pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO.
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terça-feira, 2 de julho de 2024

Editorial: Cida Ramos vê com serenidade a decisão da cúpula do PT em indicar o nome de Cartaxo para concorrer a prefeito de João Pessoa.



O martelo já foi batido pelo GTE - Grupo de Trabalho Eleitoral do PT - em relação à escolha do nome do deputado estadual Luciano Cartaxo para concorrer às eleições para a Prefeitura de João Pessoa. Um jornal carioca informa que, se houvesse a possibilidade de o PT indicar o nome a vice na chapa de reeleição do atual prefeito, Cícero Lucena, o desfecho poderia ter sido outro, mesmo se considerarmos as decisões de cúpulas tomadas em relação a este assunto, ignorando os clamores de setores orgânicos da legenda, que haviam decidido internamente que o melhor encaminhamento para a decisão sobre uma candidatura seria através das prévias. 

Em entrevista ao site ClickPB, a deputada estadual Cida Ramos, que, de fato, construiu as condições de viabilizar-se como candidata do partido às eleições municipais deste ano, afirma que vê com serenidade a decisão tomada pelo GTE da legenda. Bastante sensata a sua conclusão de que a sua candidatura só faria sentido se fosse uma decisão tomada pelas instâncias autênticas da legenda. 

Realmente é isso mesmo. Um raciocínio e um posicionamento de profunda coerência da deputada. Se os leitores desejam aprofundar esta e outras discussões acerca daquelas eleições, assinem o nosso perfil da Privacy pelo link

Charge! Bennet via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 1 de julho de 2024

Editorial: O peso da idade de Lula será explorado pela oposição em 2026.



Assim como ocorre nos Estados Unidos em relação ao candidato Joe Biden, que teve dificuldades no debate que travou com o republicano Donald Trump, não seria improvável que a oposição explore, nas eleições de 2026, o peso da idade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na realidade, por uma série de fatores, o ideal mesmo seria que as forças do campo progressista construíssem uma opção ao presidente, que deve ter sido sincero ao afirmar, quando assumiu o governo pela terceira vez, que, concluído o mandato, iria descansar. 

A grande questão é que tal opção nunca foi pensada. Enquanto pululam nomes no campo conservador e de direita dispostos a se habilitarem ao cargo, na esquerda as únicas opções se resumem a Lula ou Lula. O que existe de fato é uma  briga intestinal, com este propósito, no núcleo duro petista, que só tem produzido consequências danosas ao andamento do governo. É fogo amigo. É puxação de tapete, são tessituras e armadilhas de bastidores. O repertório é grande, embora Lula tenha sinalizado que ainda estará no páreo, se esta for a única opção de impedir que os aloprados voltem.  

Lula tem cuidado bem da saúde, exercita-se regularmente, faz os exames de rotina. O articulista e consultor da revista Veja, Thomas Traumann, em artigo no site daquela revista, observa que, assim como está ocorrendo nos Estados Unidos, é quase certo que a oposição explore esta condição de idade avançada de Lula durante aquelas eleições, caso ele esteja no páreo. Aliás, alguns petardos já teriam sido disparados neste sentido. Assine nosso perfil do Privacy, onde discutimos esses e outros temas da política nacional. Será um prazer enorme encontrá-lo por ali. 

Editorial: Bloqueadores de celulares nos presídios funcionam?



Todas as iniciativas para humanizar o cumprimentos da pena no nosso sistema prisional serão sempre bem-vindas, como o anúncio recente da governadora Raquel Lyra(PSDB-PE),informando que está admitindo mais 420 policiais penais ao quadro de servidores públicos do Estado. Há, igualmente, uma movimentação de pessoal da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado, no sentido de prospectar informações acerca da tecnologia de implantação dos bloqueadores de celulares em unidades prisionais de alguns Estados da Federação. 

Em entrevista, no dia de hoje, primeiro de julho, nas páginas do Jornal do Commércio, o Secretário Nacional de Políticas Públicas, André Garcia, afirma que a proposta é bem-vinda e que estaria disposto a colaborar com o estado neste sentido. A atuação dos chefes do crime organizado através deste expediente, reflete diretamente sobre os índices de violência fora dos presídios, inclusive no tocante às mortes violentas intencionais, o principal parâmetro para mensurar o grau de violência entre os entes federados. 

Na realidade, há uma enorme controvérsia em torno do assunto. Quando ocorreu aquela fuga no Presídio de Segurança Máxima de Mossoró, o assunto voltou a ser discutido com um especialista, que afirmou que, na verdade, tal sistema poderia, inclusive atrapalhar a segurança nas unidades prisionais, quando de uma rebelião ou fuga, por exemplo, quando os agentes públicos precisam recorrer aos aparelhos para pedirem ajuda. 

Aqui mesmo em Pernambuco, por exemplo, ocorreu um caso hilariante de um secretário de direitos humanos que tinha o telefone celular dos líderes de uma rebelião que acabara de eclodir no Complexo Prisional do Aníbal Bruno, numa evidência trágica da banalização do uso desses aparelhos nos presídios. 

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Há vaga de um nome do PT para concorrer ao Senado Federal na chapa de João Campos em 2026?



O prefeito João Campos(PSB-PE) não entregará as chaves do Palácio Capibaribe ao PT. O pai, Eduardo Campos, quando era governador, fez um esforço político hercúleo para conquistar aquele espaço, como consolidação de um projeto de eduardolização da política pernambucana, na esteira de suas aspirações presidenciais. O PT tem mantido algum suspense sobre o assunto, permitindo a indicação e a movimentação de um determinado ator político ao cargo, mas há duas premissas básicas sobre o assunto e que não podem ser ignoradas.  

