticos da legenda. 

Agora, por ocasião da última Conferência Nacional, realizada no Auditório Ulisses Guimarães, em Brasília, em sua fala, a atual presidente nacional da legenda, a Deputada Federal Gleisi Hoffmann faz uma advertência preocupante sobre os rumos do Governo Lula, sugerindo que aplicar o torniquete do austeridade econômica, neste momento, poderia prejudar a avaliação do Governo Lula junto à população, o que seria, no final, uma sentença de morte para Lula, vítima constante de um Congresso hostil. 

O que ocorreu com Dilma Rousseff poderia, igualmente, ocorrer com o morubixaba petista. Austeridade comprometendo o implemento de políticas públicas, neste momento, poderia ser classificado como um "austericídio", sugere Gleisi Hoffmann. A fala, naturalmente, não agradou ao Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sempre tentando colocar panos mornos sobre este assunto, nevrálgico para o Governo Lula. O mercado e setores da imprensa pressionam o Governo constantemente sobre a necessidade de conter a sangria de gastos públicos, que jé elevaram a cifra do déficit para R$ 120 bilhões. Não será fácil "tapar esse buraco" contraindo mais despesas. As contas não batem.    

domingo, 10 de dezembro de 2023

Editorial: Agora é oficial. Kassab convida Raquel Lyra para se filiar ao PSD.



Embora em São Paulo, atuando como um superministro do governo de Tarcísio de Freitas, o Presidente Nacional do PSD, Gilbeto Kassab, continua movimentando as peças no tabuleiro do xadrez político nacional. O bruxo, como o tratamos por aqui - espero que ele não se aborreça - é tido hoje como um dos mais argutos estrategistas políticos no cenário nacional. Até recentemente, a governadora Raquel Lyra(PSDB-PE)fez um gesto de aceno ao PSD, convidando o Ministro da Pesca, André de Paula, para ingressar na legenda. A governadora aproveitou o ensejo para nomear a filha do ministro para assumir a Secretaria de Cultura do Governo do Estado, sem titular à época.  

A manobra afastou, por completo, o partido da base de apoio do prefeito João Campos(PB-PE), um ator político em franca ascenção, que alimenta o projeto de se tornar governador do estado, disputando as eleições de 2026, depois de renovar o contrato de locação com o Palácio Antonio Farias, nas eleições de 2024. Qualquer embaraço que possa contrbiuir para atrapalhar os planos do filho do ex-governador Eduardo Campos, será sempre bem-vindo pelos seus opositores. Assim, os arranjos políticos neste sentido já começaram. Numa manobra ousada, João Campos trouxe o grupo Coelho para a sua base, abrindo espaço no governo municipal, de olho na grande capilaridade política que o grupo exerce na microrregião do Sertão do São Francisco. O grupo, aliás, deu um grande apoio para a eleição da governadora, mas foi ignorado na composição do seu governo. 

Já faz algum tempo, que a governadora esboça um certo desconforto no ninho tucano, sem que se saiba exatamente do que se trata, porque, até mesmo as suas boas relações com o Palácio do Planalto não é vista como um grande problema para os novos dirigentes da agremiação, como é o caso de Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, recentemente conduzido à direção nacional da legenda tucana. Raquel, inclusive, é daquela geração de jovens governadores tucanos que saírem das urnas nas eleiões passadas e que poderiam injetar um sangue novo na legenda, ao lado de Eduardo Leite, hoje uma unanimidade -até entre os inimigos - como nome do partido para as eleições presidenciais de 2026. Mas, enfim, Raquel demonstra sentir um certo desconforto no ninho. Temos aqui algumas hipóteses, mas ficariam no plano das especulações, o que não recomendaria externá-las. Até manobras palacianas para levá-la para um partido da base aliada já foram orquestradas, mas esbarrou nas disputas políticas provincianas do país de Caruaru, cidade de origem da governadora. 

