A matéria do semanário britânico, The Economist - que alcançou enorme repercussão na mídia nacional - onde aborda a
gestão do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, começa por Timbaúba.
Naquela cidade, na década de 80, lembra a revista, o antropólogo Nancy
Scheper-Hughes realizou um trabalho de campo sobre as condições de vida das
pessoas que trabalhavam no corte da cana. Concluiu, naturalmente, o óbvio. Uma
quadro degradante. Pessoas precocemente envelhecidas – lembrei logo de Dona
Severina, da comunidade quilombola do antigo Quilombo do Catucá, Goiana, que
visito com meus alunos – alcoolismo e mortalidade infantil “sem choro”. O aspecto positivo da matéria é
o reconhecimento dos resultados obtidos pela rede de segurança social
implantada no Governo Lula, inclusive com dados concretos sobre a economia do
município hoje. Logo em seguida, a matéria faz uma avaliação positiva do Governo de Eduardo
Campos, não deixando de observar algumas críticas dos seus adversários. Para não
perder o “sotaque”, alimenta as intrigas entre Eduardo e o PT – apresentando-o
como um obstáculo ao projeto de reeleição de Dilma – e ainda classifica o
estilo do seu avô, Dr. Miguel Arraes, como “antiquado”. Se a revista fosse mais cuidadosa ou tivesso consultado a tese do antropólogo, teria reconhecido que foi no Governo Arraes que grandes acordos foram celebrados no campo, beneficiando o andar da baixo da pirâmide social.
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