A primeira delas é que os dirigentes petistas disfarçam, mas sabem que o prefeito João Campos é irredutível em torno do assunto e não irá ceder. A outra sugere que, com tais movimentações, o partido considera justo fazer algumas exigências ao gestor, entre as quais o compromisso de indicar um nome para concorrer ao Senado Federal nas eleições de 2026, quando João Campos, muito provavelmente, se não encontrar algum atropelo no asfalto político, será candidato natural ao Governo do Estado. 

Entra neste enredo, igualmente, o flerte de algumas figuras da legenda, sobretudo com representação parlamentar, com a governadora Raquel Lyra(PSDB-PE), que poderia se tornar uma espécie de plano "B", caso os arranjos com o gestor não sejam favoráveis à legenda. A maior liderança do partido local, o senador Humberto Costa, precisa renovar seu mandato nas eleições de 2026. Qualquer acordo político, de um lado ou do outro, passa por tal condição. 

Como já existe um processo de estadualização da campanha de 2024, a julgar pelas movimentações do prefeito e da governadora nos principais colégios eleitorais da região metropolitana e do interior do Estado, somente João já teria uma penca de candidatos ao cargo nas eleições de 2026, a exemplo do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, o atual Ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, e, quem sabe, a própria Marília Arraes, que recentemente selou as pazes com o prefeito e, igualmente, seguindo os conselhos do avô, não dispensa suas articulações pelo interior, adubando as bases para colher os frutos em 2026. Para acompanhar toda as movimentações políticas no Estado, assine nosso perfil da Privacy, onde debatemos este e outros assuntos da política nacional.  

Editorial: A onda de extrema-direita que varre a Europa.



Desta vez foi a França, onde, nas eleições parlamentares do último domingo, 30, registrou-se um avanço significativo da extrema-direita, mas o fenômeno pode ser estendido praticamente para todo o continente europeu, onde integrantes de partidos radicais de direita conseguem avanços sobre o parlamento e sobre o Executivo. Fenômeno semelhante ocorreu recentemente em Portugal e na Itália. Quando eles não chegam, ficam por ali pelas franjas, à espreita, aguardando o melhor momento do bote.  

Nos Estados Unidos, sobretudo em razão dos problemas estruturais enfrentados pelos democratas, que contam com um candidato com sérios problemas de saúde, é nítido, neste momento, o favoritismo do candidato republicano, Donald Trump. Já se cogita uma eventual substituição de Joe Biden. Alguns nomes já estão sendo especulados, mas nada ainda definitivo. 

Aliás, se observamos bem, não seria de grande surpresa o que está ocorrendo nas eleições francesas, uma vez que já faz algum tempo que essa onda de extrema-direita, com ligeiros refluxos, varre o continente europeu e se espalha para outros continentes, inclusive o sul-americano, onde já se consolidou na Argentina, em El Salvador e ameaça o Brasil. No Brasil esses grupos estão ativos, atuantes, inclusive se inspirando no que ocorre no resto do mundo. Donald Trump, por exemplo, é uma espécie de guru para o bolsonarismo radical do país.

Aqui, o torniquete de extrema-direita atua a partir do parlamento, de forma institucional, estrangulando o Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Num ambiente político inflamado e sob condições adversas, as forças do campo progressista enfrentam as urnas nas eleições municipais de 2024. Sabe-se lá o que virá dali, mas as expectativas não são otimistas. Mais uma derrota das forças desse campo nas eleições de 2024 e os problemas tendem a se agravarem, com a consolidação de uma agenda de retrocessos civilizatórios e antidemocráticos. Já estão propondo multas até para a distribuição de comidas aos moradores de rua. Imaginem do que essa gente não é capaz.

Para saber e debater um pouco mais sobre este e outros assuntos, assine o nosso perfil do Privacy por aqui.     

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 30 de junho de 2024

Discussão: Quem, afinal, é o candidato que Bolsonaro deseja para representá-lo em 2026?


O governador Tarcísio de Freitas "toca" uma agenda genuinamente bolsonarista; o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, admite até aos ventos que deseja ser o representante da direita e dos segmentos conservadores contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente Lula, até recentemente, fez referências aos eventuais adversários do petismo em 2026. 

O ex-presidente Jair Bolsonaro faz um périplo por todo o país apoiando aliados, mas sabe que sua situação é complicada. Pelo andar da carruagem jurídica, estará fora do pleito presidencial de 2026. Nenhum desses nomes citados acima, porém, seria a sua primeira opção pra representá-lo naquelas eleições. Revelamos esse nome em nosso perfil da Privacy, que pode ser acessado por aqui

Editorial: Em mais um capítulo das indisposições institucionais, Tarcísio e Nunes não comparecem a evento com Lula.



Repercute bastante a ausência do governador Tarcísio de Freitas(Republicanos-SP) e do prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP), em evento oficial, onde ministros do Governo Lula assinariam contrato de licitação para a ampliação de obras do metrô em São Paulo. Em represália, os ministros se recusaram a assinar o contrato, ampliando ainda mais as zonas de atrito entre o Poder Central e o ente federado rebelde. 