Até recentemente, especulou-se que o presidente Lula, durante essa última viagem, sugeriu a interlocutores de que a governadora poderia ser muito bem-vinda ao PT. Isso, naturalmente, implicaria em manobras políticas ousadas, uma vez que, no Estado de Pernambuco, ou em particular na cidade do Recife, o PT mantém uma aliança de décadas com o PSB, do atual prefeito João Campos, adversário natural da atual governadora. A qustão que se coloca por aqui é sobre se Gilberto Kassab teria conversado com o motubixaba petista para formular o convite à governadora, encontrando uma saída para o imbróglio, colocando-a na base aliada, sem criar arestas com o PT local? Nada é improvável nas manobras de um bruxo. Há de se considerar, inclusive, o cenário nacional. Bruxos possuem feeling apurados.    

Editorial: Bolsonaristas se mobilizam pelo #DinoNoSTFNão


As mobilizações programadas pelos bolsonaristas radicais para dia de hoje, 10\12, com o propósito de protestar contra a indicação do Ministro da Justiça, Flávio Dino para o STF, é marcada por uma série de emblemas. A começar pelo inusitado de uma manifestão pública contra a indicação de um nome do Executivo para assumir uma vaga no STF. Salvo melhor juízo, não há precedentes no país. Convém esclarecer que a batalha dos bolsonaristas radicais contra a indicação do ministro Flávio Dino é dentro e fora do parlamento. Assim como o Portal UOL, que realizou uma sondagem para saber quantos votos o ministro havia assegurado, a tropa de choque bolsonarista está trabalhando em favor de uma rejeição do nome do ministro na sabatina programada para o dia 13, quarta-feira. A data da sabatina também é emblemática. Para alguns, o número 13 dá azar.  

A julgar como correto o levantamento realizado pelo Portal UOL, o ministro precisa de mais 21 votos para ter a homologação de sua indicação, votos que precisam ser negociados junto aos caciques do Centrão, numa engenharia política intrincada, que, como sempre, deve incluir algumas concessões do Executivo. Neste contexto, a possibilidade de uma rejeição é remota, mas nada que desanime os bolsonaristas mais radicais, que têm programação até para a Esplananda dos Ministérios, em Brasília. Na realidade, pensávamos que tais mobilizações seriam apenas na capital federal, mas elas devem ocorrer em todo o país, principalmente nas grandes capitais.   

Há algum tempo, os bolsonaristas tentam remontar as grandes concentrações de rua do passado. Hoje, tais mobilizações de rua convocadas por eles estão bem distante de atingir as multidões de outrora. Uma boa questão para os analistas polítcos seria a de tentar responder a essa questão. Pontualmente, não se pode dizer que o "mito" deixou de ter seus seguidores, dispostos a passar frio e calor para a acompanhá-lo, como ocorreu recentemente no Rio Grande do Norte. Por outro lado, as "pautas' ou agendas bolsonaristas, sem a presença do líder, parece que não empolgam mais como antes. 

Há de se considerar aqui, igualmente, os efeitos pedagógicos produzidos a partir da prisão e da condenação de alguns daqueles envolvidos na tentativa de golpe do dia 08 de janeiro. Talvez os conselhos da vovó ajudem a conter os ânimos exaltados das novas gerações. Tudo é possível. O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro tomou a decisão de não comparecer a alguns desses encontros, como este último, realizado na Avenida Paulista. Ele sabe que precisa tomar alguns cuidados para não infringir as restrições legais impostas. 

P.S.: Contexto Político: Confirmando que sugerimos acima, enquando o ex-presidente Jair Bolsonaro foi ovacionado na posse do colega argentino, as mobilizações programadas pelos bolsonaristas aqui no país resultaram num tremendo fracasso de público.   

Editorial: CPI da Braskem avança no Senado Federal.



