No dia ontem publicamos uma postagem sobre a nossa avaliação
dessa relação entre “tapas e beijos” estabelecida entre o governador de
Pernambuco, Eduardo Campos, e a presidente Dilma Rousseff. Como já afirmamos
reiteradas vezes, o que mais incomoda o casal presidencial são as movimentações
do governador, um potencial candidato presidencial, peça hoje fundamental no
xadrez sucessório, uma alternativa de poder real para as eleições de 2014 e 2018. Para
dimensionar alguns aspectos dessa disputa, tomamos como referência o quadro
eleitoral do segundo turno na cidade de Uberaba, Triângulo Mineiro, onde Lula e
Dilma emprestaram seu apoio ao candidato do PMDB, enquanto Aécio e Eduardo
fecharam um acordo de apoio ao candidato do PSB. Partido originalmente de
grotões, para continuar alimentando seus planos presidenciais, o PSB precisa
urbanizar-se, fincando algumas estacas em regiões como Sul, Sudeste. Há uma
outra disputa acirradíssima, em Campinas, onde o próprio Eduardo Campo já teria
estabelecido como prioridade das prioridades para o partido. O clima está
bastante tenso na cidade e a disputa reveste-se de grandes simbologias. É
importante para os projetos presidenciais de Eduardo Campos, fundamental para
um provável projeto de reeleição do governador Geraldo Alckmin e, não menos
importantes para oxigenar o PT, renovando os seus quadros e perspectivas de
continuar no poder pelos próximos anos. Assim como ocorreu em São Paulo,
em alguns aspectos, Lula foi muito feliz na escolha de candidatos com o objetivo de renovação dos quadros do partido. Jovens, de mãos
limpas, com fama de bons gestores, com sólida formação acadêmica. Este é o caso
de Fernando Haddad – já se especula sobre a possibilidade dele ser um quadro
que o PT prepara até mesmo para o Planalto – e Márcio Pochmann, ex-diretor do
IPEA, professor universitário, com uma identificação muito forte com o petismo.
Nessa reta final, movido pelas circunstâncias, Lula vem voltando a utilizar as
velhas parábolas que costumava utilizar, adequando o discurso ao momento e à
oportunidade. Fala em não trocar o certo pelo duvidoso – quando o adversário do
PT é inexperiente – e, até mesmo, esboça um certo preconceito, como ocorreu em
Campinas, onde afirmou que não acreditava muito na capacidade gerencial de um
radialista que destribuia cadeiras de rodas, numa referência a Jonas Donizette,
o candidato do PSB. Esse é o Lula.Logo ele que foi vítima de grandes preconceitos em sua vida. Quanto à relação entre Eduardo e Dilma,
acreditamos que o “Moleque” dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco já joga com
uma ruptura inevitável para os próximos capítulos. Não fossem suficientes todas
essas zonas de atrito, ainda aconselhou o deputado Júlio Delgado a lançar seu nome
para a Presidência da Câmara, onde Dilma apoia o nome de Henrique Alves, do
PMDB.
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