O governador Tarcísio de Freitas é um dos principais padrinhos da candidatura de Ricardo Nunes à prefeitura de São Paulo. Na realidade, ao seu projeto de reeleição. Até recentemente, constituiu-se num dos principais fiadores do nome do coronel Mello Araújo, ex-Rota, como o indicado para concorrer à vice na chapa de reeleição. Nunes, por outro lado, não ficaria muito à vontade num evento com a presença de Guilherme Boulos, que concorre ao mesmo posto, apoiado pelo Palácio do Planalto. 

Para completar o enredo, sua ex-Secretária de Relações Internacionais, Marta Suplicy, também estava presente ao evento. Não há como disfarçar que já estamos em plena campanha política, daí se entender essas idiossincrasias. Por outro lado, eventos institucionais como este, são os ossos do oficio que o homem público precisa engolir. Sugere-se que o público era relativamente controlado, daí as vaias à ausência dos dois gestores. Pelo andar da carruagem política, se eles estivessem presentes também não seria diferente. Que situação, senhores!

Editorial: As marmitas de Rubinho Nunes.

 


Há algumas coisas na vida que a gente precisa deixar a poeira abaixar para entender o que, de fato, está em jogo. Sugere-se que o país está entrando no círculo bastante negativo. Infelizmente. Não seria coisa de pessimista, dita assim num domingo ensolarado, o que é mais grave, mas as sinalizações não são boas. A crise institucional entrou num patamar onde se sugere não haver mais volta, pois até o Executivo parece ter entrado em rota de indisposições com o Poder Judiciário, pelo que se conclui das últimas declarações de Lula, assim como da invertida do outro lado. 

Não se chega a um consenso sobre a necessidade de austeridades em relação aos gastos públicos e podemos entrar numa fase delicada da economia. Mesmo com o propósito de ampliação da receita pública, é preciso fechar o ralo astronômico do déficit. A questão é bem mais séria do que uma simples queda de braço entre o Executivo e o Presidente do Banco Central, Campos Neto, que deverá deixar o cargo brevemente. O resultado da votação do COPOM é um exemplo cabal do que estamos afirmando. 

Em tal ambiente a agenda de corte ultraliberal, ancorada em forte apoio parlamentar, ganha espaço em relação a temas nevrálgicos, como aborto, drogas, saidinha do sistema carcerário, entre outros. É neste contexto, por exemplo, que surgem propostas como esta PL do vereador Rubinho Nunes, do União Brasil de São Paulo, que prevê, entre outras excrescências, a aplicação de multas às ongs que distribuírem comida com a população de rua, sem autorização legal. 

Fomos investigar a biografia do senhor Rubinho. Uma pessoa jovem, com trinta e poucos anos, ex-integrante do MBL - Movimento Brasil Livre - o que não seria de surpreender. É algo que merece do mundo civilizado um repúdio veemente ou mesmo o escracho, como ocorreu logo cedo, com o ator Alexandre Frota, distribuindo comida e exigindo ser multado.  

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 29 de junho de 2024

Editorial: Por que o avanço de Datena não preocupa Nunes?

 


Por este blog e pelo nosso perfil da Privacy, que pode ser acessado por aqui, estamos acompanhado, de olhos bem abertos, as movimentações dos candidatos que se habilitaram a disputar a Prefeitura de São Paulo nessas eleições municipais de outubro. A disputa promete ser bastante equilibrada, provavelmente decidida apenas num segundo turno. A última pesquisa de intenção de votos, realizada pelo Instituto Quaest\Genial, mostrou um cenário competitivo um pouco distinto dos anteriores, geralmente polarizado entre os nomes de Guilherme Boulos e Ricardo Nunes. 

O apresentador José Luiz Datena, filiado ao PSDB, entrou no pelotão de frente, cravando 17% das intenções de voto, em rigoroso empate técnico com os principais concorrentes. Com padrinhos fortes e uma situação relativamente estabilizada, pois pilota a máquina, Nunes sabe que, muito provavelmente, estará no segundo turno daquelas eleições, de preferência com o candidato Guilherme Boulos, que seria mais sensível a uma "desconstrução" de imagem pensada pelo seu staff de marketing político. 

Neste caso, calcula Nunes, poderia contar com o apoio inevitável de Datena e Pablo Marçal, que não apoiariam Boulos de jeito nenhum. Mas, e se Datena começar a ameaçar? Um dado da última pesquisa do próprio Quaest\Genial traz um dado que deixou Nunes relativamente tranquilizado: Datena ostenta a maior taxa de rejeição entre todos os candidatos: 51%, o que significa que seu potencial de crescimento esbarra num entrave ou num teto bem definido. Embora não apareça bem nas últimas pesquisas, com tendência de queda, a candidata Tabata Amaral é quem apresenta a menor taxa de rejeição entre todos os candidatos. 

Editorial: O Brasil já experimenta um regime semipresidencialista?



Raposas políticas são raposas políticas, recomendando-nos sempre ficarmos de olho em suas movimentações. O ex-presidente Michel Temer é um dos atores políticos que gravitam em torno do projeto de reeleição do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Eles mesmos admitem que, dali podem sair as fumaças que desenharão a nucleação de matriz conservadora que poderá ditar os rumos do país a partir de 2026, quando das eleições presidenciais. 

Hoje, o representante mais ilustre desse grupo é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que, apesar de negar suas pretensões presidenciais neste momento, assume um agenda política claramente identificada com um projeto antipetista. Adversários políticos estão de olho em todas as suas movimentações, desde um simples jantar com o atual presidente do Banco Central, Campos Neto, que poderia sinalizar para uma eventual escolha antecipado de um nome para um futuro Ministro da Fazenda de um eventual Governo. 