Polêmicas à parte, está tudo certo para a instalação da CPI da Braskem, na próxima terça-feira,dia 12, no Senado Federal. A proposta, encaminhada pelo Senador Renan Calheiros(MDB-AL), não encontrou grandes dificuldades de tramitação, exceto pelas críticas de alguns adversários políticos do estado de origem do proponente, o que não seria de surpreender, se considerarmos a correlação de forças locais. Em 2026 teremos novas eleições para o Senado Federal. Trata-se de uma CPI que terá a hegemonia da base govenista, assim como ocorreu com a CPI da Covid-19. Vamos ter os senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e o próprio Renan Calheiros, que foi relator daquela comissão e luta por espaço semelhante na composição dessa nova CPI. 

Muita coisa precisa ser esclarecida sobre este caso, para que possamos tirar nossas conclusões, assim como identificar os responsáveis - entre agentes públicos e privados - por este desastre ambiental de proporções gigantescas, que vem  penalizando a população do estado de Alagoas. Como se sabe, em situações assim, o moído é grande. Desde o início dos trabalhos, ainda na fase das licenças, que os órgãos ambientais do Estado teriam desanconselhado a exploração do sal gema no local, recomendação vencida pelos interesses políticos e econômicos subjacentes. O embate é longo e começou ainda sob o regime militar. 

Desde então, os desmandos se sucederam um a um, sempre priorizando os lucros auferidos pela exploração, sem o menor cuidado ou preocupação com as consequências produzidas contra a população do entorno da mina. Quando o quadro agravou-se, elas precisaram deixar suas residências, sem que saiba, concretamete, como serão devidamente indenizadas pela mineradora. Para completar o enredo nebuloso, a mina fica localizada bem próxima à lagoa Mundau, fonte de sobrevivência econômica de centenas de pescadodores, que sobrevivem da pesca. Um colapso da mina salgaria a lagoa, matando os peixinhos que gostam de água doce. 

P.S.: Contexto Político: A briga aqui, como se diz no Nordeste, é de cachorro grande. A abertura desta CPI põe em lados opostos o grupo político reprsentado pelo senador Renan Calheiros e o atual prefeito da capital, João Henrique Caldas (JHC), filiado ao PL e aliado de Arthur Lira no Estado, um inimigo figadal do senador. Há, por exemplo, acordos celebrados entre os gestores da Braskem e a administração municipal, estimados em bilhões, sem que tais recursos tivessem chegado aos atingidos pelas desocupações compulsórias. Para completar o enredo, também não seria de bom alvitre uma comissão hegemônicamente governista, fustigando o atual Presidente da Câmara dos Deputados.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 9 de dezembro de 2023

Editorial: O temor dos bolsonaristas em relação à condução de Flávio Dino ao STF.


Há, nitidamente, um temor dos bolsonaristas com a indicação do Ministro Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal. Nunca se soube de uma articulação política tão intensa no sentido de impedir sua homologação ao cargo, tendo em vista a sabatina no Senado Federal. Surpreendentemente, até mobilizações de rua estão sendo programadas para protestar contra a indicação, como a que vai ocorrer amanhã, dia 10, em Brasília. Um caso inusitado. Com isso, os bolsonaistas apertam o torniquete contra o Governo Lula, dentro e fora do parlamento. 

Talvez com o propósito de serenar os ânimos, o ministro já declarou que, ao ser indicado para a Suprema Corte, deixa de ter lado, não tem mais partido. Republicanamente, assim mesmo deveria ser. Agora, tentem convencer um bolsonasita desses nobres propósitos. A hipótese de não ser aprovado para o STF é remota, mas os bolsonaristas estão apostando numa exceção à regra. A situação não é das melhores, segundo uma estimativa realizada pelo Portal UOL, que conseguiu apurar que o ministro conta, apenas, com 21 votos, obtidos na base mais identificada com o Governo. Seria preciso acionar o Centrão para a obtenção de novas adesões.  

