Polêmicas à parte, está tudo certo para a instalação da CPI da Braskem, na próxima terça-feira,dia 12, no Senado Federal. A proposta, encaminhada pelo Senador Renan Calheiros(MDB-AL), não encontrou grandes dificuldades de tramitação, exceto pelas críticas de alguns adversários políticos do estado de origem do proponente, o que não seria de surpreender, se considerarmos a correlação de forças locais. Em 2026 teremos novas eleições para o Senado Federal. Trata-se de uma CPI que terá a hegemonia da base govenista, assim como ocorreu com a CPI da Covid-19. Vamos ter os senadores Omar Aziz, Randolfe Rodrigues e o próprio Renan Calheiros, que foi relator daquela comissão e luta por espaço semelhante na composição dessa nova CPI.
Muita coisa precisa ser esclarecida sobre este caso, para que possamos tirar nossas conclusões, assim como identificar os responsáveis - entre agentes públicos e privados - por este desastre ambiental de proporções gigantescas, que vem penalizando a população do estado de Alagoas. Como se sabe, em situações assim, o moído é grande. Desde o início dos trabalhos, ainda na fase das licenças, que os órgãos ambientais do Estado teriam desanconselhado a exploração do sal gema no local, recomendação vencida pelos interesses políticos e econômicos subjacentes. O embate é longo e começou ainda sob o regime militar.
Desde então, os desmandos se sucederam um a um, sempre priorizando os lucros auferidos pela exploração, sem o menor cuidado ou preocupação com as consequências produzidas contra a população do entorno da mina. Quando o quadro agravou-se, elas precisaram deixar suas residências, sem que saiba, concretamete, como serão devidamente indenizadas pela mineradora. Para completar o enredo nebuloso, a mina fica localizada bem próxima à lagoa Mundau, fonte de sobrevivência econômica de centenas de pescadodores, que sobrevivem da pesca. Um colapso da mina salgaria a lagoa, matando os peixinhos que gostam de água doce.
P.S.: Contexto Político: A briga aqui, como se diz no Nordeste, é de cachorro grande. A abertura desta CPI põe em lados opostos o grupo político reprsentado pelo senador Renan Calheiros e o atual prefeito da capital, João Henrique Caldas (JHC), filiado ao PL e aliado de Arthur Lira no Estado, um inimigo figadal do senador. Há, por exemplo, acordos celebrados entre os gestores da Braskem e a administração municipal, estimados em bilhões, sem que tais recursos tivessem chegado aos atingidos pelas desocupações compulsórias. Para completar o enredo, também não seria de bom alvitre uma comissão hegemônicamente governista, fustigando o atual Presidente da Câmara dos Deputados.
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