De Portugal, o ex-presidente Michel Temer se diz favorável a que o país pondere ou institucionalize o semipresidencialismo, que, na prática, já se configura como real, se entendermos, por exemplo, que o orçamento praticamente já está sob controle do Legislativo. Aqui, pela primeira vez, haveremos de concordar com a velha raposa política brasileira. Vamos continuar esta  conversa? Assine nosso perfil da Privacy pelo link.  

Editorial: O pantanal arde em chamas. Um desastre ecológico de proporções gigantescas.

 



A revista Veja desta semana traz uma longa e ao mesmo tempo preocupante matéria sobre o fogo que consome o Pantanal Matogrossense. As secas ou estiagem seriam cíclicas ou regulares, ocorridas sempre nessa época do ano, mas, desta vez, assumem contornos e consequências imprevisíveis, ameaçando, de forma efetiva, a preservação daquele bioma. Necessário apontar que o desmatamento ou as desordens ambientes produzidas na Amazônia estão contribuindo para agravar os problemas enfrentados pelo pantanal, que está localizado nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além de áreas de outros países fronteiriços. 

O Pantanal possui algumas características peculiares, como o incêndio que se alastra sem ser percebido, por baixo da terra, diferentemente do que ocorre nas florestas tropicais, o que produz grandes dificuldades de combate e controle. Outro agravante são as mudanças climáticas, como decorrência do uso abuso e indiscriminado dos recursos naturais e expedição de poluentes no ar. 

Para completar esse enredo macabro, ao que se sabe, órgãos como o IBAMA, salvo melhor juízo, encontram-se com seus servidores em greve.  Em 1974, o cineasta Jorge Bodanzki produziu o drama\documentário "Iracema - uma transa amazônica", onde expõe os problemas enfrentados pelos nativos ou povos originários daquela região. Entrevistado algumas décadas depois do lançamento da película, o cineasta é categórico ao afirmar que nada mudou desde então. Os problemas apenas se agravaram, inclusive sob governos de perfil progressista. 

Editorial: Pablo Marçal poderia atrair o voto bolsonarista?

 


Em curva ascendente nas primeiras pesquisas de intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo, o coach Pablo Marçal(PRTB-SP) passou a preocupar os demais concorrentes ao Edifício Matarazzo, principalmente o atual gestor da cidade, Ricardo Nunes(MDB-SP), que concorre à reeleição. A entrada de Pablo Marçal na disputa, inclusive, poderia ter apressado os ajustes finais com o PL, que acabou confirmando o nome do coronel Mello em sua chapa, na condição de vice candidato à prefeitura. 

O coronel Mello é ex-comandante da Rota - Rondas Ostensivas Tobias Aguiar - o que, em tese, estaria dificultando os acertos com segmentos que dão sustentação à frente que apoia o nome de Nunes. Curioso que, para apimentar tal disputa, havia indicações de nome de integrante da Polícia Civil, o que produziu alguns ruídos corporativos, além dos políticos. As duas últimas pesquisas publicadas sobre o pleito apontam algo em torno de 10% das intenções de voto para o empresário, o que poderia supor um eventual teto, mas ainda é cedo para concluirmos sobre tal hipótese. Quem apostava, por exemplo, na alavancagem da candidatura do apresentador José Luiz Datena, conforme demonstrado nessa última pesquisa do Instituto Quaest\Genial, onde ele aparece com 17% das intenções de voto? 

Uma coisa parece certa. A decisão do pleito será mesmo em segundo turno e Nunes aposta que o seu nome estará nas urnas para a decisão final do eleitor. Neste caso, se mantido o segundo pelotão sob controle, a tendência natural de Datena e de Marçal seria ou se manterem equidistantes ou pedirem aos seus eleitores para sufragar o nome de Nunes. Em princípio, não haveria a possibilidade do apoio ao nome de Guilherme Boulos. O que se sabe nas coxias, no entanto, é que Marçal estaria acionando seus dispositivos no sentido de prospectar o voto do eleitorado bolsonarista. Se será feliz nessa empreitada é uma outra questão. Mas ele tem perfil. Se o leitor deseja aprofundar essa e outras questões de conjuntura política, principalmente no tocante à próximas eleições municipais, assine e acesse com regularidade o nosso perfil na plataforma Privacy pelo link.   

Editorial: O consenso de que o Poder Legislativo deve ter a palavra final sobre as drogas.



Como é complexa essa questão das drogas. No dia de ontem, lemos várias situações que poderiam advir depois das resoluções da Suprema Corte em torno do assunto. Algumas delas são mera cortinas de fumaça em torno do assunto, pois já se sabe, há muito tempo, que as drogas circulam abertamente dentro do sistema penitenciário. No limite, em alguns casos específicos, elas extrapolam a condição de simples consumo entre os presidiários para se tornarem casos de tráfico propriamente ditos. 

Curioso que a análise do STF em torno do assunto se deu em razão de um presidiário que fazia uso de drogas para consumo dentro de uma unidade prisional. Como avaliar essa questão do ponto de vista jurídico? Pelo andar da carruagem politica - ou jurídica, para sermos mais precisos - integrante da própria Corte Suprema, Luiz Fux, entendeu que seria o momento de serenar os ânimos em torno do assunto, sugerindo que as prerrogativas de deliberar sobre o tema deveriam ficar sob o encargo do Poder Legislativo, que, juntamente com órgãos de saúde pública e especialistas no assunto, poderiam dirimir outras questões, como, por exemplo, a quantidade que se poderia considerar razoável para ser taxada de consumo. 