Segundo comenta-se nos escaninhos, além da tropa de choque do Governo, até ministros do STF estão empenhados na aprovação do ministro para aquela Corte. Aos bolsonaristas, de um modo geral, preocupa que a apreciação de processos movidos contra eles caia nas mãos do futuro integrante da Suprema Corte. Salvo melhor juízo, o próprio capitão já teria manifestado preocupação neste sentido. A margem de manobra de Flávio Dino, na condição de Ministro do STF, como se sabe, amplia-se exponencialmente. 

Arrumando as malas para assumir o novo cargo, a vaga a ser ocupada no Ministério da Justiça tornou-se uma batalha campal dentro da base aliada do Governo Lula. Na nossa modesta opinião, acreditamos que o morubixaba petista já tomou uma decisão sobre o assunto e os socialistas serão os mais penalizados. Vamos aguardar o rumo dos acontecimentos.   

Editorial: Bolsonaro solta o verbo na Argentina.


No dia de ontem, publicamos por aqui algumas informações sobre a presença da comitiva bolsonarista na Argentina, que aguarda a posse do presidente Javier Milei, amanhã, dia 10. Hoje, seja de um lado ou do outro do espectro político extremamente polarizado, tudo precisa passar por uma rigorosa checagem antes de ser publicado. Até recentemente, a Polícia Federal constatou que não havia nenhum brasileiro envolvido com grupos radicais islâmicos, muito menos preparando atantados em solo brasileiro contra o povo judeu. Tudo não havia passado de uma armação.  

O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi acusado, injustamente, de injúria racial contra uma camameira de um hotel. Hoje, investigações conduzidas pela Polícia Civil desmontaram a farsa e a acusação leviana contra o ministro. No caso da viagem de Bolsonaro, rondam duas especulações: Que recursos teriam financiado tal excursão do grupo ao país andino? Uma viajem bancada pelos próprios viajantes? Seriam recursos provenientes do partido PL, do qual ele é o presidente de honra? Especulações também dão conta, por exemplo, de que o presidente poderia não mais voltar ao país, sabedor de que, em caso de alguma condenação, Javier Milei negaria a sua extradição. Nos reportamos aqui apenas às especulações que circulam nas redes sociais. 

De concreto mesmo, duas declarações polêmicas do ex-presidente. Numa delas, durante um encontro com o futuro presidente argentino, Bolsonaro declarou que Lula seria o seu futuro Ministro do Turismo, numa alusão às viagens recorrentes do atual presidente do Brasil. A analogia não foi muito feliz se ele tentou fazer uma média com o futuro mandatário do país andino. O Ministério do Turismo foi um dos primeiros a entrar na motosserra do aloprado presidente de extrema-direita. Agora, mais recentemente, numa entrevista a uma rádio local, sugeriu que o PT seria o responsável pela fuga de nordestino para São Paulo, um fenômeno histórico, que ocorre muito antes mesmo da existência do PT. 

O editorial de hoje do Estadão sugere que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não teria estatura de estadista, ao se apequinar, raciocinar com o fígado, cedendo às provocações do Javier Milei, quando se recusou a comparecer à posse, indicando o seu Ministro das Relações Exteriores para cumprir a missão diplomática. Não deixa de ser curiosa essa birra do jornal contra o Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há várias hipóteses em torno do assunto, inclusive uma possível aquisição do jornal por um grupo tradicionalmente de oposição ao Governo.   

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Editorial: As entregas do Ministério dos Direitos Humanos.



Na condição de estudante, sempre costumava entregar os deveres de casa no momento exigido. Como professor, passamos a ter um carinho todo especial pelos alunos e alunas que cumpriam suas tarefas exigidas dentro do tempo determinado. Aprendemos, possivelmente em decorrência dessas premissas, a admirar os homens públicos ciosos do seu papel republicano, assim como imbuídos de espírito público. Até candidatos a cargos públicos, como era o caso do ex-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes(PDT-CE), independentemente de ideologias, passaram a contar com o nosso apreço. Ciro estudou, em profundidade, os problemas do país. Conhece-os como poucos,  propondo soluções para o seu enfrentamento. 

