As mobilizações programadas pelos bolsonaristas radicais para dia de hoje, 10\12, com o propósito de protestar contra a indicação do Ministro da Justiça, Flávio Dino para o STF, é marcada por uma série de emblemas. A começar pelo inusitado de uma manifestão pública contra a indicação de um nome do Executivo para assumir uma vaga no STF. Salvo melhor juízo, não há precedentes no país. Convém esclarecer que a batalha dos bolsonaristas radicais contra a indicação do ministro Flávio Dino é dentro e fora do parlamento. Assim como o Portal UOL, que realizou uma sondagem para saber quantos votos o ministro havia assegurado, a tropa de choque bolsonarista está trabalhando em favor de uma rejeição do nome do ministro na sabatina programada para o dia 13, quarta-feira. A data da sabatina também é emblemática. Para alguns, o número 13 dá azar.
A julgar como correto o levantamento realizado pelo Portal UOL, o ministro precisa de mais 21 votos para ter a homologação de sua indicação, votos que precisam ser negociados junto aos caciques do Centrão, numa engenharia política intrincada, que, como sempre, deve incluir algumas concessões do Executivo. Neste contexto, a possibilidade de uma rejeição é remota, mas nada que desanime os bolsonaristas mais radicais, que têm programação até para a Esplananda dos Ministérios, em Brasília. Na realidade, pensávamos que tais mobilizações seriam apenas na capital federal, mas elas devem ocorrer em todo o país, principalmente nas grandes capitais.
Há algum tempo, os bolsonaristas tentam remontar as grandes concentrações de rua do passado. Hoje, tais mobilizações de rua convocadas por eles estão bem distante de atingir as multidões de outrora. Uma boa questão para os analistas polítcos seria a de tentar responder a essa questão. Pontualmente, não se pode dizer que o "mito" deixou de ter seus seguidores, dispostos a passar frio e calor para a acompanhá-lo, como ocorreu recentemente no Rio Grande do Norte. Por outro lado, as "pautas' ou agendas bolsonaristas, sem a presença do líder, parece que não empolgam mais como antes.
Há de se considerar aqui, igualmente, os efeitos pedagógicos produzidos a partir da prisão e da condenação de alguns daqueles envolvidos na tentativa de golpe do dia 08 de janeiro. Talvez os conselhos da vovó ajudem a conter os ânimos exaltados das novas gerações. Tudo é possível. O próprio ex-presidente Jair Bolsonaro tomou a decisão de não comparecer a alguns desses encontros, como este último, realizado na Avenida Paulista. Ele sabe que precisa tomar alguns cuidados para não infringir as restrições legais impostas.
P.S.: Contexto Político: Confirmando que sugerimos acima, enquando o ex-presidente Jair Bolsonaro foi ovacionado na posse do colega argentino, as mobilizações programadas pelos bolsonaristas aqui no país resultaram num tremendo fracasso de público.
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