O presidente Lula fez uma declaração recente tratando dessas "prerrogativas", mas o mais importante a ser observado neste aspecto é a primazia do espírito de corpo que prevalece entre os parlamentares em torno do assunto. Senadores governistas advogam que o Congresso deve voltar a discutir a matéria e dá a palavra final em torno do assunto. Um raro momento de convergência entre governistas e oposicionistas. No final e ao cabo, convém ir se acostumando com a proposta draconiana aprovada no Legislativo em torno do assunto. Deseja continuar este papo de política conosco? Assine e recomende nosso perfil da Privacy, que pode ser acessado pelo link.  

Editorial: "Não me peçam para fazer campanha", afirma Presidente do PT na Paraíba.



No dia de ontem, chegamos a ler, num desses site de notícias do Estado, algumas opiniões favoráveis à decisão da direção do PT em indicar o nome do Deputado Estadual Luciano Cartaxo para disputar a Prefeitura da Cidade de João Pessoa, nas próximas eleições municipais. O articulista argumentava que o PT se afirma como um grêmio competitivo no Estado; indica um candidato com potencial eleitoral, pois já administrou a cidade por dois mandatos, e, ainda, em última análise, pode apoiar o nome de Cícero Lucena no segundo turno com melhores condições de barganha. 

A candidatura de Cartaxo conta com padrinhos fortes e bem articulados nacionalmente, como é o caso do ex-governador Ricardo Coutinho e o Deputado Estadual Luiz Couto. A depender das instâncias burocráticas da legenda, a candidatura da Deputada Estadual, Cida Ramos, não teria a menor chance de lograr êxito. Cida Ramos, no entanto, seria o nome referendado pelos setores mais autênticos da legenda, os setores de base, orgânicos, conforme costumamos afirmar. 

Como o nosso feeling político nunca falha ou deixou de estar apurado, no dia de ontem, durante uma entrevista ao programa Arapuã Verdade, o Presidente Estadual da Legenda, Jackson Macedo, em matéria que repercutiu no site ClickPB, afirmou que a decisão contraria os interesses locais do partido e que não fará campanha para o candidato escolhido, pois o processo atropelou mecanismos internos. É petista, vota no partido, mas não sairá às ruas empunhando bandeirolas com o nome de Cartaxo. Deseja continuar essas discussões em torno deste assunto, assine nosso perfil da Privacy pelo link. 

Charge! Marília Marz via Folha de São Paulo

 


sexta-feira, 28 de junho de 2024

Drops: O debate entre Joe Biden e Donald Trump.



Infelizmente, precisamos admitir que o candidato à reeleição, Joe Biden, do Partido Democrata, não esteve bem no debate presidencial de ontem à noite. Não se trata aqui de uma discussão em torno de ideias, de propostas de governo. O debate foi perdido para o Republicano Donald Trump porque Joe Biden não está bem de saúde. Isso já faz algum tempo, desde o momento em que ele foi eleito para a Presidência dos Estados pela primeira vez, quando seus estrategistas de campanha adotaram uma série de procedimentos com o propósito de não expor sua real condição de saúde. Duas questões são colocadas em torno do assunto. Quem, de fato, governa o país mais poderoso do mundo ou quem poderá substituir Joe Biden na corrida presidencial deste ano. No dia de hoje, em contato com eleitores, ele afirmou que continua no páreo. Seria uma questão humanitária alguém convencê-lo do contrário.  

Editorial: Capitão Wagner lidera as pesquisas para a Prefeitura de Fortaleza. Reflexo do "Voto Xerifão"?



O "Voto Xerifão" é um neologismo criado por este editor, que pode identificar uma tendência do eleitorado nessas últimas eleições, conforme explicamos por aqui. Trata-se de uma hipótese que precisa ser melhor investigada, naturalmente. Nada de muito conclusivo em torno do assunto. Por outro lado, a julgar pelo andar da carruagem política, não seria improvável que estejamos corretos em torno do assunto. Desde já, cobramos os direitos autorais. 

Brincadeiras à parte, vamos ao que interessa e comecemos pelos dados técnicos da pesquisa do Instituto Datafolha sobre a corrida eleitoral na capital do Ceará. A pesquisa do Instituto foi realizada entre os dias 24 e 26, ouviu 644 pessoas da capital, está registrada no TSE sob o número CE-01909\2024, com margem de erro de 4 p.p, e índice de segurança ou confiabilidade de 95%. A pesquisa traz a liderança do Capitão Wagner, do União Brasil, um ilustre representante raiz do bolsonarismo, que já vem dando dor de cabeça aos segmentos progressistas do Estado há algum tempo. 

Como é do conhecimento dos leitores, tais segmentos andam às turras faz algum tempo, facilitando o trabalho da extrema-direita naquela praça. A briga envolve até irmãos de sangue, como se sabe, e não precisamos entrar nos detalhes mais escabrosos por aqui. Por outro lado, os representantes do campo conservador e de direita também alimentam lá suas rusgas, principalmente em razão da primazia de contar com o apoio do capitão Bolsonaro como padrinho político, como é o caso do próprio capitão Wagner e do Deputado Federal André Fernandes, do PL, que também disputa aquelas eleições. 