Era o candidato mais bem-preparado para enfrentar os desafios que hoje enfrentamos. Infelizmente, política também são circunstâncias, momentos, e o país passou a enfrentar um padrão de competitividade eleitoral marcado por uma polarização renhida, impenetrável. Assim como o ex-governador Leonel de Moura Brizola, Ciro merecia uma chance. Lutou como pode para demonstrar isso aos eleitores. Tudo em vão. Tornou-se um João Batista pregando no deserto. Mas vamos em frente, se isso for possível, porque, segundo o oráculo cearense, já caímos no fundo do poço. 

Não tivemos a oportunidade de acompanhar no tempo certo, a audiência do Ministro Sílvio Almeida, na Câmara dos Deputados, atenddo às convocações das comissões de Finanças e Tributação e Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Como se sabe, a presidente dos trabalhos, Deputada Federal Bia Kices, preciosu interromper os trabalhos depois de um bate-boca e um tumulto generalizado, provocado pela intervenção do Deputado Federal bolsonarista Gilvan da Federal - para variar - que afirmou, irresponsavelmente, haver ligações entre o Ministério dos Direito Humanos e o crime organizado. Vejam se isso é possível. Trata-se de uma afirmação estapafúrdia, para dizemos o mínimo. 

Nessas ocasiões, o ministro Sílvio Almeida sempre faz o dever de casa, respondendo a cada parlamentar, prestando conta dos trabalhos de sua pasta, abrindo agenda para atender os parlarmentares, com cafezinho de boa qualidade, registre-se. O problema é que os bolsonaristas, em sua maioria, parece que não gostam de cafezinhos. Na ocasião, e isso é o que importa, o ministro apresentou um documento com as entregas do minitério, uma "dissertação de mestrado", por assim dizer, em razão da quantidade de páginas, algo em torno de cem, com as medidas ou providências tomadas até este momento. Vamos acessar o site do ministério para procurá-la. Como estamos num momento de transparência das ações ou políticas públicas, acreditamos que não teremos dificuldades. 

Editorial: Bolsonaristas invadem Argentina para a posse de Javier Milei.


No próximo domingo, dia 10, o futuro presidente da Argentina, Javier Milei toma posse no cargo. O presidente Jair Bolsonaro já se encontra no país, acompanhado, conforme informamos ontem, com um séquito de pessoas próximas, entre parentes e seguidores. Outras caravanas de bolsonaristas devem cumprir o mesmo trajeto, dado o entusiasmo despertado entre eles pela eleição do radical de extrema-direita argentino. Até aqui nenhum problema. O que vem chamando atenção, no entanto, é a desenvoltura do ex-presidente Jair Bolsonaro. Não apenas por suas mobilizações públicas, mas em razão de alguns pronunciamentos, criando m ambiente que alguns críticos jé estáo tratando como uma espécie de governo paralelo. 

Ontem comentamos por aqui sobre o "Volta, Bolsonaro", um bordão que vem se repetindo à exaustão quando o capitão sai às ruas. Ao longo dos anos, as democracias representativas passaram por algumas metamorfoses, como observaram alguns analistas. Essas metamorfoses, no entanto, nunca ultrapassaram alguns princípios ou pilares essenciais, como a alternância do poder, eleições regulares para a escolha dos representados, por exemplo. Quando algum ator político infringe essas regras, existe um ordenamento jurídico que determina as sanções a serem aplicadas. 

No nosso caso, o TSE já decidiu que o ex-presidente tornou-se inelegível. A rigor, o presidente Jair Bolsonaro não reúne as condições legais de participar das próximas eleições presidenciais. Qualquer coisa fora disso, já não estamos falando dentro do escopo de uma democracia representativa, daí a nossa preocupação com esse bordão. Ele pode até voltar, mas bem mais lá para frente, depois de cumprida a pena imposta, decorrente das transgressões das regras do jogo democrático. 

