pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Mais um erro de avaliação do ex-Juiz Sérgio Moro.
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sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Editorial: Mais um erro de avaliação do ex-Juiz Sérgio Moro.


Certa vez, produzimos por aqui um longo editorial tratando dos inúmeros erros de avaliação cometidos pelo ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro. Não foram poucos, ao longo de sua vida pública. Melhor seria ter continuado como juiz federal, ministrando suas aulas, curtindo as férias com a família, sem a exposição pública que tantos problemas lhes causou. Restou o apoio de algums setores de direita e, nem assim, um apoio irrestrito, a julgar pelos atores políticos que abriram processo contra o ex-juiz, argumentando problemas com a sua campanha para o Senado Federal, com o propósito de cassar o seu mandato de senador da Reública. Um dos processos é do Partido Liberal, o mesmo do ex-presidente Jair Bolsonaro.   

Pelos segmentos de esquerda, principalmente os mais ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-juiz, por razões conhecidas, é execrado. Os bolsonaristas, como se sabe, moveram moinhos no sentido de evitar a aprovação da indicação de um "comunista" para o Supremo Tribunal Federal. Ainda estão de ressaca, depois da refrega. Para completar o enredo, Lula ainda comemorou o fato de ter indicado o primeiro ministro comunista para a Suprema Corte. Esta narrativa de "comunista" está dando o que falar e, logo, retomaremos a tal discussão. Há muitos exageros sobre o assunto, além da corruptela conceitual, empregado de forma abusiva, apenas para atingir o futuro membro da Suprema Corte. Flávio Dino foi eleito governador do Maranhão até com o apoio dos comunistas "sarneizistas", conforme ele mesmo admitiu durante a sabatina.  

Os bolsonaristas se mobilizaram, fizeram campanhas de ruas, pelas redes sociais, tudo com o propósito de evitar a aprovação da indicação do senhor Flávio Dino para o STF. O rolo compressor montado pelo Palácio do Planalto, aliado às manobras regimentais, no entanto, foi mais eficiente. Não foi aquele placar com folga, mas 47 votos dá para passar, mesmo sem os louvores. A sabatina transcorreu sem maiores problemas, exceto pelos excessos de retórica dos bolsonaristas, respondido com a polidez política de Flávio Dino, impostas pelas circunstâncias, uma vez, em momentos assim, recomenda-se não desagradar a banca examinadora.  

Em mais um erro de avaliação, o ex-juiz aparece em cumprimentos efusivos ao futuro ministro do STF, foi ponderado em sua arguição, e alguns sugerem que poderia ter dado um voto a favor da indicação de Flávio Dino, tudo em nome da urbanidade, da civilidade e da polidez política. Até diálogos entre o ex-juiz e um conselheiro, que teria sugerido menos "entusiasmo", vazou  para a imprensa. O problema é explicar esses gestos de civilidade política aos bolsonaristas, que o estão tratando como traidor pelas redes sociais. Pela experiência política, Moro já devia saber como esses segmentos radicais se comportam. 

P.S.: Contexto Político: O Ministério Público, através de processo que esteve em julgamento no TRE\PR, recomendou a cassação do mandato do senador Sérgio Moro, além de sugerir sua inelegibilidade. O ex-juiz da Lava-Jato, na avaliação dos magistrado, segundo comentários da coluna do jornalista Josias de Souza, teria, digamos assim, queimado a largada para a sua candidatura ao Senado Federal, uma vez que, muito antes, já fazia um périplo nacional infrutífero como aspirante a candidato à Presidência da República, assumindo uma larga vantagem sobre os demais concorrentes a uma vaga de representante do Estado do Paraná na Câmara Alta.     

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