Ainda é cedo para tirarmos conclusões mais definitivas sobre o franco favoritismo de um dos candidatos naquelas eleições, uma vez que o segundo pelotão encontra-se tecnicamente empatado, dentro da margem de erro do instituto. Eis os números: 

Capitão Wagner( União Brasil)   33%

José Sarto( PDT)    16%

André Fernandes(PL)   12%

Evandro Leite(PT)   9%

Célio Studart(PSD)  8%

Eduardo Girão (Novo)   5%

  

Editorial: A "engenharia eleitoral" do pleito paulista calculada pelo staff de Ricardo Nunes.



As movimentações políticas em São Paulo começam a entrar numa fase bastante interessante, sobretudo depois da mexida no caldeirão eleitoral provocado pela ascendência da candidatura do apresentar José Luiz Datena(PSDB-SP), que pontuou com 17% das intenções de voto na última pesquisa realizada pelo Instituto Quaest\Genial, entrando para o pelotão de frente, entre os principais competidores. Mesmo que ainda se trabalhe com as inevitáveis margens de erro dos institutos, sugere-se, neste momento, considerando-se a série de pesquisas realizadas, uma tendência de liderança na disputa do candidato do MDB, Ricardo Nunes. 

Ontem foi divulgada uma pesquisa, igualmente realizada pelo Quaest\Genial, sobre a tendência ou não de o leitor paulistano votar num candidato se indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Deu empate técnico rigoroso: 20% a 19%. 60% do eleitorado afirma que não seguiram tais recomendações de voto, o que se traduz num percentual bastante expressivo de eleitores menos infensos às recomendações dos caciques eleitorais, mesmo numa eleição bastante polarizada. 

Diante do cenário de ascendência de Datena e a entrada do coach Pablo Marçal no jogo, o staff de campanha de Ricardo Nunes projeta alguns cálculos políticos sobre aquela disputa. Há um consenso de que a eleição seria decidida num segundo turno. Caso isso ocorra, com Nunes, obviamente liderando o pelotão, a tendência seria José Luiz Datena e Pablo Marçal apoiarem o nome de Nunes. Sem o apoio de Bolsonaro, mesmo com grande capilaridade nas redes sociais, o coach, em princípio, não seria uma grande ameaça. 

Boulos é um dos postulantes mais rejeitados pelo eleitorado, segundo apontam as pesquisas, e tal rejeição ocorre, curiosamente, entre eleitores de baixa renda, da periferia, o que talvez sugira conceber que a entrada de Marta Suplicy não o ajudou na tarefa de penetrar em tais redutos, conforme poderia ser o raciocínio do morubixaba petista, Luiz Inácio Lula da Silva, que moveu moinhos para indicá-la ao cargo, retirando-a da equipe de Ricardo Nunes, trazendo-a de volta ao PT.  

Já tratamos dessa questão por aqui, considerando, inclusive, os eventuais erros cometidos por Lula ao impor o nome de Marta como vice de Boulos. Sobre os cálculos políticos do staff de Nunes, convém guardar uma certa prudência, afinal, sobretudo numa eleição, não se combina com os adversários, conforme advertia o craque Garrincha. Essa e outras questões envolvendo essa disputa estão sendo aprofundadas em nosso perfil na rede Privacy, que o leitor pode assinar pelo link. Ali poderemos trocar algumas ideais sobre aquele pleito. 

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 27 de junho de 2024

Charge! Aroeira via Facebook!

 


Editorial: Corrida eleitoral "embolada" em São Paulo. Datena entra no pelotão da frente.



A pesquisa do Instituto Quaest\Genial, divulgada no dia de hoje, traz um novo cenário sobre a disputa eleitoral em São Paulo. O candidato tucano, José Luiz Datena comemora o fato de ter entrado para o pelotão da frente, antes hegemonizado pelos candidatos Ricardo Nunes, do MDB, e Guilherme Boulos, do PSOL. A pesquisa foi realizada entre os dias 22 e 25 de junho, apontando um crescimento expressivo do tucano, que, na última pesquisa, realizado pelo Paraná Pesquisas, cravava um escore de 8% das intenções de voto. 

Agora ele aparece com 17% das intenções de voto, o que o coloca tecnicamente empatado com Ricardo Nunes e Guilherme Boulos. Ricardo Nunes, do MDB, que concorre à reeleição, aparece com 22% das intenções de voto, enquanto o psolista crava 21% das intenções. A expectativa era a de saber qual o fôlego ou o real potencial de voto do coach Pablo Marçal, que, nas primeiras pesquisas apareceu muito bem, chegando a cravar um pouco mais de 10% na última delas, a do Paraná Pesquisas

Na pesquisa do Quaest\Genial, ele repete a performance, sugerindo, talvez, um teto? Será? Pelo histórico de desistências, segundo comenta-se nas coxias, o tucanato já teria um nome na agulha para substituir o apresentador, caso ele desista mais uma vez. Quem de fato, parece está encolhendo é a candidata socialista Tabata Amaral, que agora aparece com apenas 6% das intenções de voto. Tendo como padrinho o Ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, sugeria-se, no início, que ele pudesse canalizar o voto tucano para a socialista. Pelo andar da carruagem política, isso talvez não esteja ocorrendo. Para uma análise mais efetiva dessa e outras pesquisas da corrida eleitoral de 2024, o leitor, as assessorias dos candidatos podem obter mais informações pelo nosso link. Assine, acompanhe, deixe as suas considerações.  