Charge! Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Editorial: Opositores apostam na cassação do mandato do senador Sérgio Moro. .



Neste momento, o atual senador da República, Sérgio Moro(UB-PR), está sendo ouvido no Tribunal Regional do Paraná(TRE-PR), sobre um processo que envolve dois pedidos de cassação do seu mandato, argumentando-se sobre irregularidades cometidas durante a campanha. Inimigos e correligionários são unânimes no pessimismo quanto ao desfecho desse processo, que pode ser o início da perda do mandato de Senador da República pelo Estado do Paraná, depois de passar por outros crivos, como o STF e o próprio Senado Federal. Não vamos remontar aqui toda uma trajetória errática seguida pelo ex-juiz da Lava-Jato, até a tomada de decisão de candidatar-se ao Senado Federal pelo Paraná. 

Moro elegeu-se justamente pelo capital político acumulado durante os anos em que atuou como juiz daquela operação, assim como por suas afinidades com o bolsonarismo mais radical, de raízes fortes no estado. O Estado do Paraná, aliás, apresentou um excelente elenco de pessoas muito bem-preparadas, concorrendo ao Senado Federal.  Afirmamos isso com a autoridade de quem teve a oportunidade de acompanhar os debates transmitidos pela televisão. No final, pesaram outros fatores e o eleitorado sufragou o nome do ex-juiz da Lava-Jato. Como as eventuais irregularidadess estão relacionadas com a chapa, caso o senador seja memo cassado, surge, então, uma penca de candidatos ao posto, que deverão disputar novas eleições.

Os partidos mais interessados neste desfecho são o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo candidato esteve bem no pleito, e o PT, que deseja a candidatura, de Gleisi Hoffmann,  atual Presidente Nacional da legenda, para o cargo. O filho do ex-governador Roberto Requião, que hoje anda amuado com o PT, também promete entrar na disputa. Caso se confirme as previsões ruins, a situação fica bastante complicada para o ex-juiz, que perderia o foro privilegiado em outros processos que existem contra ele.  

Editorial: O Javier Milei brasileiro é o próprio Jair Bolsonaro. Como pode?


Há alguns textos que, quando caem em nossas mãos são capazes de produzir bons momentos de contentamento. Por vezes isso ocorre "acidentalmente" movido pelo algoritmo, que considera importante indicar textos correlactos às nossas pesquisas. Até recentemente, tivemos acesso a um texto bem antigo, escrito pelo poeta Mauro Mota, quando ele ainda presidia o então Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais(IJNPS), hoje Fundação Joaquim Nabuco. O artigo foi publicado num dos números da Revista Ciência &Trópico, sucedânea dos famosos Boletins do IJNPS, um marco em termos de produção científica no campo da sociologia no país.  

O artigo de Mauro Mota é sobre a meninice do sociólogo Gilberto Freyre, quando ele passava as férias escolares no Engenho São Severino dos Ramos, que pertencia aos seus avós maternos, localizado na cidade de Palmares, Zona da Mata Sul do Estado de Pernambuco. Apesar de ter nascido em perímetro urbano, a experiência de Gilberto Freyre com o meio rural não é nada desprezível. Seu avô paterno era um ilustre senhor de engenho, comissário do açúcar, da fina flor da aristocracia açucareira do Estado de Pernambuco.    

Segundo o poeta, de quem Gilberto era amigo e confidente, em um cardeninho de anotações, o futuro sociólogo tomava nota de tudo, em diálogos constantes com os moradores locais, os senhores da Casa-Grande, os trabalhadores do eito, as mucamas que realizam trabalhos domésticos. Tinha um interesse particular pelas receitas e, principalmente, pelos padrões de relações estabelecidos entre senhores e escravos, gênese do que ficaria conhecido mais tarde como equilíbrio entre antagonismo.  Ali estava, naquele caderninho de anotações, segundo o poeta, o embrião de sua obra-prima, o livro Casa Grande & Senzala

A relação entre o poeta e o sociólogo era de profunda cumplicidade. Mauro Mota foi indicado por Gilberto para assumir o IJNPS em circunstâncias políticas bastante específicas. Até então, Mauro Mota era essencialmente um grande poeta, mas teve a confiança de Gilberto para dirigir um instituto de pesquisas cientíticas. Para se adequar ao novo status, o poeta mudou, inclusive, o seu lugar de sujeito, passando a se apresentar com as credenciais de um pesquisador que havia realizado uma pesquisa importante sobre o cajueiro nordestino, tese de livre docência para seu ingresso no tradicional Ginásio Pernambucano. 

Outro texto foi produzido por uma socióloga, que observa que as condições históricas da sociedade brasiliera, fomentaram a eclosão do bolsonarismo entre nós, ou seja, as condições ou chocadeira do ovo da serpente já existiam, carecendo, tão somente, de alguém que pudesse acionar o gatilho (exemplo bem ao gosto do bolsonarismo). Sociedade desigual, racista, de perfil autoritário e permeável ao genocídio. Esta advertência da professora vinha a propósito da enorme quantidade de estudos que tinham como objetivo discutir as causas do surgimento do bolsonarismo entre nós. 

Jair Bolsonaro, como se sabe, lidera uma enorme comitiva, estimada em mais de cinquenta pessoas, para prestigiar a posse do seu amigo argentino, Javier Milei, festejado hoje como um expoente da extrema-direita no continente. Por questões de ordem legal, tratou de comunicar ao Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes,  que irá se ausentar-se do país. O ex-presidente, que passou um período acabrunhado, voltou a tomar gosto pela atividade política está, como se diz aqui no Nordeste, de vento em popa. Vai às ruas, despacha como presidente de honra do PL, aconselha a sua base aliada a se posicionar em votações importantes no Congresso. 

Sobre a sabatina de Flávio Dino, segundo um bem-informado colunista, Bolsonaro chegou a sugerir até algumas perguntas durante a sessão. Em declaração recente, afirmou que o pulso das ruas é o mesmo de 2018, quando conseguiu se eleger Presidente da República. Pelos seus cálculos, o PT vai tomar uma surra nas eleições municipais de 2024 e em 2026, quando teremos novas eleições presidenciais.  Para o próximo dia 10\12, está programada uma mobilização de bolsonaristas em Brasília, segundo dizem, para protestar contra a indicação de Flávio Dino à Suprema Corte. 

Salvo melhor juízo, talvez estejamos aqui diante de um fato inusitado, ou seja, pela primeira vez no país irá ocorrer uma mobilização de rua contra a indicação de alguém para o Supremo Tribunal Federal. Depois de Javier Milei levantar a bola do bolsonarismo na região, perguntamos por aqui, mais de uma vez, quem seria o nosso futuro Javier Milei, ou seja, quem, no escopo do bolsonarismo, poderia se apresentar às urnas nas eleições de 2026, com a sua plataforma e seus símbolos. 

Entre os habilitados, considerando-se a inelegibilidade do capitão, estaria o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-Ministro de Infraestrutura do Governo Bolsonaro, de perfil eminentemente bolsonarista radical. Um fato que tem sido curioso, no entanto, é que a massa ensandecida que acompanha Bolsonaro nas ruas, entoa sempre o bordão: Volta, Bolsonaro. Sinceramente? Não sabemos como vamos nos arranjar por aqui. Um cursinho rápido sobre inelegibilidade e democracia representativa faria bem aos bolsonaristas mais entusiasmados? Já que eles gostam do termo, quem sugere o Volta, Bolsonaro, não está jogando dentro das quatro linhas de uma democracia representativa. Há de se perguntar o que eles estão sugerindo.