Editorial: As Forças Armadas Bolivianas tem "cojones." ?



Uma pesquisa realizada pelo Instituto Atlas\Intel constatou que um terço dos brasileiros são favoráveis a um Estado de Exceção. Precisamente 36,3% da população, daí se entender que os dois terços restantes, 63% por cento manifestaram o desejo de que não houvessem manifestações comemorativas ao aniversário de 60 anos do golpe Civil-Militar de 1964, completados no último dia 31 de março. O Governo Lula, inclusive, proibiu manifestações de protestos, criando uma área de atrito com segmentos sociais que sempre estiveram, historicamente, em sua base de apoio orgânico. 

36,3% ainda é um número bastante expressivo, motivo suficiente para se manter uma atenção redobrada, sobretudo num país com as nossas características, onde a cultura autoritária foi forjada durante séculos. Exceções aqui, na realidade, são períodos longos de efetivo exercício e funcionamento das instituições democráticas. Aventuras golpistas por aqui são demasiadamente recorrentes. Adam Przeworski, cientista político polonês, salvo melhor juízo, especula sobre cinco mandados consecutivos de com eleições limpas, regulares, respeitadas, para uma democracia emitir indícios de consolidação. 

Trata-se de uma das variáveis que ele utiliza com sinais vitais para mensurar a saúde de um regime democrático. Observem que, em nossa história democrática, a cada  quatro mandatos consecutivos, sempre há um solavanco de natureza golpista. Dois mandatos de FHC, dos Mandatos de Lula e vocês se recordam sobre  o que ocorreu depois. Na última legislatura foram eleito para o parlamento uma série de representantes que não têm grandes compromissos com as nossas instituições democráticas. 

Um deles, recentemente, andou criticando as Forças Armadas do Brasil e elogiando as Forças Armadas da Bolívia, que teria, segundo ele, diferentemente da nossa, 'cojones". Deixou isso registrado em seu perfil da rede "X", o que está provocando grandes manifestações de internautas. Sugere-se que haveria até mesmo um pedido de cassação do seu mandato. Pode isso, Arnaldo? Sobretudo partindo-se de um cidadão investido de uma responsabilidade parlamentar? Uma discussão mais aprofundada sobre esses temas de conjuntura política nacional, assim como as nossas instituições democráticas, as próximas eleições municipais em Pernambuco e outras praças do país, o leitor e assessores parlamentares poderão encontrar assinando nosso perfil da plataforma de conteúdos Privacy pelo link.  

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


Editorial: Tentativa de golpe é frustrada na Bolívia. Ficam as lições.



Ainda não nos aprofundamos sobre a engrenagem mais amplas ou os "incentivos de fora" que moeram mais uma tentativa de golpe de Estado na Bolívia. Os ingredientes internos são conhecidos, e igualmente preocupantes, pois, até recentemente, o país atravessou uma dessas ondas autoritárias, com reflexos nefastas para o país, como a perseguição explícitas à minorias étnicas, destruição de bibliotecas e outras aberrações do gênero, típicas dos ingredientes que alimentam hoje esses novos golpes de Estado encetados no continente, que, quase sempre, agregam alguns componentes de natureza fascista.  

No Brasil, em nome dos interesses republicanos, democráticos, o mais prudente seria uma despolitização ampla, geral e irrestrita das Forças Armadas. Mesmo com os danos institucionais da experiência anterior do Governo de Jair Bolsonaro, que resultou, entre outras mazelas, no 08 de janeiro, o Governo do PT parece que não dimensionou corretamente o problema. No caso da Bolívia, o general golpista, José Juan Zúñiga era o comandante do Exército, que havia sido indicado pelo presidente Luís Arce. 

Afastado do cargo por declarações contra Evo Morales, resolveu golpear as instituições democráticas do país. Felizmente, com o apoio da população, o golpe foi abortado e o general encontra-se detido. Ficam as lições para o Brasil, onde tal possibilidade, infelizmente, sempre esteve no escopo das opções de alguns atores.  

Editorial: GTE indica Luciano Cartaxo como pré-candidato a prefeito de João Pessoa.



O PT anda um pouco perdido. Nem mesmo os militantes conseguem mais alguma interlocução com os dirigentes da legenda. Por birra de um dos postulantes, a burocracia do partido aquiesceu e resolveu que não haveria a prévia que antes estava prevista para a decisão soberana sobre quem seria o pré-candidato da legenda à Prefeitura de João Pessoa nas próximas eleições municipais. Assim, como já seria esperado, o GTE - Grupo de Trabalho Eleitoral - no dia de ontem, 26, acabou batendo o martelo em favor da candidatura do deputado estadual Luciano Cartaxo, que já foi prefeito do município por dois mandatos. 

Nenhuma surpresa por aqui, uma vez que todas as tessituras e costuras políticas das instâncias burocráticas da legenda sinalizavam neste sentido, contrariando a militância, que, certamente, sufragaria o nome da deputada estadual Cida Ramos que, de forma democrática, republicana e bem aos estilo daquele PT de antigamente, cumpriu todos os ritos que a credenciaria a disputar a prefeitura da capital com o apoio da militância de base. 

Cartaxo sai sem esse apoio, ou seja, já começa perdendo as eleições internamente. Situações assim estão sendo observadas em todo o país, numa evidente demonstração de falta de rumo do partido nessas eleições municipais, talvez em razão das dificuldades que se avizinham. Aqui no Recife, depois de Lula ratificar o apoio ao nome de João Campos, do PSB, que concorre à reeleição, independentemente da indicação do vice, a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, ainda insiste em bater na tecla sobre tal possibilidade.  

quarta-feira, 26 de junho de 2024

Editorial: Supremo decide que porte de maconha para consumo não é crime. Pacheco queixa-se de invasão de competência.



A nossa engenharia institucional, que nunca foi assim tão harmônica, torna-se mais complicada a cada de dia que passa, tendo como indutor uma questão de agendas distintas. Até recentemente, o Legislativo estabeleceu que o porte de qualquer quantidade de drogas poderia ser criminalizado, o que criaria um gravíssimo problema para a sociedade brasileira, sobretudo numa sociedade de profundas desigualdades sociais, de uma estrutura policial que ainda precisa evoluir bastante, aliada a um sistema prisional decadente, que já abriga, de forma desumana, a terceira população carcerária do mundo. 

Os ministros da Suprema Corte, guiados pelo bom senso e imbuídos de um propósito civilizatório, humanitário, consideravam que havia alguns equívocos ou exageros por aqui e decidiram que o porte de drogas para consumo, ressalvado o que já diz a lei sobre este assunto, não poderia ser enquadrado como crime. Como o Legislativo já havia decidido em contrário, generalizando a criminalização, ampliou-se ainda mais as zonas de atrito entre os Três Poderes. 

Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado Federal, fala sobre uma invasão de competência. Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, vai levar a questão para ser analisada por uma comissão específica daquela Casa. Tem sido muito complicado este momento que o país atravessa. Temos um governo fragilizado, uma oposição majoritária que atua com a faca nos dentes, inconsequente, suscetível a uma pauta ou agenda de retrocessos institucionais e anticivilizatório evidentes, mas de forte apelo junto a amplos seguimentos sociais. Vejam o quanto de abacaxis que já temos para descascar: Saidinha, Aborto, Drogas, Fake News, Desoneração da Folha. Ninguém se entende por aqui.  

Editorial: Livrar Janones da Cassação poderia ter prejudicado Boulos?



A eleição para a Prefeitura de São Paulo em 2024 tornou-se uma verdadeira gangorra entre dois dos principais competidores ao Edifício Matarazzo, Ricardo Nunes, do MDB, atual prefeito que disputa a reeleição, e o candidato Guilherme Boulos, do PSOL, que conta com o apoio do Palácio do Planalto. Desde os início das pesquisas de intenção de voto sobre aquela disputa esses dois nomes sempre estão oscilando, ora com Guilherme Boulos na liderança, ora com a dianteira de Ricardo Nunes, quando não empatados dentro das famosas margens de erros dos institutos, ou seja, verificando-se diferenças quase sempre numéricas entre eles. 

Não haveria um deslocamento significativo entre ambos, algo que sugerisse algum favoritismo. Não ainda. A dinâmica competitiva do pleito passou a incorporar dois nomes de perfil conservador, com forte apelo popular, como foi o caso do coach Pablo Marçal(PRTB-SP) e do apresentador José Luiz Datena(PSDB-SP), que mantém sua candidatura por enquanto, com 5% das intenções de voto, conforme a última pesquisa do Instituto Paraná Pesquisas

A entrada desses novos concorrentes no pleito municipal já nos sugerem fazer algumas indagações a respeito: Quem perde e quem ganha - entre os principais competidores até este momento, Boulos e Nunes - com a entrada desses dois nomes na corrida eleitoral? De quem eles poderiam estar tirando votos, uma vez que, de perfil conservador, ambos dirigem suas críticas preferencialmente ao nome do candidato da campo de esquerda, Guilherme Boulos? O que se vislumbra, claramente, neste primeiro momento, é uma espécie de  definhamento da candidatura da Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP), que, segundo um jornalista conceituado, passou a comer terra na disputa. 

De concreto, isso nos parece evidente. Ela ficou imprensada e desidratada, uma vez que sempre mirou um eleitorado médio, de preferência oriundo das tradições tucanas. E, por falar em desidratação, um jornalista do site Poder360 também observou que, se somado os votos de Tabata Amaral, Pablo Marçal e José Luiz Datena, consoante ainda os últimos dados da pesquisa do Paraná Pesquisas, haveria um afunilamento na disputa entre Boulos e Ricardo Nunes. 

Outra questão que se coloca é sobre o impacto eleitoral produzido ao candidato Boulos por ter livrado o Deputado Federal André Janones na condição de relator do seu processo de cassação na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados. O saldo certamente, será negativo para o candidato, uma vez que ele sempre será veementemente cobrado em relação ao assunto, sobretudo quando entrarmos na fase dos debates públicos. Para o seu eleitorado raiz este não seria o problema, mas, para viabilizar-se eleitoralmente, Boulos precisa angariar a simpatia de um eleitorado menos orientado idelogicamente. Aqui é que está o problema. Não foi por acaso que o coach Pablo Marçal esteve presente à sessão. 

Outro dado que deve preocupar o seu staff de campanha é que todas as simulações de um eventual segundo turno apontam um favoritismo de Ricardo Nunes, num cenário de disputa onde as costuras de eventuais apoios ao seu nome são sensivelmente complicadas. Para continuarmos esses debates eleitorais, seja no tocante à conturbada conjuntura política e econômica que o país atravessa, assim como sobre as próximas eleições municipais em São Paulo e outras praças do país, assine e acesse nosso perfil da plataforma de conteúdos Privacy pelo link.